terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

65- A Vaidade faz mal?



Esta página se destina a divulgar, informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.
                                        
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No Post 63 está a relação dos posts publicados e suas datas.
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Este Blog teve 12. 634 visitas, até 25-2- 2020, em 76 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
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                                        Leitura em 20 minutos

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Aproveite ao máximo as coisas boas que tiver na vida

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Neste post você verá o conceito e as características da Vaidade, suas  diferentes modalidades em relação à saúde da pessoa e os domínios em que ela se manifesta. Verá a diferença entre a Vaidade e a Autoestima, o significado do Amor Próprio, e se a Vaidade lhe faz bem ou mal. Para saber o nível de sua Vaidade, apresentamos um teste para você responder.
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O que é a Vaidade?


A Vaidade é uma emoção autoconsciente através da qual a pessoa avalia como é percebida pelos outros. A pessoa vaidosa precisa da aprovação dos outros e para ter uma boa avaliação aumenta suas qualidades positivas e diminui as negativas.

O sentimento que a caracteriza é querer ser superior e admirada em tudo: beleza, aparência, corpo,  inteligência, comportamentos, capacidades e habilidades. Para ser superior em tudo ela tende a se valorizar sempre. Parece ter seu self  “inflado” e aumenta suas qualidades positivas.


A pessoa vaidosa quer ser admirada em tudo, inclusive em sua  beleza.


Uma pequena dose de vaidade é benéfica para a pessoa, pois faz ela usar roupas adequadas, estar atenta a sua aparência e ter comportamentos sociais convenientes. Mas a vaidade excessiva faz a pessoa agir como se fosse melhor que os outros e querer minimizar seus defeitos e deficiências. 
 Para Batistelli, a Vaidade faz com que a pessoa tenha o desejo de aumentar sua importância  social e se apresenta de formas diferentes, nas pessoas normais e em doentes mentais. Por trás deste desejo ser perfeito está uma profunda necessidade de valorização, e junto a este sentimento de superioridade vem a intolerância às criticas que lhe são feitas e o autoritarismo como norma de comportamento.
                 A Vaidade faz com que a pessoa deseje aumentar sua importância  social.

 Todo mundo quer se olhar no espelho e gostar de sua imagem, é uma coisa normal. A Vaidade começa quando a pessoa começa a querer ser melhor que os outros, a se considerar mais importante do que é. A pessoa pode até ter motivos reais para se sentir superior, devido a seus traços de personalidade, inteligência, beleza, competências e outros, acima da média (http://neeviapdf.com Vanity Re-examined). 


 Todo mundo quer se olhar no espelho e gostar de sua imagem - é normal.
Beck (1985) definiu Ansiedade Social como o medo que a pessoa sente ao pensar que outra tem impressão negativa dela. Como a Vaidade é uma preocupação excessiva que a pessoa sente em relação à imagem que o outro faz dela, é possível que os dois conceitos se superponham. A Vaidade é definida também em relação ao consumidor: é uma preocupação excessiva com sua aparência física e com as conquistas pessoais.


A vaidade interfere nas compras que a pessoa faz.

A Vaidade pode ser adaptativa ou não adaptativa e participam de ambas  a autorreflexão e a autoavaliação. A vaidade adaptativa social é benéfica, desde que não ultrapasse certos níveis, pois traz bem-estar e conforto. Um exemplo é o de uma pessoa que demonstra sua inteligência e cultura conversando em um grupo, sem fazer referências elogiosas a si mesmo, e que ao terminar recebe elogios dos parceiros. Isto funciona como estimulo para seu comportamento.
A Vaidade excessiva, não adaptativa, é prejudicial e pode trazer como consequências a ansiedade social e dificuldades no relacionamento interpessoal. O comportamento vaidoso exagerado pode trazer ansiedade social e um exemplo de vaidade não adaptativa é o de uma pessoa que numa conversa com amigos se refere a realizações que fez, e se autoelogia, gerando desconforto e mal-estar. A Vaidade pode fazer mal à pessoa vaidosa e aos que a  cercam.

Exemplo de vaidade não adaptativa:numa conversa, uma pessoa se refere a                         realizações fora do comum e gera desconforto.


Quais os domínios da Vaidade?


Para LeBell (2014), a Vaidade pode se manifestar em qualquer comportamento humano, com cinco domínios principais:   cultivar  perspectivas corporais excessivas; superestimar a inteligência;  desculpar-se sempre para suas insuficiências e deficiências; superestimar sua  eficácia; superestimar suas habilidades.


Superestimar o domínio físico, a dimensão corporal, é o que ocorre mais na vida cotidiana. A inteligência é muito utilizada em vários comportamentos vaidosos. A pessoa vaidosa geralmente se desculpa por qualquer falha que cometa. A eficácia se refere a superestimar o efeito do seu comportamento sobre outras  pessoas, pois ela quer ter muito poder sobre eles.

 Suas habilidades incluem muitos comportamentos, como no atletismo, nos jogos, no convencimento de outros, etc. Os comportamentos atingidos pela Vaidade podem ocorrer em todas as facetas da vida cotidiana e constituem uma lista teoricamente infinita (file:///D:/Documentos/Vaidade,%20LeBel,%20Un.%20Waterloo,%202014,%2018-1-2020%20vanityResearchPaper%20(2).pdf).


 O que sente e como se comporta o Vaidoso?


De um modo geral a pessoa vaidosa sente ou se comporta da seguinte forma:

• Acha que ele é superior aos outros. Por isto sempre acha que tem razão em qualquer situação;

• Trata as pessoas com superioridade ou desprezo;

      • Acha que os outros o respeitam e consideram porque ele pertence a um nível superior. Daí sua arrogância e presunção, e a necessidade de desvalorizar e menosprezar os outros.

  •                         
A pessoa vaidosa se acha num nível superior e tem postura arrogante.


Dá grande importância a si mesmo e vive num mundo de fantasias, falsas realizações, poder e beleza superestimadas e se acham melhor do que os outros. Costuma se admirar muito, para esconder sua insegurança e autoconfiança pequenas. São geralmente dependentes do que os outros pensam e dizem a seu respeito.

 Dá grande importância a si mesmo e vive num mundo de fantasias,  falsas realizações, poder e beleza superestimadas e se acha melhor que os outros. Costuma se admirar muito, para esconder sua insegurança e autoconfiança pequenas. São geralmente dependentes do que os outros pensam o dizem a seu respeito.

• Busca constantemente sua gratificação, e possui crenças irracionais e superestimadas de terem muita importância social.

• Não pensa com modéstia e humildade e acredita ter a verdade, usando esta posição para impor suas crenças e pontos de vista aos outros.

• Dá grande importância às redes sociais, e as usam para se manter no centro das atenções.

• Trata os outros como objetos e os utilizam como meios para atingir seus fins, para ter mais poder e se sentirem superiores.

Qual a diferença entre Vaidade e Autoestima?


A autoestima é a avaliação positiva que a pessoa faz de si mesmo. É  diferente da vaidade, na qual é muito valorizada a avaliação dos outros sobre nós. Além disto, na autoestima o comportamento da pessoa é respeitoso para com outro, enquanto o vaidoso considera o outro inferior. Mas a Vaidade e a Autoestima têm um ponto comum: ambas resultam da avaliação da pessoa, realizada com a autoavaliação e com a avaliação externa.

A Autoestima expressa a relação da pessoa consigo mesma. É uma crença que resulta da avaliação que ela faz de suas capacidades de fazer escolhas certas na vida, que lhe permitiram sentir-se bem e sobreviver. Um elemento essencial da Autoestima é o Amor Próprio, que apresenta diversas facetas: pessoal, familiar, profissional, social, etc.
Somente a auto-observação não fornece informações suficientes para a pessoa fazer um bom julgamento de si mesmo e construir sua Autoestima, por isto ela usa também a avaliação externa e recorre a outras pessoas, procurando saber o que elas pensam, percebem e dizem a seu respeito.

Numa pessoa saudável, a  Autoestima alta se caracteriza por um amor a si mesmo, enquanto a Autoestima baixa é caracterizada por sentimentos não positivos ou indefinidos em relação a si mesmo. Nos casos de doença, pessoas de autoestima baixa podem até se odiarem.
 Nossa autoestima é importante nos relacionamentos porque a forma com que nos sentimos interfere na forma com que tratamos as pessoas. Para William James (1890) a autoestima é uma necessidade humana fundamental, tão essencial para a sobrevivência quanto a raiva e medo. 

A Autoestima gera comportamentos baseados em valores que  permitem manter relacionamentos com respeito aos outros. O Valor é um guia que orienta a vida da pessoa e o que ela faz com seu tempo e energia, para atender suas necessidades (Raths). O comportamento gerado pela Autoestima baseia-se em valores como a Compaixão, que visa ajudar às outras pessoas, a Gratidão, o Perdão e outros.


Características da Pessoa Vaidosa:


O comportamento é arrogante, agressivo e presunçoso.
A pessoa se considera superior e melhor que os outros.
A pessoa trata os outros como objetos para atingir seus fins.
Seu comportamento é baseado no desejo de satisfazer-se a si próprio.
  O vaidoso age baseado na necessidade de aparecer e de ser visto como o melhor.
O vaidoso é inseguro e tem necessidade de ser reconhecido pelos outros.

 Como avaliar a Vaidade?

É importante avaliar a Vaidade pois ela é associada a comportamentos negativos, que podem ter consequências físicas e mentais, como anorexia e ansiedade social, dentre outros comportamentos doentios.
Na elaboração deste teste foram considerados os seguintes domínios:    perspectivas físicas, superestimação da inteligência; desculpar-se para suas insuficiências; superestimar sua eficácia e habilidades. Ele lhe dará uma estimativa da sua Vaidade, mas se você quiser uma avaliação mais precisa procure um especialista.

Instruções:

Este questionário é destinado avaliar sua Vaidade e tem 25 questões, cada uma com 2 alternativas de respostas. Responda S se a afirmativa ocorrer “sempre ou quase sempre” ou N se ela ocorrer “nunca ou raramente”.  Nele não há respostas “certas” ou “erradas”  e o que importa é sua experiência pessoal. Leia as questões com atenção e responda sem pressa.

 Questões:

1. É raro eu ser a pessoa mais bonita do grupo que estou. ___
2. Eu sempre me dou bem nos estudos. ___
3.  Eu sempre sou bom conselheiro para os outros. ___  
4.  Quando faço algo errado, sempre a culpa é minha. ___  
5.  Sempre preciso que outros me ajudem a fazer as coisas. ___  
6. As pessoas invejam minhas habilidades. ___
7. Sempre alcanço os objetivos que estabeleço para mim. ___  
8. Minhas ações não causam impacto em muitas pessoas. ___
9. Raramente fico aborrecido quando os outros falam comigo. ___ 
 10. Estou sempre satisfeito ao me ver no espelho. ___ 
11. Acho difícil manipular as pessoas. ___
12. Os conselhos que dou pouco ajudam os outros. ___
13. As críticas dos outros não me incomodam. ___
14. Só sou bom em muito poucas coisas que faço. ___
15. Sou uma pessoa bem sucedido no que faço. ___
16. Eu erro muito nas coisas que faço. ___ 
17. Se o comandante fosse eu teria melhor resultado . __
18. Raramente me sinto desafiado numa conversa. ___
19. Não sou bom para ajudar a outras pessoas.  ___               20. Me sinto mal quando dizem que estou errado. ___
 21. Quando vou fazer coisas novas sei que o resultado será bom. ___
 22. As pessoas não precisam da minha ajuda. ___  
23. Sou mais inteligente que a maioria das pessoas. ___
24. De um modo geral sou mais capaz que os outros. __
25. Nos trabalhos de grupo, sempre proponho a melhor solução. ___ 

Resultado:

Para saber como está sua Vaidade, dê 1 ponto para cada resposta positiva( S ) nas questões número 2, 3, 6, 7, 10, 13, 15, 17, 18, 19, 21, 23, e 24; e 1 ponto para cada resposta negativa (N) nas questões número 1, 4, 5, 8, 9, 11, 12 ,14, 16, 20, 22, e 25.

Seu escore é a soma dos pontos das respostas positivas (S), com a soma dos pontos das negativas (N). Um exemplo: se a soma dos pontos positivos for 8 e a dos negativos for 7, seu escore será 15.

Uma pontuação entre 1 e 7 indica que sua Vaidade está baixa. Parabéns. A pontuação entre 8 e 16 indica que você tem uma Vaidade média e a pontuação entre 17 e 25 indica que sua Vaidade está alta e precisa sua atenção.

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Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e da revisão do texto.
                                                         
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Compartilhe e divulgue este Post para termos pessoas com mais bem-estar, mais tranquilidade e um mundo melhor!
   
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RESUMO 

1. A Vaidade é uma emoção através da qual a pessoa avalia como ela é percebida pelos outros. A pessoa vaidosa precisa da aprovação dos outros e para ter boa avaliação aumenta suas qualidades positivas e diminui a das negativas. Ela quer parecer superior e quer ser admirada na beleza, aparência, inteligência, comportamentos, capacidades e habilidades. A pessoa vaidosa quer sempre se valorizar.

2. Uma pequena dose de vaidade é benéfica para a pessoa, porque faz ela usar roupas adequadas, está atenta a sua aparência e tem comportamentos sociais convenientes. Mas a vaidade excessiva faz ela agir como se fosse melhor que os outros e querer minimizar seus defeitos e deficiências. Por trás deste desejo ser perfeito está uma profunda necessidade de valorização, e junto a este sentimento de superioridade vem a intolerância às criticas que lhe são feitas e o autoritarismo, como norma de comportamento.

3. Todo mundo quer se olhar no espelho e gostar do que vê, pois isto é uma coisa normal. A Vaidade começa quando a pessoa procura ser melhor que os outros, a se considerar mais importante do que é. A pessoa pode até ter motivos reais para se sentir melhor, devido a possuir traços de personalidade, inteligência, beleza, competências e outros acima da média.

4. A Vaidade pode ser adaptativa ou não adaptativa, participando de ambas  a autorreflexão e a autoavaliação. A vaidade adaptativa  é benéfica para a pessoa, desde que não ultrapasse certos níveis, pois traz bem-estar e conforto. Como uma pessoa que demonstra sua inteligência e cultura conversando em um grupo, sem fazer referências elogiosas a si mesmo, e que ao terminar recebe elogios dos parceiros. Isto funciona como estimulo para seu comportamento.


5. A Vaidade excessiva, não adaptativa, é prejudicial e pode trazer como consequências a ansiedade social e dificuldades no relacionamento interpessoal. Quando o comportamento vaidoso é exagerado pode trazer ansiedade social. Exemplo de vaidade não adaptativa: numa conversa com amigos uma pessoa se refere a situações em que realizou tarefas fora do comum e se faz grandes autoelogios, gera desconforto e mal-estar no grupo. A Vaidade pode fazer mal à pessoa vaidosa e aos que a cercam.

6. Para LeBell (2014), a Vaidade pode se manifestar em qualquer comportamento, e considera cinco domínios principais:   nas  perspectivas físicas excessivas; superestimar sua inteligência; dar desculpas para suas insuficiências e deficiências; superestimar sua  eficácia; superestimar suas habilidades. O domínio físico ocorre mais frequentemente no cotidiano. A inteligência éocorre em muitos comportamentos vaidosos.A pessoa vaidosa geralmente se desculpa pelas falhas que comete. A eficácia se refere à superestimação do efeito que o comportamento da pessoa tem sobre os outros. Suas habilidades incluem atividades no atletismo, jogos, convencimento de outros, etc.

7. De um modo geral o vaidoso acha que ele é superior aos outros e sempre acha que tem razão em qualquer situação; trata as pessoas com superioridade ou desprezo; acha que os outros o respeitam porque ele tem qualidades  superiores. Daí sua arrogância e presunção, e a necessidade de desvalorizar e menosprezar os outros; dá grande importância a si mesmo e vive num mundo de falsas realizações, poder e beleza superestimadas; se admira muito, para esconder sua insegurança e é geralmente dependente do que os outros pensam e dizem a seu respeito.

Busca constantemente sua gratificação, e possue crenças irracionais e superestimadas de ter muita importância social; não pensa com modéstia e humildade e acredita ter a verdade, usando esta posição para impor suas crenças e pontos de vista; dá grande importância às redes sociais, e as usam para se manter no centro das atenções; trata os outros como objetos e os utilizam como meios para atingir seus fins, ter mais poder e se sentirem superiores.

8. A autoestima é a avaliação positiva que a pessoa faz de si mesmo. É diferente da vaidade, que valoriza a avaliação dos outros sobre nós.  Na autoestima o comportamento da pessoa respeita o outro, enquanto o vaidoso considera o outro inferior. A Autoestima é a expressão da relação da pessoa consigo mesma e uma crença que resulta da avaliação que a pessoa faz de suas capacidades de fazer escolhas certas em sua vida, que lhe permitiram sentir-se bem e sobreviver. 

Um elemento essencial da Autoestima é o Amor Próprio. Numa pessoa saudável, Autoestima alta se caracteriza por um amor a si mesmo, enquanto a Autoestima baixa é caracterizada por sentimentos não positivos ou indefinidos em relação a si mesmo. O comportamento gerado pela Autoestima é baseado em valores como a Compaixão, que visa ajudar às outras pessoas, a Gratidão, perdão e outros semelhantes.

9. Uma pessoa vaidosa  tem as seguintes características: o comportamento é arrogante, agressivo e presunçoso; ela se considera superior e melhor que os outros; trata os outros como objetos para atingir seus fins; seu comportamento é baseado no desejo de satisfazer-se a si próprio e na necessidade de aparecer e ser visto como o melhor; é insegura e tem necessidade de ser valorizado pelos outros.

10. É importante avaliar sua Vaidade porque ela é associada a comportamentos negativos, que podem ter consequências físicas e mentais, como anorexia e ansiedade social, dentre outros comportamentos doentios. Por isto faça sua avaliação no teste apresentado.


REFERÊNCIAS

1.  RATHS,L.E. et al., Values and Teaching,                                  Columbus,Ohio,Merril,1966.

2. http://neeviapdf.com Vanity Re-examined.





sábado, 15 de fevereiro de 2020

64 - Regulação das Emoções : atualização.

Esta página se destina a divulgar, informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.
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No Post 63 está a relação dos publicados e suas datas.
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Este Blog teve 12. 531 visitas, até 15- 2-2020, em 76 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
                                                         
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                                        Leitura em 22 minutos

                                                 
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Aproveite ao máximo as coisas boas que tiver na vida!
                                                            
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Neste post você verá o conceito de Regulação das Emoções, seus elementos e sua importância para adaptar-se às situações que vive. Verá como ela funciona no cotidiano e como pode regular suas emoções utilizando a Atenção, a Reavaliação a Supressão da Expressão das emoções, além de como substituir sua tristeza pela alegria. Responderá também um teste para saber como está a sua Regulação das Emoções.
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O que é a Regulação das Emoções?


     A Regulação das Emoções é a capacidade da pessoa de identificar, compreender e modificar a duração e a intensidade de suas emoções. É essencial para ela dar respostas adequadas às situações vividas, principalmente se as emoções são negativas (https//www.ncbi.nim.nih.gov/pmc/articles/PMC367256/).     
     A Regulação das Emoções estabelece regras para a pessoa dar respostas adaptativos aos estímulos emocionais, e gerenciar suas emoções e seu estresse. Ela pode aumentar as emoções positivas e diminuir as negativas. Quando uma pessoa está triste, como no processo de luto pela morte de uma pessoa querida, pode substituir a tristeza pela alegria, se utilizar técnicas adequadas.


 Com a Regulação das Emoções a pessoa pode substituir a tristeza pela alegria.

A regulação das emoções permite à pessoa:



•  facilitar o aparecimento de uma emoção;
• decidir se uma emoção permanece ou não em sua mente;
• suprimir a expressão de uma emoção ou substituí-la por outra, como substituir a tristeza pela alegria;
• atuar sobre as emoções positivas ou negativas e modificar a duração e a intensidade delas, ou influenciar na forma de expressá-las.
• alterar o efeito de uma emoção em seu comportamento e em sua experiência.

Saber regular as emoções é útil para quem passa por situações de infortúnios e adversidades, como perder um ente querido, pois ajuda a amortecer a dor sofrida. As emoções não precisam ser reguladas durante todo o tempo e só deve ser feita a regulação quando for necessário diminuir o sofrimento. Só quando elas interferem negativamente nos comportamentos ou objetivos da pessoa.


                  A Regulação das Emoções pode diminuir o sofrimento da pessoa.

        
Como funciona a Regulação das Emoções?


Uma pessoa pode regular suas emoções de duas formas:
1- Evitar ou buscar situações que provoquem uma emoção. Uma pessoa em processo de luto pode ter uma crise de tristeza e choro ao  ver  um objeto que pertencia ao falecido ou ao pensar nele e deve evitar estas situações.
2- Não permitir que uma emoção seja experimentada, como no caso de uma pessoa que está com medo de algo. Ele deve evitar ficar diante da ameaça temida. Por exemplo, se está de luto pela morte de alguém não  pensar, nem lembrar do falecido.


      


A pessoa de luto que se lembra do falecido pode ter crises de tristeza e choro.

Estas crises podem ser evitadas praticando a Plena Atenção, pois quando a lembrança ou pensamento surge na mente,  deve ser  afastada imediatamente. Pode ser usada uma técnica que substitui a tristeza pela alegria, chamada Prática do Riso Forçado. Damásio constatou, usando a ressonância magnética, que quando você está alegre, sorri. E que se você sorri forçadamente e lembra algo que lhe deu alegria, fica alegre.
Pratique assim: sorria de modo forçado e pense em algo que lhe deu alegria, pois assim ficará alegre de novo. Quando você sorri, a energia da alegria se espalha pelo  corpo, trazendo satisfação e bem-estar.
        

















  A técnica do sorriso forçado substitui a tristeza pela alegria.

Como fazer a Regulação das Emoções?

      Gross (2014) propõe fazer a Regulação das Emoções das seguintes formas:

1- modificar a situação;
2- utilizar a atenção;
3- fazer uma mudança cognitiva;
4- modificar a resposta dada ao estímulo emocional.


A última forma é focada na resposta ao estímulo e é usada depois que a pessoa dá a resposta. As outras são direcionadas para o que ocorre antes da resposta emocional, para os antecedente a ela. São mais eficazes, pois  agem sobre a emoção.


Como usar a Atenção para regular as emoções?



As técnicas baseadas no uso da Atenção são muito utilizadas, porque a Atenção funciona como uma lente de aumento e reforçam as emoções. Se você concentra a atenção numa emoção, transfere energia para ela, que fica mais intensa: por exemplo, se estiver com raiva de alguém e ficar pensando nele, a raiva aumenta.



A atenção funciona como uma lente que reforça qualquer emoção.




     Para regular uma emoção usando a atenção, tire a atenção dela e pense em coisas agradáveis. Por exemplo, se você lembra de uma pessoa da qual gostou muito e fica triste, conduza sua atenção para coisas agradáveis: lembre de prazeres recentes, como de um por de sol lindo que viu.  Assim substituirá emoções negativas por positivas.


Como usar a Supressão para regular as emoções?



Na Supressão da Emoção, você suprime a resposta dada a um estímulo emocional. Por exemplo, um soldado que voltou da guerra pode
responder com o medo ao barulho de bombas e foguetes de São João, e entrar em pânico ao ouvi-los. Eles lhe lembram  os canhões da guerra. Quando ele ouve uma bomba, sua amigdala é ativada e gera o medo. A prática da Plena Atenção suprime o medo pois ativa o córtex pré-frontal medial ventral, que por sua vez inibe a atividade da amígdala, produtora do medo.


A Plena Atenção ativa o córtex préfrontal medial ventral (verde)
 que inibe a atividade da amígdala(vermelho). (Google free)


Como fazer Regulação das Emoções usando




a Reavaliação ?

Na Reavaliação você faz nova interpretação do significado da emoção e dá uma nova resposta a ela. Por exemplo, se estiver com medo de algo, reavalie a situação com base em evidências concretas, e pergunte a si mesmo: “Quais as evidências que tenho de que este medo é real? ”.  Assim poderá mudar de ideia. (http://www.sagepublications.com).

 Outra forma de reavaliar uma situação é ver seu lado bom. As coisas são como moedas e têm dois lados, um bom e outro ruim, e devemos sempre identificar o lado bom de uma situação que parece ruim. A reavaliação emocional bem-sucedida permite reconstruir eventos estressantes de modo mais realista. Os praticantes da Plena Atenção fazem mais reavaliações positivas e melhoram suas tensões emocionais.


As coisas são como as moedas e têm um lado bom e outro ruim. (Google free).






Como substituir a Tristeza pela Alegria?

Há diversas formas para substituir a tristeza pela alegria, além do Riso Forçado, como por exemplo Praticar o Sorriso Interior (Mantak Chia),  Praticar a Ioga do Riso,  Praticar a Plena Atenção.
1- Praticar o Sorriso Interior. Esta técnica foi proposta por Mantak Chia: feche os olhos e relaxe o corpo. Respire normalmente e sorria, concentrando o sorriso entre as sobrancelhas, e depois leve para os olhos, nariz e lábios. Levante um pouco os cantos dos lábios e bote a língua no céu da boca, e desça a energia para a garganta pela língua. Veja o restante no texto do post, no blog.

2. Praticar a Ioga do Riso: você dá gargalhadas forçadas, sem estar vivendo uma situação engraçada. No início sentirá dificuldade, mas com o tempo se acostumará e depois de adquirir o hábito poderá rir a qualquer hora, em qualquer lugar. Seus pulmões se enchem mais de ar e recebem mais oxigênio, que mandam para o corpo. Veja o restante no post.

3. Praticar a Plena Atenção: Thich Nhat Hahn, 
recomenda sorrir ao praticar a Plena Atenção. Para começar inspire e dirija a respiração para o coração, pulmão ou outro órgão e expire sorrindo, mandando o sorriso para o órgão escolhido, agradecendo-lhe o bem que lhe faz. Pratique sentado, recostado, andando, ou durante suas atividades normais.  Você pode rever no post  10, "Alegria e Bom-humor, como cultivar?".

 Como avaliar a Regulação das Emoções?
Este teste vai lhe dar uma estimativa da sua capacidade de Regulação Emocional. Se você deseja uma avaliação mais precisa procure um especialista no assunto para responder a instrumentos mais precisos.
Instruções:
Este questionário é destinado avaliar sua Regulação Emocional e tem 20 questões e cada um delas tem 2 alternativas de respostas. Responda S se a afirmativa ocorrer “sempre ou quase sempre” ou N se ela ocorrer “nunca ou raramente”.  Responda considerando que não há respostas “certas” ou “erradas” pois o que importa é sua experiência pessoal. 

As questões se referem à tendência do entrevistado em regular suas emoções pela reavaliação cognitiva ou pela supressão expressiva, sendo que os itens 1, 3, 7,8,9,11,12,14,16,19 e 20, fazem parte da faceta de reavaliação cognitiva, e os itens 2, 4, 5, 6, 10, 13, 15, 17 e 18 da faceta de supressão expressiva.

Questões :

      1.
 Quando quero sentir mais emoções positivas, mudo meu pensamento para coisas alegres e divertidas. ___      
2.   Eu mantenho normalmente minhas emoções para mim mesmo e não as expresso. ____
3. Quando quero sentir menos emoções negativas, como tristeza ou raiva, penso em coisas agradáveis. ____ 
4. Quando sinto emoções negativas não costumo expressá-las. ____
   

5.  Eu procuro me convencer a aceitar qualquer situação que não posso mudar, sem me revoltar. ___ 
6.   Eu não regulo minhas emoções negativas para afastá-las de minha mente praticando a Plena Atenção. ___
7. Eu controlo minhas emoções mudando a maneira como penso sobre a situação em que elas ocorrem. ___
8.  Eu não faço um plano para enfrentar uma situação adversa que esteja vivendo. ___
9. Quando quero sentir menos emoções negativas, faço a reavaliação da situação. ___  
10. Quando eu estou triste, para diminuir minha tristeza pratico as técnicas do Sorriso Forçado. ___ 
11. Eu não penso que posso aprender coisas úteis numa situação adversa. ___
12. Eu pratico sempre a Plena Atenção para impedir que pensamentos tristes entrem ou permaneçam em minha mente. ___
13. Eu sabia que o ocorrido me abalaria muito, mas me sinto prisioneiro de meus sentimentos. ___
14. Quando quero sentir mais emoções positivas, eu reavalio a situação.___
15. Imagens do ocorrido invadem minha mente, mas  consigo afastá-las praticando a Plena Atenção. ___
16.  Eu penso que vivi o pior que pode acontecer a uma pessoa. ___
17. Tentei deixar de pensar com tristeza no que ocorreu mas não consegui, pois qualquer lembrança me traz de volta sentimentos tristes. ___  
18. Eu controlo minhas emoções sem expressá-las.  ___
19. Penso que outros já passaram por experiências muito piores e continuaram a viver suas vidas. ___
20.   Eu penso que depois de ter vivido uma situação adversa como esta posso ser uma pessoa mais forte. ___

Resultado: 
Para saber como está sua Regulação das Emoções, dê 1 ponto para cada resposta positiva nas questões de número 1,3, 5, 7, 9, 10, 12,14, 15, 19 e 20; e 1 ponto para cada resposta negativa nas questões 2,4, 6, 8,11, 13,16, 17 e 18.  Seu escore é a soma dos pontos das respostas positivas, com a soma dos pontos das negativas. Por exemplo, se a soma dos pontos positivos for 6 e a dos negativos for 5, seu escore será 11.

Uma pontuação entre 1 e 7 indica que você está na zona inferior da Regulação Emocional; entre 8 e 15 indica que você está na zona média e entre 16 e 20 indica que você está na zona superior da Regulação Emocional. Parabéns.

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 Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, 

através de sugestões e da revisão do texto.
                                                         
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RESUMO

  1.  A Regulação das Emoções estabelece regras para a pessoa agir promovendo respostas adequadas, adaptativas aos estímulos emocionais,  e faça o gerenciamento das suas emoções. Ela pode aumentar as emoções positivas e diminuir as negativas. Por exemplo, se uma pessoa está triste, de luto pela morte de um ente querido, pode substituir a tristeza pela alegria, utilizando técnicas adequadas.

2. Usando a Regulação das Emoções a pessoa pode gerenciar suas emoções, identificar, compreender e modificar a duração e a intensidade delas. Isto é essencial para dar respostas adequadas às situações, principalmente quando envolvem emoções negativas.

3. A regulação das emoções permite à pessoa: facilitar o aparecimento de uma emoção e decidir se ela permanece ou não em sua mente; suprimir a expressão de uma emoção ou substituí-la por outra, como substituir a tristeza pela alegria; alterar o efeito da emoção em seu  comportamento e em sua experiência. A Regulação das Emoções é útil para a pessoa que atravessa situações de infortúnios, com grandes adversidades, como ao perder um ente querido, pois ajuda a amortecer a dor sofrida.
4.  Uma pessoa pode regular suas emoções evitando ou buscando situações que provoquem certa emoção; impedindo que ela seja  experimentada. Por exemplo, se você está com medo de alguma coisa, evite situações em que se verá diante da ameaça temida. Uma pessoa em processo de luto devido à perda de um ente querido, pode ter crises de tristeza e de choro, ao se deparar com um objeto que lhe pertencia ou de ter um pensamento automático sobre ele, por isto deve evitá-los.
Ela pode evitar estas crises praticando a Plena Atenção pois identificará o momento em que a emoção aflora em sua mente ou utilizar uma técnica que substitui a tristeza pela alegria, a Prática do Riso Forçado.
        
 REFERÊNCIAS E LINKS
2. DamásIo, A., Em busca de Spinoza, Prazer e Dor na Ciência dos Sentimentos, Companhia das Letras, 2000.
7. Mantak Chia, O Tao da Sabedoria Emocional, Cultrix,São Paulo,2011.
10. Post 10 – Alegria e bom humor- como cultivar?

11. Post 16 – Que é Atenção?

12. Post 17 - Qual o Poder da Atenção?
13 . Post 40 - Tristeza: como lidar?

IMAGENS: Pixabay.com e Google free.




























































































































































































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