E-book 4
Entropia Psíquica
Importância
P S I C O L O G I A
M O D E R N A
Blog emoçaoeatencao@blogspot.com
Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos
2023
QUEM É O AUTOR
Jair de Oliveira Santos é
Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal
da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar,
Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo
de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.
Criou o blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde
publicou 90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países
e teve , segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos
anuais. Fez
o lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.
Pioneiro da Educações das Emoções na Bahia, implantou-a na
Faculdade Castro Alves e em vários colégios, com excelentes resultados.
Publicou os livros: 1- Educação Emocional- fundamentos e resultados;2-
Manuais de Educação Emocional; 3- Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos Históricos, Fundamentos e Resultados.
Dedicou-se à Educação Médica,
foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o presidente da
Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação
Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e”
Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.
Dedico este e-book:
In memoria:
A minha inesquecível esposa falecida, Olívia,
E a meu Pai e minha Mãe.
A meus filhos:
Jair Filho, César, Telma, Vinicius e Paulo
A meus netos:
Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro Gabriel,
Maria Eduarda , Larissa e Arthur.
A todos que nos propiciaram condições
e estimularam estudos, pesquisas e
reflexões sobre a Educação das Emoções.
● ● ●
“Quem conhece aos outros é inteligente
Quem conhece a si mesmo é sábio “
Lao Tsé – Tao te King, XXXIII
● ● ●
“Trata a humanidade, na tua própria pessoa ou na de
qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”
Kant I., “Fundamentação da metafísica dos costumes”,
1786.
● ● ●
“Não há outro
universo, senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É
procurando sempre fora de si um fim que o homem se realizará como ser humano”
Sartre,J.P., “O Existencialismo é
um humanismo”, 1944
● ● ●
“Para criar uma boa
vida, não basta lutar por metas que nos
trazem prazer, mas também escolher metas que reduzirão a soma total de entropia
no mundo”.
Mihaly Csikszentmihalyi
A Descoberta do Fluxo, 1999.
COMUNICADO
A partir de 26-11-22, o blog emoçaoeatencao@blogspot.com terá
nova orientação, para atender á sua vasta clientela de milhões de leitores,
conforme avaliação publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro
de sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que
conterão o conteúdo dos posts já publicados, de modo a constituírem um conjunto
integrado de conhecimentos.
Ranking database emoção
atenção@blogspot.com, pesquisa.
Imagens
de ranking data base emocaoeatencao@blogspot.com
CONTEÚDO DO E-BOOK 4
Capítulo 1. Introdução
Capítulo 2 : Entropia nos Sistemas Biológicos
Capítulo 3. Entropia
Psíquica e Emoções
Capítulo 4. Entropia Social
Capítulo 5. Avaliação da Entropia Psíquica
Capítulo 6. Entropia Existencial. Metas, Intenções, Construção do Self
Capítulo 7. Fluxo e Entropia. desafios e habilidades.
Capítulo 8 . Entropia Psíquica. Anomia e Alienação
Capítulo 9. Educação das Emoções e redução da Entropia Psíquica.
Capítulo 10. Considerações Finais
Referências
ENTROPIA PSÍQUICA:
IMPORTÂNCIA
CAPÌTULO 1
INTRODUÇÃO
Este estudo é uma reflexão que tem como meta esclarecer que as situações psicológicas podem ser constituídas com base na instalação da desordem e da imprevisibilidade, devido à presença da Entropia Psíquica, ou de forma oposta, da ordem e da previsibilidade, graças á presença da Sintropía Psíquica.
Estudaremos
a Entropia Psíquica e suas interfaces com o Paradigma Termodinâmico1,
Teoria dos Sistemas17, Psicologia, Neurociências, Biologia e
Administração. Ele realça a importância da Entropia Psíquica para a Educação
das Emoções, considerando pesquisas realizadas no campo da Psicologia, na
última década do século XX e início do XXI.
A
entropia é analisada na perspectiva do Segundo Princípio da Termodinâmica, seu
significado nos sistemas biológicos, e a “Entropia
Existencial”, considerada na
existência do indivíduo..
Pressupostos epistemológicos
Os
pressupostos epistemológicos das reflexões que se seguem são o Paradigma
Termodinâmico e a Teoria dos Sistemas.
1. Paradigma Termodinâmico
O
Paradigma Termodinâmico nos permite conceber e apreender algumas facetas da
realidade dentro da perspectiva de leis físicas universais. Ao adotá-lo como
referencial epistemológico, não significa que acreditemos que tal paradigma,
fundamentado em leis estabelecidas mediante a observação de um mundo inerte,
não vivo,sem consciência, permita a compreensão global de todos os fenômenos dos seres vivos e sociais, relacionados com o ser vivo, com o ser humano consciente.
Significa
que, dentro do instrumental epistemológico utilizado para a compreensão da Realidade,
ele é epistemologicamente válido, na medida que as conclusões das reflexões efetuadas
sejam apreciadas com suficiente senso crítico, e convalidadas por fatos
experimentais, aceitos pela comunidade científica.
A
Termodinâmica é a parte da Física que estuda as relações entre as várias formas
de energia, como por exemplo as transformações do calor em trabalho e do
trabalho em calor e fundamenta-se em dois princípios:
Também
conhecido como Princípio da Conservação da Energia, pode ser enunciado de
diversas formas, e uma delas é a seguinte: ”É constante a energia do
universo”.
Significa
que é possível a transformação de qualquer forma de energia em outra, mas que a
energia final do sistema é igual à inicial. Durante as transformações
energéticas o sistema não é capaz de criar energia, mas apenas de transformá-la
em outra modalidade.
O
Primeiro Princípio estabelece apenas a equivalência entre as diversas formas de
energia. Estabelece ser possível transformar-se energia térmica em elétrica
(como nos geradores termoelétricos) ou mecânica (no trabalho mecânico das
máquinas, como as locomotivas a vapor); transformar energia elétrica em térmica
(nos ferros elétricos) ou acústica (nos aparelhos de som), e assim por diante.
Em todos os casos, a energia total do sistema permanece constante.
Experimentalmente
verifica-se que qualquer forma de energia pode ser integralmente transformada
em calor, como por exemplo ao esfregar uma mão na outra, o trabalho mecânico é
transformado em calor e a mão fica aquecida. Entretanto a transformação inversa,
de calor em outra forma de energia, não é possível de forma integral, pois
sempre uma parte da energia calorífica não é transformada na outra, ela é “perdida”, é “degradada”.
A
transformação do calor em outras formas de energia é feita pelas máquinas térmicas,
e o segundo princípio da Termodinâmica se refere exatamente aos limites e
possibilidades desta conversão, podendo ser enunciado de diversas formas. Este
é o enunciado de Kelvin-Plank 2:
“É
impossível a qualquer máquina térmica que funciona por ciclos, receber calor de
uma única fonte e produzir uma quantidade de trabalho equivalente ao calor
recebido”.
Outro
enunciado:“Nenhuma máquina térmica pode render 100%” 2.
Como
não é possível a transformação de todo o calor fornecido ao sistema em
trabalho, diz-se que a parte de energia calorífica não convertida é
“degradada”. O conceito de entropia visa aferir
o nível da energia degradada.
c. Entropia
A entropia afere a desordem de um sistema2, e a experiência seguinte esclarece seu significado: aquecendo-se um gás em um recipiente, a energia térmica fornecida se transformará em energia cinética das moléculas gasosas, que aumentam suas velocidades, e aumentam também a pressão exercida pelo gás nas paredes do recipiente. Aumentará o movimento caótico das moléculas gasosas, e a desordem no interior do sistema – aumentará a entropia do sistema.
Em contrapartida, se as paredes do recipiente forem resfriadas, a redução da temperatura vai diminuir a energia cinética das moléculas gasosas, e seus movimentos passarão a ser menos caóticos. Vai diminuir a desordem do sistema, sua entropia.
A entropia pode aumentar ou diminuir, na medida em que aumente ou diminua a desordem sistêmica. Num gás resfriado até o zero absoluto de temperatura (-273 graus centígrados, ou zero grau da escala Kelvin), as moléculas gasosas ficarão paradas, e a entropia do sistema é nula.
Paralelamente ao conceito de entropia, foi criado o conceito de Sintropia ou Negaentropia, ou entropia negativa, que afere a ordem do sistema. No zero absoluto de temperatura, a sintropia é máxima e a entropia é nula. O aumento de temperatura é entrópico e a diminuição da temperatura é sintrópica.
Segundo Capra17 a concepção sistêmica vê o mundo em termos de relações e de integração, em vez de vê-lo constituído de partes isoladas, de elementos que atuam independentemente uns dos outros, conforme o concebe a cosmovisão do modelo cartesiano- newtoniano.
Os sistemas são totalidades integradas cujas propriedades não podem ser reduzidas às de suas unidades. As propriedades de um sistema dependem da interação simultânea, e da integração existente entre suas unidades, e determinam sua estrutura e atividades.
Os organismos vivos, desde os mais simples até os mais complexos como os
humanos, são sistemas que atuam como totalidades integradas, e para sobreviverem precisam trocar matéria e energia com o meio ambiente – são sistemas em evolução,abertos a trocas de energia. As células são sistemas vivos, assim como os vários tecidos e órgãos do corpo humano que constituem o sistema cardiovascular, o respiratório, o digestivo, o nervoso, etc.
O conceito de sistema é também aplicado aos organismos sociais – a família, o formigueiro, a colmeia, um cardume são exemplos de sistemas sociais. Os ecossistemas são formas especiais de sistemas constituídos por matéria inanimada e de uma variedade de organismos que interagem mutuamente, constituindo uma teia complexa de relações.
Os sistemas têm natureza dinâmica por excelência e suas estruturas são flexíveis e maleáveis, embora gozem de certo grau de estabilidade.
CAPÌTULO 2
ENTROPIA NOS SISTEMAS BIOLÓGICOS
Um sistema biológico é aberto, e para manter-se vivo necessita do aporte de energia externa, principalmente sob a forma de alimentos. Com o passar do tempo, sua entropia tende a aumentar, e a ordem existente tende a transformar-se em desordem, com a deterioração das suas funções, culminando com a morte do organismo. Daí dizer-se que o sentido da entropia é o sentido do tempo - quanto mais tempo um sistema biológico vive, maior é a degradação da sua ordem interna.
Pelo Segundo Princípio da Termodinâmica, nos sistemas biológicos, parte da energia que chega é transformada em energia útil e a parte restante é degradada, é inútil, não podendo ser utilizada nos processos metabólicos. Como pelo Primeiro Princípio da Termodinâmica a energia dentro do sistema é constante e não pode ser criada por ele, é necessário o aporte de energia externa para manter sua estrutura, para ele funcionar contra a entropia, compensando a perda de sua própria energia.
É nesse sentido que Schrodinger, prêmio Nobel de Física de 1933, criador da Mecânica Quântica e da Mecânica Ondulatória, afirmou que o organismo vivo “extrai ordem do próprio ambiente”.
O organismo vivo combate a desordem entrópica interna inerente ao sua existência, retirando energia do ambiente que vive. Tal condição estabelece a diferença termodinâmica entre o vivo e o não vivo – a matéria viva tem a capacidade de extrair do ambiente a energia que precisa para manter sua estrutura, para manter sua “ordem” e impedir que a desordem entrópica impeça seu funcionamento. A matéria não viva não tem esta capacidade.
Os fatores que surgem em um sistema biológico para aumentar a ordem interna são denominados de negaentrópicos. É o caso das enzimas que agem, catalizando reações bioquímicas, de modo a estabelecer uma certa “ordem” interna. Elas garantem que funcionem adequadamente os metabolismos das proteínas, glúcidas, lípidas, e o metabolismo orgânico de um modo geral, contribuindo para a manutenção da homeostase sistêmica, que é o equilíbrio do meio interno. Os agentes anti-entrópicos, agem para manter a ordem interna do sistema, dentro dos limites possíveis.
Um exemplo é a creatinofosfocinase, enzima que cataliza reversivelmente uma reação química na qual é liberada a energia biológica necessária para a manutenção da vida (Santos3) em que a creatina reage com o adenosinotrifosfato (ATP), na presença da creatinofosfocinase (CPK), tendo como produto final o adenosinodifosfato (ADP) e a fosfocreatina, com liberação de energia, que fica disponível para o metabolismo e para as atividades orgânicas. Ela garante o funcionamento dos músculos,como por exemplo para o coração bombear o sangue dos ventrículos para todo o corpo. A reação é CPK
CRE
+ ATP = CRE + ADP + Energia
O Autor acredita que o homem é um ser entrópico, apesar do corpo humano funcionar como um sistema aberto, recebendo aporte energético de várias fontes externas de energia, principalmente sob a forma de alimentos, de energia psíquica e sob outras formas, como a térmica e a eletromagnética solar.
A energia alimentar introduzida no organismo humano é submetida a transformações metabólicas12, para ser utilizada pelos diferentes órgãos e sistemas, passando pelas etapas do anabolismo (assimilação da energia) e do catabolismo (degradação da energia).
No processo metabólico há um certo grau de degradação da energia, que aumenta com a idade da pessoa. Na idade avançada, os sistemas biológicos responsáveis pela
manutenção da homeostase orgânica, graças ao aumento da da entropia, reduzem a capacidade funcional dos órgãos.
Nesta situação há redução generalizada da atividade das enzimas, e, no caso da CPK, não é mais liberada a quantidade de energia necessária para os músculos se contraírem de modo adequado, ficando o idoso com diminuição da força muscular, devido à contração muscular deficitária.
Na medida que o organismo envelhece, o catabolismo celular predomina sobre o anabolismo, e cresce a entropia. Isto possibilita o surgimento de duas situações que
evidenciam o caráter entrópico do ser humano: a doença e a morte. Se o catabolismo não predominasse sobre o anabolismo, se a entropia não preponderasse sobre a negaentropia, doença e morte não existiriam. Isto só seria possível se os mecanismos orgânicos de auto- regulação de energia, pudessem igualar a velocidade de utilização da energia, à velocidade de sua produção, o que é uma utopia.
Somente uma fração da energia liberada pelos processos metabólicos é efetivamente utilizada pelas células. Grande parte da energia produzida no metabolismo não fica
disponível para uso, e é “degradada” sob a forma de calor, perdendo-se em reações colaterais, gerando a inevitável entropia orgânica. Os mecanismos que convertem energia
livre em formas úteis para o metabolismo, são realizados com desperdício energético. É o caso do trabalho gerado na contração muscular, na secreção e absorção renal, nas reações de síntese anabólicas e nas reações que geram os impulsos elétricos nervosos.
CAPÌTULO
3
ENTROPIA PSÍQUICA E
EMOÇÔES
Os
processos descritos anteriormente ocorrem em todas as células orgânicas, e considerando
os fenômenos psicológicos com epifenômenos dos processos biológicos4,
acreditamos que os processos entrópicos estão presentes na dimensão psicológica
do ser humano, tanto quanto na dimensão biológica. A mente humana, epifenômeno
cerebral, é um sistema constituído por vários componentes – atenção,
conhecimentos, memória, emoções, pensamentos, intenções, vontade, impulsos,
instintos, desejos, etc.
Para
Csikszentmihayi5, a consciência, resultado da evolução do sistema
nervoso central, é um sistema de informações capaz de diferenciar uma grande
quantidade de estímulos, selecioná-los e focalizar uma parte deles, e com a
capacidade de armazenar as informações recebidas de forma a poder recuperá-las
posteriormente, de um modo utilizável.
Para
Damásio 23 a consciência de um organismo é o conhecimento
da percepção do estímulo nele provocado por um objeto, real ou evocado. Esta
percepção se faz no córtex cerebral através dos neurônios, de uma imagem que
pode ser visual, auditiva, tátil, gustativa, olfativa ou visceral. É graças à
nossa consciência que sabemos de nossa própria existência, de nossas ideias e
pensamentos, de nosso corpo e dos objetos que nos cercam.
O
autor citado (op.cit.) diferencia a
mente da consciência, e para ele a mente é mais ampla que a consciência, que é
a parte da mente relacionada com o sentido manifesto do self. A mente contém , além da consciência, as imagens e os padrões
neurais originados no proto-self, que por suas próprias
naturezas, não são conscientes. Argumenta Damásio que em um paciente em estado
vegetativo, a mente funciona, mas ele não tem consciência.
Na
atividade da consciência, ele considera três processos mais importantes: Emoção
(ligada ao sentimento), Pensamento ou Cognição, e v Volição ou Conação. A
emoção é a atitude que a consciência adota em relação à informação que está sendo
processada, basicamente em relação ao eixo “agradável - desagradável”. A
volição é o processo mediante o qual a atenção permanece centrada em certa gama
de estímulos, em vez de transferir-se para outros. O pensamento ou cognição se
refere aos vários passos mediante os quais os bits de informação se reconhecem
e se relacionam entre si.
Kahneman,
em 1973, Hoffman, Nelson e Houck ,em 1983, e Csikszentmihayi, em 1998 ,5
consideram a atenção como “energia
psíquica”, pois ela é o agente que possibilita a produção de fatos no
interior da consciência.
As ações não reflexas para serem executadas
requerem a utilização da energia psíquica da atenção - para escutar e
compreender uma conversa com outra pessoa, gastamos um terço da energia
psíquica disponível naquele momento. A mente tem uma capacidade de
processamento de informação limitada, e quando executamos tarefas como pegar um
jornal para ler, recordar o número de um telefone, ou mesmo servir uma xícara
de café, utilizamos uma parte da energia psíquica disponível sob a forma de
atenção.
Efeitos das Emoções na Entropia Psíquica
Para
Csikszentmihayi6, as emoções atuam no sistema psíquico em dois
sentidos – aumentando a entropia, a desordem, ou aumentando a ordem, diminuindo
a entropia, aumentando a sintropia. As emoções negativas — raiva, medo,
tristeza, tédio, etc. — aumentam a entropia psiquica,a
desordem mental. As emoções positivas — alegria, prazer, perdão, gratidão, fé,
esperança, confiança, otimismo, etc. — diminuem a entropia mental, aumentam a
ordem psíquica.
A
entropia psíquica além de causar transtornos na consciência prejudica sua
eficiência, pois a atenção é desviada de outras atividades para a área
conflitiva. Para compensar a ação entrópica das emoções negativas, a mente
utiliza a energia da atenção, numa tentativa de restaurar o equilíbrio, e a
atenção utilizada para restaurar o equilíbrio, não pode ser usada para perceber
estímulos externos, para lidar com tarefas externas.
Quando
você está com raiva ou medo, sua atenção está voltada para o objeto gerador da
emoção — alguém que lhe frustrou ou agrediu, ou algo que você teme — e não pode
ser dirigida para o mundo externo. Você perde a capacidade de perceber com
clareza os acontecimentos externos e a capacidade de resolvê-los de forma
conveniente, pois sua atenção está voltada para recompor o equilíbrio psíquico,
para diminuir a entropia.
Acredita
o Autor deste estudo que a questão básica do funcionamento adequado e produtivo
da mente humana é a do equilíbrio mental, da busca permanente de uma situação
de equilíbrio entre a entropia e a negaentropia ou simtropia, entre a ordem e a
desordem, tendo como meta reduzir a entropia a um valor mínimo possível, com o
predomínio da ordem sobre a desordem mental.
Acreditamos
que um novo paradigma para a Educação Pós-Moderna deve dar importância
significante à educação da atenção e da vontade. Isto pode ser feito, além de
outras formas, através da prática da Meditação, conforme tem sido preconizado
pela cultura oriental.
A
Meditação, em última análise, busca a ordem, a quietude e o equilíbrio da
mente, em qualquer de suas formas, quer seja em repouso ou movimento, com concentração
em objeto externo ou interno, com caráter reflexivo ou não reflexivo.
Dentro
desta perspectiva compreende-se melhor as Aflições
Mentais ou Delusões Mentais da
Psicologia Budista, que são situações em que há aumento da entropia psíquica.
Alan Wallace8, considera três aflições
mentais primárias, os chamados “três
venenos”: apego, raiva e ignorância.
A raiva inclui ódio, hostilidade, ira
(explosão de raiva), ressentimento ou mágoa (que dura mais que a raiva),
rancor, inveja/ciúme (derivados do apego e da raiva), crueldade. O apego inclui avareza, empolgação (a
mente fica agitada porque se desvia compulsivamente do objeto da meditação para
o objeto do desejo), apatia (falta de clareza mental), autoestima exagerada e
ocultação de seus próprios defeitos (ilusão decorrente da ignorância).
A
diferença entre o apego e a raiva, é que o apego
leva a uma fixação no objeto desejado, enquanto a raiva leva a um afastamento do objeto considerado. A ignorância ou ilusão inclui a fé cega,
não baseada na realidade (que se diferencia da virtude da fé porque não se
baseia na realidade), falta de atenção introspectiva, indolência espiritual
(preguiça) e negligência (ausência de meditação de mente alerta)
Csikszentmihayi6
atribui ação sintrópica ou negaentrópica às emoções positivas, argumentando que
quando a entropia psíquica é pequena, a pessoa não precisa investir energia
para refletir ou agir. Nas emoções positivas a energia psíquica flui livremente
na mente, para executar qualquer a tarefa ou pensamento foco da atenção, no
qual estamos concentrados.
Existe
uma analogia com o fenômeno da supercondutividade elétrica. Os supercondutores
são metais ou ligas metálicas em que há o desaparecimento quase total da
resistência elétrica quando submetidos a temperaturas muito baixas. Eles
apresentam aumento da condutibilidade elétrica pois seus elétrons se movimentam
com maior facilidade — há supracondutividade da corrente elétrica, porque os
elétrons fluem naturalmente em grandes velocidades. Analogamente, a atividade
psicológica da pessoa flui naturalmente quando ela está com a mente em ordem,
quando a entropia é pequena, quando ocorre uma emoção positiva.
Por
outro lado, constatamos no nosso cotidiano que quando estamos alegres e felizes
executamos nossas tarefas com mais facilidade e os resultados obtidos são
sempre melhores.
CAPÌTULO 4
ENTROPIA NAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
As emoções positivas e
negativas e seus efeitos nas mentes das pessoas se difundem nas interações
sociais, graças ao chamado espelhamento das emoções, como
veremos adiante. Independentemente de haver comunicação verbal, só com a
proximidade das pessoas, as emoções podem se propagar entre elas, o que ocorre entre os componentes de grupos sociais.
A difusão
das emoções nos grupos sociais nos permite inferir que os conceitos de entropia
e sintropia psíquica podem ser aplicados nas organizações sociais,
particularmente nas organizações produtivas. Podemos então falar de Entropia nas Organizações, e admitir que
a entropia interna de uma organização, a desordem em seu interior, deve
interferir na sua produtividade, na sua eficiência, eficácia e efetividade.
Acredita o
Autor que possa ser desenvolvida uma Teoria
Geral da Entropia nas Organizações, com a finalidade de conceber-se e
compreender-se, de forma sistêmica e holística, as diversas modalidades de
entropia existentes em uma organização. Esta é uma tarefa que deve ser levada a
cabo num esforço, transdisciplinar ou interdisciplinar, cujo objetivo inicial
deva ser definir as diferentes formas
que a entropia possa vir a assumir no interior de uma organização, além
da entropia psíquica.
Num esboço inicial, que deve ser aprofundado com a contribuição dos especialistas em Administração, acreditamos que podem ser consideradas as seguintes formas de apresentação da entropia em uma organização:
· entropia cratológica ou
política, relacionada com o poder na organização;
· entropia das emoções na organização, abrangendo o
clima emocional geral organizacional, identificando-se se ele é de raiva e
hostilidade, ou de tensão e medo, ou de tristeza e apreensão, ou de alegria e
contentamento, bem como identificando-se as emoções individuais dos
colaboradores ;
· entropia contábil –financeira, relacionada com a
organização / desorganização dos elementos contábeis e financeiros da organização;
· entropia estrutural /
organizacional relacionada com a estrutura da organização, considerando
seus recursos materiais, humanos e físicos;
· entropia operacional,
relacionada com os mecanismos operacionais para atingir os meios e os fins da
organização.
Diagnosticado
o grau de entropia da organização, as ações deverão ser voltadas para a gestão
desta entropia, tentando-se , de um alado de eliminar os fatores
entrópicos, e de outro lado estimular
ações negaentrópicas.
O efeito
das emoções positivas, que atuam reduzindo o nível de entropia no ambiente de
trabalho de uma organização é conhecido dos pesquisadores18, que já
determinaram a importância de tais emoções para a produtividade .
Para
Seligman10 é impossível esclarecer se a maior satisfação da pessoa no
trabalho faz a pessoa mais feliz ou se a disposição de ser feliz gera
satisfação no trabalho. Mas o fato é que as pessoas com maior bem estar estão
mais satisfeitas em seus trabalhos.
Ele
cita uma pesquisa sugerindo que mais felicidade causa maior produtividade e
salário mais alto: foi medida a quantidade de emoção positiva em 272 empregados
de uma organização, e acompanhados seus desempenhos durante os 18 meses
seguintes. Verificou-se que os mais felizes tiveram avaliações cada vez mais
positivas dos supervisores e conseguiram aumento de salário.
Outra
pesquisa mostrou que crianças e adultos em estado de espírito positivo
selecionam metas mais ambiciosas, têm desempenho melhor e persistem durante
mais tempo nas suas tarefas
Segundo
Goleman18, pesquisas realizadas na Yale University School of
Management mostram que as emoções são contagiosas, principalmente alegria e
cordialidade, sendo menos contagiantes raiva, irritabilidade e depressão.
Para
os pesquisadores, há loops abertos em
nosso cérebro que servem especificamente para detectar sorrisos e risos de
outras pessoas, nos fazendo rir em resposta, como se fosse um sequestro
emocional positivo. Durante o riso o indivíduo está relaxado e receptivo e não hostil
ou na defensiva.
No corpo humano existem sistemas que se regulam a si mesmos, são auto-reguladores, como o sistema circulatório, o pulmonar, e outros. O funcionamento do sistema circulatório de uma pessoa não interfere no de outra colocada próxima. Se alguém que está perto de você tem pressão arterial alta, não é por isto que sua pressão vai ser alta também.
Com
o sistema límbico, sede de muitas emoções humanas, ocorre o contrário – quando
ele funciona, pode agir no de uma pessoa próxima, pois ele funciona em loop aberto, diferentemente dos sistemas
auto-reguláveis, como o circulatório, que funcionam em loop fechado.
O loop aberto é denominado pelos
psicólogos de “regulação límbica
interpessoal”. Ao emitir sinais
emocionais vindos do sistema límbico, a pessoa pode induzir modificações no
organismo de outra - alterar seus níveis hormonais, batimentos do coração,
tensão arterial, ritmo de sono e até mesmo a defesa do organismo, com diminuição
da produção de anticorpos.
O loop aberto do sistema límbico torna as
emoções contagiosas, e o estado emocional de cada um de nós depende do contacto
com as emoções dos outros. Quando as pessoas saem de um enterro estão tristes e
deprimidas, mas quando saem de uma festa divertida estão contentes, satisfeitas
e alegres. Elas espelham as emoções do ambiente em que estão.
Segundo
Goleman (op.cit.), em qualquer ambiente de trabalho o riso indica a temperatura
emocional coletiva, constituindo sinal do envolvimento das mentes e dos
corações das pessoas – o riso indica que está tudo bem, porque as pessoas
quando sorriem autenticamente estão satisfeitas.
Em outro experimento18, os pesquisadores verificaram que, mesmo que as pessoas não se falem, só com a aproximação física há difusão das emoções. Uma pesquisa foi realizada com três estranhos que se sentaram juntos durante alguns minutos, em silêncio - o que tinha carga emocional mais expressiva transmitiu suas emoções para os outros dois, sem pronunciar uma palavra.
Este fenômeno de difusão emocional é conhecido como espelhamento das emoções, e pode ser encontrado em todos os níveis de uma organização, de sua base ao topo.
Segundo
o estudo referido da Yale, o humor influencia a eficácia do trabalho, a
cooperação e o desempenho profissional. Pode-se então inferir que é necessário
criar nas organizações um clima de alegria, satisfação e contentamento, para
aumentar as produtividade.
Conceito importante da psicologia das emoções é o de humor - é a expressão do nível médio dos sentimentos de estado, que são a alegria e a tristeza. Quando o nível médio de sentimentos está mais para a alegria, dizemos que há bom humor, e quando está mais para a tristeza, diz-se que há mau humor. As emoções são mais intensas e duram menos, sendo o humor é menos intenso e mais duradouro.
Emoções negativas, sobretudo raiva e ansiedade, prejudicam o trabalho, conforme resultado de pesquisas da Yale University18. Grupos que tomavam decisões executivas, tiveram seu trabalho incrementado pelo humor positivo e por sentimentos positivos e dificultados pelo humor e sentimentos negativos.
Segundo Goleman18, as emoções positivas estimulam a eficiência mental e melhoram a capacidade da pessoa de compreender informações e de aplicar as regras para tomada de decisão, além de aumentar a flexibilidade do uso do pensamento. A alegria reforça a criatividade, ajuda as pessoas a serem mais otimistas em relação a sua capacidade de atingir um objetivo e as tornam mais solícitas.
Sempre
que há conflito emocional em um grupo, aumenta a entropia psíquica de cada
membro, que desvia sua atenção e sua energia das tarefas que deve executar, com
repercussões negativas sobre o desempenho grupal. Estudos com executivos de
empresas18 mostram que quanto mais positivos forem os ânimos da
equipe de gerência, melhores poderão ser os resultados da empresa. Daí a
conveniência de avaliar-se os ânimos das equipes de gerência das organizações,
melhorando-os quando necessário.
CAPÍTULO 5
AVALIAÇÃO DA
ENTROPIA PSÍQUICA
Pressupostos epistemológicos
Eventos
psíquicos como as emoções, podem ser expressos de modo comportamental (através
das ações da pessoa), de modo fisiológico (através de repercussões nos diversos
sistema e aparelhos do indivíduo), e de modo fenomenológico (através de sua
experiência subjetiva), devendo haver coerência entre a expressão fisiológica e
o processo emocional.
Sob
o ponto de vista epistemológico, é lógico inferir-se que a avaliação
quantitativa das expressões fisiológicas de determinada emoção seja considerada
uma avaliação indireta da própria emoção. Desta forma, a medida dos efeitos
fisiológicos da raiva sobre o coração e vasos sanguíneos, sobre a frequência
respiratória e sobre o sistema nervoso, principalmente sobre a atividade
cerebral, permite a avaliação da própria raiva.
Como
a raiva é um agente entrópico psíquico, que produz aumento da entropia psíquica,
pode-se inferir que sua avaliação implica na avaliação indireta da própria
entropia psíquica, ou seja, ao avaliarmos as expressões fisiológicas de
determinada emoção, indiretamente, estamos avaliando também seus efeitos
entrópicos psíquicos. Ao avaliarmos os efeitos da raiva, sobre o
eletroencefalograma de um indivíduo, estamos avaliando sua entropia psíquica,
indiretamente.
A
avaliação dos efeitos das emoções na fisiologia cerebral pode ser feita através
do eletroencefalograma (EEG), da Tomografia pela Emissão de Pósitrons (PET) e
da Ressonância Nuclear Magnética.
O
eletroencefalograma19 é um registro da atividade elétrica cerebral
mediante a utilização de eletrodos colocados no couro cabeludo do indivíduo,
que captam a atividades elétricas decorrentes das diferenças de potenciais
existentes entre os neurônios cerebrais. Os sinais obtidos permitem apenas uma
avaliação grosseira da atividade funcional neural.
Na
maioria dos adultos o padrão do EEG de vigília consiste em ondas sinusoidais
denominadas de ondas alfa (α), beta (β), teta (θ) e delta (D). As ondas alfa têm frequência de 8 a 12 ciclos por segundo (cps), são
mais proeminentes nas áreas occipitais, e constituem o chamado ritmo alfa,que é bloqueado pela
atividade mental e abertura ocular. Quando uma pessoa está em processo de
meditação há predomínio das ondas alfa no seu eletroencefalograma, e diz-se que
ela está em estado alfa
As
ondas beta têm freqüência superior a 12 cps e constituem o chamado ritmo beta, normalmente encontrado nas
regiões frontais dos indivíduos. As ondas delta, mais lentas, têm freqüência
entre 1 e 3 cps, podem ser encontradas em indivíduos normais, assim como as
ondas teta, com freqüência entre 4 e 7 cps, que são encontradas também em
pacientes em estado de meditação.
Uma
pesquisa foi realizada por Jones e Allen 20 entre adolescentes de
escolas de ensino médio, de ambos os sexos, cujas idades variavam entre 11 e 17
anos, para avaliar o efeito da raiva sobre o EEG. Encontraram que a raiva está
associada com aumento da atividade elétrica cortical anterior esquerda (lobo
frontal esquerdo), e com uma assimetria das ondas alfa.
Recente
pesquisa, em 2003, feita por Coan e Allen21, em 31 indivíduos com
expressões faciais voluntárias de raiva, mostrou uma atividade aumentada do EEG
na região cortical esquerda anterior, além de assimetria das ondas alfa.
Diante
de tais dados, pode-se concluir que a raiva produz alterações no traçado do
EEG, proporcionais a suas intensidades.
CAPÍTULO 6
ENTROPIA EXISTENCIAL, METAS, INTENÇÕES E
SELF
Para
Csikszentmihayi6, as intenções, metas e motivações de uma pessoa se
manifestam quando a ordem psíquica é maior, quando a entropia é menor, pois a
ordem mental facilita seus surgimentos. Só podemos prestar atenção a algo
externo quando temos certa ordem na mente, que torna possível aparecer a
intenção de executarmos uma atividade, inclusive de estabelecer uma meta ou de
executar determinada tarefa.
A
intenção é a entidade psicológica que focaliza e utiliza a energia psíquica a
curto prazo, enquanto a meta focaliza e utiliza a energia psíquica a longo
prazo. Se as metas de uma pessoa são coerentes, ela tem maior possibilidade de
investir sua atenção durante mais tempo nelas, e de forma mais produtiva. Por
isto devemos estabelecer metas coerentes entre si em nossa vida.
Teleonomia
é a tendência de nosso organismo para reproduzir determinados padrões herdados
geneticamente ou culturalmente. No caso de padrões biológicos, resultantes de
características genéticas herdadas, diz-se que há teleonomia genética, e a pessoa origina suas metas nas instruções
genéticas programadas em seu organismo, filogeneticamente mais primitivas. Elas
giram em torno de comer bem, ter comodidade,
saúde e estar sexualmente satisfeito.
A teleonomia cultural é a tendência da
pessoa para reproduzir em seu comportamento padrões herdados do ambiente social
em que vive. Ela tende a reproduzir em sua conduta normas e valores sociais
introjetados no processo de socialização. Grande parte das metas que
estabelecemos em nossa vida é consequência das teleonomias genética e cultural,
mas existem outras que são estabelecidas de forma autônoma e livre pelo self de cada pessoa, devido à teleonomia do self. A teleonomia do self é a tendência que
temos para alcançar metas escolhidas livremente por nós, entre alternativas
possíveis.
O
tempo necessário para alcançar uma meta e a intensidade do esforço necessário
para alcançá-la, dependem de nossa motivação para atingi-la. As intenções, metas e motivações concentram
a energia psíquica nela envolvidas e criam certa ordem na consciência,
permitindo a instalação de um estado mental chamado de Fluxo ou Gratificação.
As
emoções negativas e as situações que aumentam a entropia mental, nos afastam do
bem estar psicológico, e as emoções positivas e as experiências de fluxo ou
gratificações, nos aproximam dêle.
Como
as emoções positivas são anti-entrópicas e como a entropia diminui o tempo de
vida dos sistemas biológicos (as enzimas foram criadas pela natureza para diminuir
a entropia e aumentar o tempo da vida da pessoa), pode-se inferir que as
emoções positivas devem aumentar o tempo de vida. O ser humano que tem mais bem
estar em sua vida, com mais emoções positivas e mais gratificações, tem
condições para viver mais, se comparado com outro com menos emoções positivas e
menos gratificações.
Seligman10,
pg 18 relata pesquisa feita com 200 freiras objetivando avaliar a
felicidade e longevidade delas. Foi constatado que, entre as mais alegres, 90%
viveram até 85 anos, contra 34% das menos alegres. E 54% das mais alegres
viveram até 94 anos, contra 11% das menos alegres. E conclui: “Ao que parece,freira feliz vive mais”.
Quanto
à distribuição das metas em um dia médio, Csikszentmihayi5 constatou
em suas pesquisas, que durante um terço do dia a pessoa faz certas coisas
porque não tem nada melhor para fazer — sem motivação intrínseca (querer fazer)
para realizar as tarefas, e sem motivação extrínseca (ter de fazer). Então a
pessoa pode ter uma melhora da qualidade de sua vida se preencher a parte da
vida sem motivação com metas livremente escolhidas por ela, fazendo atividades
que lhe tragam alegria, nas quais entre em fluxo.
Para Csikszentmihayi5, as principais tendências da psicologia do século XX compartilham de uma epistemologia comum e elaboraram descrições reducionistas da ação humana, com a intenção de serem o mais científicas possíveis. Por isto ignoraram ou menosprezaram o aspecto mais óbvio do fenômeno humano — a existência do self consciente, do eu consciente.
Na sua visão, a certa altura da ontogênese,
cada indivíduo reconhece seu poder tanto
para orientar sua atenção como quiser, quanto para pensar, sentir, desejar e
recordar. A partir deste momento, seu self
é desenvolvido como nova agência psíquica. O self é um epifenômeno dos processos conscientes do indivíduo, o
resultado do reconhecimento que a consciência faz de si mesma.
A
modelação do self é feita com
informações advindas do próprio corpo, das lembranças do passado e das metas
futuras que a pessoa pretende desenvolver, e suas funções principais são
manter-se e desenvolver-se. O self garante
a autonomia da pessoa ao romper com o controle imperativo das instruções
genéticas sobre ela.
O
conjunto de metas coerentes que a pessoa estabelece em sua vida lhe permite
criar um self coerente. Através delas
o indivíduo cria ordem em sua experiência existencial e dá sentido e
significado à sua vida. Quanto mais metas coerentes a pessoa tiver em sua vida,
mais ordem terá em sua mente e menos entropia psíquica. Conquistando metas
coerentes em sua vida a pessoa poderá ter mais bem estar, melhor qualidade de
vida e ser mais feliz.
Se
uma pessoa é mais alegre, dá e recebe mais amor, pratica a compaixão e o
perdão, exercita a gratidão, tem mais prazer e mais gratificações, tem mais fé
em si mesmo ou em algo sobrenatural, tem esperança no futuro, tem mais
confiança e otimismo, terá menos entropia em sua mente e qualidade de vida
melhor, com mais bem estar e felicidade, com
vida próxima do que Aristóteles chamou de “vida
boa”.
Entropia existencial: Metas e Entropia psíquica
A ausência de metas na vida de uma pessoa diminui a possibilidade dela ter boa qualidade de vida, ou até mesmo de continuar a viver.
De
acordo com o depoimento de Viktor Frankl9, psicólogo judeu alemão
que sobreviveu às atrocidades praticadas pelos alemães nos campos de
concentração, os judeus sobreviventes das atrocidades nazistas, não foram os
mais jovens, nem os mais fortes. Foram os que, mesmo diante do sofrimento e da
adversidade, desenvolveram metas para suas vidas, e um sentido para suas
existências, muito profundo e muito humano - ajudar e apoiar seus parentes e
amigos, dando-lhes conforto, carinho e solidariedade, ou então tomaram como
metas sobreviver, para dar seus testemunhos à humanidade das atrocidades que
foram vítimas, juntos com parentes e amigos.
O
aposentado teme a falta de metas e de sentido de vida pois ele deixa de
praticar atividades que preencham efetivamente sua vida. Ao desaparecerem suas
metas, pode desaparecer seu sentido de vida. E desaparecendo o sentido de vida,
desaparece também a ordem existencial intrínseca proporcionada pela presença de
metas coerentes, dirigidas para o presente e para o futuro.
A
entropia prevalece em sua mente, e é fonte de mal estar, infelicidade,
depressão, solidão e muitas emoções negativas, e há redução de sua autoestima.
Chamo
a este tipo de entropia, de Entropia
Existencial
que leva a desordem à vida da pessoa.
Ela se propaga do terreno profissional, para o pessoal, familiar e
sócio-cultural, e transforma a pessoa num resto de ser humano, com dificuldade
para reunir forças e arrastar o fardo pesado que passa a ser sua vida.
As
metas são importantes no processo de construção da autoestima da pessoa,
segundo William James6 - a nossa autoestima depende da relação entre
as metas que nos propomos, e dos sucessos conseguidos. Quanto maior o número de
metas alcançadas, maior nossa autoestima.
Se
você estabelecer metas e desafios muito elevados, impossíveis de alcançar,
desproporcionais às suas habilidades, e não conseguir alcançá-los, pode
desenvolver baixa autoestima, pois a frustração decorrente fará com que perca a
confiança em si mesmo. É o caso de um aluno que se propõe tirar conceito bom em
todas as disciplinas, e só consegue conceito bom na metade delas. Ele fica
frustrado e com autoestima baixa, embora tivesse alcançado um rendimento
escolar muito acima da média de seus colegas.
Muito
cuidado ao estabelecer suas metas – elas devem ser razoáveis, que possam ser
executadas no tempo aprazado, trazendo-lhe um sentimento de realização que
reforce sua autoestima. O sentimento de realização desenvolvido ao longo de sua
vida, lhe traz confiança em si mesmo e uma boa autoestima.
Ao
elaborar suas metas existenciais, tenha consciência que as elabora a partir de
sua herança genética e cultural, expressas por seus instintos e educação, e
também a partir da teleonomia do self,
a partir de suas escolhas, fundamentado na sua autonomia em relação a suas
tendências genéticas e culturais.
Para
aumentar seu bem estar e felicidade, além de estabelecer metas coerentes e exequíveis,
motive-se constantemente para atingi-las. Diz o ditado popular “mente vazia oficina do diabo”, então
preencha sua mente com metas, pois na mente vazia a entropia assume valores
máximos e impera a desordem mental.
Para
Csikszentmihayi6, a entropia psíquica perturba o equilíbrio mental
pois produz conflitos com as metas individuais, como ocorre no medo, tédio,
apatia, ansiedade, confusão mental, raiva, ciúme e outras emoções negativas. A
depender da natureza da emoção, ela pode entrar em conflito com determinada
meta, impedindo que ela seja alcançada.
Um exemplo
é como repercute em duas pessoas, uma tempestade matinal que cai num vale – um
agricultor, que planejou colher sua produção de trigo, provavelmente entrará em
pânico ao perceber os prejuízos que terá. Para uma pessoa que ia fazer um pic-nic,
a repercussão será discreta irritação devido à frustração dos planos.
CAPÍTULO 7
FLUXO,
ENTROPIA PSÌQUICA, DESAFIOS E HABILIDADES
Ao estado de consciência oposto à entropia, Seligman10 denomina Gratificação e Csikszentmihayi5 de Experiência de Fluxo, Experiência Ótima, ou Fluxo. Este estado é alcançado quando todos os conteúdos da consciência se encontram em harmonia entre si e trabalham para alcançar as metas definidas pelo self. Quando isto ocorre a pessoa sente uma satisfação imediata, tem grande concentração na atividade que está executando e o tempo passa rapidamente.
O
fluxo surge geralmente quando é executada uma atividade que dá muita satisfação
e seja um desafio. Para vencer as dificuldades, a pessoa tem de empenhar-se
bastante e colocar em prática as habilidades necessárias para vencer o
obstáculo. Uma característica do fluxo é que a meta desejada exija grande
atenção, devendo a pessoa concentrar-se totalmente na atividade, esquecendo o
que se passa em torno dela e em seu mundo interior subjetivo- desaparece a
consciência do “eu”. Para que o fluxo ocorra, a meta deve ser claramente
estabelecida, bem como a forma como será atingida.
As
metas pretendidas exigem respostas apropriadas, e deve haver durante o fluxo um
mecanismo de feed back, que permita à
pessoa saber, a cada momento, o que está ocorrendo. Ela deve ter evidências
objetivas de que seus esforços estão sendo recompensados, e que cada etapa do
processo está sendo alcançada com sucesso. Durante o fluxo, a pessoa se absorve
tanto na atividade, que a percepção do tempo é distorcida, e as horas parecem
minutos. A entropia é mÍnima, há ordem na consciência e a pessoa sente uma
experiência agradável, tanto que procura repetir a atividade de fluxo.
· Metas claras a serem atingidas;
· Desafio grande, proporcional às
habilidades da pessoa;
· Grande concentração ;
· Satisfação ao executar a atividade;
· Regras claras para avaliar o desempenho;
· A pessoa possa saber o desempenho a
qualquer momento;
Durante
o fluxo há:
· Sentimento de controle da situação;
· Desaparecimento da autoconsciência;
· Sentimento de que o tempo passa muito
depressa.
Situações
em que a gratificação ocorre mais facilmente5;
· Jogos: xadrez, tênis, cartas de baralho,
etc.;
· Exercícios físicos e esportes (voleibol,
futebol, etc.);
· Interação social – conversa agradável
com outras pessoas ;
· No trabalho, quando fizer tarefas
agradáveis;
· Dirigir automóvel;
· Tocar instrumentos musicais: piano,
violão, violino, etc.;
· Ir ao cinema, teatro, restaurante, e
locais similares;
· Escalar montanhas;
· Esquiar;
· Praticar rituais religiosos;
· Fazer um tapete, bordar um tecido ou
equivalentes;
· Fazer programas de computadores;
· Ler um livro interessante;
· Fazer uma cirurgia;
· Relacionamento sexual;
· Fechar bom negócio;
· Conquistar nova amizade;
CAPÍTULO 8
ENTROPIA PSÍQUICA, ANOMIA E
ALIENAÇÃO-
Alienação
Quando
uma pessoa interage em seu mundo social podem ocorrer duas possibilidades, que
dependem da possibilidade dela ter certeza ou incerteza na predição dos
resultados de sua interação . Estas alternativas dependem, de um lado, dela
poder utilizar ou não suas habilidades e recursos pessoais com certo grau de
liberdade, e, de outro lado, da frequência e da variedade dos desafios a que é
submetida.
Num
extremo, quando as habilidades são escassas e os desafios são baixos, a pessoa
se sente entediada ou ansiosa com as rotinas diárias que lhe são oferecidas,
com poucas variedades, ou pequena frequência de desafios, o que torna as
interações sociais monótonas e tediosas. Ela percebe sua rede de relações
sociais como constrangedora, e que em seu mundo social ela não tem
possibilidade de expressar sua vontade,
inexistindo sua participação autêntica em seus comportamentos.
Devido
à inflexibilidade da estrutura social que a constrange, os resultados dos encontros
sociais da pessoa são facilmente previsíveis e suas metas estão sujeitas à
tirania do meio e por ele impostas. Ela recorre muito pouco a suas habilidades
e recursos pessoais, como no caso do trabalhador de uma fábrica, durante sua
jornada de trabalho – ele não tem autonomia para expressar sua criatividade, e pode
predizer, com razoável grau de certeza, o resultado de suas ações durante a
jornada de trabalho. Ele não tem liberdade para expressar livremente sua
vontade e sua criatividade, e vive com alienação de seu trabalho.
Na visão de Marx5, dentro de uma perspectiva econômica, o trabalhador do sistema capitalista é alienado de seu trabalho, pois, forçado a vendê-lo aos proprietários dos meios de produção, se distancia de qualquer relação significativa com os bens que produz.
Na
alienação, numa visão marxista, a experiência do trabalho é destituída de
criatividade, e se transforma em uma carga nociva, embora necessária para
obtenção do sustento do trabalhador.
Para
Mitchell, Jr.5 a alienação ocorre quando a pessoa pode prever
suas condutas dentro de uma ordem social pré-estabelecida, percebendo seu mundo
constrangido por forças sociais nas quais não tem voz, e é limitada por regras que eliminam sua
criatividade e espontaneidade. Ela sabe antecipadamente o que vai fazer em
determinada situação, independentemente de seu interesse, de seu desejo e de
sua vontade. Segundo o autor citado, o mundo social alienante é
castrador, onipresente, repressivo. É o caso da vida em um campo de concentração, em uma prisão ou em uma
cadeia de montagem de uma fábrica, que proporcionam alto grau de certeza em
relação aos resultados das ações praticadas.
Para Mitchell, Jr.5 a alienação se manifesta de dois modos: o indivíduo se sente sem poder, pois percebe que através de sua conduta não pode modificar seu mundo social; o indivíduo se sente estranho a si mesmo pois não consegue recompensas em sua vida social, em termos de conforto e posse de bens que atendam suas necessidades. A certeza dos resultados converte a interação que deveria ser desafiante, em uma tarefa tediosa e monótona.
Analisando
a alienação
dentro da perspectiva da Educação das Emoções, vê-se que ela é um fator
determinante da entropia psíquica pois determina o aparecimento de emoções
negativas como o tédio, ansiedade, tristeza, e desesperança nos alienados, além
levar à da falta de sentido em suas vidas. Os alienados devem se perguntar: para que e porque viver?
Anomia
No outro extremo está a situação de uma pessoa cuja rotina diária está cheia de situações com problemas urgentes e difíceis para resolver, como o médico da emergência de um hospital, o corretor de ações durante o pregão da bolsa de valores ou o diretor de uma corretora de ativos financeiros. Para executar as tarefas a pessoa está sujeita a estresse permanente, fazendo grandes esforços para executar as ações necessárias – seu mundo social se apresenta como uma grande esfinge e ela permanentemente está diante da ameaça de “decifra-me ou devoro-te”. Ela nunca tem certeza das consequências de seus encontros profissionais, cujos resultados são imprevisíveis, incertos, confusos e contraditórios. Nunca pode ter certeza de que seus esforços foram adequados para resolver os desafios enfrentados e controlaram a situação.
Muitas
vezes suas habilidades e recursos pessoais são inadequados ou insuficientes
para controle da situação e pode acontecer que até os meios necessários para
resolver os problemas não sejam claros. Há um certo caos no seu mundo
social e ela não pode detectar regras claras que norteiem
suas interações sociais. Chama-se de anomia
este estado de incerteza social, em que
as normas sociais inexistem ou não são explícitas.
Para Durkeim, citado por Mitchell, Jr.5, a anomia é um transtorno de ordem social decorrente da ruptura de obrigações normativas. Para ele,quando as pessoas não estão constrangidas por uma ordem social estável “a atividade humana aspira naturalmente a limites além dos desejáveis e são estabelecidas metas inalcançáveis”. A sensação de falta de normas leva a desejos descontrolados, que conduzem a pessoa a certa desorientação. Uma situação oposta à anomia é aquela em que há excessiva regulação através de normas e disciplina opressiva.
Mitchell,
Jr.5 considera alienação e anomia estados subjetivos experimentados por atores
sociais individuais, e as vê como polos opostos da vida social, que oscilam
entre a certeza e a incerteza vital.
Segundo Mitchell, Jr.5 a anomia se expressa de três formas: quando as normas conhecidas de conduta social não funcionam ou não são aplicáveis; · quando há falta de sentido na ação, pois não há finalidades perceptíveis para o comportamento; quando a pessoa se isola ao perceber que o apoio social dos companheiros é insuficiente. Para o autor citado, “o indivíduo anômico se encontra sem o apoio dos membros do grupo a que pertence, não tem elementos objetivos para ajudá-lo a selecionar alternativas que façam sentido para sua vida, e ficam sem direção e sem propósitos, sem limites, sem fé que o guie, e sem esperança que o conforte. A incerteza a respeito dos resultados converte o habitual em problemático, a rotina em trauma, a tarefa normal em uma prova maior”.
Dentro
da perspectiva da Educação das Emoções, a anomia leva a pessoa a um aumento da
entropia psíquica, na medida que gera grande insegurança, devido ao medo do
presente e do futuro, e a uma desorientação existencial, com perda do sentido
de vida.
Coburn, citado por Mitchell5, identifica duas condições que trazem consequências negativas para a saúde do trabalhador - quando os desafios excedem suas capacidades e quando as capacidades são maiores que os desafios existentes. Com a finalidade de diminuir a entropia, a desordem mental e existencial gerada pela anomia e pela alienação, os atores sociais anômicos ou alienados procuram formas para equilibrar suas habilidades com os desafios e responsabilidades a que são submetidos. Na alienação procuram fazer coincidir os desafios a que são submetidos com os recursos que possuem, e avançam para um equilíbrio entre o que se sentem capazes de fazer e o que lhes é permitido. Na anomia procuram equilibrar-se com o que lhes é exigido pelo meio social. Ao conseguir tal equilíbrio em suas atividades cotidianas, são recompensados com a satisfação de praticá-las, enchendo suas vidas de sentido e restauram o equilíbrio psíquico, a ordem mental.
Sob
o ponto de vista psicossocial as expectativas de um papel são satisfeitas
quando há uma atuação adequada e apropriada do ator social ao executá-lo. Em
termos neuropsicológicos as pessoas estão motivadas para atuar sobre o meio
social para reduzir a variabilidade dos estímulos quando eles são excessivos ,
ou de aumentá-los quando são inferiores a um nível ótimo, buscando aquilo que
White5 chamou de competência
- uma sensação de eficácia nas suas
interações sociais, acompanhada da percepção de crescimento pessoal.
Neste
sentido, a competência é um pré-requisito para que se instale o fluxo,e
surge como o oposto da anomia e da alienação. A gratificação é gerada por uma atividade que
resulta de uma tensão dinâmica psicossocial, com certo grau de estresse que a
pessoa tenta equilibrar, e nesta perspectiva, é um processo de adaptação do
indivíduo ao seu ambiente psicossocial.
CAPÍTULO 9
EDUCAÇÃO
DAS EMOÇÕES E ENTROPIA PSÍQUICA
O objetivo principal da
Educação das Emoções no que tange à entropia psíquica é promover ações que
levem ao equilíbrio mental, diminuindo a desordem (entropia) e aumentando a
ordem (sintropia).
A satisfação de uma pessoa
é um sentimento de bem estar que surge quando sua mente está em paz, equilibrada,
quieta, em ordem, e a entropia é pequena. Ninguém se sente bem, quando está com
raiva, medo tristeza, ansiedade, depressão, tédio e outras emoções negativas.
As emoções positivas nos causam bem estar: perdão, gratidão, prazeres físicos e
prazeres maiores, fé em nós mesmos ou em algo sobrenatural, esperança,
otimismo, entusiasmo, etc.
Acreditamos que a questão básica do funcionamento da mente humana e da busca do bem estar é o equilíbrio mental. Nossa satisfação e bem estar dependem da existência de ordem em nossa mente, para que tenhamos quietude, tranquilidade e paz. Devemos buscar permanentemente um equilíbrio entre a ordem e a desordem, reduzindo a entropia a um valor mínimo possível.
Fatores
que aumentam a Entropia Psíquica
Acreditamos que, além de
outros, os seguintes fatores aumentam ou contribuem para aumentar a entropia
psíquica:
· Emoções
negativas;
· Estresse
prolongado, devido a doença física ou psíquica (ansiedade, angústia, depressão,
psicoses, neuroses, etc.), ou a problemas no trabalho, no lar e na família,
problemas pessoais ou sociais e problemas financeiros;
· Uso
de drogas: álcool, cocaína, crack, maconha, etc.;
· Excesso
de informações;
· Paixão
romântica;
· Lembranças
de fatos desagradáveis;
· Autoestima
baixa.
Redução da Entropia Psíquica
A redução da entropia
psíquica pode ser conseguida através do aumento das emoções positivas, aumento
das gratificações e do controle das emoções negativas.
Aumento das Emoções Positivas
As emoções positivas podem estar voltadas para o passado– gratidão, perdão,reconciliação,satisfação,contentamento,realização,serenidade,orgulho,etc.; para o presente - os prazeres físicos (evocados pelo toque , gosto, cheiro, movimento do corpo, visão e audição) e os prazeres maiores (alegria, contentamento, bom humor, entusiasmo, conforto, divertimento, relaxamento, etc.); ou para o futuro - fé, esperança, confiança, otimismo, etc.
O desenvolvimento de competências emocionais relacionadas com as emoções positivas requer a utilização de metodologia adequada durante o tempo necessário, tendo-se em mente que a mudança de comportamento emocional demanda, além da vontade de querer mudar da pessoa, de um esforço continuado, de perseverança constante. Uma análise mais aprofundada da questão transcende aos objetivos deste trabalho.
Aumento do estado de Fluxo
É significativa a contribuição que pode dar o aumento do fluxo para diminuir a entropia mental. Tanto mais que a prática de atividades que levam ao fluxo não depende do temperamento da pessoa e está ligada às suas forças de caráter, expressões de suas virtudes pessoais. Segundo Seligman10 a felicidade de uma pessoa depende de três fatores – um é genético, outro ligado às circunstâncias que envolvem sua vida e o terceiro é sua vontade. Todos nós nascemos com determinadas tendências genéticas, que se acredita constituir cerca de 50% de nossos traços de personalidade. Elas nos levam a sentir emoções positivas ou negativas, a sermos tristes ou alegres, a termos medo ou coragem, sermos mais ou menos sociáveis.
Isto está no código genético e não podemos alterá-lo, mas podemos, através de nossa vontade, influir nestas tendências e modificá-las, até onde for possível.O segundo fator que influi na felicidade de uma pessoa é relacionado com as circunstâncias que envolvem sua vida. São elas uma vida social mais rica e mais plena, o casamento, a religião, relacionamento romântico e o dinheiro, até certo ponto. Segundo Seligman10, as pesquisas apontam que este fator contribui entre 8 a 10% para a felicidade pessoal.
O terceiro fator que interfere na felicidade é a vontade da pessoa, que influi de forma expressiva no nível constante de felicidade, variando de 35% a 42%. Assim, se a pessoa quiser e souber como se comportar, pode ser mais feliz na vida. Vale a pena investir esforços para compreender os mecanismos capazes de aumentar a felicidade, e como desenvolver as habilidades necessárias para colocá-los em prática. Ninguém está condenado geneticamente a ser infeliz, pois cerca de 50% dos fatores que interferem na felicidade dependem de componentes não genéticos – da nossa vontade e das circunstâncias em que vivemos. Mesmo alguns componentes genéticos podem ser controlados, na medida que a pessoa tome como desafio promover as mudanças necessárias.
Quem tiver um impulso
grande para ficar sozinho, evitando o contato social, pode mobilizar sua
vontade para modificar esta tendência e socializar-se adequadamente. E a
socialização é fator importante para o nível constante de felicidade - as pessoas
felizes são muito sociáveis, segundo pesquisas de Csiskzentmihayli6, pois parte de nossas gratificações vêm de
conversas agradáveis com outras pessoas.
Controle das emoções negativas
As emoções negativas induzem aumento da entropia mental e perturbam o equilíbrio psíquico, por isto devemos desenvolver competências emocionais para lidar adequadamente com elas. Santos13 considera a autoconsciência, enquanto percepção e compreensão das informações que temos de nós mesmos, fator fundamental para o controle das emoções negativas. A pessoa deve registrar as observações de tudo que se passa dentro de sua consciência, observando os pensamentos, emoções, sentimentos, sensações corporais, desejos, intenções, atitudes e atos, de modo neutro e imparcial, sem fazer julgamento.
A autoconsciência faz a
identificação imediata das emoções e permite tomar os cuidados necessários para
impedir que aumentem suas intensidades, pois quanto mais intensa a emoção, mais
difícil seu controle. Por exemplo, no caso da preocupação, através da
autoconsciência a pessoa se conscientiza dos pensamentos preocupantes, desde o
início, impedindo-os de crescer e aumentar cada vez mais. Se ela deixar a
preocupação instalar-se, outros pensamentos negativos virão se somar aos
iniciais, agravando a ansiedade, que cursa naturalmente com ela.
Estratégias para lidar com a raiva, medo e tristeza
O referido autor recomenda as seguintes estratégias para lidar com a raiva, medo,tristeza e depressão.
Como lidar com a Raiva
Nunca se entregue à raiva,
pois o maior prejudicado será você mesmo. Algumas recomendações:
· Fique sempre se vigiando, principalmente
quando pedir a alguém para fazer alguma coisa e não for atendido.
· Quando perceber que está ficando
irritado, não deixe a irritação crescer, pois fica mais difícil controlá-la.
· Quando estiver com raiva procure distrair-se e pensar em outras coisas. Não deixe o pensamento raivoso crescer, nem ceda a seus impulsos agressivos. Só aja depois que a raiva passar.Não fique ruminando sobre o assunto que causou a raiva. Procure esquecê-lo.
· Só pense nos acontecimentos geradores da raiva depois que ela passar - aí a visão da situação será clara e racional. Quando você estiver com raiva de alguém, procure conhecer seu ponto de vista.
· Convença-se que deve controlar sua
raiva. Cultive uma atitude mental de que “Não
vou me entregar à raiva”.
· Nunca entre na raiva de outra
pessoa, pois a raiva se alimenta da raiva. Não discuta com ela, pois sua razão
está “fora de campo”.
Como lidar com o Medo e a Preocupação
· Fazer reflexão construtiva, realista
e positiva sobre a situação.
· Usar técnicas de relaxamento, porque
a atenção é desviada para a respiração ou palavras que está repetindo.
· Escrever sobre sua preocupação tem
efeitos benéficos, devido ao “desabafo”, mostram as pesquisas.
· Fazer exercícios físicos neutralizam
as reações corporais do medo e da
preocupação crônica, principalmente quando se faz contração muscular vigorosa
ou musculação.
· Fazer massagem ou alongamento
muscular.
· Infundir confiança apegando-se a sua
crença religiosa é útil - rezar, pedindo ajuda a Deus ou outras entidades que
confie.
Como lidar com a Tristeza e a Depressão Discreta
· Procure dar sentido a sua vida, pois uma das causas da depressão é a perda do sentido de vida. Estabeleça, no início de cada dia, uma meta, um sentido imediato para sua vida. Preencha seu tempo, com atividades agradáveis, para que sua vida não fique sem sentido.
· Procure distrair-se. Programe
atividades agradáveis como passear no shopping, ir ao cinema ver um filme
cômico, ao teatro ver uma peça de humor, ver uma partida de futebol, ir à
praia,encontrar-se com amigos, ler livros
e revistas,etc. Estudos mostram que quem assiste muito televisão fica mais
deprimido depois de assisti-la.
· Pratique exercícios físicos. Andar e
fazer ginástica são úteis para combater a depressão leve, pois mudam o estado
de espírito e trazem estímulo para o
organismo.O exercício físico distrai das preocupações e diminui o estresse.
· Faça ginástica facial com
regularidade pois ela é útil para reverter os efeitos da tristeza sobre os
músculos da face. Force os cantos dos lábios para cima, como se estivesse
sorrindo e prenda durante alguns segundos (três a quatro sessões de dez
elevações ao dia).
· Sorria, mesmo sem querer,pois ao
sorrir você manda uma mensagem positiva para seu cérebro, evocando a alegria em
sua memória, que condicionou a alegria ao ato de sorrir.
· Conteste os pensamentos tristes e
pense em coisas alegres e verifique o lado bom da situação que o deprimiu.
Lembre-se que seu mundo não acabou, procure ter pensamentos positivos, e não se
entregue. Recorde situações em que você se divertiu e
estava feliz.
· Procure melhorar a auto-imagem e
cuide de sua aparência. Use o perfume que mais gosta, vista-se bem, e faça uma
boa maquiagem, se for mulher.
· Procure ajudar outras pessoas, pois
você se sentirá útil por estar fazendo o bem e desviará sua atenção de suas
preocupações, que lhe fará bem. O trabalho voluntário modifica o estado de
espírito negativo.
· Rezar faz bem ,pois a reza é eficaz
para combater a tristeza e a depressão. A pessoa se sente fortalecida e
esperançosa ao buscar ajuda sobrenatural.
· Escreva sobre sua tristeza durante
quinze ou vinte minutos por dia, durante cinco dias seguidos, pois isto tem
efeito benéfico, mostram as pesquisas.
· Pratique relaxamento, principalmente
se houver ansiedade. As técnicas de relaxamento reduzem os estímulos musculares
do corpo e diminuem a ansiedade.
Relacionamento e Entropia
Segundo Csikszentmihalyi6, para haver um relacionamento sem entropia, que leve ordem a sua mente e à do outro, devem ser satisfeitas duas condições: 1- Que as metas sejam compartilhadas por ambos; 2. Cada parceiro deve investir a atenção e o interesse nas metas do outro, esforçando-se para atingí-las. As metas devem ser explicitadas com clareza, e se não estiverem claras, devem ser clarificadas.
As
raízes dos conflitos entre as pessoas costumam ser preocupação excessiva
consigo mesmo e incapacidade de prestar atenção às necessidades do outro. Isto
gera entropia e não há ordem no relacionamento.
CAPÍTULO
10
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O
Autor entende que o Paradigma Termodinâmico, fundamentado nos princípios
termodinâmicos da Conservação da Energia (Primeiro princípio) e da Entropia
(segundo princípio), é um instrumento de analise válido, tanto sob o ponto de
vista epistemológico, quanto sob o ponto de vista cognitivo, pois ajuda a
percepção e compreensão lógica da realidade, na medida em que seja utilizado de forma
contextualmente adequada para a percepção da complexidade do real.
Como Einstein descreveu na Teoria da Relatividade, qualquer forma material é a expressão da concentração da energia, através da relação definida pela equação e = m.c2(e = energia, m = matéria e c= velocidade da luz).Tudo que encontramos no universo está sob a forma de energia ou pode ser nela convertida.
Segundo
Capra22, até o terceiro quartel do século XX a Física acreditava que
a matéria estava constituída de partículas, algumas estáveis e outras instáveis,
que logo se desintegram após infinitesimal
intervalo de tempo. Entre as estáveis, de vida relativamente longa, estão os
léptons (neutrino, eletron e múon), os bárions (prótons, neutrons, lambdas,
sigmas,etc) e os mésons, correspondendo a cada partícula uma antipartícula.
No
final do século XX, Laszlo23 comenta que os cientistas não podem
mais identificar entidades básicas da matéria sob a diversidade dos fenômenos
manifestos, nem tampouco dizer se tais entidades existem realmente como
partículas. No início do século XXI, não temos mais nenhuma base para dizer o
que são as partículas, nem o que elas fazem.
A
Teoria dos Quanta, baseada no postulado de Max Plank, ensina que a matéria
emite energia em quantidades finitas e proporcionais à frequência, proporcionalidade
esta garantida por uma quantidade fundamental de energia, o quantum de energia (E = h . f , em que E = energia, h = constante
de Plank e f = freqüência). Ela nos fala de entidades
inconcebíveis ao senso comum, como nuvens de energia que estão simultaneamente
presentes em mais de um lugar, e nos fala de entidades que são ondas e
corpúsculos ao mesmo tempo, dependendo da forma como interagimos com elas.
Na
atual concepção quântica da Física subatômica, quando se faz a fissão do átomo
encontra-se as partículas clássicas referidas (protons, nêutrons, elétrons,
etc), e quando se faz a fissão destas partículas, encontram-se os quarks. Na fissão dos quarks encontram-se as cordas, que quando cindidas levam às super-cordas. A Mecânica Quântica relativista
descreve o Universo como uma teia complexa de relacionamentos, de campos
energéticos ou ondas ou padrões de energia (Laszlo23 , Capra 22 ).
É
nesse contexto que os princípios da Termodinâmica devem ser interpretados. O
Primeiro Princípio, em sua essência, estabelece que a energia do universo é constante, e o
Segundo Princípio estabelece as regras para a energia transformar-se de uma
modalidade em outra. Assim, a análise de qualquer fenômeno nos seres vivos e
nos inanimados, passa pela análise de transformações de energia.
Se a
mecânica quântica relativista descreve a realidade como constituída por uma
complexa teia de relações energéticas e se a energia constitui a essência da
realidade, a análise racional desta realidade passa pela aplicação das leis
gerais da energia, pelas leis da Termodinâmica.
Não
estamos defendendo um fisicalismo absoluto, com a tirania das leis físicas, nem
que podemos compreender todos os fenômenos relacionados com os organismos
vivos, suas relações e a própria sociedade, exclusivamente através da aplicação
das leis da Termodinâmica e de seus corolários.
Defendemos,
sim, que a utilização adequada dos princípios da entropia e da constância da
energia, associados com outros conceitos e
paradigmas - como o Paradigma Sistêmico e os que regem as
relações psicológicas e sociais – são úteis para a compreensão da realidade
dos seres vivos, bem como da sociedade.
As
reflexões contidas neste trabalho são exemplo de um exercício de lógica fundamentado nas ideias acima expostas. Após
a conceituação dos Princípios da Termodinâmica, os aplicamos aos sistemas vivos
e analisamos a entropia nos sistemas biológicos, fazendo uma interface entre a
Teoria dos Sistemas e o Paradigma Termodinâmico, apresentando evidências
experimentais da validade desta associação.
Na
etapa seguinte, considerando a indiscutível unidade entre o biológico e o
psíquico dos seres humanos, analisamos a entropia na dimensão psicológica e o
efeito das emoções sobre ela. Para não restar dúvidas a respeito da validade
epistemológica do arcabouço conceitual considerado, incluímos na análise a
avaliação quantitativa da entropia psíquica, respaldada em pesquisas científicas
recentes, realizadas em respeitadas universidades dos Estados Unidos.
Como
consequência lógica das reflexões efetuadas, chegamos ao conceito de Entropia
Existencial, que se nos parece uma concepção válida para analisar e compreender
o ser humano enquanto ser-no-mundo.
Fundamentado
nas concepções de grandes pensadores da sociologia, nos sentimos à vontade para
avançar em direção ao contexto social, mostrando a importância do conceito de Entropia
como instrumento de análise e compreensão da alienação, anomia e relacionamento social.
Por
fim, chegamos ao objetivo maior das reflexões, de estabelecer uma interface
entre a entropia psíquica e a Educação das Emoções e mostramos a importância do
conceito de entropia psíquica enquanto instrumento de reflexão na educação. Em
resumo, podemos dizer que se o propósito maior da Educação é propiciar
condições para que o educando seja feliz, isto assume maior realce no caso da
Educação das Emoções.
E dentro de uma cosmovisão entrópica, podemos
considerar como o objetivo último da Educação das Emoções que o educando
desenvolva as competências necessárias para reduzir ao mínimo sua entropia
psíquica, pois a felicidade, como foi demonstrado, cursa com a ordem mental,
com uma entropia psíquica tão reduzida quanto possível.
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