E-book 40
P
S I C O L O G I A
M O D E R NA
Blog emoçaoeatencao@blogspot.com
Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos
2023 - Bahia- Brasil
QUEM É O AUTOR
Jair de Oliveira
Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar,
Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo
de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.
Criou o
blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou
90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve ,
segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o
lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.
Pioneiro da Educações
das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários
colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação
Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3-
Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos
Históricos, Fundamentos e Resultados.
Dedicou-se à Educação
Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o
presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação
Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e”
Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.
Dedico este e-book:
In memoriam:
A minha inesquecível esposa falecida,
Olívia,
E a meu Pai e minha Mãe.
A meus filhos:
Jair Filho, César, Telma, Vinicius e
Paulo
A meus netos:
Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro
Gabriel, Maria Eduarda, Larissa e Arthur.
● ● ●
A todos que nos propiciaram condições e
estimularam estudos, pesquisas e reflexões sobre a Educação das
Emoções.
● ● ●
“Quem conhece aos outros é inteligente
Quem conhece a si
mesmo é sábio “
Lao Tsé – Tao te King,
XXXIII
● ● ●
“Trata a humanidade, na tua própria
pessoa ou na de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”
Kant I., “Fundamentação da metafísica dos costumes”, 1786.
● ● ●
“Não há outro universo, senão o
universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora
de si um fim que o homem se realizará como ser humano”
Sartre,J.P., “O Existencialismo é um
humanismo”, 1944
● ● ●
“Para criar uma boa
vida, não basta lutar por metas que nos trazem prazer, mas também
escolher metas que reduzirão a soma total de entropia no mundo”.
Mihaly
Csikszentmihalyi - A Descoberta do Fluxo, 1999.
COMUNICADO
A partir de 26-11-22, o blog emoçaoeatencao@blogspot.com
terá nova orientação, para
atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação
publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de
sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que conterão o
conteúdo dos posts já publicados, além de novos conteúdos, de modo a
constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.
Ranking database emoção atenção@blogspot.com, pesquisa.
Imagens de ranking data base emocaoeatencao@blogspot.com
RELAÇÃO DOS CONTEÚDOS DO E-BOOK 40
Capítulo 1: Que é Inflamação
Capítulo 2: Que é Meditação
Capítulo 3: Meditação melhora Inflamação
CAPÍTULO 1
INFLAMAÇÃO
Você verá neste capítulo o que é
a Inflamação, seus elementos, finalidade, processo de desenvolvimento e
como o organismo atua sobre ela.
QUE É A INFLAMAÇÃO?
Agente externo - parasitas : bactérias, fungos, vírus, vermes, etc.;
As bactérias podem agredir o organismo de uma pessoa.
Agentes do metabolismo: diabetes, hipertensão arterial, ácido úrico
aumentado, ureia aumentada , alergia- reações antígeno-anticorpo, etc.;
Agentes químicos ou físicos: calor, frio, substâncias químicas etc.
Reações autoimunes :artrite reumatoide, lúpus eritematoso ,etc.
A Inflamação é uma resposta normal do organismo, que tenta recompor a parte que foi lesada
. As bactérias podem invadir o intestino , causar infecção intestinal e a pessoa sentir cólicas abdominais e diarreia. Os vírus podem invadir o fígado e causar hepatite, ou invadir a parótida e causar parotidite. O sufixo ITE significa inflamação aguda.
Bactérias podem causar infecção intestinal e a pessoa sentir cólicas.
No processo inflamatório ocorrem
alterações bioquímicas, ou alteração antígeno-anticorpo (como na alergia) e
alterações do funcionamento dos órgãos. Estas alterações produzem um aumento do
aporte de sangue para a área agredida devido à vasodilatação, e fica vermelha e
quente (rubor e calor). Os vasos
ficam permeáveis e deixam passar o líquido que contém está para o espaço entre
as células, gerando dor e o aumento do volume da região (tumor) . Daí uma região
inflamada ter como características:
dor, tumor, calor e rubor.
Para a região inflamada o organismo manda , visando se defender-se através deles , leucócitos, neutrófilos, mastócitos, linfócitos e outras células E também os chamados Mediadores Químicos, substâncias químicas capazes de produzirem reações locais e sistêmicas , como por exemplo histamina, serotonina, prostaglandinas , leucotrienos e citocinas (como o fator de necrose tumoral, interleucina 1, quimiocinas, etc..
O
organismo possui genes responsáveis pela ativação da inflamação, localizados
no genoma.
CAPÍTULO 2
MEDITAÇÂO
Que é
Meditação?
Newberg (2003), considera a meditação um processo mental complexo que envolve mudanças na cognição, na percepção sensorial, no afeto, hormônios e na atividade do simpático e parassimpático.
Meditação envolve
mudanças na cognição, percepção , afeto, hormônios e vago-simpático.
Sadhu (1972), define meditação como a direção ativa e constante da atenção para um tema ou objeto, sem
desvio, mantendo-o diante da mente durante certo tempo. Uma de suas finalidades
é conseguir quietude da mente e suas técnicas variam no
taoísmo, budismo, zenbudismo, hinduísmo, etc.
A maioria das pessoas passa a maior parte
do tempo com a mente em devaneios, pensando em eventos do passado ou em problemas que ocorrerão no futuro.
A maioria das pessoas passa a maior parte
do tempo em devaneios.
As pessoas que devaneiam no passado podem
ficar deprimidas.
Se ela devaneia sobre o futuro, seus
medos e preocupações tomam conta da mente, que vira um caldeirão efervescente
dominado pela ansiedade. É o que ocorre com quem tem uma conta a pagar e não
tem o dinheiro suficiente, ou que teme ser vítima de uma doença grave, ou que teme
uma catástrofe futura. Sua mente é um inferno, alimentado por seus pensamentos negativos.
Quem devaneia sobre o futuro, seus medos e preocupações tomam conta da mente,
A atenção é o instrumento fundamental para viver no momento presente. Recebendo informações e estímulos do ambiente externo ou do interior do corpo (pensamentos, emoções e memória). Não há percepção significativa de objetos se eles não forem alvos de nossa atenção.
A atenção é fundamental para viver no momento presente.
O momento presente tem sido objeto de
reflexão para diversas correntes de pensamento, pesquisadores, cientistas religiosos e filósofos. Viver o momento presente é conscientizar a pessoa do que acontece no
aqui e agora e de si mesmo.
Todos nós temos
pensamentos automáticos, que podem surgir em nossa mente, abruptamente. São devaneios sobre assuntos variados que podem ser inocentes, como o que vamos comer no jantar, ou o que fazer no próximo fim de
semana, mas podem ser acompanhados por emoções negativas, de raiva, medo ou
tristeza, como as preocupações que trazem à tona os medos do futuro.
Pesquisa com milhares de pessoas
constatou que elas estavam em seus momentos presentes quando faziam amor, praticavam exercícios
físicos, conversavam ou jogavam com alguém.
As pessoas estão em seus momentos presentes quando fazem amor.
Percebe-se um movimento coletivo da humanidade em busca do auto- conhecimento, pois o ser humano sabe que a felicidade está dentro dele. Daí a necessidade das instituições de ensino superior, responsáveis pela formação de líderes que orientarão as gerações futuras, se debruçarem sobre a dimensão humanística da problemática humana.
O ser humano vive em busca do
autoconhecimento.
O estudo
científico da meditação, no ocidente, teve início com pesquisas do Dr. Herbert
Benson, professor da Faculdade de Medicina da Harvard University, no início dos
anos 70, no Tibet, e também em pessoas que praticavam, nos Estados Unidos, a Meditação
Transcendental. (Benson, 1975, Levine,2000).
O governo
dos Estados Unidos criou no National
Institutes of Health (Instituto nacional da Saúde), órgão similar ao
Ministério da Saúde do Brasil, o Office
of Alternative Medicine-OAM (Instituto de Medicina Alternativa), para
pesquisar formas alternativas e complementares
da Medicina, tais como meditação, acupuntura, etc.
O Office
of Alternative Medicine-OAM, publicou estudo recente com a posição oficial
da entidade sobre meditação, que foi classificada como procedimento de saúde,
depois de avaliar diversos artigos médicos publicados em todo o mundo
(httt//w.w.w.nccam.nih.gov/health).
Para
Khalsa (2001), dentre os estudos mais objetivos e rigorosos feitos sobre a
meditação está o relatório publicado em 1994 pelo Office of Alternative Medicine. Este relatório afirma que ao longo
de vinte e cinco anos Benson e seus colegas desenvolveram um grande corpo de
pesquisa, que considera a meditação em geral e a resposta de relaxamento em
particular, não mais como uma forma alternativa de medicina, mas fazendo parte
da corrente principal da Medicina.
Os participantes
da pesquisa praticaram a Meditação Transcendental, na qual o meditador senta
quietamente e concentra sua mente em uma frase – mantra - que é repetida
durante vinte minutos. Surge como resposta mudanças fisiológicas e bioquímicas
significantes que permanecem muitas horas depois de terminar a meditação,
proporcionando melhora na saúde do meditador.
Segundo Benson (1975), durante
o relaxamento há estimulação do parassimpático e diminuição dos batimentos do coração. A respiração fica mais lenta,
diminui a quantidade de oxigênio consumida pelo corpo e há relaxamento muscular, e diminuição da pressão sanguínea. Há redução dos processos metabólicos orgânicos que leva a um
estado de baixo metabolismo. Concomitantemente há alterações hormonais e modificações das ondas elétricas cerebrais, com predomínio das lentas, alfa e
teta.
Benson denominou de resposta de relaxamento a estas mudanças
e considerou-as opostas à resposta do
estresse. Levantou a hipótese que a resposta de relaxamento despertada
regularmente poderia ter como efeito a melhoria da saúde, pois protegeria o
organismo da ação nociva do estresse. A continuidade da prática do relaxamento
poderia proporcionar um sentimento de maior controle sobre a vida do meditador,
que pode vir a controlar suas emoções depois de semanas ou meses de prática.
Na Faculdade de Medicina de Harvard, no Mind / Body Medical Institute, o relaxamento é utilizado em um programa para ajudar as pessoas, especialmente os alunos do segundo grau, na administração do estresse e da ansiedade. Benson, mentor do programa, acredita que ele pode ajudar a prevenir o comportamento violento e auto- destrutivo entre os jovens, como o suicídio, e a desenvolver habilidades que lhes permitam conviver com o estresse de forma adequada pelo resto de suas vidas.
Na Fac.de Medicina de
Harvard, o relaxamento é um programa para ajudar pessoas.
Além da
Meditação Transcendental são utilizadas outras formas de meditação com
finalidade médica e psicoterapêutica. Dentre elas destaca-se a Meditação da
Mente Alerta (Mindfullness), a milenar meditação Vipassana budista, que é
utilizada desde 1990 por Kabat-Zinn (1991, 2001), na Stress Redution Clinic do Medical Center da University of Massachussetts.
Nesta
meditação o meditador fica atento para perceber a cada momento seus
sentimentos, sensações e pensamentos, sem fixar sua atenção em nenhum deles.
Atenta também para o que se passa no ambiente, sem fixar sua atenção em nenhum
evento percebido. Em síntese, ele fica atento para perceber o que se passa no
seu mundo interior e exterior.
TIPOS DE MEDITAÇÃO
Meditação
Hinduísta
Sai Baba (1993) recomenda que
se reserve alguns minutos no início de cada dia para a prática da meditação, preferencialmente antes do sol
nascer. Pode ser utilizada uma lamparina ou uma vela com luz interna.. O
meditador deve sentar em uma posição
confortável, sobre uma almofada e olhar firmemente para a chama.
Depois fechar os olhos e
procurar senti-la dentro de si entre as sobrancelhas e levá-la até o coração,
iluminando o trajeto realizado. A seguir, imaginar a luz penetrar os membros,
na língua, ouvidos e cabeça, espalhando-se nela. Repetir diariamente, na mesma
hora e local.
Meditação budista
Segundo Swearer (1973), a meditação budista pode ser feita de duas formas: a Meditação da Mente Alerta, chamada tradicionalmente de Vipassana e a Meditação Concentrativa, denominada Samatha na tradição.
Meditação Concentrativa
Santos (2009) aponta os
seguintes passos para esta forma de meditação:
·
Sentar-se em posição confortável, a coluna ereta e fechar os olhos. Soltar o
corpo e relaxar os músculos.
· Respirar naturalmente sem interferir na
respiração, prestando atenção na entrada e saída do ar nos pulmões, observando
a inspiração (entrada do ar) e a expiração (saída do ar).
· Quando surgir pensamentos, afastá-los
gentilmente, retornando a atenção para a respiração. Não se preocupar com nada
e concentrar a atenção na respiração.
· Para ajudar a concentração contar lentamente as
inspirações de
· Outra forma de garantir concentração é prestar atenção ao movimento de subida e descida do tórax ou abdômen, repetindo “sobe – desce”, para cada subida ou descida do tórax, ou “dentro – fora” para cada inspiração e expiração que forem realizadas.
· Começar com
Uma forma de meditar é
sentar com as pernas cruzadas e a coluna ereta.
Meditação
da Mente Alerta ou de Plena Atenção
A meditação de mente alerta segundo o Sattipatthana Sutta, texto budista theravada, resume-se na frase “SEDE ATENTO !”, isto é, vigie sua mente. Em vez de concentrar atenção em um objeto, deixe a mente perceber qualquer evento que surja na consciência. Sua atenção é receptiva.
Para KABAT
ZINN (1991, 2001) a meditação de mente alerta é uma forma particular de prestar
atenção, de atentar profundamente para si mesmo e para o ambiente. Sua
utilização em milhares de pacientes na Stress Redution Clinic do Medical Center, da University of Massachussetts desde 1990
trouxe os seguintes resultados:
· Em mais de 80 % dos pacientes tratados houve
redução de
· mudanças benéficas em fatores psicológicos mais profundos da
personalidade;
· aumento da resistência ao estresse.
A meditação é um dos meios mais efetivos para o auto-conhecimento emocional e abre as portas para o autocontrole das emoções e dos sentimentos e pensamentos associados, daí sua importância no controle dos sentimentos.
São consideradas as seguintes
qualidades da plena consciência por Goleman (2001): acalma os pensamentos, traz
clareza à percepção, confiança, coragem, intuição e flexibilidade. Ela nos
aproxima de uma percepção mais significativa do momento vivido, fazendo com que
vejamos as coisas mais próximas do que elas são.
Os passos para sua prática são:
· Escolha uma palavra ou frase, um mantra, que tenha significado para você: pode ser paz, amor, ou um simples número (um) ou uma frase como “estou tranquilo”.
· Sente-se em posição confortável, com a coluna ereta e
feche os olhos. Solte o corpo e relaxe os músculos.
· Respire naturalmente, lentamente, sem
interferir na respiração, sentindo o ar entrar e sair livremente nos pulmões.
·
Repita mentalmente ou verbalmente a palavra ou expressão escolhida ao expirar,
concentrado nela. Afaste delicadamente pensamentos intrusos que surgirem e
volte a concentrar-se no mantra.
· Comece com
EFEITOS DA MEDITAÇÃO
No
cérebro e sistema nervoso
1 ● Aumento da substância cinzenta do cérebro
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Califórnia -UCLA
realizou em 2009 pesquisa com
ressonância magnética de imagem de alta resolução, para estudar o cérebro
de meditadores. Constataram que certas regiões dos cérebros de meditadores de
muitos anos eram maiores do que as correspondentes dos cérebros de não
meditadores do grupo controle.
A meditação constante leva ao aumento do volume e espessura do
cérebro. Participaram da pesquisa 44 pessoas, 22 que praticavam diversas formas de meditação incluindo
Zazen, Samatha and Vipassana, dentre outras e 22 controles. O tempo de prática
da meditação dos participantes variou de
A aparelhagem de ressonância
magnética utilizada dividia cérebro automaticamente em diversas regiões e
permitia aos pesquisadores comparar o tamanho de determinadas estruturas
cerebrais, medindo a quantidade de matéria
cinzenta contida em cada região
Nos resultados encontrados estavam significativamente maiores os
volumes do hipocampo, de áreas do córtex órbito - frontal, do tálamo e do giro temporal inferior,
que participam da regulação das emoções. Como estas áreas estão ligadas à
emoção pode ser que possibilitem ao meditador desenvolver a habilidade de
regular suas emoções e de ter respostas bem ajustadas no seu comportamento.
Uma das pesquisadoras,
estudante de pós-doutoramento no Laboratory
of Neuro Imaging da UCLA, disse
já ser sabido que os meditadores têm uma singular habilidade para cultivar
emoções positivas, ter estabilidade emocional e para enganjar-se em um
comportamento de mente alerta. Mas que as diferenças da anatomia cerebral
constatadas pela pesquisa mostram que eles têm habilidades excepcionais.
A pesquisa confirma os aspectos benéficos da
meditação, pois quem medita regularmente, além de ter melhor foco em suas
emoções e poder controlá-las melhor, reduz seu nível de estresse e estimula o
funcionamento de seu sistema imunológico.
Numerosos estudos apontaram
para uma plasticidade cerebral e e que o ambiente pode induzir modificação da
estrutura do cérebro.
2. Ativação dos córtex pré-frontal e cingulado
Durante a meditação determinadas áreas
cerebrais ligadas à atenção são estimuladas, como o córtex pré-frontal e o
cíngulo anterior, particularmente no hemisfério direito. É a conclusão de
pesquisa realizada por Newberg (2003), com oito meditadores budistas tibetanos
que meditaram durante cerca de 1 hora, tendo sido medido o fluxo sanguíneo
cerebral durante o processo. Houve aumento bilateral da atividade cortical
pré-frontal, com predomínio do hemisfério direito, e do giro cíngulo.
Na
meditação há ativação do córtex
pré-frontal.
3. Ativação das regiões frontal e parietal direitas
Segundo Khalsa (2001), pesquisa realizada com Tomografia por Emissão de Prótons – PET durante a recitação do mantra Sa Ta Na Ma, mostrou aumento da atividade cerebral nas regiões frontal e parietal direitas. Durante a recitação de certos mantras há estimulação do nervo vago, que enerva o coração, trato intestinal, pulmões e músculos das costas, daí os múltiplos efeitos corporais da recitação de mantras.
Quando se canta um mantra há vibração da língua
que é conduzida para o palato, na parte
superior da boca, e daí para o cérebro,
chegando ao hipotálamo e hipófise,
estimulando suas atividades, sendo liberados os hormônios relacionados com estas
glândulas.
A Meditação Médica, tipo de meditação proposta
por Khalsa (2001), baseada na meditação kundalini, utiliza a recitação de
mantras. Além do mantra referido são utilizados os seguintes: Hummee Hum, Brahm, Ummm; Ong Namo Guru Dev Namo; Raaa Maaa Daaa Saa;.Saaa Saiii Sooo Um e Ommmmmm; Ahhhhhhh; Ummmmmm.
Pesquisa feita por Lazar e colaboradores
(Lazar,2005), da Universidade de Harvard, no Massachutts Hospital utilizou ressonância magnética para medir a espessura do córtex cerebral de
20 participantes com extensa experiência de meditação de mente alerta, sem
recitação de mantras. Os participantes eram pessoas
comuns, e meditavam em média 40 minutos por dia.
Foi constatado que determinadas regiões
cerebrais eram mais espessas nos meditadores do que no grupo de não
meditadores. Dentre estas regiões estavam o córtex pré-frontal e a insula
anterior direita e estão associadas com a atenção, processamento sensorial auditivo e visual, percepção interna, freqüência cardíaca e
respiratória. A maioria das regiões ativadas era do hemisfério direito, essencial para manter a atenção.
O aumento da espessura do córtex pré-frontal
foi mais pronunciado nos participantes mais idosos, sugerindo que o
espessamento pode estar relacionado com a idade e os pesquisadores
admitem que a prática regular da meditação pode diminuir o afinamento do córtex
frontal relacionado com a idade. Admitem que outras formas de meditação devem ter impacto semelhante na estrutura do cerebral.
Estes achados relacionados com a estrutura do
córtex cerebral evidenciam a existência de uma plasticidade cortical associada
com a prática da meditação.
5● Diminuição da sensibilidade à dor e aumento da espessura do
córtex cerebral
Pessoas podem reduzir sua sensibilidade à dor, relacionada à espessura de seu cérebro, segundo nova pesquisa publicada no American Psychological Association journal, . Conforme Grant (2010), pesquisador da Université de Montreal, em estudo publicado na revista Emotion, da American Psychological Association, os participantes tiveram redução da sensibilidade à dor com a meditação Zen, e aumento da espessura dos cérebros.
A pesquisa foi feita como parte de um estudo em que foram recrutados 17 meditadores e 18 não-meditadores que nunca tinham praticado yoga, com dor crônica, neurologica ou or psicologica. Foi medida a sensibilidade térmica aplicando uma placa metálica aquecida, ao tempo em que o cérebro era escaneado. . Houve diminuição da sensibilidade dolorosa do participante, diminuição esta subjacente ao aumento de espessura detectado. Isto reforça estudos dos pesquisadores que mostravam interferência da meditação na dor.
Para Grant (2010) a postura
muitas vezes dolorosa, associada com a meditação Zen, pode levar a um córtex
mais espesso e a menor sensibilidade à dor. Postula que as práticas de
meditação de um modo geral podem ser úteis na administração da dor e para
prevenir a redução da matéria cinzenta cerebral que esteja relacionada com a
idade ou com qualquer outra condição que a comprometa, como nos acidentes
vasculares cerebrais.
◘ Modelo de ativação do cérebro durante a
meditação
Newberg, depois de analisar os resultados de
pesquisas realizadas entre 1990 e 2002, por cinco pesquisadores em 35
participantes diferentes e utilizando práticas meditativas diversas que
variavam desde a Yoga Kundalini e Yoga
Nidra até o Budismo Tibetano, propõe um modelo para a ativação cerebral durante
a prática meditativa.
Para ele a ativação começa no córtex
pré-frontal, principalmente no direito, aumentando a produção do glutamato, o
qual estimula a ativação do tálamo, que por sua vez produz mais GABA ( ácido
gama amino butírico) que inibe a atividade do córtex do lobo parietal posterior
superior, seguindo-se a ativação do hipocampo e da amigdala.
A atividade do hipocampo retro-alimenta a ativação do córtex pré-frontal, de modo que
o processo meditativo é mantido. Newberg sugere que a partir de certo grau de
treinamento em meditação o ato de meditar reforça a atividade meditativa.
◘
Efeitos da Meditação no Eletroencefalograma – EEG
Banquet (1973, realizou pesquisa que se
tornou referência fundamental no estudo das alterações produzidas pela
meditação no eletroencefalograma, com 9 homens e 3 mulheres, cujos traçados
foram comparados com o grupo controle.
Durante
a pesquisa os meditadores, com idades variando de
As principais alterações
eletroencefalográficas registradas foram, num primeiro estágio, aumento da
amplitude das ondas alfa, que além de ter freqüências diminuídas, se estenderam
para as derivações anteriores. Num segundo estágio, surgiram ondas teta com
morfologias das existentes durante o sono, às vezes em salvas, que se estendiam
da região frontal para as regiões posteriores. Ondas beta estavam presentes em
todas as regiões, principalmente durante a fase de meditação profunda dos
meditadores mais experientes.
Banquet concluiu que o eletroencefalograma daquele grupo de indivíduos meditadores permite caracterizar um estado de consciência diferente dos outros estados e permitindo identificar um tipo de traçado de eeg relacionado com a meditação.
EFEITOS NO CÉREBRO
1. Aumenta
volume do córtex órbito-frontal, tálamo giro temporal inferior
2. Aumenta
espessura do córtex órbito-frontal, tálamo, giro temporal inferior
3. Ativação
do córtex pré-frontal, parietal direito, cíngulo e ínsula
4. Diminuição
da sensibilidade à dor
5.Alterações de ondas alfa e teta no eletroencefalograma
Efeitos da meditação na neuroquímica e neurotransmissores cerebrais
Segundo Newberg (2003), foram relatadas
durante a meditação mudanças nas concentrações séricas das seguintes
substâncias neuroquímicas e neurotransmissores: dopamina ,arginina vasopressina
–AVP, ácido gama amino butírico – GABA,
glutamato, melatonina, serotonina,
norepinefrina, beta-endorfina .
◘ Dopamina
Segundo Klein (2005), ela é produzida no cérebro e exerce
nele diversos efeitos. Sua grande fonte é a “substância negra”, do tamanho de
uma unha, localizada no centro cerebral e é produzida também na “área tegmentar
ventral”.
Destes núcleos saem neurônios para o cérebro, distribuindo a
dopamina para diversas áreas, onde receptores dopaminérgicos executam as ações.
Centros do córtex cerebral que recebem a dopamina são responsáveis pela perseverança
para vencer certos desafios e pelo controle da musculatura voluntária.
A dopamina é conduzida também para o núcleo accumbens, na região frontal, daí para a amígdala cerebral e
outros locais, influenciando nossa forma de pensar, desejar, sentir e agir. Participa
do sono, da vigília e da concentração da atenção, acentua a curiosidade, a
capacidade de aprender, a imaginação e o desejo, inclusive o sexual.
Kjaer (2002), utilizando a tomografia por
emissão de pósitrons, demonstrou que houve aumento de 65% da liberação de
dopamina endógena durante a prática de
meditação Yoga Nidra. Foi o primeiro
neutransmissor que se demonstrou, ao vivo, estar relacionado com uma
experiência consciente.
Newberg (2003), acredita que a dopamina
participa das interações entre o córtex pré-frontal e as estruturas
sub-corticais a ele relacionadas. Para ele o papel da dopamina durante a
prática da meditação e sua interação com os sistemas de neurotransmissores
deverá ser estabelecido por estudos futuros.
Ela ativa o controle dos músculos voluntários e influencia no
funcionamento da mente e da memória enviando às células cinzentas mensagens
para que elas registrem as experiências.
Participa sistema de recompensas, conjunto de neurônios que
entra em atividade quando recebemos um estímulo que desencadeia um desejo.
Contribui para criar um sentimento de prazer e alegria ou euforia.
A
beta-endorfina, segundo Newberg (2003) é produzida no nucleus arcuate do hipotálamo. As endorfinas são substâncias
opiáceas produzidas pelo cérebro humano em condições especiais, verdadeiras
morfinas endógenas. São mediadores químicos que exercem ação analgésica e sobre
a consciência porque se ligam aos receptores “opiáceos”, semelhantemente à
morfina e à heroína.
Durante a prática meditativa há aumento do
nível das endorfinas e a elas se atribui menor percepção da dor, aumento de
sentimentos de alegria e euforia, redução da amplitude e frequência da
respiração e do medo.
◘ Arginina
vasopressina –AVP
Produzida no núcleo supra-óptico, segundo
Newberg (2003), é a enzima responsável pela manutenção da pressão sanguínea do
meditador dentro de níveis fisiológicos e tem seu nível aumentado durante a
meditação.A arginina vasopressina é
secretada pelo cérebro para compensar a
ação parassimpática que surge
logo no início da prática meditativa, produzindo contração arterial.
◘ Ácido gama amino butírico – GABA
Produzido no tálamo, tem seu nível
aumentado e parece contribuir para dar maior foco ao meditador durante a
concentração meditativa.
◘ Glutamato : na meditação aumenta o nível do glutamato, que pode estimular o hipotálamo a liberar beta-endorfina.
◘ Melatonina
A melatonina é um importante hormônio
secretado pela glândula pineal, relacionado com o sono. Tem também ação
anti-oxidante.
◘ Cortisol
Produzido no núcleo paraventricular,
segundo Newberg (2003), o cortisol é um hormônio relacionado ao estresse. Está
diminuído durante a prática meditativa.
2. Efeito da Meditação nas
glândulas endócrinas e sistema imunológico
São liberados neurotransmissores como
endorfinas e serotonina, capazes de induzir uma sensação de bem estar ao
meditador. Por outro lado o hipotálamo envia sinais para a hipófise liberar
hormônios capazes de estimular a tireóide, supra-renal e outras glândulas
endócrinas, cujos hormônios são secretados e distribuídos por todo o corpo
através do sangue.
Segundo Khalsa (2001), o relatório
publicado em 1994 pelo Office of Alternative
Medicine do Health Nation Institute considera que a meditação reduz a
produção do hormônio do estresse, o
cortisol, ao tempo em que aumenta a produção de serotonina e melatonina.
Um dos resultados apontados pelo citado relatório da OAM é que 75% das pessoas
que sofrem de insônia melhoram com a meditação.
Outro
efeito da meditação é o aumento do nível do hormônio do crescimento, GH. Outros
hormônios sensíveis à prática da meditação são a arginina vaso pressina (AVP) e
a beta-endorfina ( Deshmuskh,2006).O aumento da
liberação do AVP tem sido associado à diminuição da percepção da fadiga.
A dehidroepiandrosterona - DHEA é um
esteroide produzido pelas glândulas supra-renais,
podendo ser também sintetizada no cérebro. É um hormônio importante no
funcionamento do organismo pois é precursor de diversos outros hormônios, como a
testosterona, estrona e estradiol.
Conforme o relatório do Office of Alternative Medicine do Health
National Institute, a DHEA é
secretada em maior quantidade nos meditadores do que nos não meditadores:
meditadores do sexo masculino com 45 anos de idade têm em média 23 por cento
mais DHEA do que os não meditadores da mesma idade e as mulheres meditadoras
têm uma média de 47 por cento mais deste hormônio do que as não meditadoras.
A DHEA ajuda a diminuir o estresse, a
fortalecer a memória (pois o cortisol pode lesar neurônios relacionados com a memória), a preservar a
função sexual e a controlar o peso, pois interfere no metabolismo das gorduras.
O sistema imunológico secreta suas
próprias moléculas de informações ajudando a completar o circuito de cura, ao
produzir aumento de leucócitos e
anticorpos. Quando o meditador atinge
elevado grau de relaxamento há produção de ondas cerebrais alfa e a ação
de seu sistema nervoso autônomo é dominada pelo parassimpático, que manda
sinais para os órgão e glândulas relacionadas com a imunidade, estimulando a
produção de anticorpos.
3. Efeito da Meditação em distúrbios mentais :
●
Na ansiedade e síndrome de
pânico
Segundo Greenberger (2008), no tratamento da
ansiedade e da síndrome de pânico são úteis o relaxamento, a prática da
respiração controlada e a a prática da criação de imagens. É útil tanto o
relaxamento físico quanto o mental, pois um é consequência do outro.
Khalsa (2001), refere que o relatório do Office Alternative Medicin- OAM registra como efeito da meditação a redução
da ansiedade. O mesmo relatório registra que Kabat-Zinn constatou em suas pesquisas sobre meditação
de mente alerta que ela pode reduzir a
ansiedade e a síndrome de pânico.
● Na
depressão
Segal (2006) e colaboradores, aplicaram um novo
método para tratamento dos episódios de recorrências de pacientes deprimidos,
integrando a meditação de mente alerta com a terapia cognitiva comportamental,
com resultados promissores.
● No
estresse
Segundo Khalsa (2001), a meditação reduz o
lactato do sangue (que é um marcador químico do estresse) e o cortisol no sangue, hormônio do estresse.
O relatório do Office Alternative Medicin-OAM também registra que a Meditação
Transcendental reduz a concentração do cortisol sanguíneo.
4.
Efeito da meditação na dor
●
Na enxaqueca e na dor crônica
Segundo Khalsa (2001), o relatório do Office Alternative Medicin- OAM,
registra como um dos efeitos da meditação transcendental a redução acentuada da
dor de cabeça na enxaqueca e a redução de 57% dos sintomas da síndrome
pré-menstrual. Pacientes portadores de dor crônica tiveram redução média de 36%
de necessidade de tratamento e 24 % dos portadores de dor crônica reduziram a medicação depois da meditação.
Resultados semelhantes foram encontrados por
Kabat-Zinn (1991), na redução dos níveis da dor crônica e de
cefaléias, utilizando a meditação de mente alerta.
5. Efeito da Meditação no envelhecimento
Khalsa (2001) relata diversas pesquisas que
relacionam a Meditação Transcendental com o envelhecimento
● Pesquisa realizada pela Maharish University of Management e publicada no International Journal of Neuroscience, 16 (1982); 53-58.2, comparou
a idade biológica dos participantes (quão
velha é a pessoa fisiologicamente) com suas idade cronológicas. Foram
considerados como parâmetros para avaliar a idade biológica a pressão
sanguínea, a visão de perto e a capacidade de escutar do participante.
Constatou-se que eram fisiologicamente 12 anos
mais jovens do que sua idade cronológica os participantes que meditavam há mais
tempo. Os que participavam há menos tempo eram até 5 anos mais jovens
biologicamente, em relação a suas idades cronológicas.
● Estudo realizado por pesquisadores da Harvard University , publicada no Journal of Personality and Social Psichology
em 1989, avaliou os efeitos da
Meditação Transcendental na média de vida de participantes do Programa de
Meditação Transcendental e de não meditadores. Concluiu que os meditadores
tiveram vida mais longa do que os não meditadores.
● Outra pesquisa foi realizada com
participantes do programa de Meditação
Transcendental da Harvard, com 2.000 participantes idosos durante 5
anos,avaliando suas taxas de hospitalização.
Consideradas todas as causas de hospitalização,
quando comparados os resultados dos meditadores com os de um grupo controle de
não meditadores, foi constatado que o grupo de meditadores teve taxa de
hospitalização geral 56% menor do que a taxa dos não meditadores.Em relação às
doenças cardiovasculares especificamente, a taxa de hospitalização dos
meditadores foi 87% menor do que a dos não meditadores. Especificamente em
relação ao câncer a taxa dos meditadores foi 55% menor, e em relação a doenças
do sistema nervoso foi 87% menor do que as dos não meditadores.
6. Efeitos da Meditação no Câncer
Khalsa (2001) relata pesquisa com pacientes
portadores de câncer no Memorial Sloan-Kettering Câncer Center
que fizeram meditação concentrativa. O relatório indica que os pacientes tiveram redução da dor, diminuição da pressão
sanguínea, redução da freqüência cardíaca, melhora do humor, redução da
ansiedade e melhoria da função cognitiva.
Como vimos anteriormente, em pesquisa realizada
pela Universidade de Harvard, pessoas que fizeram meditação transcendental
tiveram taxa de internamento em relação ao câncer 55% menor do que os
componentes do grupo de controle.
Khalsa (2001), refere que segundo o relatório
do Office Alternative Medicine- OAM,
os meditadores apresentam 50% menos doenças cardiovasculares do que os não
meditadores do grupo de controle.
Pesquisa de Brefczynski-Lewis (2007), concluiu
que pessoas que meditavam mais horas, em comparação com outras que meditavam
menos horas e com outros que só começaram a meditar uma semana antes da
avaliação, indica que o tempo de prática
influencia nos resultados obtidos.
Os praticantes de nível médio tiveram maior
ativação das áreas que controlam a atenção do que os que começaram uma semana
antes. Já os que meditavam há mais tempo tiveram menor ativação das áreas que controlam a atenção, o
que pode indicar uma menor necessidade de recrutamento das redes
neuronais para manter a atenção.
Quando desafiados com um som para
distrair a atenção, os praticantes experientes, em relação aos novatos, tiveram
menor ativação em áreas relacionadas ao pensamento discursivo e às emoções, e
maior em regiões relacionadas à atenção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta monografia relata pesquisas realizadas por
diferentes pesquisadores de diferentes instituições universitárias que gozam de
incontestável credibilidade, como a
Harvard Medical School, a University of Massachussetts Medical Center,
a Califórnia University (UCLA), a Yale University e o Memorial
Sloan-Kettering Cancer Center, além de outros centros acreditados
cientificamente. Nas pesquisas relatadas foram constatados, através de
rigorosas metodologias, os diversos efeitos da Meditação, em diversos órgãos do
corpo humano e suas repercussões psicológicas.
Cada vez mais a
meditação é utilizada em instituições universitárias e hospitais renomados no
tratamento de doenças somáticas e psíquicas. Recentemente ela foi reconhecida
como instrumento terapêutico útil pelo governo dos Estados Unidos, através do National
Health Institute (equivalente ao Ministério da Saúde), por ser comprovada
sua eficácia em diversas doenças.
A Meditação está
conquistando o mundo ocidental. É utilizada desde 1991 na University
of Massachussetts , na Stress
Redution Clinic do Medical Center, a meditação de mente alerta, no
tratamento do estresse, da ansiedade,
depressão, síndrome de pânico, controle da dor e da raiva, com bons resultados.
O Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, centro de excelência e referência
mundial para o tratamento do câncer, utiliza a meditação concentrativa no
arsenal terapêutico que utiliza em seus pacientes.
CAPÍTULO 3
MEDITAÇÂO E INFLAMAÇÃO
Nas últimas duas décadas, as intervenções mente-corpo, como meditação, atenção plena , yoga e outras, tiveram
aumento nas pesquisas porque elas diminuem o stress percebido, aliviam a
depressão, reduzem a solidão, inibem as
vias inflamatórias centrais e beneficiam a regulação imunitária. Pessoas com
doenças inflamatórias crónicas, como artrite reumatoide, doença inflamatória
intestinal e asma foram beneficiadas.( https://www.ifm.org/news-insights/lifestyle-effects-meditation-inflammation/)..
Pesquisas
mostram que os genes relacionados com a meditação ficaram
menos ativos nas pessoas que praticavam sempre meditação e mostram que diminui no sangue
a concentração de Proteina C Reativa e
da interleucina 6 nestas pessoas.
Pesquisas mostram que a Inflamação participa dos mecanismos da Hipertensão Arterial e de doenças, que é reduzida na meditação do BEM. A prática de 8 semanas da referida Meditação baixa a inflamação na hipertensão arterial.
Uma pesquisa de 2019 examinou se o
exercício aeróbico e a Meditação poderiam diminuir a inflamação sistêmica e descobriu que os participantes do exercício tinham diminuição de uma quimiocina associada
à doença inflamatória. E que , depois de 17 semanas da meditação de Plena
Atenção, houve diminuição do nível da
proteína C reativa (PCR). (Meyer JD, Hayney MS, Coe CL, Ninos CL,
Barrett BP. Redução diferencial de proteína C reativa por meio de
exercícios aeróbicos ou treinamento de redução de estresse baseado em atenção
plena, em um grande ensaio clínico randomizado. J Sport Exerc Psychol . 2019;41(2):96-106. doi: 10.1123/jsep.2018-0214).
A Proteina C Reativa é capaz prever eventos cardiovasculares adversos, como infarto do miocárdio, e induz vários processos pró-inflamatórios no endotélio vascular. Num estudo longitudinal sobre envelhecimento, níveis mais elevados de PCR e Interleucina -6 previram diminuição da sobrevivência.
A prática da meditação leva à diminuição dos marcadores fisiológicos de stress numa série de populações, e a yoga reduz inflamações crónicas. Um estudo de 2017 examinou o efeito combinado da ioga e da meditação na saúde mente-corpo e descobriu um aumento nos níveis plasmáticos do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e aumentos da resposta do cortisol em participantes saudáveis do estudo, que participaram de um retiro de três meses. Os níveis da citocina pró-inflamatória foram reduzidos após o retiro.
A exposição a fatores de stress crónicos pode interferir no risco de desenvolver hipertensão e diabetes tipo 2, pois a inflamação desempenha papel importante na origem destas doenças. Para este fim, os investigadores estudaram se a meditação baseada na educação cerebral (BEM, também conhecida como meditação vibratória de ondas cerebrais – uma versão tradicional do efeito mente-corpo da Coreia) – pode ser benéfica para pacientes com estas doenças inflamatórias. Neste estudo, comparado com a educação em saúde, o BEM ajudou a diminuir o nível de colesterol LDL e também a expressão genética inflamatória nos pacientes, e induziu efeitos positivos nos seus estados mentais e físicos.
Meditação, estresse e saúde intestinal
Foi demonstrado que o
estresse crônico afeta o funcionamento intestinal; a resposta de luta ou
fuga desencadeada pelo estresse psicológico normalmente estimula a produção de
hormônio liberador de corticotropina e catecolaminas, e perturba a
flora intestinal. Uma microbiota saudável produz ácidos gordos de cadeia
curta que exercem efeitos anti-inflamatórios e antitumorais. Durante o
estresse, a população microbiana intestinal age sobre a regulação de
neurotransmissores mediados pelo microbioma e pela função da barreira
intestinal.
A Meditação melhora a inflamação intestinal.
Um estudo de 2017
sobre os efeitos do estresse e da meditação no sistema imunológico, na
microbiota humana e na epigenética descobriu que a meditação ajuda a regular a resposta ao estresse, suprimindo os
estados inflamatórios crônicos e mantendo a função saudável da barreira
intestinal.( https://www.ifm.org/news-insights/lifestyle-effects-meditation-inflammation/).
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