sexta-feira, 27 de agosto de 2021

84- QUAL A IMPORTÂNCIA DO NOJO?

 

Esta página se destina a divulgar informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia.

Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e sem finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.

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No Post 63 está a relação dos posts publicados e suas datas.

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Este Blog teve 18.540 visitas, até 25-8-2021, em 87 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África. Há mais países, pois nas estatísticas não foram considerados muitos que foram referidos como de "Região Desconhecida".      

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                       Leitura em     20 minutos

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Aproveite ao máximo as coisas boas que tiver na vida!

  

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Neste post você verá o que é o Nojo, seus elementos, e como avaliá-lo. Verá que o conceito evoluiu ao longo do tempo, passando do terreno biológico para o social, para punir os transgressores. E saberá como surgiu o conceito de Repulsa, para impedir e repelir os transgressores sociais.

O que é o Nojo ou Repulsa?

O Nojo ou Asco é uma emoção que produz uma sensação repulsiva, geralmente relacionada com a gustação, mas desencadeada também pelo olfato (um cheiro ruim), pelo tato (algo nojento que você pegue), ou por uma visão asquerosa. O pioneiro nos estudos do nojo foi Charles Darwin no livro “A expressão das emoções no homem e nos animais”, de 1872.

 


Na face do Nojo ou Aversão, a testa é franzida,

as narinas repuxadas  e os lábios puxados para cima.

 

O Nojo é composto de três elementos: o cognitivo, que permite saber da existência da sua causa (rato, barata, fezes, vômito, secreções, mosca, etc.); outro é o afetivo, que permite saber do componente emocional e promove a rejeição do objeto asqueroso e o terceiro é o psicomotor, comportamental, que permite afastar o objeto nojento.

 Inicialmente o Nojo visava que a pessoa evitasse as doenças pelo contato com agentes transmissores de doenças. Com o passar do tempo e a adaptação do homem a novas situações, seu conceito evoluiu para as relações sociais, para a dimensão ética, e é atualmente aplicado aos que desobedecem as normas sociais ou cometem atos antissociais. A sociedade têm repulsa a indivíduos que cometem transgressão social grave, como o incesto ou o estupro.

 São considerados dois tipos básicos de nojo, o Nojo Físico, relacionado a objetos materiais e o Nojo Moral relacionado a tomadas de decisões. Na Escala de Três domínios, são considerados  três tipos- o Nojo a Patógenos, que foi o primeiro tipo, relacionado  a elementos capazes de promover doenças infectocontagiosas; o Nojo Moral, relacionado a decisões e o Nojo Sexual, relacionado ao sexo.

 Habitualmente os homens e mulheres das cavernas eram atraídos por objetos que lhe traziam bem-estar, como uma fêmea ou um macho atraente. Ou repelia o que podia lhe trazer doenças, como um animal ou comida com mau cheiro.

 

O Homem da caverna repelia o que podia trazer doença, como um animal morto


Ou repelia, quando via fezes..


Nossos ancestrais repeliam fezes de animais que traziam doenças.

  O Nojo surgiu para facilitar o reconhecimento de objetos e situações associadas à infecção e impulsionou o comportamento higiênico ao diminuir o contato com micro e macroparasitas. Mas em algum momento da evolução, com a maior socialização humana, a Repulsa ou Nojo passou a ter um caráter ético e o papel de punir o comportamento antissocial, evitando violação das regras sociais.

 

O Nojo no cérebro


Pesquisas realizadas com Ressonância Magnética mostraram a ativação da Ínsula quando sentimos nojo ou vemos as expressões faciais geradas por ele, que são universais. São sintomas de uma pessoa com  Nojo: arrepios da pele e calafrios, suores frios no corpo e tremores.


                                 Quando se sente Nojo, a Ínsula é ativada.

 

Repulsa social


 As respostas adaptativas dadas pelos indivíduos variam com a personalidade de cada um, com suas aprendizagens e com as normas e regras da cultura. A repulsa afeta muitos aspectos de nossa vida, desde os hábitos de higiene individuais, até as escolhas das políticas públicas de saúde, justiça, exclusão social e segurança. 

Mas ela recebe pouca atenção científica, mesmo sendo terreno fértil para a psicologia, zoologia e biologia evolucionista e para as ciências sociais, história, política, jurisprudência, marketing e artes.

Quanto melhor entendermos a evolução do nojo e sua função em nossa natureza e em nossa sociedade, melhor  entenderemos muitos campos de atividade intelectual e seus avanços, na dimensão teórica e na prática.

      Ainda hoje nos deparamos, no dia a dia, com situações em que somos assaltados pelo nojo: na mesa da refeição, com as moscas que aparecem, no quarto ao sermos picados por mosquitos e muriçocas, capazes de transmitir dengue e outras doenças; ao ver uma barata correr no canto da sala; ao ver um rato correr; ao ver o caminhão do lixo passar com cheiro desagradável, etc.  
 Para que compreender a Biologia do Nojo?

Há três razões práticas para compreender a biologia do nojo: primeiro, ele é útil para melhorar a saúde, na defesa contra infecções e em programas de prevenção de diarreia, pandemias de gripe, de combate a doenças contagiosas e  para abandonar o tabagismo. 

Em segundo, a repulsa é importante para o bem-estar psicológico. Ela é importante no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), no Estresse Pós-Traumático (PTSD) e no cuidado de idosos, principalmente se doentes. A repulsa que estes doentes dirigem a si mesmo, lhes causa sofrimento, principalmente se ele é obeso ou tem uma fístula.

 Em terceiro, a Repulsa, influencia os comportamentos sociais e seu papel na religião, justiça, constituição de castas sociais e políticas de exclusão precisa ser melhor compreendido para termos sociedades mais saudáveis ( Philos Trans R Soc Lond B Biol Sei. 12 de dezembro de 2011; 366 (1583): 3478–3490. doi:  10.1098 / rstb.2011.0165).

Criminosos presos tratam com violência os estupradores.


A repulsa pode despertar respostas afetivas e comportamentais fortes e interferir na vida da pessoa, causando problemas com doenças do sistema de repulsa, ou outras, devido à ação do nojo.  Algumas profissões exigem a supressão da repulsa, como os atendentes públicos, o que pode ser um custo psicológico para esses profissionais .


Sensibilidade ao Nojo


A sensibilidade ao nojo varia de indivíduo para indivíduo, num continuum: uns têm pequena e outros  grande sensibilidade. Os situados nas extremidades, com sensibilidades muito altas ou muito baixas, se enojam facilmente ou com dificuldade.  

Os que se enojam facilmente podem ter fobias ligadas a fontes potenciais de doenças, e se arrepiam facilmente por causa do nojo, que pode ser causado por outras pessoas ou por produtos dos seus corpos, como vômitos, fezes, catarros purulentos, etc. Ou por subprodutos sexuais, como esperma ou secreções vaginais ou ser devido a alimentos e animais.

 Ao contrário, quem tem pouco nojo, é “porco”, e tem dificuldade para  se manter limpo e asseado, com boa higiene corporal e doméstica, o que traz repercussões para sua limpeza e saúde, e para as dos dependentes

 
O Nojo é bom ou ruim?


A princípio o Nojo é uma emoção útil, boa, pois surgiu para facilitar a adaptação humana ao ambiente. Porém passou por modificações e pode ser  bom ou mau, a depender das circunstâncias.

Ele é bom na prevenção das doenças e controle das infecções, porque contribui para que os agentes infecciosos não tenham livre acesso ao organismo e lhe façam mal como diarreias, etc. Porém o excesso de nojo pode causar doenças psicológicas, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo, Estresse Pós Traumático, Esquizofrenia e outras.

A Repulsa pode despertar fortes respostas, afetivas e comportamentais, em quem é repelidoPode interferir nos relacionamentos com a pessoa que a pratica, que precisa de cuidado ao praticá-la, pois alguns problemas estão associados a doenças do Sistema de Repulsa.

 Quem sente pouco nojo (como um idoso com demência que deixa de fazer o asseio diariamente), e é “porco”, pode ter dificuldade para manter a higiene corporal e doméstica, o que se repercute em sua saúde. Ele pode mesmo chegar a ter dificuldades para ser aceito na sociedade, por causa de sua sujeira. E experiências infelizes de nojo podem deixar sequelas desagradáveis, inclusive surgindo o transtorno de Estresse pós-traumático (PTSD).


O Nojo surge nas seguintes situações:


● Transtorno de estresse pós-traumático (PTSD)- já citado.

 ● Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): até a metade dos portadores de TOC têm medo de contaminação.  Parece que o nojo faz parte desta doença, pois seus portadores descrevem um mundo cheio de contágio, que eles não conseguem controlar. 

Ansiedade de Contaminação- é provável que para cada portador de TOC , haja um portador de Ansiedade de Contaminação.

● Fobia Social, Fobia de Sangue e Fobias de pequenos animais e insetos. Os sofredores da fobia de sangue têm maior sensibilidade ao nojo,  classificam as imagens nojentas como mais nojentas do que os controles da pesquisas e exibem expressões faciais mais fortes do que as dos controles.

Num acidente de carro uma pessoa com hemorragia

 pode causar nojo em quem a vê.





O Nojo aos órgãos sexuais pode promover impotência sexual.

 

Repulsa em transtornos alimentares, na anorexia e bulimia - a carne é uma das maiores fontes de repulsa nas culturas que têm tabus sobre quais podem ser comidas. Muitas culturas, como a hindu, e as de vegetarianos e veganos, não comem carne. Os Veganos têm repulsa a matar animais e a usá-los para comer, vestir, etc.

O Nojo pode fazer a pessoa ter anorexia.

 

● Há repulsa também à atividade sexual- há autores que acham ter por finalidade minar o desejo sexual. Pesquisas em mulheres com nojo de si mesmas, associaram sujeira, doença, fístulas e problemas de defecação, com a vagina, que as levaram a não se relacionar sexualmente.

 Monteiro et al. descobriram que 24 % dos pacientes com TOC não tratado eram virgens e 9% cento eram sexualmente inativos. De seus 25 pacientes, sete que relataram problemas sexuais também sofriam de timidez extrema, sugerindo  comorbidade de fobia social com TOC.(Philos Trans R Soc Lond B Biol Sei. 12 de dezembro de 2011; 366 (1583): 3478–3490. doi:  10.1098 / rstb.2011.0165).

 

● Fobias de pequenos animais (baratas e ratos) e insetos estão relacionadas ao nojo. Animais que têm conexões com doenças, como aranhas, ratos, vermes,  baratas, escorpiões e insetos são os candidatos mais prováveis ​​para fobias de infância do que os que não têm conexão. Pesquisas recentes sugerem que o nojo e a ansiedade numa pessoa são bons indicadores que ela evite aranhas nojentas.

(12 de dezembro de 2011; 366 (1583): 3478–3490. doi:  10.1098 / rstb.2011.0165

 Como avaliar seu Nojo?

Instruções:

Este questionário utiliza 15 questões para avaliar seu Nojo. Se a afirmativa que escolher ocorrer “sempre ou quase sempre”, responda “S” e se ela ocorrer “nunca ou raramente”, responda   “N”, adiante da linha colocada no fim da questão.  Não há resposta “certa” ou “errada”. O que importa é sua experiência. Leia as questões com atenção e responda com calma.

 

Questões :

 

1. Tenho nojo de ouvir alguém tossir com os pulmões cheios de catarro. ___

 

2. Eu evito contato com algo que acho nojento. ___  

 

3. Eu acho que se eu ficar enojado (a) com algo suspeito e contactar com ele  posso vir a ter uma doença. __

 

4. Fico preocupado (a) quando tenho náuseas ao  sentir Nojo.___

 

5.  Eu provavelmente não iria no meu restaurante favorito se descobrisse que o cozinheiro está trabalhando gripado.___

 

6. Ao expressar minha Repulsa a uma pessoa, não tenho cuidado porque ela pode ficar muito traumatizada. ___

 

7. Quando tenho Nojo faço a cara característica dele .___

 

8. Quando tenho náusea porque estou enojado(a) fico preocupado(a) se vou  vomitar.___

9. Quando fico enojado(a) o meu nojo é muito forte.___

 

10. Sinto nojo mais frequentemente que outras pessoas.___

 

11. Fico assustado(a), quando sinto nojo, se tenho de comer algo. ___

 

12. Fico preocupado(a) em engolir alguma coisa da qual tenho Nojo.___

 

13. Fico envergonhado quando sinto nojo.___

 

14.  Ver uma barata na casa de outra pessoa isto não me incomoda.___

 

15. Eu não tomaria  um prato de sopa que  tivesse sido mexido com um mata moscas que foi usado, mesmo que ele tivesse sido bem lavado ___

 

 
RESULTADO:



Para saber como está seu Nojo dê 1 ponto para cada resposta positiva (S) nas questões número 3,5,7,8,9,12, e 14;  e 1 ponto para cada resposta negativa (N) nas questões número 1, 2, 4, 6,10,11,13 e 15 . Seu escore é a soma dos pontos das respostas positivas (S), com a soma dos pontos das negativas (N). Se, por exemplo, a soma dos seus pontos positivos for 5 e a dos negativos for 2, seu escore será 7.

 

AVALIAÇÃO DO RESULTADO:

 

♦ Uma pontuação entre 1 e 5 indica que seu Nojo não está bem e deve se esforçar para melhorar.

♦ A pontuação entre 6 e 10 indica que seu Nojo precisa ser melhorado.

♦ Para uma pontuação entre 11 e 15 você está de parabéns porque seu Nojo está bom.

 

NOTA: O Nojo excessivo é maléfico, como foi visto. Deve haver equilíbrio entre ter nojo e não ter nojo, de modo que a pessoa tenha seu equilíbrio mental respeitado e possa fazer suas atividades habituais de forma equilibrada. 

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 Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e da revisão do texto.

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RESUMO

 

1. O Nojo ou Asco é uma emoção que produz uma sensação repulsiva, geralmente relacionada com a gustação, mas desencadeada também pelo olfato , pelo tato ou por uma visão asquerosa.  Ele é composto de três elementos: o cognitivo, que permite saber da existência da causa do nojo (rato, barata, fezes, etc.); o afetivo, que é o componente emocional e o terceiro é o psicomotor, que permite afastar o objeto do nojo.

 

2. Inicialmente o Nojo visava a evitação de doenças pelo contato com seus transmissores. Com a adaptação do homem a novas situações, seu conceito evoluiu para as relações sociais, e é atualmente aplicado aos que desobedecem às normas sociais. A sociedade têm repulsa a indivíduos que cometem transgressão social grave, como incesto ou estupro. São considerados dois tipos básicos de nojo, o Físico, relacionado a objetos materiais e o Moral, relacionado a tomadas de decisões.

 

3. Na Escala de Três domínios são considerados três tipos de Nojo- o de Patógenos, relacionado  a doenças; o Moral, relacionado a decisões e o  Sexual, relacionado ao sexo. O Nojo surgiu para facilitar o reconhecimento de objetos e situações associadas à infecção e impulsionou o comportamento higiênico ao diminuir o contato com micro e macroparasitas. Mas com a evolução e a maior socialização humana, a Repulsa passou ao papel de punir o comportamento antissocial.

4. Pesquisas com Ressonância Magnética mostram ativação da Ínsula quando a pessoa sente nojo ou vê expressões faciais geradas por ele. São sintomas do  Nojo: arrepios da pele e calafrios, suores frios no corpo e tremores.

5.  As respostas adaptativas dadas pelos indivíduos variam com suas personalidades, suas aprendizagens e com normas e regras da cultura. A repulsa afeta muitos aspectos de nossa vida, desde os hábitos de higiene, até as escolhas das políticas públicas de saúde, justiça, exclusão social e segurança. 

6. Ainda hoje vivemos situações em que somos temos nojo: na mesa da refeição, ao aparecerem  moscas; no quarto ao sermos picados por  muriçocas, que transmitem dengue e outras doenças; ao ver uma barata ou um, rato correr na sala; ao ver o caminhão do lixo passar, etc.

7. Há três razões para compreender a biologia do nojo: primeiro, ele é útil para melhorar a saúde na defesa contra infecções, e em programas de prevenção de diarreia, de  pandemias de gripe, de doenças contagiosas e no auxílio para abandonar o tabagismo. Segundo , a repulsa tem implicações importantes para o bem-estar psicológico, pois ela  interfere no Transtorno de Estresse Obsessivo Compulsivo (TOC), no Estresse Pós-Traumático (PTSD) e faz parte do custo emocional de cuidar de idosos e enfermos. Terceiro, a Repulsa, influencia os comportamentos sociais e seu papel na religião, justiça, constituição de castas sociais e políticas de exclusão precisam ser melhor compreendidos para termos sociedades mais saudáveis.

8. A repulsa pode despertar respostas afetivas e comportamentais fortes e interferir na vida da pessoa, causando problemas relacionados a doenças do sistema de repulsa.  Algumas profissões exigem até a sua supressão, como os atendentes públicos o que pode ser um custo psicológico para eles.

 9. A sensibilidade ao nojo varia de indivíduo para indivíduo, num continuum: uns com pequena sensibilidade e outros com grande. Os indivíduos situados nas extremidades, com sensibilidades muito altas ou muito baixas, manifestam-se muito enojados ou pouco enojados. Os que se enojam facilmente podem ter fobias ligadas a doenças, e sentem muito o nojo, por causa de pessoas asquerosas, vômitos, fezes, catarros purulentos, esperma, secreções vaginais, alimentos e animais. Quem tem pouco nojo, é “porco”, e tem dificuldade para se manter limpo e asseado, com repercussões na sua limpeza e saúde.

10. A princípio o Nojo é uma emoção útil, boa, pois surgiu para facilitar a adaptação ao ambiente. É bom na prevenção das doenças e controle das infecções, porque contribui para que os agentes infecciosos não tenham livre acesso ao organismo e lhe façam mal. Porém o excesso de nojo pode causar doenças psicológicas, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo, Estresse Pós Traumático, Esquizofrenia e outras.

11. A Repulsa pode despertar fortes respostas em quem é repelido e interferir nos relacionamentos da pessoa que a pratica, que necessita de cuidado , pois alguns problemas estão associados a doenças do Sistema de Repulsa.

13. O Nojo aparece nas seguintes situações: Transtorno de estresse pós-traumático (PTSD); Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Ansiedade de Contaminação; Fobia Social, Fobia de Sangue e Fobias de pequenos animais e insetos; Repulsa à atividade sexual;  Repulsa em transtornos alimentares, na anorexia e bulimia; Fobias de pequenos animais (baratas e ratos) e insetos.

 

LINKS E REFERÊNCIAS

1. 12 de dezembro de 2011; 366 (1583): 3478–3490. doi:  10.1098 / rstb.2011.0165

2.  Curtis V., Aunger R., Rabie T. 2004. Evidência de que a repulsa evoluiu para proteger do risco de doença . Proc. R. Soc. B 271 (Suplemento 4) , S131 – S13310.1098 / rsbl.2003.0144 ( doi: 10.1098 / rsbl.2003.0144 ) [ PubMed ] [ CrossRef ] Google Scholar




sábado, 7 de agosto de 2021

83- QUAL A IMPORTÂNCIA DO APEGO?

 

Esta página se destina a divulgar informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia.

Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e sem finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.

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No Post 63 está a relação dos posts publicados e suas datas.

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Este Blog teve 18.423 visitas, até 3-87-2021, em 87 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África. Há mais países, pois nas estatísticas não foram considerados muitos países, que foram referidos como de "Região Desconhecida".      

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                                        Leitura em     20 minutos

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Aproveite ao máximo as coisas boas que tiver na vida!

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Neste post você verá o que é o Apego, quais seus elementos, o que são  Comportamentos de Apego, os Modelos Internos de Funcionamento da Mente, os Padrões  e as Manifestações de Apego. E a diferença entre apego seguro e inseguro, e do apego na criança, na adolescência e adulto, e como avaliar seu apego.

O que é o Apego?

                O Apego é um sentimento de atração que liga uma pessoa a outra  ou a um objeto (dinheiro, carro, casa, clube de futebol, etc.).

Seus principais elementos são:

Comportamentos de Apego: são as ações realizadas durante o ato do apego;

● Modelos Internos de Funcionamento Mental: são representações mentais das experiências realizadas, relacionadas com as percepções do ambiente, de si mesmo e da figura de apego;

● Padrões de Apego: são formas de reagir no apego, como por exemplo o apego seguro e o inseguro;

Manifestações de Apego, na infância, na adolescência e na vida adulta.

 

O papel do apego na vida humana envolve o conhecimento de que uma figura de apego está disponível a uma pessoa, que é capaz de oferecer respostas às suas necessidades e proporcionar-lhe um sentimento de segurança, que fortifica a relação.

O apego envolve uma figura (no caso o Pai) que satisfaz às

necessidades de uma pessoa (filho) e fortifica e à relação.

 

Os Modelos Internos de Funcionamento descrevem as representações mentais que guiam a quem se apega (por exemplo um filho), com a finalidade de prever e interpretar o comportamento da pessoa à qual ele se apega (Mãe por exemplo). Para conquistar o apego a pessoa que o deseja pode afagar o outro, fazer um carinho, dar um beijo, dirigir-lhe um sorriso, etc.

 

Para Bowlby os modelos internos de funcionamento se relacionam com:

1. A disponibilidade sentimental da figura de apego;

2. A probabilidade de receber apoio da figura de apego quando estiver precisando e

3. Da forma como a figura de apego reage.

(http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003, J. Dalbem et al.). 

O Modelo Interno de Funcionamento do Apego deve  conter como a figura

 de apelo agirá quando solicitada.

 

Dois pesquisadores fizeram as pesquisas iniciais sobre o Apego: John Bowlby,  que estudou os efeitos do cuidado materno sobre as crianças nos  primeiros anos de vida, e Mary Ainsworth  que  investigou os fatores determinantes da proximidade e intimidade de crianças com as mães. Para  ela, o modelo de funcionamento na primeira infância sofre a influência dos cuidadores primários (pais ou substitutos) e está ligado ao temperamento e a fatores genéticos da criança.

Uma pessoa tem apego quando se sente atraído e estabelece um vínculo com outra. O apego de uma criança com a Mãe tem uma base emocional, responsável por sua ligação e aproximação com ela, e uma base cognitiva, responsável pelo conhecimento da existência da Mãe. Um fator que determina o apego da criança com a Mãe, é sua necessidade de sobrevivência, pois ela vê na Mãe uma fonte de alimentação e de carinho.

                                      Mãe amamentando filho.

 

      Significado do Apego: ele é importante na vida humana pois traz para o apegado uma figura disponível, que pode responder às suas necessidades, e a quem ele se liga por meio de sentimentos que fortificam o vínculo, inclusive os de segurança e de confiança.

O Comportamento de Apego se refere às ações da pessoa para alcançar e manter a proximidade com a figura de apego, que ele considera útil para lidar com o mundo. Este comportamento vem de um impulso do indivíduo, evolui ao longo da sua vida, e lhe permite melhor adaptação ao ambiente.

O comportamento de apego não visa apenas o prazer, pois há crianças que se apegam a figuras parentais que as maltratam. Há crianças que desenvolvem o comportamento de apego com cuidadores que atendem às suas necessidades fisiológicas e as tratam bem, e outras que desenvolvem o apego mesmo quando são maltratadas, mostram as pesquisas.

O comportamento de apego se apresenta de várias formas. Sob a forma ativa, como procurar ou seguir o cuidador, ou sob a forma de sinais, como sorrir ou conversar. Também se manifesta de forma aversiva, como chorar ou reagir a situações que são desagradáveis. Tais comportamentos são observados tanto em crianças, como em adolescentes e adultos (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003, J. Dalbem et al).

 

Outro elemento do Apego é o modelo interno de funcionamento, que é construído na infância e utilizado  também na adolescência e na vida adulta. Este modelo espelha a forma como ela foi cuidada, bem ou mal, e nele a criança constrói uma representação interna de si mesma, que, quando internalizada, lhe   permite, acreditar ou não em si mesma durante a vida. Quando este sentimento é de segurança em relação aos cuidadores, permite-lhe à criança ser  independente e capaz de exercitar bem sua liberdade.

                A criança que construiu apego seguro cresce independente e confiante em si.

O "projeto" interno construído pelo indivíduo no seu Modelo de Funcionamento é baseado nas suas primeiras experiências com as figuras de apego. Esta imagem interna é a base para seus relacionamentos do futuro, e sua influência aparece nas primeiras interações com pessoas diferentes das figuras de apego, que estará presente em suas ações interpessoais significativas. Se o sentimento tiver sido de segurança em relação aos cuidadores, ela terá confiança em si própria e será independente. (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003, J. Dalbem et al).

Que é Apego Seguro e Inseguro?

        Ainsworth classificou os apegos em seguros e inseguros. Crianças com  apego seguro interagiram bastante com suas mães, confiam nelas e em si mesmas ao explorar o ambiente, e quando ameaçadas sentem pouco medo. Elas tomam como base para suas relações, as relações seguras e não abusivas que tiveram com seus cuidadores (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3051370/).

 

Crianças que interagem muito com as mães, têm apego seguro e confiam em si.

            O padrão seguro de comportamento corresponde ao relacionamento cuidador-criança provido de uma base segura, em que a criança explora seu ambiente com liberdade, entusiasmada e motivada. Ao ficar estressada, ela sente a ameaça como desafio e confia que vai obter cuidado e proteção da figura de apego. O cuidador age cooperando com a criança, dá instruções claras e seguras e orienta suas ações encorajando sua independência. A criança segura, quando se separa do cuidador, fica ressentida, mas não se abate exageradamente, como as crianças inseguras. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3051370/).

         As crianças com apego inseguro não têm segurança e confiança em si mesmas ao explorar o ambiente, porque tiveram pouca interação com as mães, e as relações podem ter sido abusivas. Crianças humilhadas, oprimidas ou ridicularizadas pelos cuidadores perdem a confiança em si mesmas e são inseguras, medrosas.

 

Crianças humilhadas, oprimidas ou ridicularizadas pelo Pai

perdem a confiança em si mesmas e são inseguras.

O apego da criança com os pais começa com sinais físicos emitidos pelo bebê, que necessitam da proximidade dos pais para serem transmitidos. Com o passar do tempo é criado um vínculo cognitivo e emocional entre a criança e os pais, que vão conhecendo-a e gostando mais dela, baseados  na sensibilidade e responsabilidade deles.


O apego da criança com os pais começa com sinais físicos emitidos pelo bebê, que para serem percebidos necessitam da proximidade paterna.

J. Bowlby  considerou o apego um mecanismo básico dos seres humanos, e que ele é um comportamento programado, semelhante à  alimentação e ao sexo. Para ele, o apego é um sistema de controle semelhante a outros sistemas comportamentais.


Como é o Apego dos adolescentes e

adultos?

Um dos pressupostos básicos da Teoria do Apego é que as primeiras relações estabelecidas na infância, afetam o estilo de apego que o indivíduo terá quando for adolescente e adulto.

Os adolescentes não se identificam com  nenhuma pessoa em particular em termos de apego, no presente ou no passado, e o seu o apego é investigado em sua história global, através de suas descrições, do seu comportamento e dos comportamentos de suas figuras de apego.

 Com base nestes dados os pesquisadores identificaram quatro padrões de apego no adolescente e no adulto:

1. Apego seguro ou autônomo: corresponde ao apego seguro da criança e não se identifica com nenhuma figura de apego específica, do presente ou do passado.

2- Apego evitativo ou desapegado: corresponde ao apego inseguro da criança. Seus portadores apresentam relatos falhos nas histórias de suas infâncias ao reconstruir suas memórias e negam ou minimizam as  dificuldades que experimentaram em suas experiências.

 

3 - Apego preocupado ou ansioso: o portador faz um relatório confuso de suas experiências tempestuosas e conflitantes. É inábil para se colocar nas situações infantis que descreve e não faz uma descrição coerente delas. Tem dificuldade para compreender as origens das emoções que o preocupam.

 

4- Apego desorganizado ou desorientado: o portador relata sua história de apego com sinais graves de desorganização e desorientação, principalmente quando perguntado sobre traumas ou perdas importantes.

(http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003)

Os portadores do apego desorganizado negam as dificuldades experimentadas.

 

O Apego deve ter um limite?

 

Deve sim. Tanto o apego a uma pessoa quanto o apego a uma coisa material. Nada demais, é bom. Nas grandes paixões o apaixonado tem um apego exagerado ao parceiro (a) e quer estar sempre próximo dele (a), pois para viver depende dele(a). A pessoa muito dependente tem dificuldades para tocar sua vida normal, e tem prejuízo em suas atividades, em casa, na escola, no trabalho e nas relações sociais. Ela pensa obsessivamente no amado(a)..


Como avaliar seu Apego?


Instruções:

Este questionário utiliza 12 questões para avaliar seu Apego. Se a afirmativa que escolher ocorrer “sempre ou quase sempre”, responda “S” e se ela ocorrer “nunca ou raramente”, responda   “N”, adiante da linha colocada no fim da questão.  Não há resposta “certa” ou “errada”. O que importa é sua experiência. Leia as questões com atenção e responda com calma.

 

Questões :

 

1.Eu me ligo facilmente a outras pessoas através das emoções. ___ 

 

2. Contar com minha (meu) parceira(o) quando preciso me ajuda muito. ­___ 

 

3. Fico preocupado quando estou com minha parceira (o) e ela (ele) não me dá a atenção que acho que devia dar. __

 

4.  Eu recorro à minha parceira(o) para muitas coisas, inclusive para me sentir emocionalmente seguro. ___

 

5. Eu prefiro deixar que minha parceira (o) decida sozinha (o) as coisas por mim. ___ 

6.  É difícil para mim deixar minhas “paredes emocionais” caírem, e que os outros me acessem. ___ 

7.  Muitas vezes deixo de fazer o que quero e faço o que minha parceira (o) quer, só para agradá-la (o). ___  

 

8. Habitualmente evito muita proximidade afetiva com minha parceira(o) ___

9. Quando estou em um relacionamento com uma pessoa e ele tende a ficar mais íntima, procuro me afastar. ___ 

10. Quando há tendência de depender de outras pessoas, isto não me agrada e procuro terminar o relacionamento. ___ 

11. Gosto mais quando meu parceiro depende muito de mim. ___ 

12. Não acho que ter muitos apegos na vida nos ajuda a viver melhor. ___

 
RESULTADO:

Para saber como está seu Apego dê 1 ponto para cada resposta positiva (S) nas questões número 1, 2, 4, 6, 8 e 11 ;  e 1 ponto para cada resposta negativa (N) nas questões número 3, 5, 7, 9, 10 e 12 . Seu escore é a soma dos pontos das respostas positivas (S), com a soma dos pontos das negativas (N). Se, por exemplo, a soma dos seus pontos positivos for 5 e a dos negativos for 2, seu escore será 7.

 

Avaliação do resultado:

 

♦ Uma pontuação entre 1 e 4 indica que seu Apego não está bem e deve se esforçar para melhorar.

♦ A pontuação entre 5 e 8 indica que seu Apego precisa ser melhorado.

♦ Para uma pontuação entre 9 e 12 você está de parabéns porque seu Apego está bom.

 

NOTA: O apego excessivo é maléfico, como já foi visto. Deve haver equilíbrio entre o apego e o desapego, de modo que a pessoa tenha sua independência respeitada, e possa fazer com equilíbrio suas atividades habituais. 

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 Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e da revisão do texto.

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RESUMO

 

1.O Apego é um sentimento de atração que liga uma pessoa a outra  ou a um objeto (dinheiro, carro, casa, clube de futebol, etc.). Seus principais elementos são: o comportamento de apego: ações realizadas durante o ato do apego; Modelos Internos de Funcionamento do apego; os Padrões de Apego: formas de agir no apego, como forma segura ou insegura; as Manifestações de Apego, na infância, adolescência e vida adulta.

 

2. O papel do apego envolve o conhecimento que uma figura de apego está disponível a outra pessoa, que é capaz de oferecer respostas às suas necessidades, e proporcionar-lhe um sentimento de segurança.

 

3. Os Modelos Internos de Funcionamento descrevem as representações mentais que guiam a quem se apega, com a finalidade de prever o comportamento da pessoa à qual ele se apega. Para conquistar o apego a pessoa pode fazer um carinho, dar um beijo, dirigir um sorriso, etc.

 

4. Para Bowlby os modelos internos de funcionamento se relacionam com  a disponibilidade sentimental da figura de apego; a probabilidade de receber apoio da figura de apego quando precisar e com a forma como a figura de apego reage.

 

5.  Dois pesquisadores fizeram as pesquisas iniciais sobre o Apego: John Bowlby, que estudou os efeitos do cuidado materno sobre as crianças nos  primeiros anos de vida e Mary Ainsworth,  que  investigou os fatores determinantes da proximidade e intimidade de crianças com as mães. Para  ela, o modelo de funcionamento na primeira infância sofre a influência de seus cuidadores primários (pais ou substitutos) e está ligado a seu temperamento e a fatores genéticos.

 

6. O apego de uma criança com a Mãe tem uma base emocional, responsável por sua ligação e aproximação com ela, e uma base cognitiva, responsável pelo conhecimento da existência da Mãe. Um fator que determina o apego da criança com a Mãe, é sua necessidade de sobrevivência, pois ela vê na Mãe uma fonte de alimentação e carinho.

 

7. Significado do Apego: ele é importante na vida humana pois traz para o apegado uma figura disponível, que pode responder às suas necessidades, e a quem ele se liga por meio de sentimentos que fortificam o vínculo, inclusive os de segurança.

 

8. O Comportamento de Apego se refere às ações da pessoa para alcançar e manter a proximidade com a figura de apego. Este comportamento evolui ao longo da sua vida, e lhe permite melhor adaptação a ela. Há crianças que desenvolvem o comportamento de apego com cuidadores que atendem às suas necessidades e as tratam bem, e outras que desenvolvem o apego mesmo quando maltratadas, mostram as pesquisas.

 

9. O comportamento de apego se apresenta de várias formas. Sob a forma ativa, quem se apega procura ou segue o cuidador, ou emite  sinais, como sorrir ou conversar. Também se manifesta de forma aversiva, como chorar ou reagir a situações desagradáveis. Tais comportamentos são observados em crianças, adolescentes e adultos.

 10. Outro elemento do Apego é o modelo interno de funcionamento, que é construído na infância e manifestado também na adolescência e vida adulta. Este modelo espelha a forma como quem se apega  foi cuidado e a criança constrói uma representação interna de si mesma, que internalizada, lhe   permite, acreditar ou não em si própria durante sua vida. Quando este sentimento é de segurança em relação aos cuidadores, permite-lhe ser independente e capaz de exercitar bem a liberdade.

 11. O "projeto" interno construído pelo indivíduo no 

Modelo de Funcionamento é baseado nas suas primeiras experiências com as figuras de apego. Esta imagem interna é a base para seus relacionamentos do futuro, e sua influência aparece nas primeiras interações com pessoas diferentes das figuras de apego, e estará presente em suas ações interpessoais significativas. Se o sentimento tiver sido de segurança em relação aos cuidadores, ela terá confiança em si própria e será independente.

 

12. Ainsworth classificou os apegos em seguros e inseguros. Crianças com apego seguro interagiram bastante com suas mães, confiam nelas e em si mesmas ao explorar o ambiente, e quando ameaçadas sentem pouco medo. Elas tomam como base para suas relações, as relações seguras e não abusivas que tiveram com seus cuidadores.

13. O padrão seguro de comportamento corresponde ao relacionamento cuidador-criança provido de uma base segura, em que a criança explorou seu ambiente com liberdade, entusiasmada e motivada. Ao ficar estressada, sente a ameaça como desafio e confia que vai obter cuidado e proteção da figura de apego. O cuidador age cooperando com a criança, dá instruções claras e seguras e orienta suas ações encorajando sua independência. A criança segura, quando separada do cuidador, fica ressentida, mas não se abate exageradamente, como as inseguras.

    14.  As crianças com apego inseguro não têm confiança em si mesmas ao explorar o ambiente, porque tiveram pouca interação com as mães, e as relações podem ter sido abusivas. Crianças humilhadas, oprimidas ou ridicularizadas pelos cuidadores perdem a confiança em si mesmas e são inseguras, medrosas.

15. O apego da criança com os pais começa com sinais físicos emitidos pelo bebê, que necessitam da proximidade com os pais para serem transmitidos. Com o passar do tempo é criado um vínculo cognitivo e emocional entre a criança e os pais, que se baseia na sensibilidade e responsabilidade dos cuidadores.

 

16.    J. Bowlby  considerou o apego um mecanismo básico dos seres humanos, e um comportamento programado, semelhante à  alimentação e ao sexo. Para ele, o apego é um sistema de controle semelhante a outros sistemas comportamentais.

17.     Um dos pressupostos básicos da Teoria do Apego é que as primeiras relações estabelecidas na infância, afetam o estilo de apego que o indivíduo terá quando adolescente e adulto.

 

18.     Os adolescentes não se identificam com  nenhuma pessoa em particular em termos de apego, no presente ou no passado. Neles, o apego é investigado em sua história global, através de suas descrições, tanto seu comportamento quanto os comportamentos de suas figuras de apego.

19. Com base nestes dados os pesquisadores identificaram quatro padrões de apego no adolescente e no adulto: 1. Apego seguro ou autônomo: corresponde ao apego seguro da criança e não se identifica com nenhuma figura de apego específica, do presente ou do passado2- Apego evitativo ou desapegado: corresponde ao apego inseguro da criança. Seus portadores apresentam relatos falhos nas histórias de suas infâncias ao reconstruir suas memórias e negam ou minimizam as dificuldades que experimentaram em suas experiências. 

3 - Apego preocupado ou ansioso: o portador faz um relatório confuso de suas experiências tempestuosas e conflitantes. É inábil para se colocar nas situações infantis que descreve e não faz uma descrição coerente delas. Tem dificuldade para compreender as origens das emoções que o preocupam. 4- Apego desorganizado ou desorientado: o portador relata sua história de apego com sinais graves de desorganização e desorientação, principalmente quando perguntado sobre traumas ou perdas importantes.

20. O Apego deve ter um limite, tanto a uma pessoa quanto a uma coisa. Nas grandes paixões o apaixonado tem um apego exagerado ao parceiro e quer estar sempre próximo dele. A pessoa muito dependente tem dificuldades para tocar sua vida, em casa, na escola, no trabalho e nas relações sociais.

21. Faça sempre uma avaliação de seu apego.


LINKS E REFERÊNCIAS

1. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003, J. Dalbem et al.

2. (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003, J. Dalbem et al).

3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3051370/

4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3051370/.    5. (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100003


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