Esta página se destina a divulgar,
informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em
livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina
e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de
dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino
superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os
temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e não tem
finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.
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No Post 30 está a relação
dos posts publicados e suas datas.
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Leitura em 20 minutos
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Aproveite ao máximo as coisas boas que tiver na vida!
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Neste
post você verá o conceito das emoções morais, suas principais famílias, como identificá-las
e quais as principais: vergonha, culpa,
constrangimento, compaixão, gratidão, perdão, admiração, nojo, raiva e desprezo.
E o estudo da Vergonha, da Culpa e do Constrangimento.
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O que é uma Emoção Moral?
Começaremos
definindo uma ação moral: é aquela que ocorre quando uma pessoa age para fazer o bem do outro (Oxford Dictionary). Uma ação que não faz o bem ao outro não é moral.
Uma ação é moral quando faz o bem do outro. Ou então não é moral.
Para
estudar as questões morais há uma abordagem lógica, baseada no raciocínio moral,
e outra que considera os aspectos materiais da questão, as regras e julgamentos
morais.
Os efeitos da Emoção Moral beneficiam diretamente à sociedade ou a uma pessoa,
menos àquela que a sente ou ao juiz de uma questão.
Uma emoção moral surge se há violações morais
ou é motivada pelo comportamento moral, podendo beneficiar indiretamente a quem
a sente. Ela surge em resposta às violações morais. (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).
As
emoções morais surgem em resposta às violações morais.
De um modo geral a emoção é uma resposta da pessoa a um
estímulo que visa atender seus interesses. No caso do medo, a pessoa usa a
contração muscular existente para fugir, e no caso da raiva o efeito da emoção
é usado para agredir física ou verbalmente a quem lhe enraiveceu.
As emoções morais além de influenciar a tomada de decisão da pessoa, regulam os comportamentos sociais. Elas diferem das emoções básicas porque exigem que a pessoa compreenda
o que os outros pensam sobre ela. Por exemplo, uma moça com estrabismo (olho desviado
para dentro ou para fora) tem vergonha de não ser aceita socialmente e pode
deixar de ir a reuniões sociais e festas. Uma pessoa com o braço amputado pode ter vergonha disto e medo de ser ridicularizada pelos outros.
Uma moça com o olho desviado tem vergonha e pode deixar de ir a festas.
Um rapaz pode ter vergonha de ter um queixo grande.
As emoções
morais existem em
todas as culturas e estimulam a pessoa a se relacionarem bem, para não sofrer reações de seus membros. Elas são moldadas pelos valores culturais. Um exemplo
é o Perdão, que a pessoa pratica para
livrar-se do ressentimento ou do desejo de vingar-se de alguém que lhe fez
sofrer. O benefício direto do perdão vai
para quem foi perdoado, mas quem perdoa tem benefícios indiretos, pois se livra
do sofrimento que a raiva lhe trazia e passa a ter bem-estar. Reveja o Post 46 sobre Perdão.
A pessoa pratica
o Perdão para livrar-se do desejo de vingar-se de alguém.
Outra emoção
moral é a Compaixão
cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa, que faz a outra sentir a emoção e
procurar diminui-lo. Quem tem compaixão não age para atender a um interesse
direto seu, e sim para aliviar a dor o sofredor, embora seja beneficiado indiretamente pelo prazer de fazer o bem.
A Compaixão é uma emoção moral cujo
estímulo é o sofrimento de uma pessoa.
Também é o caso da Gratidão: quem sente
Gratidão dirige suas ações benevolentes para a pessoa à qual é grata, retribuindo
o bem que recebeu. Mas a pessoa portadora da gratidão sente prazer também.
As Emoções Morais compaixão,
gratidão, culpa admiração e outras, elevam o ser humano a um patamar mais alto
e o ligam como um cimento aos outros seres humanos.
Quais as características da Emoção Moral?
As emoções são analisadas através das expressões faciais e
corporais que promovem, devidas a mudanças fisiológicas que produzem e pela tendência para agir. Para identificar as emoções
morais utilizamos dois indicadores: o eliciador, que é o desencadeador
da emoção, e a tendência à ação da pessoa.
O Eliciador
é o estímulo que provoca o aparecimento da emoção. Como exemplos temos a
injustiça social, que causa a raiva moral; o sofrimento de alguém, que causa
a compaixão; a ajuda que alguém recebeu, que produz a gratidão. Os eliciadores podem ser acontecimentos bons ou ruins e podem se originar em você
mesmo (medo ou alegria) ou em outras pessoas (vitórias, tragédias e
transgressões delas).
Um furacão pode ser a causa de emoções morais nas pessoas.
A raiva
que você sente ao ver alguém bater em uma criança é uma emoção moral, mas a
raiva que você sente quando sofre uma agressão não é moral, porque ela é usada diretamente
para você se defender. A raiva pode ser sentida em situações em que não há
interesse de quem a sente e a pessoa tende a agir de forma pró-social, mas a raiva
violenta que é causada pela frustração
sexual é altamente imoral.
Não há critérios
rígidos para classificar uma emoção como moral, porém quanto mais seus efeitos não beneficiarem diretamente a
pessoa, ela terá mais probabilidade de ser moral.
A raiva que você sente ao ver uma criança agredida é uma emoção moral.
Tendências
de ação pró-social - a emoção moral gera uma
ação para responder ao estímulo provocador, mas esta ação pode não ser praticada
e a pessoa ficar só na tendência para agir. É o caso de alguém que quer se
vingar de outro e ainda não se vingou, ou de querer ajudar a um amigo e ainda não ajudou.
As Emoções Morais têm uma tendência para beneficiar outras pessoas ou a ordem
social e por isto as emoções que motivam a pessoa a ajudar outras são
consideradas morais, ao contrário daquelas que levam ao desprezo, vergonha e
vingança. Uma emoção que induz a pessoa a apoiar o desenvolvimento e a
cooperação social é moral.
A emoção que leva à cooperação social é
uma Emoção Moral.
Famílias de Emoções Morais
Há quatro famílias de emoções morais. As famílias grandes são a “dos condenados”, contendo nojo, raiva e desprezo, além de seus descendentes, como indignação e aversão; e a família “autoconsciente”, que é composta de vergonha, constrangimento e culpa. As famílias menores são a de "outros sofrimentos", com a Compaixão e a das “louvadoras", com a gratidão e admiração ou elevação (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).
Que é a Vergonha?
A vergonha é uma emoção negativa que a pessoa dirige
para si mesma, quando é julgada por outra por ter um defeito significante ou parte
de si inadequada ou imoral. A outra pessoa pode ser real ou imaginária. Exemplos: uma pessoa
que teve o braço amputado pode sentir vergonha por não ter o braço; uma pessoa que
passou anos na cadeia pode ter vergonha de ter ficado preso (diversos
presos se suicidam na cadeia). O sentimento da vergonha é voltado para a
própria pessoa.
Um
paralítico pode ter vergonha de não poder andar e sentir-se inferior.
A Vergonha é importante enquanto elemento capaz de promover a coesão social dos grupos. Quando uma
pessoa desrespeita as regras sociais, os membros do grupo a que ela pertence reagem com desprezo, raiva ou repulsa. E para não ser desprezada ela evita
desrespeitar as normas, para continuar a ser aceita.
A pessoa respeita as regras
sociais para ser aceita socialmente.
A vergonha é uma emoção que a
pessoa sente que envolve a forma com que as outras pessoas a vêm. Ela pode ser expressa pelo
constrangimento, pela humilhação, pelos sentimentos de defeitos corporais ou pelo
sentimento de baixa autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de
sua história de vida, das experiências familiares, da sua personalidade e das
circunstâncias.
Quais os efeitos da Vergonha?
A Vergonha é muito ligada ao íntimo da pessoa e por isto é muito poderosa, podendo fazê-la sentir-se fragilizada
e inferior. A pessoa tem consciência de que os outros percebem seus sentimentos.
A Vergonha é uma ameaça à identidade da pessoa, e ao seu relacionamento social,
que pode tornar-se difícil ou impossível. Uma adolescente que tem o nariz ou a
boca muito grandes, sente vergonha e vive isolada, sem aceitar convites para sair
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661).
Uma moça que tem a boca
grande, deixa de ir a festas, com vergonha.
Se a pessoa se isolar por
causa da Vergonha pode sentir ansiedade, angústia, medo de ser abandonada e a necessidade
de afeto, e sofrer muito. A literatura registra até casos de suicídio (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9444730).
O sentimento da vergonha
depende de três fatores: o evento desencadeador, a vulnerabilidade da pessoa e o
contexto social. Uma causa da vergonha é o pensamento da pessoa sobre seu próprio sentimento,
que pode aumentá-la cada vez mais. A pessoa envergonhada se sente inferior, supervaloriza
a opinião dos outros e passa a ser submissa (https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32437/1/TESE%20MIP%20-%20Ana%20Sofia%20Salgueiro.pdf).
Quando
uma pessoa sente vergonha geralmente a evita, oculta ou ignora, o que a envergonha, pois ela gera uma
visibilidade aumentada para seus defeitos. A situação pode chegar a um ponto em
que a pessoa esconde seu defeito e deixa de lado o pensamento racional. Um
indivíduo envergonhado pode não de ter equilíbrio psicológico para agir de
acordo com suas necessidades e da comunidade. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6002275/).
O que é a Culpa?
A Culpa é uma emoção negativa que a pessoa sente quando acredita
ter feito algo errado ou tem a intenção de fazer algo errado. É ligada ao comportamento: quando você agride verbalmente uma
pessoa amiga, depois sente Culpa e pensa que “eu não devia ter dito aquilo”. E
procura reparar seu erro pedindo desculpas.
A Culpa é uma emoção moral porque envolve a noção do certo e do
errado, e é importante na formação da consciência moral e no comportamento
ético. Ela estreita os relacionamentos
Culpa é uma emoção que a pessoa sente quando acha que fez algo
errado.
Diferença entre Culpa e Vergonha: a culpa é focada na
ação praticada pela pessoa, e a vergonha
é voltada para a própria pessoa. Na culpa a pessoa avalia seu comportamento e
não a si mesma. Se você
anda na rua, se bate com outra pessoa e se sente culpada, pede desculpas pelo choque.
Mas se uma pessoa tem um defeito físico sua vergonha é causada por este defeito,
que ela tende a esconder.
A culpa é menos dolorosa do que a vergonha e não afeta a autoestima
do indivíduo, como a vergonha faz. Na Culpa a pessoa sente uma certa tensão, remorso
e arrependimento da transgressão praticada, pensa no erro cometido, tem o
desejo de comportar-se de forma diferente e de reparar seu erro. São diferentes as decisões morais e os
comportamentos na culpa e na vergonha: depois de fazer algo errado a pessoa
propensa à vergonha tenta esconder ou negar, e na culpa a pessoa tende a
compensar o erro pedindo desculpas.
Como a Vergonha e a Culpa ativam o
Cérebro?
As pesquisas mostram que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes neurais e têm áreas de ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo temporal, córtex cingulado anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa ativa o giro fusiforme e o temporal médio.
Foram encontradas ativações específicas na Vergonha,
no lobo frontal (giro frontal medial e inferior) e na Culpa, na amígdala e na
ínsula. As ativações eram diferentes em homens e mulheres. Os pesquisadores concluíram
que as áreas frontal, temporal e límbica desempenham papel importante na produção
dos sentimentos morais.
Vergonha
e a Culpa compartilham redes neurais e
têm áreas individuais de ativação.
Que é o Constrangimento?
O Constrangimento ou
Embaraço é uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações
que contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outras pessoas e pertence à família da
vergonha e da culpa. A pessoa constrangida se sente exposta, desajeitada e arrependida do que fez, porque no centro do seu constrangimento
estão avaliações negativas que ela faz de si mesma. A diferença é que o Constrangimento
resulta de violações
de regras sociais, enquanto a Vergonha resulta da violação de normas morais. http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html.
Você pode sentir Constrangimento
quando, mesmo sem ter intenção de violar os padrões sociais, você
arrota ruidosamente em público; ou tropeça e
cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou vê
seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou emite gases acidentalmente,
ou esquece os nomes das pessoas, e em situações semelhantes.
Tomar
uma queda e cair no chão pode gerar constrangimento.
São sinais de constrangimento desviar o
olhar para baixo, ter um sorriso forçado ou botar a mão no rosto (que pode
ficar vermelho). O constrangimento é experimentado como uma ameaça à aceitação
social da pessoa e pode gerar aumento da produção de adrenalina, dilatando os
vasos da face, que fica vermelha.
No
Constrangimento há um sorriso forçado e a mão no rosto,
que
pode ficar avermelhado.
A ressonância magnética,
utilizada para avaliar a base neural do constrangimento, constatou ativação do
córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior superior esquerdo, córtex
visual, córtex temporal direito anterior e o hipocampo, bilateralmente. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/15528097/).
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Agradecemos
a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e da revisão
do texto.
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pessoas com mais bem-estar, mais tranquilidade e um mundo melhor!
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RESUMO
1. Uma Emoção é moral quando seus efeitos beneficiam diretamente à sociedade ou a uma pessoa, menos àquela que a sente ou ao juiz de uma questão. Ela surge quando alguém viola a moralidade, podendo também ser motivada pelo comportamento moral da pessoa que a sente, que tem benefícios indiretos dela.
2. As emoções morais influenciam
a tomada de decisão da pessoa e regulam os comportamentos sociais. Exigem que a
pessoa emocionada compreenda o que os outros pensam a seu
respeito. Uma
moça com estrabismo (olho desviado para dentro ou para fora) tem vergonha disto
e pensa que não pode ser aceita socialmente e por isto deixa de ir a festas.
3. Dentre os efeitos benéficos das emoções morais
está a estimulação da pessoa para se relacionar bem na comunidade, para não sofrer reações de seus membros. Um exemplo é o Perdão, que a pessoa pratica para livrar-se do ressentimento ou do desejo
de vingar-se de alguém que lhe fez sofrer. O
beneficiário direto do perdão é quem foi perdoado, mas quem perdoa tem
benefícios indiretos, pois se livra do sofrimento que a raiva lhe trazia e
bem-estar.
4, Outra emoção moral é a Compaixão cujo estímulo é o
sofrimento de uma pessoa, do qual alguém se compadece e procura ajudar. Também
é o caso da Gratidão: quem sente Gratidão dirige suas ações para a pessoa à
qual é grata, retribuindo o bem que recebeu dela. Emoções Morais como
compaixão, gratidão, culpa, admiração e outras, elevam o ser humano a um
patamar mais alto e o liga aos outros seres humanos.
5. Para identificar as emoções morais utiliza-se
dois elementos: o eliciador, que é o desencadeador a emoção, e a tendência à
ação da pessoa emocionada. O Eliciador é o estímulo que provoca
o aparecimento da emoção, como a injustiça social, o sofrimento de alguém, a
ajuda que alguém recebeu, etc. Não há
critérios rígidos para classificar uma emoção como moral, porém quanto mais ela
não envolver diretamente quem a sente, mais poderá ser considerada moral.
6.Tendências de ação pró-social - as emoções morais motivam
quem a sente para algum tipo de ação, que pode não ser executada e ficar com uma tendência, como querer
se vingar de alguém ou querer ajudar o outro. Fica uma tendência de beneficiar
outras pessoas ou a ordem social. As emoções que motivam a pessoa para ajudar
os outros geralmente são morais, e não são morais as que levam ao desprezo,
vergonha e vingança. Uma emoção que leva a pessoa a apoiar ou melhorar a
cooperação social é uma emoção moral.
7. São consideradas quatro famílias de
emoções morais: a “dos condenados” (nojo, raiva e desprezo); e a
“autoconsciente” (vergonha, constrangimento e culpa); a de "outros
sofrimentos" (Compaixão) e a das “louvadoras" (gratidão e admiração).
8. A vergonha é uma emoção negativa que a pessoa dirige para si mesma, quando é
julgada por outra por possuir um defeito ou ter parte de si inadequada ou
imoral. Uma pessoa com o braço amputado pode sentir vergonha por não ter o braço. O sentimento da
vergonha é focado na pessoa. Quando uma pessoa desrespeita
as regras sociais, os membros do grupo geralmente reagem com desprezo, raiva ou
repulsa, e para não ser desprezada a pessoa respeita as normas, para continuar
a ser aceita.
9. A vergonha pode ser expressa de várias maneiras, desde o
constrangimento, à humilhação, aos sentimentos de defeitos corporais ou de baixa
autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de sua história de
vida, das experiências familiares, da personalidade e das circunstâncias. Ela pode fazer a pessoa se sentir inferior, e ser uma
ameaça a seu relacionamento social, que pode ser dificultado ou impedido, como a
moça que tem nariz grande e por isto vive isolada, sem aceitar convites para
sair.
10. A vergonha pode isolar
a pessoa e gerar o medo de ser abandonada e a necessidade de afeto. Quando uma
pessoa sente vergonha e declara estar envergonhada, isto pode aumentar a intensidade dela, e por isto
a vergonha geralmente é evitada, ocultada
ou ignorada. Isto é maléfico para a pessoa.
11. A Culpa é uma emoção que a pessoa sente quando acredita ter feito algo
errado ou tem a intenção de fazer algo errado. Quando você agride verbalmente
uma pessoa amiga, depois sente Culpa e pensa que “eu não devia ter dito
aquilo”. E procura reparar seu erro pedindo desculpas. Ela importante estreita os
relacionamentos.
12. Diferença entre
Culpa e Vergonha: a culpa é focada na ação
praticada pela pessoa, enquanto a vergonha é focada na própria pessoa.
Na culpa a pessoa avalia seu comportamento e não a si mesma. Se você anda na rua, se bate com outra
pessoa e se sente culpada, pede desculpas pelo choque. Mas se uma pessoa tem um
defeito físico, sua vergonha é por causa deste defeito. A culpa é menos dolorosa do que a
vergonha, porque não afeta a autoestima, como a vergonha afeta. Depois de fazer algo errado a pessoa
propensa à vergonha tenta esconder ou negar, e na culpa a pessoa tende a
compensar o erro pedindo desculpas.
13.
As pesquisas mostram que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes
neurais, além de ter áreas de ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo
temporal, córtex cingulado anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa
ativa o giro fusiforme e o temporal médio. A vergonha ativa também o lobo
frontal e a Culpa, a amígdala e a ínsula.
14, O Constrangimento é
uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações que
contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outros e a pessoa se sente
desajeitada e arrependida do que fez. A
diferença para a Vergonha é que o Constrangimento resulta de desrespeito a regras sociais,
enquanto a vergonha resulta de desrespeito a normas morais.
15. Você pode sentir
Constrangimento quando
arrota ruidosamente em público; ou tropeça e
cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou
vê seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou esquece os nomes das
pessoas, etc. São sinais de constrangimento desviar o olhar para baixo, um
sorriso forçado, botar a mão no rosto (que pode ficar vermelho). A ressonância magnética constatou no Constrangimento ativação
do córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior, córtex visual, córtex
temporal direito anterior e o hipocampo, bilateralmente.
Referências e Links
4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661.
5. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32437/1/TESE%20MIP%20-%20Ana%20Sofia%20Salgueiro.pdf
6. Post 46, Perdão, como cultivar.
7. Post 51, Que é Compaixão.
8. Post 43, Que é Gratidão?
Imagens: Pixabay,com
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