sexta-feira, 23 de agosto de 2019

58-EMOÇÕES MORAIS:VERGONHA E CULPA

                                  

Esta página se destina a divulgar, informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.

                                          ♦♦♦

No Post 30 está a relação dos posts publicados e suas datas.
                                         
                                          ♦♦♦

Este Blog teve 11.191 visitas, até 20-8-2019, em 71 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
                                         ♦♦♦

                           Leitura em 20 minutos


                                        ♦♦♦

Aproveite ao máximo as coisas boas que tiver na vida!

                                        ♦♦♦



Neste post você verá o conceito das emoções morais, suas principais famílias, como identificá-las e quais as principais: vergonha, culpa, constrangimento, compaixão, gratidão, perdão, admiração, nojo, raiva e desprezo. E o estudo da Vergonha, da Culpa e do Constrangimento.
                                     
                                       ♦♦♦

 
O que é uma Emoção Moral?


     
Começaremos definindo uma ação moral: é aquela que ocorre quando uma pessoa age para fazer o bem do outro (Oxford Dictionary). Uma ação que não faz o bem ao outro não é moral.

                 Uma ação é moral quando faz o bem do outro. Ou então não é moral.

Para estudar as questões morais há uma abordagem lógica, baseada no raciocínio moral, e outra que considera os aspectos materiais da questão, as regras e julgamentos morais.

Os efeitos da Emoção Moral beneficiam diretamente à sociedade ou a uma pessoa, menos àquela que a sente ou ao juiz de uma questão.  

                 O juiz de uma questão não pode ser beneficiado por uma emoção moral.
     
      Uma emoção moral surge se há violações morais ou é motivada pelo comportamento moral, podendo beneficiar indiretamente a quem a sente. Ela surge em resposta às violações morais. (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).

    
                    As emoções morais surgem em resposta às violações morais.

De um modo geral a emoção é uma resposta da pessoa a um estímulo que visa atender seus interesses. No caso do medo, a pessoa usa a contração muscular existente para fugir, e no caso da raiva o efeito da emoção é usado para agredir física ou verbalmente a quem lhe enraiveceu.

As emoções morais além de influenciar a tomada de decisão da pessoa, regulam os comportamentos sociais. Elas diferem das emoções básicas porque exigem que a pessoa compreenda o que os outros pensam sobre ela. Por exemplo, uma moça com estrabismo (olho desviado para dentro ou para fora) tem vergonha de não ser aceita socialmente e pode deixar de ir a reuniões sociais e festas. Uma pessoa com o braço amputado pode ter vergonha disto e medo de ser ridicularizada pelos outros.


Uma moça com o olho desviado tem vergonha e pode deixar de ir a festas.

Um rapaz pode ter vergonha de ter um queixo grande.

As emoções morais existem em todas as culturas e estimulam a pessoa a se relacionarem bem, para não sofrer reações de seus membros. Elas são moldadas pelos valores culturais. Um exemplo é o Perdão, que a pessoa pratica para livrar-se do ressentimento ou do desejo de vingar-se de alguém que lhe fez sofrer. O benefício direto do perdão vai para quem foi perdoado, mas quem perdoa tem benefícios indiretos, pois se livra do sofrimento que a raiva lhe trazia e passa a ter bem-estar. Reveja o Post 46 sobre Perdão.

     A pessoa pratica o Perdão para livrar-se do desejo de vingar-se de alguém.


Outra emoção moral é a Compaixão cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa, que faz a outra sentir  a emoção e procurar diminui-lo. Quem tem compaixão não age para atender a um interesse direto seu, e sim para aliviar a dor o sofredor, embora seja beneficiado indiretamente pelo prazer de fazer o bem. 

A Compaixão é uma emoção moral cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa.

Também é o caso da Gratidão: quem sente Gratidão dirige suas ações benevolentes para a pessoa à qual é grata, retribuindo o bem que recebeu. Mas a pessoa portadora da gratidão sente prazer também.

As Emoções Morais compaixão, gratidão, culpa admiração e outras, elevam o ser humano a um patamar mais alto e o ligam como um cimento aos outros seres humanos.

Quais as características da Emoção Moral?


As emoções são analisadas através das expressões faciais e corporais que promovem, devidas a mudanças fisiológicas que produzem e pela tendência para agir. Para identificar as emoções morais utilizamos dois indicadores: o eliciador, que é o desencadeador da emoção, e a tendência à ação da pessoa.


O Eliciador é o estímulo que provoca o aparecimento da emoção. Como exemplos temos a injustiça social, que causa a raiva moral; o sofrimento de alguém, que causa a compaixão; a ajuda que alguém recebeu, que produz a gratidão. Os eliciadores podem ser acontecimentos bons ou ruins e podem se originar em você mesmo (medo ou alegria) ou em outras pessoas (vitórias, tragédias e transgressões delas).
                    Um furacão pode ser a causa de emoções morais nas pessoas.

 A raiva que você sente ao ver alguém bater em uma criança é uma emoção moral, mas a raiva que você sente quando sofre uma agressão não é moral, porque ela é usada diretamente para você se defender. A raiva pode ser sentida em situações em que não há interesse de quem a sente e a pessoa  tende a agir de forma pró-social, mas a raiva violenta que é  causada pela frustração sexual é altamente imoral.

Não há critérios rígidos para classificar uma emoção como moral, porém quanto mais seus efeitos não beneficiarem diretamente a pessoa, ela terá mais probabilidade de ser moral. 

        A raiva que você sente ao ver uma criança agredida é uma emoção moral.

Tendências de ação pró-social - a emoção moral gera uma ação para responder ao estímulo provocador, mas esta ação pode não ser praticada e a pessoa ficar só na tendência para agir. É o caso de alguém que quer se vingar de outro e ainda não se vingou, ou de querer ajudar a um amigo e ainda não ajudou. 

As Emoções Morais têm uma tendência para beneficiar outras pessoas ou a ordem social e por isto as emoções que motivam a pessoa a ajudar outras são consideradas morais, ao contrário daquelas que levam ao desprezo, vergonha e vingança. Uma emoção que induz a pessoa a apoiar o desenvolvimento e a cooperação social é moral.

A emoção que leva à cooperação social é uma Emoção Moral.

Famílias de Emoções Morais


Há quatro famílias de emoções morais. As famílias grandes são a “dos condenados”, contendo nojo, raiva e desprezo, além de seus descendentes, como indignação e aversão; e a família “autoconsciente”, que é composta de vergonha, constrangimento e culpa. As famílias menores são a de "outros sofrimentos", com a Compaixão e a das “louvadoras", com a gratidão e admiração ou elevação (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).


Que é a Vergonha?


A vergonha é uma emoção negativa que a pessoa dirige para si mesma, quando é julgada por outra por ter um defeito significante ou parte de si inadequada ou imoral. A outra pessoa pode ser real ou imaginária. Exemplos: uma pessoa que teve o braço amputado pode sentir  vergonha por não ter o braço; uma pessoa que passou anos na cadeia pode ter vergonha de ter ficado preso (diversos presos se suicidam na cadeia). O sentimento da vergonha é voltado para a própria pessoa.

Um paralítico pode ter vergonha de não poder andar e sentir-se inferior.

A Vergonha é importante enquanto elemento capaz de promover a coesão social dos grupos. Quando uma pessoa desrespeita as regras sociais, os membros do  grupo a que ela pertence reagem com desprezo, raiva ou repulsa. E para não ser desprezada ela  evita desrespeitar as normas, para continuar a ser aceita.

A pessoa respeita as regras sociais para ser aceita socialmente.

A vergonha é uma emoção que a pessoa sente que envolve a forma com que as outras pessoas a vêm. Ela pode ser expressa pelo constrangimento, pela humilhação, pelos sentimentos de defeitos corporais ou pelo sentimento de baixa autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de sua história de vida, das experiências familiares, da sua personalidade e das circunstâncias.

Quais os efeitos da Vergonha?


A Vergonha é muito ligada ao íntimo da pessoa e por isto é muito  poderosa, podendo fazê-la sentir-se fragilizada e inferior. A pessoa tem consciência de que os outros percebem seus sentimentos. A Vergonha é uma ameaça à identidade da pessoa, e ao seu relacionamento social, que pode tornar-se difícil ou impossível. Uma adolescente que tem o nariz ou a boca muito grandes, sente vergonha e vive isolada, sem aceitar convites para sair (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661). 
Uma moça que tem a boca grande, deixa de ir a festas, com vergonha.

Se a pessoa se isolar por causa da Vergonha pode sentir ansiedade, angústia, medo de ser abandonada e a necessidade de afeto, e sofrer muito. A literatura registra até casos de suicídio (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9444730).

O sentimento da vergonha depende de três fatores: o evento desencadeador, a vulnerabilidade da pessoa e o contexto social. Uma causa da vergonha é  o pensamento da pessoa sobre seu próprio sentimento, que pode aumentá-la cada vez mais.  A pessoa envergonhada se sente inferior, supervaloriza a opinião dos outros e passa a ser submissa (https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32437/1/TESE%20MIP%20-%20Ana%20Sofia%20Salgueiro.pdf).


Quando uma pessoa sente vergonha geralmente a evita, oculta  ou ignora, o que a envergonha, pois ela gera uma visibilidade aumentada para seus defeitos. A situação pode chegar a um ponto em que a pessoa esconde seu defeito e deixa de lado o pensamento racional. Um indivíduo envergonhado pode não de ter equilíbrio psicológico para agir de acordo com suas necessidades e da comunidade. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6002275/).

O que é a Culpa?


A Culpa é uma emoção negativa que a pessoa sente quando acredita ter feito algo errado ou tem a intenção de fazer algo errado. É ligada ao comportamento: quando você agride verbalmente uma pessoa amiga, depois sente Culpa e pensa que “eu não devia ter dito aquilo”. E procura reparar seu erro pedindo desculpas.
A Culpa é uma emoção moral porque envolve a noção do certo e do errado, e é importante na formação da consciência moral e no comportamento ético. Ela estreita os relacionamentos
Culpa é uma emoção que a pessoa sente quando acha que fez algo errado.

Diferença entre Culpa e Vergonha: a culpa é focada na ação  praticada pela pessoa, e a vergonha é voltada para a própria pessoa. Na culpa a pessoa avalia seu comportamento e não a si mesma. Se você anda na rua, se bate com outra pessoa e se sente culpada, pede desculpas pelo choque. Mas se uma pessoa tem um defeito físico sua vergonha é causada por este defeito, que ela tende a esconder.

A culpa é menos dolorosa do que a vergonha e não afeta a autoestima do indivíduo, como a vergonha faz. Na Culpa a pessoa sente uma certa tensão, remorso e arrependimento da transgressão praticada, pensa no erro cometido, tem o desejo de comportar-se de forma diferente e de reparar seu erro. São diferentes as decisões morais e os comportamentos na culpa e na vergonha: depois de fazer algo errado a pessoa propensa à vergonha tenta esconder ou negar, e na culpa a pessoa tende a compensar o erro pedindo desculpas.

Como a Vergonha e a Culpa ativam o

Cérebro? 


As pesquisas mostram que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes neurais e têm áreas de ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo temporal, córtex cingulado anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa ativa o giro fusiforme e o temporal médio.

Foram encontradas ativações específicas na Vergonha, no lobo frontal (giro frontal medial e inferior) e na Culpa, na amígdala e na ínsula. As ativações eram diferentes em homens e mulheres. Os pesquisadores concluíram que as áreas frontal, temporal e límbica desempenham papel importante na produção  dos sentimentos morais.

Vergonha e a Culpa compartilham redes neurais e
têm áreas individuais de ativação.


Que é o Constrangimento?


O Constrangimento ou Embaraço é uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações que contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outras pessoas e pertence à família da vergonha e da culpa. A pessoa constrangida se sente exposta, desajeitada e  arrependida do que fez, porque no centro do seu constrangimento estão avaliações negativas que ela faz de si mesma. A diferença é que o Constrangimento resulta de violações de regras sociais, enquanto a Vergonha resulta da violação de normas morais. http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html.
  
Você pode sentir Constrangimento quando, mesmo sem ter  intenção de violar os padrões sociais, você arrota ruidosamente em público; ou tropeça e cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou vê seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou emite gases acidentalmente, ou esquece os nomes das pessoas, e em situações semelhantes.

Tomar uma queda e cair no chão pode gerar constrangimento.

São sinais de constrangimento desviar o olhar para baixo, ter um sorriso forçado ou botar a mão no rosto (que pode ficar vermelho). O constrangimento é experimentado como uma ameaça à aceitação social da pessoa e pode gerar aumento da produção de adrenalina, dilatando os vasos da face, que fica vermelha.

No Constrangimento há um sorriso forçado e a mão no rosto,
que pode ficar avermelhado.
A ressonância magnética, utilizada para avaliar a base neural do constrangimento, constatou ativação do córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior superior esquerdo, córtex visual, córtex temporal direito anterior e o hipocampo, bilateralmente. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/15528097/).
                      ♦♦♦

Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e da revisão do texto.
                                                  
                                                        ♦♦♦


Compartilhe e divulgue este Post para termos pessoas com mais bem-estar, mais tranquilidade e um mundo melhor!
   
                                                                ♦♦♦

RESUMO

1. Uma Emoção é moral quando seus efeitos beneficiam diretamente à sociedade ou a uma pessoa, menos àquela que a sente ou ao juiz de uma questão. Ela surge quando alguém viola a moralidade, podendo também ser motivada pelo comportamento moral da pessoa que a sente, que tem benefícios indiretos dela. 

2. As emoções morais influenciam a tomada de decisão da pessoa e regulam os comportamentos sociais. Exigem que a pessoa emocionada compreenda o que os outros pensam a seu respeito. Uma moça com estrabismo (olho desviado para dentro ou para fora) tem vergonha disto e pensa que não pode ser aceita socialmente e por isto deixa de ir a festas.

3. Dentre os efeitos benéficos das emoções morais está a estimulação  da pessoa para se relacionar bem na comunidade, para não sofrer reações de seus membros. Um exemplo é o Perdão, que a pessoa pratica para livrar-se do ressentimento ou do desejo de vingar-se de alguém que lhe fez sofrer. O beneficiário direto do perdão é quem foi perdoado, mas quem perdoa tem benefícios indiretos, pois se livra do sofrimento que a raiva lhe trazia e bem-estar.

4, Outra emoção moral é a Compaixão cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa, do qual alguém se compadece e procura ajudar. Também é o caso da Gratidão: quem sente Gratidão dirige suas ações para a pessoa à qual é grata, retribuindo o bem que recebeu dela. Emoções Morais como compaixão, gratidão, culpa, admiração e outras, elevam o ser humano a um patamar mais alto e o liga aos outros seres humanos.

5. Para identificar as emoções morais utiliza-se dois elementos: o eliciador, que é o desencadeador a emoção, e a tendência à ação da pessoa emocionada. O Eliciador é o estímulo que provoca o aparecimento da emoção, como a injustiça social, o sofrimento de alguém, a ajuda que alguém recebeu, etc.  Não há critérios rígidos para classificar uma emoção como moral, porém quanto mais ela não envolver diretamente quem a sente, mais poderá ser considerada moral.

6.Tendências de ação pró-social - as emoções morais motivam quem a sente para algum tipo de ação, que pode não ser  executada e ficar com uma tendência, como querer se vingar de alguém ou querer ajudar o outro. Fica uma tendência de beneficiar outras pessoas ou a ordem social. As emoções que motivam a pessoa para ajudar os outros geralmente são morais, e não são morais as que levam ao desprezo, vergonha e vingança. Uma emoção que leva a pessoa a apoiar ou melhorar a cooperação social é uma emoção moral.

7.  São consideradas quatro famílias de emoções morais: a “dos condenados” (nojo, raiva e desprezo); e a “autoconsciente” (vergonha, constrangimento e culpa); a de "outros sofrimentos" (Compaixão) e a das “louvadoras" (gratidão e admiração).

8. A vergonha é uma emoção negativa que a pessoa dirige para si mesma, quando é julgada por outra por possuir um defeito ou ter parte de si inadequada ou imoral. Uma pessoa com o braço amputado pode sentir  vergonha por não ter o braço. O sentimento da vergonha é focado na pessoa. Quando uma pessoa desrespeita as regras sociais, os membros do grupo geralmente reagem com desprezo, raiva ou repulsa, e para não ser desprezada a pessoa respeita as normas, para continuar a ser aceita.

9.  A vergonha pode ser expressa de várias maneiras, desde o constrangimento, à humilhação, aos sentimentos de defeitos corporais ou de baixa autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de sua história de vida, das experiências familiares, da personalidade e das circunstâncias. Ela  pode fazer a pessoa se sentir inferior, e ser uma ameaça a seu relacionamento social, que pode ser dificultado ou impedido, como a moça que tem nariz grande e por isto vive isolada, sem aceitar convites para sair.

10. A vergonha pode isolar a pessoa e gerar o medo de ser abandonada e a necessidade de afeto. Quando uma pessoa sente vergonha e declara estar envergonhada, isto   pode aumentar a intensidade dela, e por isto a vergonha geralmente é evitada, ocultada  ou ignorada. Isto é maléfico para a pessoa.

11.  A Culpa é uma emoção que a pessoa sente quando acredita ter feito algo errado ou tem a intenção de fazer algo errado. Quando você agride verbalmente uma pessoa amiga, depois sente Culpa e pensa que “eu não devia ter dito aquilo”. E procura reparar seu erro pedindo desculpas. Ela importante estreita os relacionamentos.

12. Diferença entre Culpa e Vergonha: a culpa é focada na ação  praticada pela pessoa, enquanto a vergonha é focada na própria pessoa. Na culpa a pessoa avalia seu comportamento e não a si mesma. Se você anda na rua, se bate com outra pessoa e se sente culpada, pede desculpas pelo choque. Mas se uma pessoa tem um defeito físico, sua vergonha é por causa deste defeito. A culpa é menos dolorosa do que a vergonha, porque não afeta a autoestima, como a vergonha afeta. Depois de fazer algo errado a pessoa propensa à vergonha tenta esconder ou negar, e na culpa a pessoa tende a compensar o erro pedindo desculpas.

13. As pesquisas mostram que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes neurais, além de ter áreas de ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo temporal, córtex cingulado anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa ativa o giro fusiforme e o temporal médio. A vergonha ativa também o lobo frontal e a Culpa, a amígdala e a ínsula.

14, O Constrangimento é uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações que contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outros e a pessoa se sente desajeitada e  arrependida do que fez. A diferença para a Vergonha é que o Constrangimento resulta de desrespeito a regras sociais, enquanto a vergonha resulta de desrespeito a normas morais.

15. Você pode sentir Constrangimento quando arrota ruidosamente em público; ou tropeça e cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou vê seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou esquece os nomes das pessoas, etc. São sinais de constrangimento desviar o olhar para baixo, um sorriso forçado, botar a mão no rosto (que pode ficar vermelho). A ressonância magnética constatou no Constrangimento ativação do córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior, córtex visual, córtex temporal direito anterior e o hipocampo, bilateralmente.

Referências e Links 
4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661.
6. Post 46, Perdão, como cultivar.
7. Post 51, Que é Compaixão.
8. Post 43, Que é Gratidão?

Imagens: Pixabay,com