domingo, 8 de janeiro de 2023

E-book 2

               E-book 2

             Fundamentos 

                         da              

         P S I C O L O G I A

M O D E R N A  

                  Medo, Estresse, Resiliência e Autocontrole

 


                                          Blog

                                      emoçaoeatencao@blogspot.com      

                   Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos

 

                   2023 







  QUEM É O AUTOR

Jair de Oliveira Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar, Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.

Criou o blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou 90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve , segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.

Pioneiro da Educações das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3- Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos Históricos, Fundamentos e Resultados.

Dedicou-se à Educação Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e” Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.

 

Dedicatória: In memoria:

A minha inesquecível esposa falecida, Olívia,

A meu Pai e minha Mãe.

A meus filhos:

Jair Filho, César, Telma, Vinicius e Paulo

A meus netos:

Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro Gabriel, Maria Eduarda , Larissa e Arthur.

Aos que nos deram condições e estimularam a fazer estudos, pesquisas  e reflexões sobre Educação das Emoções.

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“Quem conhece os outros é inteligente

  Quem conhece a si mesmo é sábio “

Lao Tsé – Tao te King, XXXIII   

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“Trata a humanidade, na tua própria pessoa ou de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”

 Kant I., “Fundamentação da metafísica dos costumes”, 1786.                           

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Não há outro universo, senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora de si um fim que o homem se realizará como ser humano”

Sartre,J.P., “O Existencialismo é um humanismo”, 1944

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                 COMUNICADO

 

A partir de 26-11-22,  o blog emoçaoeatencao@blogspot.com terá nova orientação, para atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que conterão o conteúdo dos posts já publicados, de modo a constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.

Ranking database emoção atenção@blogspot.com, da pesquisa citada.

Gráfico publicado pelo Ranking data base sobre o 

emoção atenção@blogspot.com

                             



RELAÇÃO DOS CAPÍTULOS DO E-BOOK 2

      Capítulo 1: O que é o Medo?

Capítulo 2: Como lidar com o Medo?

Capítulo 3: O que é o Estresse I?

Capítulo 4: Estresse II- suas causas   e   efeitos

        Capítulo 5: Estresse III- como prevenir?

        Capítulo 6: Estresse IV- Como avaliar e lidar

Capítulo 7: Resiliência- o que é?

Capítulo 8: Emoções Positivas e Mudanças Cerebrais 

     Capítulo 9: Como treinar seu Autocontrole

       Capítulo 10: Autocontrole do Estresse

      Capítulo 11: Como aprender a Prestar Atenção

      Capítulo 12: Seu cérebro é a fonte de Felicidade

 

                        APRESENTAÇÃO

  Este e-book foi elaborado para atender à tendência atual das publicações, usando a Informática, de forma escrita ou podcast. Ele analisa temas fundamentais da Psicologia Humana, desde a cognição, através da atenção, até algumas emoções como o Medo, diversos aspectos do Estresse, suas causas e efeitos, como prevenir, avaliar e lidar, e o que é a Resiliência. Trata do Autocontrole e do novo significado do Bem-Estar e de como medi-lo e aumenta-lo. E de como incorporar a experiência de Significação.

E de saber reconhecer quando está possuído pelo grande mal que assola a humanidade, que é o Estresse. Você terá análise da Resiliência e do significado do seu Bem-Estar, como medir e fazê-lo crescer.

Tudo objetivando ter um convívio social harmônico. Temos certeza que adotando comportamentos dos quais tenham desenvolvido hábitos, sua qualidade de vida será melhor.

    

 

 

 

 

               CAPÍTULO 1

            O QUE É O MEDO?


     Neste capítulo você verá
qual a natureza do Medo, seu significado para o homem , os tipos e formas que ele se apresenta, suas causas, as regiões do cérebro ativadas no  medo, suas relações com a ameaça e o estresse, as reações que ele produz no corpo,  saberá identificar seus Medos e o que é Preocupação.

 Que é o Medo?

O Medo é uma reação do organismo a uma situação ameaçadora, que pode ser real ou não. Ele foi importante para a preservação da raça humana pois permitiu a nossos antepassados se salvarem das feras e dos perigos que os ameaçavam, fugindo de um leão ou tigre e preservando a espécie. O medo é um aliado do homem, pois o faz cauteloso e prudente e o protege contra  perigos.

Uma forma comum de medo é o medo de andar de avião. Uma professora gostava de passear e viajava de avião sempre que podia, mas na noite anterior à viagem sonhava que o avião estava caindo. De manhã, no aeroporto, o sofrimento aumentava: suas mãos ficavam frias, suando, e os braços e pernas se contraiam. Dentro do avião o coração e a respiração disparavam, os olhos ficavam esbugalhados, a face pálida e os músculos se contraíam tanto que ela doíam. Se o avião balançava, ela chorava, tremia e apertava uma mão na outra, ansiosa. Não comia nem bebia nada e durante a aterrissagem piorava e ela só ficava aliviada quando saía do aeroporto.

 

O Medo é hereditário?

Pesquisadores da Universidade de Queensland, em 2014, descobriram o  os genes associados ao medo e a fobia, que é uma  forma de medo e uma substância, a cromatina, capaz de controlar a expressão dos genes do medo e  de promover a extinção dele. É como encontrar o interruptor de uma luz numa sala e desligá-lo (http://www.medicaldaily.com/fear-controlling-gene-may-be-turned-researchers-discover-switch-280830). 

A pessoa quando nasce pode herdar um temperamento tímido. Os tímidos sentem medo com pequenos estímulos numa situação que outras pessoas não sentiriam. O limiar de medo é a menor quantidade de estímulo que pode desencadeá-lo, e os tímidos têm um limiar baixo. Algumas pessoas são medrosas e se assustam facilmente e  outras são mais difíceis de se assustarem.

Ser assustado ou calmo é uma tendência genética que a pessoa nasce, e é relacionada com a produção da noradrenalina produzida pelo cérebro quando a pessoa tem medo. As pessoas tímidas têm mais noradrenalina no sangue. Pesquisas mostram que crianças inseguras que se grudavam nas mães na escola, continuavam medrosas quando cresciam e com medo de se apresentarem em público. Mas depois de tratamento adequado conseguiam superar o medo.

 

Quais os sentimentos derivados do Medo?

Existem muitos e a forma mais extrema é o terror, além da  fobia e  da síndrome pânico, já no terreno da doença. Uma forma muito comum do medo é a preocupação, e outras são  ansiedade,  apreensão, nervosismo, timidez, vergonha, remorso, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor e susto.

Quais os tipos de Medo?

Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O natural é inato, os animais nascem com ele e resulta de estímulos vindos do meio ambiente, de uma ameaça real. Quando alguém se aproxima de um passarinho, de um peixe, imediatamente ele sai correndo, porque há uma ameaça, e ele corre para defender-se.

 O medo natural ocorre com rapidez e mobiliza o animal para responder a situações em que a resposta rápida é questão de vida ou morte. Ele surge por exemplo quando alguém vai na rua e de repente aparece um cachorro que quer  mordê-lo.

Seu organismo se mobiliza rapidamente para a defesa e o prepara para a fuga: a  amígdala cerebral envia sinais para o hipotálamo  estimular a hipófise pelo ACTH (adeno-córtico-trófico hormônio), que estimula a glândula suprarrenal. A hipófise libera um hormônio, o ACTH, que estimula a supra-renal para  produzir mais adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera o coração e ele manda mais sangue para os músculos, enquanto  cortisol aumenta o açúcar sanguíneo, para os músculos se contraírem e a pessoa sair correndo.

      O medo aprendido é adquirido pelo indivíduo durante a vida. O estímulo que o produz vem do pensamento e geralmente vem do convívio com a família. O caso da professora relatado no início do capítulo, é de medo aprendido. Outros exemplos são o medo de barata ou rato que a filha aprendeu com a mãe, e o medo de escuro que o filho aprendeu com a mãe que só dormia com a luz acesa.

Vejamos um exemplo de medo aprendido, que é condicionado. Um médico trabalhava na emergência de um hospital e à noite era procurado em sua residência pela ambulância, que chegava com a luz vermelha girando. Depois de algum tempo a luz vermelha era um símbolo de preocupação para o médico, pois anunciava um paciente que iria atender, cuja gravidade não sabia. Seu coração disparava, as mãos suavam, os músculos se contraiam, e ele ficava ansioso, só voltando a se sentir bem depois de resolver a situação.

Com o tempo ele notou que durante o dia, quando acendia a luz vermelha do freio do carro da frente, seu coração disparava e ele ficava tenso e ansioso. Ele condicionou o medo à presença da luz vermelha, que ativava seu organismo e desencadeava as reações correspondentes ao medo.

Tanto no medo natural quanto no aprendido o organismo reage da mesma forma, preparando-se para a fuga, sendo a ameaça real ou não. Quando alguém está preocupado porque o avião em que vinha a família atrasou, a ameaça não é real, mas ele sofre os efeitos corporais do medo da mesma forma que sofreria se a ameaça fosse real.

Quais as causas do Medo?

Existem várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, e veremos agora as principais:

Medo do futuro: é gerado pelo pensamento e pode ser adquirido na família ou no convívio com outras pessoas. É o caso do medo da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão.

Medo de doenças: é muito frequente quando o pai ou a mãe é preocupado com doenças e o transmite aos filhos. Os medos mais comuns são o medo do infarto do miocárdio, da hipertensão arterial, do derrame cerebral, de diabetes, de colesterol alto, de câncer, de demência mental (Doença de Alzheimer), além de outros.

Medo da invalidez geralmente ocorre devido a uma doença ou a um acidente de carro, moto , quedas e de outros acidentes.

Medo da solidão surge quando a pessoa não tem com quem compartilhar suas alegrias, esperanças, medos, ansiedades, tristezas e sofrimentos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 O medo da ruína financeira: pode ocorrer se a pessoa pertence a uma família com boas condições financeiras, passa por dificuldades e tem medo de ficar sem dinheiro.

O medo de fazer sexo: pode surgir em uma pessoa que teve um episódio de  impotência sexual e que sente ansiedade ao tentar manter outra relação sexual, com medo de fracassar de novo.

O medo de animais: o medo de cachorro pode ser devido a uma agressão ou a uma mordida de um cão que a pessoa sofreu quando era criança.

O medo de animais pode ser aprendido com outras pessoas com quem conviveu, como o medo de barata e rato, aprendido com a mãe.

Medo de homem ou de mulher: ocorre em pessoas que na infância conviveram com pai violento ou mãe violenta. Elas acham que todos os homens e mulheres os tratarão com violência.

Medo de água: alguém que quando criança quase se afogou e bebeu muita água, pode desenvolver medo de água quando adulto.

Medo da morte: existe principalmente nas pessoas idosas, mas pode existir também em jovens e crianças.

Medo de expressar emoções: existe em pessoas que durante a infância e a adolescência tiveram as emoções reprimidas e aprenderam que expressar emoção é coisa de fracos, pois os fortes não revelam seus sentimentos.

O medo de Deus, entre os praticantes do Cristianismo.

Medo dos espíritos, entre os praticantes do espiritismo.

Medo do inferno, entre os cristãos.

Medo do diabo, entre os cristãos.

Medo de terremotos, em pessoas que vivem em regiões em que há tremores de terra e as casas são destruídas.

Medo de inundações e tempestades: aparece em pessoas que vivem em regiões em que elas ocorrem.

Medo de epidemias: da gripe e de outros vírus, como a dengue e a zika.

Medo de abandono: do filho ser abandonado pela mãe ou do namorado ser abandonado pela namorada, e vice-versa.

Medo de ser incapaz de amar outra pessoa: em pessoas que tiveram dificuldades afetivas quando crianças e que acham que não são capazes de amar ninguém.

Medo de confiar em outras pessoas: ocorre em alguém que acha que os outros vão se aproveitar dele ou traí-los no futuro, como em crianças que sofreram abuso sexual de parentes ou pessoas próximas.

Medo de tomar elevador: tem pessoas que preferem subir as escadas porque tem medo de entrar no elevador.

Medo de Multidões: ocorre em pessoas que têm medo de andar quando há muita gente junta.

Síndrome  de pânico: ocorre quando a pessoa está fazendo uma atividade qualquer e sente um medo crescente, incontrolável, o coração dispara, sente tontura, tremores, faltar de ar e a sensação que vai morrer. 

Medo de altura : em pessoas que não suportam subir a locais muito elevados.

Fobia social:  a pessoa fica ansiosa, com medo e sente mal estar em situações sociais, quando é observada por outros. Fica insegura, preocupada com seu desempenho e com o que os outros poderão pensam dela. Pode ocorrer  quando ela falar em público, comer num restaurante, entrar um lugar cheio de gente, ir a uma festa, etc.

Como se comporta a pessoa com Medo?

O medo crônico pode ter consequências severas na vida da pessoa, pois gera alterações no seu corpo e na sua conduta. O medroso tem duas opções de conduta: uma é fugir de suas responsabilidades e outra é obedecer ao dominador, porque lhe faltam forças para desobedecer às suas ordens. Ele então se subordina e vive acovardado, tanto  nos seus relacionamentos familiares, quanto nos sociais e profissionais.

No relacionamento interpessoal, o medroso se sente desvalorizado perante os outros e transfere o poder para quem o intimida, sentindo-se vítima dele. A nível profissional, ele deixa de ser competitivo pois perde a confiança em si mesmo, e pode ficar menos criativo, levando-o à estagnação profissional e diminuição da produtividade no trabalho.

Na área existencial, há uma limitação, pois a soma dos fatores negativos citados, a depender da intensidade e  duração do medo, leva a uma inibição cada vez maior do indivíduo. O medroso crônico pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, pois se sente vítima da vida e dos outros, perdendo o poder de comandar sua vida, devido à perda da confiança em si mesmo.

 

Quais os efeitos do medo no corpo?

O medo se manifesta no corpo de diversos modos. No rosto há palidez, maior ou menor a depender da intensidade do medo, causada pela contração dos vasos que levam o sangue para a face. 

Os olhos ficam esbugalhados, abertos, fazendo o olhar do medroso característico. As sobrancelhas ficam franzidas, devido à contração da musculatura frontal e podem aparecer rugas no meio da testa, se o medo é crônico. Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo.

Há contração muscular é generalizada nos membros. As pernas  podem tremer e a pessoa ficar parada. As mãos frias suam muito e os cabelos dos braços podem levantar. Mesmo quando a ameaça não é real os músculos se contraem e podem envolver a pessoa como uma couraça, e com o tempo os ombros ficam curvados, trazendo mal estar e dores.

A nível bioquímico, surge a resposta ao estresse e há  produção de adrenalina, noradrenalina e cortisona. A glicose do sangue sobe, para servir como fonte rápida de energia no caso de fuga. A boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial pode subir. Estas reações podem durar minutos, horas ou dias, se o medo ficar mantido, causam prejuízos à saúde da pessoa.

 

Quais os efeitos do Medo no cérebro?

Pesquisas realizadas em 2012 por Simon Maier, utilizando a ressonância magnética cerebral,  mostram que no medo, durante a avaliação de ameaças e nas respostas a elas, entram em atividade no cérebro o córtex do lobo pré-frontal dorsal e o do cingulado dorsal anterior ( giro do cíngulo), áreas importantes na regulação do medo e na avaliação das ameaças.(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/).

Estes achados foram confirmados por outros pesquisadores

(https://www.rug.nl/research/portal/files/.../c2.pdf).

Uma pesquisa foi realizada com o eletroencefalograma, em pessoas às quais foram apresentadas fotografias de situações capazes de desencadear o medo ( imagens de armas, combates ou animais). Foi constatado aumento da atividade de ondas teta no EEG do lobo occipital, que é a área do cérebro onde a visão é processada), seguido de aumento de ondas  teta no lobo frontal, local onde se processam o pensamento, a tomada de decisão e o planejamento). Além disso, foram notadas alteração das ondas beta do lado esquerdo, ondas estas que são associadas com o comportamento de correr, indicando que as ondas teta e beta participam do processamento de ameaças visuais capazes de desencadear o medo.

Bambi L. DeLaRosa et al. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54

 

O que é a Preocupação?

A preocupação é a forma de medo mais frequente. Sua tendência natural é crescer, pois pensamentos automáticos negativos se juntam aos que aparecem inicialmente. Vigie sempre sua mente para ver quando aparecem preocupações e não deixe elas crescerem. Quando há uma preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça, real ou não, e surgir um componente pessimista de pensamento, de que "nada vai dar certo", "tudo vai se acabar" e de que "virá uma catástrofe em minha vida".

A maioria das preocupações não é baseada em fatos reais e resultam de avaliações mal feitas, fundamentadas em pensamentos automáticos e não em fatos e evidências. A pessoa cria o problema na sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Veja quantas vezes você já se preocupou com problemas que depois nunca ocorreram.

Os efeitos corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com sua  intensidade. Uma pessoa com preocupações crônicas se sente mal devido à contração de seus músculos, que ficam endurecidos como uma couraça. Ela pode ficar com os ombros encurvados e sentir os músculos dos braços e pernas "presos".

RESUMO

1. O Medo é uma reação do organismo a uma ameaça, que pode ser real ou não. Ele foi importante para preservar a raça humana, permitindo que os seres humanos se defendessem dos perigos. É um aliado do homem, o faz cauteloso e o protege contra ameaças e perigos.

2. O medo aprendido é adquirido durante a vida e seu estímulo vem do pensamento, que o aprende no convívio com os pais, irmãos e parentes. É o caso do medo de barata ou de rato que a filha aprende com a mãe.

3. Existem várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, como o medo do futuro, da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão. Existe o medo de doenças, da invalidez, da solidão, da ruina financeira, de fazer sexo, de animais, de homem e de mulher, de água, da morte, de expressar emoções, de Deus, dos espíritos, do inferno, do diabo,  de terremotos, de inundações, de tempestades, de epidemias e de separação, além de outros.

4. O medo crônico gera alterações no corpo e na conduta da pessoa. O medroso crônico foge de suas responsabilidades ou obedece ao dominador, subordinando-se a ele e vivendo acovardado, tanto nos relacionamentos familiares, quanto nos sociais e profissionais. Ele se sente desvalorizado perante os outros e perde a confiança em si mesmo, podendo ficar menos criativo e diminuir a produtividade no trabalho. O medroso pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, sentindo-se uma vítima da vida e dos outros.

5. O medo se manifesta no corpo de diversos modos. No rosto, há palidez, os olhos ficam esbugalhados, com um olhar característico. As sobrancelhas ficam franzidas e podem surgir rugas na testa. Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo. Nos membros, a contração muscular é generalizada, as pernas  podem tremer, as mãos frias suam muito e os cabelos dos braços podem ficar levantados. Há maior produção de adrenalina, noradrenalina, e cortisona. A glicose do sangue sobe, a boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial pode subir.

6. A preocupação é a forma de medo mais frequente, e sua tendência é crescer. Vigie sempre sua mente para ver quando aparecem as preocupações e atue nelas, não deixando que cresçam. Na preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça e surgir um pensamento pessimista, de que "nada vai dar certo", "tudo vai se acabar".

7. A maioria das preocupações não é baseada na realidade e sim em pensamentos automáticos que percebem a realidade de forma distorcida. A pessoa cria o problema em sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Os efeitos corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com a  intensidade dela.

 

 

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   REFERÊNCIAS

BAMBI DELAROSA ET AL. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54

GILLEY, K., A Alq0uimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999

LORENZINI, R.  Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.

 MAIER S., http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/.

SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

 

 

 

 

 

 

 

 

                       CAPÍTULO 2

            COMO LIDAR COM O MEDO?


Neste capitulo você verá a importância do apego na vida da criança, como ele interfere na aprendizagem do Medo, os benefícios e malefícios da repressão do Medo, o significado da Ansiedade e como lidar com as Preocupações, a Ansiedade e o Medo: praticando a EFT (Emotional Freedom Training), refletindo sobre a situação, fazendo relaxamento muscular, praticando exercícios físicos ou a praticar ginástica facial.

 

Como aprendemos a ter medo?

Para compreender como se adquire o medo devemos considerar os conceitos de apego e de exploração do mundo. O ser humano aprende de duas formas: com outras pessoas - na família, nas aulas e conferências, lendo um livro ou pesquisa, navegando na internet, nas redes sociais; ou aprende explorando o mundo que o cerca.

 

O apego é um mecanismo que aproxima a criança dos adultos em busca de proteção e segurança (Bowlby). É ele que regula a capacidade da criança de explorar o mundo em sua volta e quando  há apego excessivo da criança a sua mãe, pai ou outros, ela não explora o mundo de forma adequada. Quando a criança tem muito apego à mãe, ela não se afasta muito com medo de perder a proteção da mãe e ficar sem segurança. Mas ao fazer isso ela não descobre o mundo em sua volta, não se adapta a ele e fica sujeita a seus perigos no futuro, pois não aprendeu a reconhecê-los.

(www.simplypsychology.org/bowlby.html).

A aprendizagem pelo apego começa na infância, na relação da criança com os pais, pois ela se aproxima de outro que considera mais forte e mais experiente. Nesta fase são importantes para o futuro da criança, tanto o seu apego aos pais, quanto o cuidado que recebe dos pais ou cuidadores.

A Exploração é uma forma de aprendizagem em que o indivíduo aprende com suas experiências pessoais, ao observar sua realidade. O apego e a exploração se complementam, pois a capacidade de explorar bem o mundo depende de uma relação de apego equilibrada, que gere no indivíduo a confiança em si mesmo. A autoconfiança é essencial para a pessoa explorar o mundo de forma adequada e possa conhecê-lo.

Se houver excesso de apego ou falta da exploração no desenvolvimento da criança, ela poderá ter dificuldades de adaptação em sua vida futura. Se predomina o apego, a criança não aprende a fazer uma exploração adequada do mundo e pode desenvolver medos, por considerá-lo uma ameaça e cheio de perigos. A criança superprotegida é criada distante da realidade e poderá ser um adulto inseguro, com o medo  sempre presente em seus comportamentos.

Vejamos um exemplo de apego excessivo à mãe: Mercedes era filha adotiva única de Cristina, que lhe dava todo o afeto. Não deixava Mercedes brincar na casa das amiguinhas, que deveriam vir brincar em sua casa, sob sua vigilância. Quando Mercedes desobedecia a Mãe, ao voltar para casa a  encontrava mal humorada, ameaçando-a de abandoná-la.

 Mercedes tinha de escolher entre a exploração do mundo e o afeto da mãe, que o pintava como traiçoeiro e perigoso. Ela aprendeu a não confiar em si mesma, apegava-se cada vez mais à mãe e cresceu sem explorar o mundo, com medo dele e sem desenvolver confiança em si mesma. Na adolescência o apego continuou pois os vestidos e sapatos  de Mercedes eram escolhidos pela mãe, que a ajudava a pentear  os cabelos e a se pintar. Ela tornou-se uma mulher insegura, medrosa, com autoestima baixa, sempre querendo a opinião dos outros sobre o que fazer.

 Para não perder o afeto da mãe, Mercedes aprendeu a não contrariá-la e a engolir suas raivas. Aprendeu a reprimir suas emoções e a expressar sua raiva de forma velada. Quando tinha raiva, a reprimia e surgiam diversos sintomas: dor de cabeça, mal-estar, tonturas, falta de ar, etc. Hoje ela é uma adulta submissa, pois aprendeu que para ter amor não podia se rebelar, para não perder o afeto de quem gostava ou ser abandonada.

 Porque você não deve reprimir o Medo?

A identificação de seus medos é importante, para você poder saber lidar com eles e comportar-se de forma adequada. Você não deve reprimi-los porque as emoções reprimidas produzem efeitos maléficos no organismo, principalmente o medo, a raiva e a tristeza. Se uma criança aprende a reprimir suas emoções, poderá tornar-se um adulto insensível, indiferente tanto às suas emoções quanto às dos outros.

Para reprimir uma emoção utilizamos muita energia psíquica, que pode ser utilizada em emoções positivas, como a alegria e o amor. Se você não reprimir seus medos será mais criativo, flexível e produtivo. Ao tomar consciência deles e analisar suas causas, você verá que muitos deles não correspondem à realidade e são criados por seus pensamentos. 

A capacidade de avaliar a realidade é influenciada por nossas emoções. Quando estamos com uma emoção muito forte, como a raiva e o medo, nossas avaliações são distorcidas. Damásio relatou o caso de um paciente que, depois da retirada da amígdala cerebral, perdeu a capacidade de avaliar corretamente a realidade.

Pesquisas em presidiários condenados por assassinatos cruéis relataram que eles viviam sem sentir emoções e confessaram que eram violentos com outras pessoas na esperança de romper esta insensibilidade. A supressão de suas emoções surgiu porque foram vítimas de agressões e traumas emocionais em suas vidas. As emoções devem ser controladas e não reprimidas, como veremos em outro um post.

Que é Ansiedade?

A ansiedade é uma reação do organismo sob a forma de um sentimento desagradável que surge em certas situações, como por exemplo antes de fazer um exame médico, diante de uma grande mudança na vida ou frente a um futuro incerto. Ela é útil pois nos ajuda a lidar com um perigo e só é maléfica quando é excessiva, podendo surgir em situações reais ou ser criada pelo pensamento.

Alguns autores diferenciam a ansiedade do medo e consideram o medo a uma reação a uma ameaça específica e a ansiedade uma reação a uma ameaça inespecífica. O medo surge se a ameaça é especifica como o medo de barata ou pensar que o avião vai cair. Já a ansiedade não é específica, como por exemplo se você é convidado para uma reunião de trabalho sem saber o que será tratado nela, se as notícias serão boas ou más. Você ficará ansioso em relação à reunião, pois ela representa uma ameaça inespecífica.

 A ansiedade ocorre frequentemente em nossa vida e só é maléfica se for excessiva, ou crônica, ou se tiver repercussões no corpo, e a pessoa sentir falta de ar, palpitações, formigamentos, inquietação, cansaço excessivo, tensão e dores musculares, insônia, má digestão, diarreia, etc.

A ansiedade interfere de forma negativa na aprendizagem, devido à preocupação que a acompanha, que é a essência da ação negativa. Uma pessoa ansiosa produz menos do que se não tivesse ansiedade: pesquisas mostram que a preocupação e a ansiedade antes de uma prova, interferem na clareza dos pensamento e na memória do estudante, prejudicando seus rendimentos escolares.

Benefícios do Medo e os males de sua repressão

O medo pode trazer alguns benefícios, como na defesa do organismo, quando uma pessoa ao ouvir um tiroteio se joga no chão, ou ao ouvir a buzina de um carro para na rua, ou corre ao ver uma briga. Ele nos faz prudentes ao agir- o medo de assaltos nos faz precavidos ao sair de casa. O medo da morte nos impede de reagir a um assalto e de correr em alta velocidade nas estradas.

A preocupação moderada tem sua utilidade, pois lhe ajuda a resolver problemas futuros e a preparar-se para enfrentá-los. O medo de fracassar faz com que você se prepare melhor para as tarefas e seja mais cuidadoso ao executá-las. O medo de doenças faz você se previnir contra elas, como evitar o uso de gorduras animais, de carne vermelha, manteiga, queijo, etc., para o colesterol não subir e ter infarto do coração ou hipertensão arterial.

Como lidar com Medo, Preocupação e  Ansiedade?

Você pode lidar com o medo em duas etapas e a primeira é a da percepção e conscientização, na qual você toma consciência da existência de seus medos e os analisa para ver se há outros além dos percebidos. Para perceber o medo na hora que ele aparece você deve praticar a Plena Atenção  e ficar atento a suas expressões corporais: mãos frias, palidez do rosto, olhos esbugalhados, sobrancelhas franzidas, rugas na testa, suor  frio, contração muscular, pernas  tremendo.

A segunda etapa é a do compromisso, em que você se compromete consigo mesmo a deixar de lado os hábitos ligados a seus medos, como ficar pensando neles compulsivamente ou se considerar uma vítima dos outros e da vida, em vez de assumir suas responsabilidades pelos atos que praticou.

Você pode lidar com seus medos assim:

1. Praticar a EFT (Emotional Freedom Training) ou Técnica de Libertação Emocional 

A EFT ou Técnica de Libertação Emocional é também chamada de “tapping” e foi proposta por Craig, em 2011. É usada para tratar a ansiedade, fobias, medos e outras condições, podendo ser praticada pelo terapeuta ou pela própria pessoa. As seguintes pesquisas recentes, de 2016, comprovam seus bons resultados:

1- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26894319;

2- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27843054;

3- http://www.srmhp.org/0201/emotional-freedom-technique.html).

A prática básica da EFT consiste de duas etapas, feitas simultaneamente. Uma parte é bater com a ponta do dedo indicador ou médio de uma das mãos, em certos pontos da cabeça e do tronco. A outra parte é dizer ao mesmo tempo uma frase que você escolhe livremente, para lembrar o problema que o incomoda, como por exemplo, “ tenho uma preocupação”.

 Ao iniciar a sessão, você diz uma frase de preparação, incluindo o lembrete do problema, que pode ser: “ Apesar de eu ter (dizer o problema...” uma preocupação”) eu amo muito a mim mesmo”.

● Batidas com os dedos: a pessoa deve bater cerca de 10 vezes em cada ponto indicado na figura abaixo, com batidas firmes, mas sem sentir dor ou desconforto.

 

                Pontos do Tapping

1. No lado da mão, entre a base do dedo mínimo e o pulso.

2. No início das sobrancelhas.

3. No canto externo dos olhos.

4. Debaixo dos olhos.

5. Debaixo do nariz.

6. Entre o lábio inferior e o queixo.

7. Na área interna da clavícula, na união do esterno com a primeira costela.

8. Debaixo dos braços, 10 centímetros abaixo da axila.

9. No centro do crâneo.

 

● Frase “lembrete” do problema que incomoda:

Repetir uma frase curta, que lembre o problema a ser tratado. Por exemplo: “ estou preocupado com ...”; “estou com medo de ...”, etc. Dizer a frase prestando atenção a ela, concentrado no problema. No início da sessão dizer a frase de preparação e bater no ponto 1. Depois dizer só a “frase lembrete”, batendo no ponto 2, depois no 3, 4, até chegar ao 9. Repetir o processo diversas vezes. Os vídeos abaixo lhe ajudarão na prática:

1. https://www.youtube.com/watch?v=RC5_fV2x5C4

2. https://www.youtube.com/watch?v=q9rYxJDvoGo

 

2. Refletir sobre a situação:

Reflita sobre a situação que desencadeou o medo e veja se existem evidências que o fundamentem. Por exemplo, se está preocupado, com o resultado de um exame que vai fazer, faça a seguinte reflexão: "Ora, se tem dez assuntos para a prova e eu já sei oito, se eu estudar mais dois, devo tirar nota boa. Por isto posso me divertir tranquilo". Mas se a reflexão lhe levar à conclusão que estudou pouco, para afastar a preocupação deve  estudar mais.

 3. Fazer relaxamento muscular:

O relaxamento muscular atua na preocupação e na ansiedade porque desvia sua atenção para os músculos. Se você dirige a atenção para uma preocupação, transfere para ela todo sua energia e ela cresce cada vez mais. A preocupação "atrai" a atenção e forma-se um círculo vicioso: a atenção aumenta a preocupação e a preocupação "atrai" a atenção. Para romper o círculo vicioso tire leve a atenção para seus músculos, e a preocupação tende a desaparecer. Repita o processo tantas vezes quantas for preciso e não deixe a preocupação solta. Além disso o relaxamento tira o mal-estar e a dor que houver.

Pesquisa realizada com pessoas preocupadas com uma tarefa que iam realizar e que fizeram quinze minutos de relaxamento antes, mostrou que elas obtiveram melhores resultados nas tarefas.

 4. Praticar Exercícios Físicos

Os exercícios físicos são úteis para neutralizar as reações corporais do medo e da preocupação crônica, principalmente a musculação. A massagem muscular e os exercícios de alongamento são úteis para desfazer os efeitos corporais do medo. Um exercício simples é apertar com as mãos uma bolinha de borracha ou de papel. Outro é colocar as mãos nas costas, uma segurando a outra, e apertá-las com força.

5. Infundir confiança: 

Se a pessoa está com medo e é religioso, deve apegar-se a sua fé, pois ela lhe infundir confiança para enfrentar o futuro, esperando sua ajuda. Mesmo sem efeito sobre a situação futura, o efeito psicológico é útil, pois diminui o medo e seus efeitos no organismo. Se alguém está com medo e rezar pedindo ajuda a Deus, isto lhe dará forças para enfrentar a situação.

 6. Praticar ginástica facial

Um dos efeitos corporais do medo é a contração dos músculos da face, principalmente dos frontais, produzindo rugas na testa. Uma pessoa com preocupação crônica vive com as sobrancelhas franzidas, de "cara amarrada", e a ginástica facial feita regularmente atuará para descontrair os músculos da face.

Para orientá-lo na prática da ginástica facial, este vídeo será útil:

https://www.youtube.com/watch?v=eXXhNg7s-GY

 RESUMO

1.O apego é um mecanismo que aproxima a criança dos adultos em busca de proteção e segurança. Ele regula sua capacidade de explorar o mundo, e se há apego excessivo da criança ao cuidador, ela não explora o mundo adequadamente. A criança com muito apego à mãe, não se afasta muito dela, temendo perder sua proteção e não explora o mundo e tem dificuldades de  adaptação a ele.

2.               A Exploração é uma forma de aprendizagem em que o indivíduo aprende com suas experiências, observando sua realidade. O apego e a exploração se complementam, pois a capacidade de explorar bem o mundo depende de uma boa relação de apego, que gere no indivíduo confiança em si mesmo, essencial para ele depois explorar o mundo em sua volta.

3. Se houver excesso de apego ou falta da exploração, a criança poderá ter dificuldades em sua vida futura. Se predomina o apego, a criança não aprende a explorar o mundo e pode desenvolver medos e fobias, pois o mundo para ela é uma ameaça, cheio de perigos.

4. A identificação de seus medos é importante, para você lidar com eles. As emoções reprimidas produzem efeitos maléficos no organismo e se uma criança aprende a reprimir suas emoções, poderá tornar-se um adulto insensível, indiferente às suas emoções e às dos outros.

5.A ansiedade é um sentimento desagradável que surge em certas situações, como antes de um exame médico, diante de uma grande mudança na vida ou frente a um futuro incerto. Ela é útil pois nos ajuda a lidar com um perigo, podendo surgir em situações reais cotidianas ou ser criada pelo pensamento. Ela ocorre com frequência em nossa vida e só é maléfica quando se torna crônica e gera distúrbios.  A pessoa sente falta de ar, palpitações, formigamentos, inquietação, cansaço excessivo, tensão e dores musculares, insônia, má digestão, diarreia, acesso de asma, etc.

6.O medo pode trazer alguns benefícios, como na defesa do organismo, quando uma pessoa ao ouvir um tiroteio se joga no chão, ou para na rua ao ouvir a buzina de um carro. Ele nos faz prudentes ao agir- o medo de assaltos nos faz precavidos ao sair de casa. O medo da morte nos impede de reagir aos assaltos e de correr em alta velocidade nas estradas.

7.Você pode lidar com seus medos das seguintes formas: praticar a EFT (Emotional Freedom Training) ou Técnica de Libertação Emocional , refletir sobre a situação, fazer relaxamento muscular, praticar exercícios físicos, rezar para infundir confiançapraticar ginástica facial.

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REFERÊNCIAS

BOLWBY, www.simplypsychology.org/bowlby.html

DAMÁSIO, A., O Erro de Descartes, Emoção, Razão e o Cérebro Humano, Companhia das Letras, São Paulo, 2000..

GILLEY, K., A Alquimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999

LORENZINI, R.  Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.

 MAIER S., http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/.

SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

STEINER, C., Educação Emocional, 2a ed. Objetiva, São Paulo, 1998.

 

 

 

 

 

 

                       CAPÍTULO 3

                            OQUE É O ESTRESSE?


Neste capítulo e nos próximos você verá os estudos atuais da ciência sobre o Estresse, seu conceito, causas, como fazer sua prevenção e como lidar com ele. No post atual você verá o que é o Estresse, seu elementos, a diferença entre  estresse cognitivo e excitativo, suas fases e suas causas, a diferença entre o estresse agudo e crônico e a importância das ameaças e desafios como estressores e o que é Resiliência.

                      O que é o Estresse?

O estresse é uma reação do organismo a mudanças provocadas por pressões externas ou internas sofridas pela pessoa. Surgem alterações corporais devidas à liberação de substâncias capazes de levar a doenças. As pressões externas podem vir de responsabilidades no trabalho, de problemas no lar e na família, de questões sociais ou de problemas financeiros. As pressões internas podem vir de doenças ou de questões ligadas à personalidade, como perfeccionismo,  querer fazer tudo com pressa ou querer controlar o mundo.

Mudanças que causam estresse

 

Pressões Externas

 

 

Pressões Internas

 

No trabalho

 

Questões de saúde

 

Na família

 

Perfeccionismo

 

Sociais e financeiras

 

Ser apressado

                                

 O Estresse é um mecanismo de adaptação benéfico, a princípio, e pode ter várias causas. A intensidade com que ele é percebido depende do valor atribuído pela pessoa à mudança ocorrida, e também do significado do estressor - o estresse sentido por alguém pela morte do pai ou da mãe é maior do que o sentido pela morte de um amigo.

 Mesmo mudanças geradas por fatos agradáveis como a alegria desencadeiam o estresse, pois exigem uma adaptação do organismo à nova situação. Há estresse no casamento que é desejado, no nascimento de um filho esperado ou numa promoção no trabalho. As ações dos estressores durante o dia se somam, os pequenos estresses vão se somando e você deve estar atento e atuar preventivamente sobre eles.

Um exemplo de Estresse:    

Vanessa ia fazer prova de Matemática no ENEM e estava com medo pois não gostava da matéria. Na véspera passou o dia revendo os assuntos, ansiosa e quase não comeu. Estudou até de madrugada e dormiu um sono agitado. Acordou às seis horas e saiu em jejum para a prova. Quase chega atrasada e entrou na sala com o coração disparado, falta de ar, dor nos ombros e nas pernas, mãos frias, suando. Sentou-se, recebeu a prova e começou a ler: não conseguiu entender nada pois não se lembrou do que tinha estudado. Teve uma tremedeira, bateu no choro e entregou a prova em branco.

 Vanessa teve uma crise de estresse agudo, desencadeado pelas mudanças e pressões que sofreu: pelo medo de Matemática; porque passou o dia estudando sem parar, porque não comeu, porque dormiu pouco. Estas mudanças somadas produziram um estresse agudo.

 Quais os componentes do Estresse?

Numa situação estressante atuam três fatores:

       ● o estressor, que é o agente causador do estresse;

a percepção mental da situação e

a reação do corpo à pressão sofrida.

A ação do estressor geralmente você não pode controlar e o que você pode fazer é a prevenção do estresse, como verá em um post seguinte. A reação do seu corpo é automática e você não pode atuar diretamente sobre ela e o que pode fazer é usar algumas técnicas para interferir nos seus efeitos nocivos sobre o organismo. Pode praticar a Plena Atenção, o  relaxamento muscular, sorrir ou comer alimentos antioxidantes, para contrabalançar os efeitos químicos do estresse.

Muitos dos estresses vêm junto com uma emoção, principalmente o medo e a raiva, porque o estresse cria condições para a reação corporal da emoção, fazendo surgir os elementos necessários para sua expressão. Para haver fuga no medo, ou agressão na raiva, são necessárias as substâncias produzidas pelo estresse.

Que é o Estresse de Cognição?

Vivendo uma situação em seu dia normal, você pode encará-la como uma ameaça ou como um desafio. E deve identificar as dificuldades que terá e os recursos necessários para resolvê-la. Se você não tiver os recursos necessários para enfrentar uma situação poderá ter um estresse de cognição, relacionado com seu pensamento, como quando você tem uma conta para pagar e não tem dinheiro. Mas se você tem o dinheiro a dificuldade se transforma num desafio, que será vencido.

  (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238). 

 Quando você tem um objetivo como desafio e não tem os recursos necessários para enfrentá-lo, virá um estresse de cognição, como no caso de querer ajudar uma pessoa financeiramente e não ter o dinheiro necessário. Se o desafio é resolvido e a meta alcançada, vem a satisfação resultante da realização; mas se ele não é vencido, vem a raiva, frustração e culpa(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238).

 Que é o Estresse de Excitação?

O Estresse de Excitação surge quando uma pessoa é ameaçada e  deve lutar ou fugir da ameaça, ocorrendo na raiva, medo e outras emoções. Nela são estimulados o hipotálamo, a amígdala cerebral, hipófise, glândula suprarrenal e o sistema nervoso simpático, que produzem os hormônios do estresse, que têm por finalidade preparar para a luta ou para a fuga. O fígado libera mais glicose no sangue para facilitar a contração muscular, a respiração fica a celerada, surgem palpitações e outros sinais.

O significado inicial do estresse foi proteger os seres humanos contra as ameaças, permitindo sua fuga ou luta e garantindo a perpetuação da espécie. Este é o lado bom do estresse, que permite à pessoa fugir ou lutar. O homem moderno não precisa mais lutar ou fugir para preservar-se mas continua a ter as mesmas reações do estresse.

Agora a luta do ser humano é com os clientes, com os competidores, pela manutenção do emprego ou da empresa, e isto gera  estresse.Todas as pessoas, de qualquer condição social e financeira, estão expostas a ele, embora não haja praticamente corporal. A cada dia temos as reações corporais do estresse, que acelera o ritmo do envelhecimento, se for mantido.

 O estresse crônico, seja ele cognitivo, emocional ou social, pode produzir envelhecimento rápido. Veja quantos conhecidos seus parecem mais velhos do que realmente são, porque têm uma vida muito estressada.

A Academia Americana de Médicos de Família acredita que mais de dois terços das consultas médicas são causadas pelo estresse, motivadas por falta de ar, dores musculares, ansiedade, depressão, nervosismo, indigestão, fadiga fácil, náuseas, etc.

Sorrir é bom para quem está estressado?

É, sim. Quando você ri o cérebro produz mais serotonina, dopamina e endorfinas, substâncias que produzem bem-estar e melhoram sua saúde e  seu humor. Então, você percebe melhor seu bem-estar pessoal e lida melhor com o estresse, com as mudanças em situações difíceis e com os desafios (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2762283/).

Pesquisa feita por Kraft, em 2012, na Universidade de Kansas,  concluiu que o sorriso melhora o estresse e que sorrir ajuda o coração a recuperar-se mais facilmente dele; outra pesquisa, realizada em 2014 na Universidade de Loma Linda, constatou que diminuiu o cortisol na saliva de idosos saudáveis de 60 a 70 anos, depois que eles assistiram 20 minutos de filmes cômicos.

Quando você estiver estressado num engarrafamento de trânsito ou receber uma notícia desagradável, sorria, e você se sentirá relaxado, seu estresse  diminuir e os batimentos cardíacos voltarem mais rápido ao normal.

 Quais as fases do estresse?

O pioneiro nos estudos do estresse, HansSelye, descreveu três fases nele:  alarme, resistência e exaustão. Na fase de alarme a pessoa sente mais energia devido à produção de adrenalina. Na fase de resistência, seu organismo resiste ao estressor e procura manter o equilíbrio. Na fase de exaustão a resistência do indivíduo diminui, ele perde a capacidade de reagir e seus órgãos mais vulneráveis ficam comprometidos, surgindo as doenças.

 Fase de alarme ela começa quando o estressor atua no organismo e as glândulas supra-renais, localizadas próximas aos rins, liberam mais adrenalina, noradrenalina e cortisol, os "hormônios do estresse".

No alarme aumenta a pressão arterial, a velocidade dos batimentos do coração e o açúcar no sangue (devido à ação do cortisol), que gera energia para o indivíduo lutar ou fugir. Os músculos se contraem, consomem mais oxigênio e ocorrem as alterações orgânicas indicadas na tabela abaixo.

 Alterações na Fase de Alarme do Estresse

 Ações da Adrenalina e Noradrenalina 

Ações  do Cortisol


 O coração acelera.                                                  

 

Aumenta o açúcar no sangue.


Pressão arterial aumenta e músculos se      contraem.

 

 

Facilita a contração muscular.

 Fase de resistência –  nela aumenta o cortisol e o ácido clorídrico (capaz de produzir úlceras do estômago e duodeno), e diminui a atividade dos leucócitos (ficando o organismo vulnerável às infecções). Aumentam os radicais livres ou oxidantes (moléculas ou fragmentos delas em desequilíbrio elétrico) que são capazes de alterar várias substâncias orgânicas e de provocarem lesões e doenças nos tecidos.

 Alterações na Fase de Resistência do Estresse

Aumentam                

Diminuem

 

                     Cortisol                           

 

                       Defesas orgânicas

 

Radicais livres, oxidantes e ácido clorídrico

 

                        Leucócitos

 Fase de exaustãonesta fase o organismo não se defende mais: não produz hormônios, leucócitos e antioxidantes para defender-se, e se entrega. A adrenalina, inicialmente benéfica, passa a ser nociva e   aumenta a pressão arterial, o que pode levar até ao derrame cerebral.

 O que é o Estresse Oxidativo?

 As enzimas antioxidantes são defesas do organismo para neutralizar os radicais livres e as Espécie Reativas de Oxigênio (formas de oxigênio com poder oxidante). Quando estas enzimas não conseguem neutralizar os efeitos dos oxidantes surge o Estresse Oxidativo, forma que o estresse age no citoplasma e núcleo das células, para produzir diversas modificações, inclusive no DNA e nos genes.

Estão entre as enzimas antioxidantes a dismutase  superoxidase, a glutatione peroxidase e as catalases, e a ação delas é auxiliada por diversos minerais como o selênio,  ferro,  cobre,  zinco, e  manganês. Daí a importância  da ingestão destes elementos na alimentação diária, para manter eficazes os mecanismos de defesa antioxidantes. Na profilaxia do estresse é importante também a ingestão diária de frutas e vegetais com as vitaminas E, A e C, castanha do Pará, além de outras fontes de vitaminas.

O estresse oxidativo demorado pode levar ao envelhecimento precoce da pessoa e a várias doenças como o infarto do coração, hipertensão arterial, derrame cerebral, câncer, doenças do fígado, doenças neurológicas e outras (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5090085/).

O que é Resiliência?

A Resiliência é a capacidade que a pessoa tem de resistir ao estresse e de voltar logo ao equilíbrio. Na Física a resiliência é a capacidade de um material de suportar pressão e voltar ao seu estado normal. É o que ocorre com uma vara usada por um atleta ao dar um salto em altura: ela se verga mas depois volta ao seu estado normal.

         As pessoas resilientes se recuperam mais facilmente das adversidades da vida, enquanto outras menos resilientes se desmoronam com as dificuldades. As resilientes são flexíveis, aceitam melhor as mudanças, se adaptam facilmente às novas circunstâncias e têm esperança no futuro. Elas confiam que vão se recuperar, olhando as coisas pelo seu lado bom, enquanto outras acham que têm “ pouca sorte" e se maldizem.

Em 2015, a Resiliência foi considerada fundamental para o bem-estar da pessoa, no relatório da  Cúpula de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O relatório estabeleceu quatro características principais para o Bem-estar:

1) Resiliência;
2) emoção positiva sustentada; 
3) prática da Ple
na Atenção e  
4)
empatia, altruísmo e comportamento pró-social (ou generosidade).

Os psicólogos acreditam que é possível cultivar a resiliência mudando o modo como pensamos sobre a adversidade, olhando-a com otimismo e vendo seu lado bom.  A Associação Americana de Psicologia considera os seguintes comportamentos úteis para melhorar a Resiliência:

1. Ter bom relacionamento com familiares, amigos e pessoas próximas;

2. Não ver as crises como problemas insuperáveis;

3. Aceitar que as mudanças fazem parte da vida.

4. Perseguir sempre seus objetivos.

5. Cultivar uma visão positiva de si mesmo. 

6. Manter sempre acesos a esperança e o otimismo.

(http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx)

 Em capitulos futuros você verá como avaliar e desenvolver sua Resiliência, e como cultivar a Empatia, a Esperança, o Otimismo e a Generosidade. Quanto à a Plena Atenção, que é outro elemento do bem-estar, você a encontrará no post “ Como praticar a Plena Atenção”.

 RESUMO

1. O estresse é uma reação do organismo a mudanças provocadas por pressões externas ou internas sofridas pela pessoa. Surgem alterações corporais graças à liberação de substâncias que produzem modificações que podem levar a doenças. As pressões externas podem vir do trabalho, do lar e da família, de relacionamentos sociais ou financeiros, e as pressões internas podem vir de doenças ou de questões pessoais ligadas ao perfeccionismo, pressa em cumprir as obrigações e outras.

2. O Estresse é uma resposta às mudanças em nossa vida e um mecanismo de adaptação humana às novas situações. A intensidade com que ele é percebido depende do valor atribuído pela pessoa à mudança e mesmo aquelas geradas por fatos agradáveis podem desencadear estresse.

        3. Numa situação estressante há três fatores: o estressor, o agente causador do estresse; a percepção mental da situação e a reação do corpo à pressão sofrida. A intensidade do estresse percebido varia de pessoa para pessoa e depende do tipo do estressor, do seu significado para a pessoa e da forma com que ela lida com a situação. É frequente o estresse vir junto com uma emoção, principalmente o medo e a raiva.

4.  Há dois tipos de estresse, o de cognição e o de excitação. O de cognição ocorre na mente e se relaciona principalmente com o pensamento, enquanto o de excitação ocorre no corpo, produzindo  reações corporais. Você terá estresse de cognição frente a uma ameaça ou desafio.

5. Selye descreveu três fases no estresse, de alarme, resistência e  exaustão. Na de alarme a pessoa sente mais energia devido à produção de adrenalina. Na de resistência, o organismo resiste ao estressor procurando manter seu equilíbrio. Na de exaustão a resistência do indivíduo diminui, ele não reage mais e surgem as doenças.

6. As enzimas antioxidantes são defesas do organismo para neutralizar os radicais livres e as Espécie Reativas de Oxigênio e quando elas não conseguem neutralizá-los surge o Estresse Oxidativo, que produz modificações na célula, inclusive no DNA.

7. A Resiliência é a capacidade que a pessoa tem de resistir ao estresse e de voltar logo ao equilíbrio. Na Física a resiliência é a capacidade de um material de suportar pressão e voltar ao seu estado normal. É o que ocorre com uma vara usada por um atleta ao dar um salto em altura: ela se verga mas depois volta ao seu estado normal. Para cultivar a Resiliência você deve modificar o modo como pensa sobre a adversidade, olhando-a com otimismo e vendo seu lado bom. 

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 REFERÊNCIAS

EPEL E.,Can meditation slow rate of cellular aging? Cognitive stress, mindfulness, and telomeres, Ann N Y Acad Sci. 2009 Aug;1172:3453, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238 

ICHIISHI E., Oxidative Stress and Diseases: Clinical Trials and Approaches - NCBI, 2016.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5090085/ 

SELIGMAN, M. ,Building Resilience - Harvard Business Review

https://hbr.org/2011/04/building-resilience

LIPP, M. http://www.estresse.com.br/publicacoes/o-modelo-quadrifasico-do-stress/

OLSZEVER, E., Estresse, Revista de Oxidologia, Mai/Jun 1997.

PELLETIER, K.R., Entre a Mente e o Corpo: Estresse, Emoções e Saúde, in Goleman, D. e Gurin, J., Equilíbrio Mente e Corpo, Campus, Rio de Janeiro, 1997.

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

  

                       CAPÍTULO 4

ESTRESSE II – CAUSAS E EFEITOS


Neste capítulo você verá quais as principais causas de estresse: na saúde, no trabalho, no lar, na família, em questões pessoais, sociais ou financeiras;  as queixas de uma pessoa estressada- mentais, emocionais, comportamentais, corporais e sociais. A diferença entre o estresse agudo e o crônico, e os efeitos mentais do Estresse (depressão, na tomada de decisão, distúrbio do pânico, ansiedade generalizada) e de seus diversos efeitos corporais.

 Quais as causas de Estresse?

O estresse surge quando há mudanças na vida da pessoa, em sua saúde, no trabalho, no lar, na família, mudanças pessoais, sociais ou financeiras, que analisaremos a seguir:

  ♦ Problemas de saúde:

● Doença em que a pessoa é hospitalizada ou fica na cama por mais de uma semana.

● Cirurgias de grande porte ou várias cirurgias em poucos dias.

● Trabalho de parto.

●Tratamento dentário complexo;

● Grande mudança de hábitos alimentares, como numa pessoa gorda que passa a comer muito pouco.

● Grande mudança de hábitos de sono, como uma pessoa que dorme muito e passa a dormir pouco.

♦  Problemas no trabalho:

● Demissão, rebaixamento de função ou suspensão das atividades.

● Aposentadoria ou mudança do local de trabalho, ou de responsabilidade funcional.

● Problemas com superiores, colegas ou subordinados.

Problemas em casa ou na família:

● Morte de pais, filhos, mulher ou marido;

● Fim de casamento, discussões com parceiro, gravidez, aborto ou doença na família.

● Mudança de residência, nascimento de filho, filhos que saem de casa, divórcio ou casamento seu ou dos pais.

Problemas pessoais ou sociais:

         ● Querer controlar coisas sobre as quais não tem poder, do tipo controlar o comportamento de outras pessoas sobre as quais você não tem poder e querer que elas façam o que você deseja. É o caso do vizinho que bota seu som muito alto e lhe incomoda. Não queira abraçar o mundo com os braços pois é impossível controlar tudo na vida e isto gera estresse.

       ● Aceite sem revolta o que não pode mudar, para não se estressar.

        ● Não se submeta a exigências excessivas que ultrapassem sua capacidade de realização.

      ● Não exagere na avaliação das ameaças que recebe, pois

isto pode causar estresse de cognição. Se é uma preocupação, veja se a ameaça é verdadeira ou se você não está dando muito valor a ela. Cuidado com suas preocupações, pois muitos de seus problemas são criados por você mesmo. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238).

Uma causa de estresse é a Comunicação Agressiva, falar agressivamente com o outro, pois ele pode reagir agressivamente, ou se sentir humilhada e se afastar. É o caso de alguém que grita no restaurante com o garçom porque o filé não chegou bem passado, em vez de falar delicadamente.

● Dificuldades sexuais, morte de amigo próximo, acidente.

● Decisão importante na vida, como noivado e rompimento ou início de relacionamento íntimo.

● Mudança de hábitos pessoais como deixar de beber, de fumar ou de usar drogas.

  ● Prisão, devido à falta do convívio com a família e amigos, além da mudança de hábitos.

 Problemas financeiros:

 ● Vencimento de empréstimo sem ter dinheiro para pagar, dificuldade de crédito, dívidas com cartão de crédito.

O que sente a pessoa estressada?

A pessoa estressada tem queixas mentais, emocionais, comportamentais, corporais e sociais, conforme mostra o quadro abaixo:

Queixas da pessoa estressada

Tipos de Queixas

Natureza das Queixas

 

 

Queixas mentais

e emocionais

 

Ansiedade, preocupações, dificuldade de memória, dificuldade de concentrar a atenção,  tensão psicológica, irritabilidade, dor de cabeça, inquietação, incapacidade de relaxar e depressão, além de outras.

 

 

 Queixas comportamentais

 

Dificuldade para começar a dormir ou para manter o sono, cansaço fácil, punhos cerrados,  choro imotivado, mudanças de hábitos alimentares (não comer ou comer demais), deixar de beber ou de fumar e mudanças nos trabalhos profissionais.

 

 

  

Queixas corporais

 

 

Músculos tensos ou doloridos, ranger de dentes, suar muito, sensação de desmaio, falta de ar, dificuldade de engolir, náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreia ou prisão de ventre, necessidade rápida de urinar, urinar muito, impotência sexual, tremores, perda ou ganho de peso, prestar muita atenção para batidas do coração, além de outras.

 

Queixas sociais

 

Mudança no relacionamento: algumas pessoas tendem a se relacionar mais e outras a se isolarem.

 

● Algumas pessoas estressadas ficam preocupadas.

● Outras estressados ficam ansiosos.

● Pessoas estressadas podem ficar deprimidas.

● Alguns indivíduos estressados ficam irritados.

● Pessoas estressadas podem ter dor de cabeça.

● Uma pessoa estressada pode ficar triste e arrasada.

● Algumas pessoas estressadas comem demais.

● Algumas pessoas estressadas choram facilmente.

● Algumas pessoas estressadas se cansam facilmente.

● Algumas pessoas estressadas sentem falta de ar.

● Outras sentem dores na barriga.

● Indivíduos estressados podem preferir a solidão.

  Quais as formas de Estresse?

 Há duas formas de estresse: o agudo (de curto prazo) e o crônico (de longo prazo). No estresse agudo o estressor age durante pouco tempo e as reações corporais são passageiras, como no caso do estresse gerado por uma discussão com um colega ou amigo. As reações corporais não passam das fases de alarme e resistência, e não há efeitos nocivos no corpo. Há estresse agudo numa discussão.

 No estresse crônico o estressor atua durante muito tempo e os seus efeitos corporais são mais demorados. É o caso de uma doença prolongada que obrigue a pessoa ficar de cama durante dias ou de uma briga séria com pessoa de convívio frequente. Enquanto a briga não acabar a pessoa ficará estressada, por isto é melhor fazer logo a reconciliação.

As reações do estresse crônico atuam durante muito tempo e alcançam todas as fases: de alarme, resistência e exaustão. Sobem a pressão arterial, a velocidade dos batimentos do coração, a tensão muscular, o açúcar do sangue e a velocidade dos pensamentos. A permanência destas reações produz alterações químicas que podem levar a doenças.

                                   Formas de estresse

 

          Agudo

 

       Crônico

 

Abrange as fases de alarme e resistência.

 

Abrange todas as fases do estresse.

 

É benéfico e a pessoa se sente estimulada. Não há efeitos nocivos.

 

Pode levar a doenças do coração, hipertensão arterial, do estômago, depressão, etc.

 

 

Exemplo: discussão com outra pessoa.

 

Exemplo: briga demorada com pessoa da família.

 

Quais os efeitos do Estresse?

♦ Efeitos mentais

O estresse produz efeitos mentais importantes, podendo interferir na tomada de Decisão, causar Depressão, Transtorno da Ansiedade Generalizada ou o Distúrbio de Pânico, que serão analisados em posts futuros.

● Transtorno da Ansiedade Generalizada e Estresse

O Transtorno de Ansiedade Generalizada é um distúrbio da ansiedade muito frequente e é caracterizado por uma preocupação e tensão excessivas, que não têm fundamento na realidade. As preocupações passam de um problema para outro, de questões familiares, para as amorosas, ou são relacionadas ao trabalho, à saúde ou outras origens.

Elas são criadas pela pessoa e surgem em situações que normalmente não deveriam existir, provocando ansiedade e podendo interferir na sua vida normal. A preocupação e o medo são constantes na vida e e esmagam o indivíduo, podendo vir a ser incapacitantes. Com o tratamento adequado, com base na Terapia Cognitiva Comportamental e em medicamentos, muitas pessoas conseguem administrar seus sentimentos e voltar a ter uma vida equilibrada e produtiva.

Ainda não são conhecidas as causas do Transtorno da Ansiedade Generalizada, mas acredita-se que ele está relacionado com alterações dos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, dopamina e norepinefrina. Sabe-se que o estresse do dia a dia, a qualidade de vida e fatores genéticos são importantes o desenvolvimento da doença.

       ● Transtorno de Pânico e Estresse 

O transtorno de pânico está se tornando uma doença cada vez mais frequente, e nos Estados Unidos avalia-se que entre 3 a 6 milhões de pessoas são portadoras dela. A pessoa fica com medo de sair de casa, viajar, dirigir automóveis ou frequentar locais que tenham muitas pessoas como supermercados, cinemas, shoppings e outros, e a doença pode incapacitar a pessoa.

Antes do primeiro ataque de pânico, os pacientes geralmente relatam uma situação estressante decorrente de uma perda ou ameaça de perda ameaçadora, doença séria em si ou num ente querido, separações ou dificuldades de relacionamento.

Os ataques de pânico ocorrem de modo inesperado, quando a pessoa faz uma atividade qualquer, e, subitamente sente um medo incontrolável e crescente, que pode evoluir para o terror. O coração dispara, ela sente falta de ar, tontura, tremores, surge um sentimento de perigo iminente, a visão fica turva, ela pensa que vai morrer, ter um ataque cardíaco, derrame cerebral ou ficar louca.

A pessoa pode suar muito, ter calafrios, formigamento nas mãos, pés e rosto, sensação de entorpecimento e pressão na cabeça, dor no peito, náuseas, aumento da pressão arterial, sensação que vai desmaiar e  ansiedade excessiva. O ataque geralmente dura 10 a 20 minutos e raramente chega a uma ou duas horas e a pessoa tem medo de vir outro ataque. Aí vem o medo de sair de casa, viajar, dirigir, ir a lugares com muita gente, cinemas, restaurantes e shoppings (http://www.sindromedopanico.com.br/sintomas-da-sindrome-do-panico/).

● Tomada de Decisão e Estresse

O estresse pode interferir negativamente na tomada de decisão. As decisões tomadas sob o estresse tendem a ser irracionais, sem contemplar a complexidade do problema, apressadas e sem considerar todas as opções disponíveis. Durante o processo decisório pode haver redução da atenção, distração, mais demora para decidir e déficits na memória de trabalho da pessoa. (Http://www.thejournalofbusiness.org/index.php/site).

♦ Efeitos no coração e vasos

O estresse crônico pode levar à hipertensão arterial e ao infarto do coração, que pode resultar da contração das artérias coronárias, do aumento do colesterol ou do aumento da coagulação do sangue. Durante o estresse o coração bate rapidamente e podem surgir perturbações do ritmo, que levam a pessoa à morte.

Efeitos nas infecções

A defesa do organismo é feita pelo sistema imunológico, que é  constituído pelos leucócitos e pelos anticorpos, e no estresse crônico as defesas diminuem. Pesquisas com militares em combates simulados mostraram diminuição da atividade de seus sistemas imunológicos, deixando-os vulneráveis às infecções.

Efeitos no diabetes

No diabetes há aumento do açúcar no sangue e o estresse promove aumento do açúcar no sangue, daí a piora da doença.

Efeitos no estômago e intestinos

Pesquisas mostram que dois terços das pessoas saudáveis relatam alteração do funcionamento dos intestinos quando estressadas, apresentando diarreia na maioria dos casos, ou prisão de ventre, podendo ocorrer dor abdominal.

Pode haver dor no estômago e azia (devido ao excesso de ácido clorídrico produzido), indigestão, enjoo e aumento da quantidade de gases no estômago, além de vômitos e dores intestinais. O estresse pode contribuir para o desenvolvimento e agravamento de úlceras  do duodeno, devido ao aumento da secreção de ácido clorídrico.

O estressado pode ter dor no estômago, azia, indigestão, enjoo e  vômitos. 

Efeitos do Estresse

 

Local do efeito

Doenças provocadas

 

 Artérias

 

 

Hipertensão arterial

Coração

Infarto, arritmias, parada cardíaca.

 

Infecções

 

Diminuem leucócitos e anticorpos.

 

 

Mente

 

Ansiedade, depressão,

etc.

 

Estomago

Azia, gases, dores, vômitos, etc.

 

 

Intestinos

 

Diarreia, dores, etc.

 

 

Diabetes

 

Piora o quadro clínico.

 RESUMO

1. O estresse surge quando há mudanças na vida da pessoa, na saúde, no trabalho, no lar, na família ou mudanças pessoais, sociais ou financeiras. É o caso de problemas de saúde em que a pessoa é hospitalizada ou fica na cama por mais de uma semana; faz cirurgias de grande porte ou várias cirurgias em poucos dias; trabalho de parto; tratamento dentário complexo; grande mudança de hábitos alimentares ou grande mudança de hábitos de sono.

2. Dentre os problemas no trabalho estão demissão, rebaixamento de função ou suspensão; aposentadoria, mudança do local de trabalho ou de responsabilidade funcional; problemas com superiores, colegas ou subordinados. Causam estresse também problemas em casa ou na família como morte de pais, de filhos, de mulher ou marido; fim de casamento, discussões com parceiro, gravidez, aborto ou doença na família; mudança de residência, nascimento de filho, filhos que saem de casa, divórcio ou casamento seu ou dos pais.

3. Dentre os problemas pessoais ou sociais estão querer controlar coisas sobre as quais não tem poder, como controlar o comportamento de outras pessoas sem ter poder sobre elas e querer abraçar o mundo com os braços; exagerar na avaliação de ameaças, principalmente de preocupações;  dificuldades sexuais ou morte de amigo próximo ou acidente; decisão importante como noivado e rompimento ou início de relacionamento íntimo; mudança de hábitos pessoais como deixar de beber, de fumar ou de usar drogas ou ir para a  prisão.

4. Também causam estresse problemas financeiros como vencimento de empréstimo sem ter dinheiro para pagar, dificuldade de crédito, dívidas com cartão de crédito, diminuição de renda ou perda de dinheiro no jogo.

 5. A pessoa estressada tem queixas mentais, emocionais, comportamentais, corporais e sociais, conforme mostram os exemplos seguintes: algumas ficam preocupadas, outras ficam ansiosas, outras deprimidas, outras irritadas, com dor de cabeça, tristes e arrasadas, outras comem demais, ou choram facilmente. Há aquelas que se cansam facilmente ou sentem falta de ar ou dores na barriga e as que preferem a solidão.

         6. O estresse pode produzir diversos efeitos mentais, como por exemplo causar Depressão, Transtorno da Ansiedade Generalizada, Distúrbio de Pânico ou prejudicar a tomada de Decisão.

        7. O estresse pode produzir diversos efeitos corporais: no coração e nos vasos, pode facilitar as infecções no corpo, produzir alterações no estômago e intestinos, agir sobre o diabetes e no desenvolvimento de câncer em vários órgãos. Os efeitos no coração e vasos podem ser a hipertensão arterial e o infarto do coração, ou a contração de suas artérias, aumento do colesterol ou da coagulação do sangue, além de perda do ritmo dos batimentos cardíacos, que pode levar a pessoa à morte.

       8. O efeito nas infecções se dá devido à diminuição da atividade da dos leucócitos e anticorpos, responsáveis pela defesa do organismo, que fica vulnerável às infecções. Como no diabetes há aumento do açúcar no sangue e o estresse promove aumento do açúcar no sangue, a doença piora.

      9. Os efeitos no estômago e intestinos podem ser diarreia (na maioria dos casos) ou prisão de ventre, podendo ocorrer dor abdominal, dor no estômago, azia, indigestão, enjoo, gases no estômago, vômitos e dores intestinais. O estresse pode contribuir para o desenvolvimento e agravamento de úlceras  do duodeno.

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REFERÊNCIAS

EPEL E.,Can meditation slow rate of cellular aging? Cognitive stress, mindfulness, and telomeres, Ann N Y Acad Sci. 2009 Aug;1172:3453, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238 

ICHIISHI E., Oxidative Stress and Diseases: Clinical Trials and Approaches - NCBI, 2016. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles

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Estudos experimentais sobre tomada de decisão: uma revisão de ...International Journal Of Business e Pesquisa Social, Vol 06, Número 03, 2016. (Http://www.thejournalofbusiness.org/index.php/site).

LIPP, M. http://www.estresse.com.br/publicacoes/o-modelo-quadrifasico-do-stress/

OLSZEVER, E., Estresse, Revista de Oxidologia, Mai/Jun 1997.

PELLETIER, K.R., Entre a Mente e o Corpo: Estresse, Emoções e Saúde, in Goleman, D. e Gurin, J., Equilíbrio Mente e Corpo, Campus, Rio de Janeiro, 1997.

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

WHITEHEAD, W.E, Sintomas Intestinais: o Estresse e o Trato Gastro Intestinal, in Goleman, D. e Gurin, J., Equilíbrio Mente e Corpo, Campus, Rio de Janeiro, 1997.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238.

   http://www.sindromedopanico.com.br/sintomas-da-sindrome-do-panico

International Journal of Business e Pesquisa Social, Volume 06, Número 03, 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                       CAPÍTULO   5

O ESTRESSE III- COMO PREVENIR


As recomendações que se seguem são baseadas em orientações recentes dadas pela Associação Americana de Cardiologia, Universidade de Harvard, Universidade de Massachussets e outras Universidades, além de livros do Autor.

Neste capítulo você verá os fundamentos científicos da prevenção do Estresse, e técnicas que podem ser utilizadas, como a Plena Atenção, Relaxamento Muscular, Relaxamento Muscular Progressivo, Exercícios Físicos, Sorrir, fazer coisas que dê Prazer e Bem-estar, estabelecer Rotinas diárias, comer Alimentos Antioxidantes, não buscar a Perfeição, praticar a EFT, além de outras medidas úteis.

               Estresse - como prevenir

A prevenção do Estresse tem a finalidade de evitar que ele ocorra ou de atuar sobre seus efeitos já corporais já instalados. As ações imediatas são praticadas no momento em que o estressor age e produzem resultados a curto prazo. As ações sobre os efeitos corporais já instalados visam neutralizar efeitos corporais já estabelecidos.

As seguintes ações são úteis na prevenção do Estresse:

Praticar a Plena Atenção diariamente

A ação da Plena Atenção no controle dos distúrbios da amigdala cerebral  foi comprovada em diversas pesquisas recentes. Yang constatou em 2007, usando a ressonância magnética, que durante o estresse a amigdala aumenta muito sua atividade, porque capta o medo. Isto ocorre também nos transtornos da ansiedade (https://www.cardioemotion.com.br/o-medo-ansiedade-e-o-estresse-e-sua-importancia-para-sobrevivencia-e-evolucao-das-especies/ ).

Holzel, em 2011, concluiu que a Plena Atenção inibe a atividade da amígdala cerebral através do aumento das atividades do hipocampo e do córtex pré-frontal, e também que ela traz bons  resultados no tratamento do estresse e dos distúrbios da ansiedade ( HÖLZEL, R. How Does Mindfulness Meditation Work? Proposing Mechanisms of Action From a Conceptual and… 2011,http://www.sagepublications.com)

 A Plena Atenção pode ser praticada de várias maneiras: sentado,  fazendo a “varredura” do corpo, andando, correndo, praticando exercícios físicos ou prestando atenção a suas atividades diárias. Você poderá  rever as técnicas de “Como praticar a Plena Atenção para ter menos estresse”. Reveremos a seguir apenas uma:

 Como praticar Plena Atenção sentado?

Primeiro estabeleça uma meta, que pode ser prestar atenção constantemente durante 5 minutos ao que se passa em sua mente, 1 vez ao dia, durante 5 dias na semana. Depois aumente para 10 min, 20 min, 30 min e  45 minutos por dia.

Procedimento :

▪ Sente-se em uma cadeira com os pés no chão ou sente-se no chão com as pernas cruzadas, a coluna vertical, mãos nas coxas, olhos fechados ou semiabertos, relaxado, num local tranquilo (quarto, sala ou ar livre), sem ser incomodado. Pratique todo dia na mesma hora e no mesmo local.

Preste atenção ao que vê ou ouve, a seus pensamentos, emoções e sensações, sem se fixar em nenhum deles, nem pensar em nada. Nunca fixe a mente em nenhum objeto: deixe que cada um chegue e saia de sua mente naturalmente, sem sua intervenção. Não julgue se ele é bom ou ruim, agradável ou desagradável e aceite igualmente a tudo, sem pensar no passado ou no futuro.

Sinta o ar entrar e sair nos pulmões. Poderá sentir peso nas pernas e braços, a picada de um inseto, ouvir o barulho de um carro ou avião, lembrar-se de um fato agradável, de um filme que viu, sentir a boca cheia de água e assim por diante.

Se você mantiver sempre sua mente no estado de Plena Atenção, atenta ao que pensa, vê, ouve e sente, a suas emoções e sentimentos,   terá maior resistência ao estresse (resiliência) e mais bem-estar.

  ● Como fazer o Relaxamento Muscular?

O relaxamento acalma sua mente e relaxa os músculos do corpo. A estimulação do sistema nervoso parassimpático promove o relaxamento muscular e neutraliza os efeitos do estresse.  Ele é conseguido com a prática da yoga, de Tai Chi (uma série de movimentos lentos e graciosos), da Plena Atenção ( que estimula o parassimpático) ou de qualquer forma de meditação.

Você pode praticar o relaxamento também através da Respiração Profunda ou do Relaxamento Muscular Progressivo, mas para conseguir bons resultados com qualquer prática, ela deve ser continuada e regular.

 Relaxamento muscular usando a Respiração Profunda:

A Respiração Profunda é uma forma simples de relaxar e pode ser utilizada em sua casa ou no trabalho, no início e no fim do dia ou sempre que se sentir estressado. Siga as seguintes passos:

Passo1: sente-se numa posição confortável, com a coluna na posição vertical, os pés no chão, as mãos nas coxas ou deitado confortavelmente, com os olhos fechados, sem ser incomodado. Imagine estar num lugar calmo, deitado na praia ou andando entre árvores.

Passo 2: inspire e expire profundamente, lentamente, concentrado na inspiração e na expiração, durante 10 minutos ou mais, até quando se sentir bem. Pratique todos os dias, 2 ou 3 vezes ao dia.

 

     ● Relaxamento Muscular Progressivo

O Relaxamento Muscular Progressivo foi proposto na década de 1930 pelo médico Edmund Jacobson e fundamenta-se em que a calma mental resulta do relaxamento muscular. É fácil de aprender e requer pouco tempo, apenas 10 a 20 minutos de prática diária. Baseia-se na contração seguida do relaxamento dos grupos musculares das mãos, pernas, ombros, etc., um de cada vez.

Você pode praticar sentado confortavelmente em uma poltrona ou deitado, concentrado em suas ações, usando roupas folgadas e sem os sapatos. Pode começar pelos pés, e subir para as pernas, coxas, abdômen, tórax, braços e face. Ou fazer o sentido inverso, começando pelas mãos.

Siga os seguintes passos:

Passo 1:

 a- Sente-se confortavelmente numa cadeira ou deite-se numa cama ou  sofá. Concentre-se em sua respiração e ao inspirar, inspire tranquilidade, e ao expirar, jogue fora ansiedade e estresse;

b- faça uma inspiração profunda  e contraia o grupo muscular escolhido, que pode ser os das mãos. Conte devagar durante 10 segundos, com os punhos contraídos e sinta também a contração dos músculos do antebraço;

c- expire lentamente e relaxe rapidamente as mãos, contando durante 20 segundos. Sinta como suas mãos e os antebraços ficam relaxados, e como você se sente bem. Imagine que seus sentimentos estressantes estão saindo de seu corpo enquanto você expira e relaxa as mãos.

Passo 2:

a- passe para o próximo grupo muscular, de seus braços. Apoie bem os cotovelos e contraia os músculos dos braços durante 10 segundos;

b- expire lentamente e relaxe rapidamente os músculos de seus braços. Conte durante 20 segundos. Sinta como seus braços ficam relaxados, e como você se sente bem. Imagine que seu estresse está saindo de seu corpo enquanto você relaxa os braços. Diga mentalmente: estou calmo e relaxado

Passos seguintes: continue a contrair e relaxar os músculos de seu corpo, seguindo a sequência que escolheu. No caso, passe para as costas, pescoço, face, abdômen e pernas. Quando completar todos os grupos musculares repita as etapas de tensão e relaxamento (How to do Progressive Muscle Relaxation - AnxietyBC, https://www.anxietybc.com/sites/default/.../MuscleRelaxation.pdf).

Http://www.webmd.com/sleep-disorders/muscle-relaxation-for-stress-insomnia

 O endereço do vídeo seguinte é  útil: https://www.youtube.com/watch?v=EiTcDrXT0sA&t=211s

 ● Praticar exercícios Físicos.

O exercício físico ajuda a pessoa a se sentir melhor fisicamente e emocionalmente, pois ele é um poderoso método de relaxamento. Funcionam como verdadeiros  amortecedores para o estresse, fazendo com que os estressores  tenham menor impacto sobre o organismo.

Pesquisas mostram que o exercício regular aumenta o número de anticorpos e dos glóbulos brancos, as defesas do organismo, mas ele não deve ser exaustivo, senão aumenta o estresse do praticante. A prática exagerada leva à fadiga, ansiedade, depressão e insônia, e ocorre entre corredores e nadadores competitivos e nos atletas “de fim de semana” que exigem demais de seu corpo.

A Associação Americana de Cardiologia, em 2016, recomenda aos adultos saudáveis fazer 30 minutos por dia de atividade física moderada (como andar) durante 5 dias na semana, no total de 2 horas e meia semanais. A recomendação para exercícios vigorosos como a musculação é de 15 minutos por dia, em 5 dias na semana, num total de 75 minutos semanais. Antes de iniciar a prática o indivíduo deve consultar um médico cardiologista para saber os exercícios que pode fazer sem sobrecarregar o coração. (http://www.heart.org/HEARTORG/HealthyLiving/PhysicalActivity/Walking/Walk-Dont-Run-Your-Way-to-a-Healthy-Heart_UCM_452926_Article.jsp).

 Exercícios físicos que podem ser praticados:

♦ A caminhada e a corrida são extremamente, pois aceleram o coração durante um tempo  prolongado e podem ser praticadas durante 30 minutos ou mais, sem levarem à exaustão. Somente devem ser feitos com supervisão médica. São exercícios aeróbicos, porque durante a prática deles chega uma quantidade de sangue adequada aos músculos.

Outro tipo de exercício é o anaeróbico, como a musculação, o levantamento de pesos ou a corrida de velocidade de 100 metros. Eles são extenuantes e deixam o praticante ofegante e só devem ser realizados com orientação médica.

● Sorrir para evitar o Estresse.

Sorrir ajuda a evitar os efeitos do estresse, porque baixa o nível do cortisol, um hormônio do estresse. Quando você sorri evoca alegria no cérebro e se recupera mais rapidamente do estresse. Junto com o sorriso vem a energia da alegria, que se espalha pelo corpo e traz bem-estar.  Sorria sempre que estiver estressado!

Thich Nhat Hahn  recomenda sorrir durante a prática da Plena Atenção, da seguinte forma: primeiro inspire com a atenção dirigida para qualquer órgão (coração, olhos, etc.), depois expire e sorria, mandando a respiração, com um sorriso, para o órgão escolhido, agradecendo-lhe o bem que ele lhe faz. Você pode praticar sentado, recostado, deitado, andando, correndo ou durante as atividades diárias. (http://liveboldandbloom.com/09/self-improvement/mindfulness-oprah-and-the-sm).

 Reveja no capítulo da Alegria e Bom Humor como cultivar o Sorriso.

 Faça algo que lhe dê Prazer e Bem-estar.

Fazer algo que você gosta é uma forma natural de evitar o estresse, pois o prazer e o bem estar o neutralizam. Sua mente ocupada com atividades agradáveis está protegida e nela não entram preocupações e emoções negativas. Quando você está alegre, tem bom humor e bem estar, pois o cérebro produz mais dopamina (que dá prazer) e mais adrenalina (que aumenta a disposição). Você pode ter prazer em coisas simples, como dar um passeio, conversar com um amigo, ler um livro interessante, ouvir suas músicas preferidas, assistir um filme que goste ou divertir-se de qualquer forma. (http://www.heart.org/HEARTORG/HealthyLiving/StressManagement/FourWaystoDealWithStress/Four-Ways-to-Deal-with-Stress_UCM_307996_Article.jsp).

Praticar EFT para prevenir o Estresse.

A EFT ou Técnica de Libertação Emocional é também chamada de “tapping”. É usada para tratar diversas condições psicológicas, dentre elas o Estresse, podendo ser praticada pela própria pessoa sozinha. Pesquisa recente, de 2012, comprova seus bons resultados no estresse(J Nerv Ment Dis. 2012 Oct; 200 (10): 891-6. Doi: 10.1097 / NMD.0b013e31826b9fc1.). Reveja no post “Como lidar com o Medo” as técnicas para praticar a EFT).

Comunique-se claramente com os outros.

Comunique seus pensamentos e desejos às outras pessoas com clareza, e não queira que elas adivinhem o que você pensa ou deseja, pois assim evitará atrito. Não fale de forma agressiva pois o comportamento agressivo pode intimidar outras pessoas e afastá-las. Se você for direto e objetivo os outros ficarão mais dispostos para conversar e os assuntos estressantes serão tratados com menos desgaste, menos constrangimentos e ressentimentos. Respeite sempre as crenças, necessidades e desejos dos outros.

Parcele  os problemas complicados para resolvê-los.

 Por exemplo, em vez de responder a todas as mensagens do zap, telefonemas e e-mail de uma só vez, responda algumas por dia. Se for responder a todos ficará estressado, pois o assunto de cada mensagem é diferente e a tomada decisões sobre qualquer assunto pode trazer estresse.

Não faça as coisas com pressa, sem planejar.

Deixar para as coisas para fazer de última hora, sem planejar, é um comportamento estressor.

E para evitar correrias e não chegar atrasado aos encontros, mantenha seu relógio adiantado 10 minutos. E não tome como norma fazer o que não quer só para atender a outras pessoas, pois isto pode lhe deixar estressado.

● Pratique relaxamento no dia cheio de problemas.

Se o dia for muito difícil, faça um relaxamento ou uma meditação ou uma oração (se for religioso) quando ele terminar. Ou então procure ver a  beleza em torno de você, no céu, nas árvores, nas flores, nas pessoas sorrindo. Abrace uma pessoa querida ou sorria para um conhecido, pois o sorriso lhe fará muito bem, mesmo se forçado.

Dirija seu carro na pista de baixa velocidade.

 Assim seu estresse será menor. E evite ruas ou estradas muito movimentadas, para ficar calmo ao volante. Por outro lado, evite ultrapassar outros carros e motos pois as ultrapassagens são sempre estressantes.

Evite situações estressantes.

 Não tente controlar ou fazer coisas que não tem capacidade, nem vencer desafios sem ter os recursos necessários. Se você não tem dinheiro para comprar um carro de luxo ou qualquer objeto caro desista da compra, pois se comprar e depois não puder pagar ficará estressado;

Identifique seus estressores e se possível atue neles.

 Por exemplo, se sabe que fica com raiva quando não fazem o que você quer, evite pedir aos outros para fazer coisas que você não sabe se ele fará.

● Identifique as crenças que lhe estressam.

 Identifique quais as crenças que lhe colocam sob o poder dos outros ou entregue aos acontecimentos, e as que o colocam sem escolha, sem condições de reagir às situações, porque elas são estressantes. Procure agir conforme as crenças que aumentam seu autocontrole e seu controle do ambiente, porque elas não lhe estressam.

RESUMO

1.               O apego é um mecanismo que aproxima a criança dos adultos em busca de proteção e segurança. Ele regula sua capacidade de explorar o mundo, e se há apego excessivo da criança ao cuidador, ela não explora o mundo adequadamente. A criança com muito apego à mãe, não se afasta muito dela, temendo perder sua proteção e não explora o mundo e tem dificuldades de  adaptação a ele.

2.               A Exploração é uma forma de aprendizagem em que o indivíduo aprende com suas experiências, observando sua realidade. O apego e a exploração se complementam, pois a capacidade de explorar bem o mundo depende de uma boa relação de apego, que gere no indivíduo confiança em si mesmo, essencial para ele depois explorar o mundo em sua volta.

3. Se houver excesso de apego ou falta da exploração, a criança poderá ter dificuldades em sua vida futura. Se predomina o apego, a criança não aprende a explorar o mundo e pode desenvolver medos e fobias, pois o mundo para ela é uma ameaça, cheio de perigos.

4.A identificação de seus medos é importante, para você lidar com eles. As emoções reprimidas produzem efeitos maléficos no organismo e se uma criança aprende a reprimir suas emoções, poderá tornar-se um adulto insensível, indiferente às suas emoções e às dos outros.

 5.               A ansiedade é um sentimento desagradável que surge em certas situações, como antes de um exame médico, diante de uma grande mudança na vida ou frente a um futuro incerto. Ela é útil pois nos ajuda a lidar com um perigo, podendo surgir em situações reais cotidianas ou ser criada pelo pensamento. Ela ocorre com frequência em nossa vida e só é maléfica quando se torna crônica e gera distúrbios.  A pessoa sente falta de ar, palpitações, formigamentos, inquietação, cansaço excessivo, tensão e dores musculares, insônia, má digestão, diarreia, acesso de asma, etc.

6.               O medo pode trazer alguns benefícios, como na defesa do organismo, quando uma pessoa ao ouvir um tiroteio se joga no chão, ou para na rua ao ouvir a buzina de um carro. Ele nos faz prudentes ao agir- o medo de assaltos nos faz precavidos ao sair de casa. O medo da morte nos impede de reagir aos assaltos e de correr em alta velocidade nas estradas.

7.                     Você pode lidar com seus medos das seguintes formas: praticar a EFT (Emotional Freedom Training) ou Técnica de Libertação Emocional , refletir sobre a situação, fazer relaxamento muscular, praticar exercícios físicos, rezar para infundir confiançapraticar ginástica facial.

 

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   REFERÊNCIAS

ANTONI, M., Administração do Estresse: Estratégias que Funcionam, in Goleman, D. e Gurin, J., Equilíbrio Mente e Corpo, Campus, Rio de janeiro, 1997.

 SACKS, M, Exercício para o Controle do Estresse, in Goleman, D. e Gurin, J., Equilíbrio Mente e Corpo, Campus, Rio de Janeiro, 1997.

      BOLWBY, www.simplypsychology.org/bowlby.html

        DAMÁSIO, A., O Erro de Descartes, Emoção, Razão e o Cérebro Humano, Companhia das Letras, São Paulo, 2000..

GILLEY, K., A Alquimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999

LORENZINI, R.  Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.

 MAIER S., http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/.

SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

          STEINER, C., Educação Emocional, 2a ed. Objetiva, São Paulo, 1998.

 

 

 

 

 

 

                 CAPÍTULO 6

         Estresse IV - Como avaliar e lidar?

Neste capítulo você verá como lidar com o Estresse, o que você deve fazer (comer alimentos antioxidantes, ter autocompaixão, estabelecer rotinas, e usar outras estratégias); o que não deve fazer (comer muito, abusar do álcool e drogas, etc.). Poderá avaliar seu nível de Estresse através de um teste, e ler as Considerações Finais sobre o significado atual do estresse.                          

O que fazer para lidar com o Estresse?

Comer alimentos com antioxidantes, que neutralizam os efeitos produzidos pelo estresse. Diversas enzimas podem neutralizar os radicais livres e as espécies reagentes de oxigênio, sendo suas atividades auxiliadas por minerais, como o selênio,  ferro,  cobre,  zinco e  manganês.

Como o estresse é uma reação que o organismo tem todos os dias, você deve comer diariamente alimentos antioxidantes, para manter ativas as defesas orgânicas. Coma vegetais que tenham as vitaminas E, A e C, além de outras fontes de vitaminas e minerais, como as frutas, tipo banana, manga, uva, maçã, cajú, etc.

 ● Ter autocompaixão.

Ter Autocompaixão é ser tolerante consigo mesmo e aceitar mais seus erros, defeitos, insucessos e fracassos, sem críticas autodestrutivas. É ser mais gentil, delicado e compreensivo consigo mesmo, vendo seus erros e fracassos com bondade (https://hbr.org/2012/12/nine-ways-successful-people-of).

Todos nós temos nossos limites e ter autocompaixão é não ultrapassar

 estes limites, nem exigir demais de nós mesmos. Uma boa dose de

autocompaixão quando as coisas estão muito difíceis reduz o estresse

(https://staroversky.com/blog/nine-strategies-successful-people-use-to-overcome-stress) e   

https://hbr.org/2012/12/nine-ways-successful-people-de).

Estabelecer rotinas para diminuir o estresse.

Ao tomar uma decisão você faz uma opção por uma alternativa de mudança e isto gera estresse, pois muitas decisões criam uma tensão mental que é estressante. Para reduzir o número de decisões estabeleça rotinas para o que vai fazer, executando as mesmas tarefas na mesma hora. Um exemplo de rotina matutina é levantar, ir ao sanitário, escovar os dentes, tomar banho, tomar o café da manhã e sair para o trabalho ou escola. No trabalho procure transformar em rotina as atividades que tiver de executar habitualmente (https://hbr.org/2012/12/nine-ways-successful-people-de).

● Não queira ser perfeito em tudo que faz.

Em vez de levar em conta a perfeição em suas tarefas, considere o progresso que teve na execução delas. A busca permanente da perfeição é estressora porque exige cada vez mais da pessoa, e ela pressiona sua mente e seu corpo para fazer cada vez mais o melhor.

Em vez de procurar a perfeição, veja o quanto progrediu nas tarefas executadas. Verifique de onde começou, quanto já fez e quanto falta para atingir a meta. Isto o motivará, pois suas pequenas vitórias o estimularão para conquistar vitórias maiores, e o sentimento de realização resultante é um amortecedor para os estressores. Sempre tire um tempinho para avaliar o quanto já realizou.

Não divagar sobre assuntos desagradáveis.

Fique atento às divagações desagradáveis e procure percebê-las no momento que surgirem. Quando as detectar, dirija a atenção para coisas agradáveis ou então para sua respiração. Uma arma poderosa para evitar divagações é praticar a Plena Atenção durante as atividades diárias.  Quando você faz alguma coisa, prestando atenção ao que faz, as divagações desagradáveis não podem entrar em sua mente.

Como agir no momento do Estresse?

Você pode utilizar muitas das estratégias que aprendeu na prevenção do estresse depois que ele já se instalou. Segue a relação destas estratégias, que você pode rever detalhes no post anterior, de Prevenção do Estresse.

 Respire profundamente, 5 vezes ou mais. A respiração profunda lhe dará tempo para pensar e lhe acalmará.

Conte  lentamente de 1 até 10 antes de falar, se tiver numa discussão.

Sorria, pois sorrir ajuda a neutralizar os efeitos do estresse.

Dê uma boa caminhada e relaxe.

Peça licença à pessoa que está lhe estressando e se afaste. Peça desculpas e diga que conversará com ela depois.

Peça desculpas ao outro se cometeu um erro, e diga que não foi sua intenção agredi-lo.

Como atuar no Estresse já instalado?

Muitas estratégias utilizadas na prevenção do estresse instalado podem ser utilizadas também para lidar com ele. Reveja os detalhes de cada estratégia no post anterior “Como prevenir o Estresse”.

Pratique Plena Atenção, que ajuda a controlar o estresse.

Pratique o Relaxamento Muscular que ajuda a neutralizar o estresse, acalma sua mente e relaxa seu corpo.

Pratique a Respiração Profunda que relaxa o corpo e acalma a mente. Ou pratique Yoga, Tai Chi ou qualquer Meditação.

Pratique Exercícios Físicos pois eles amortecem o estresse.

Faça uma oração para tirar a atenção do problema que lhe estressa e pedir ajuda para resolvê-lo.

Faça algo que lhe dê Prazer e Bem-estar, como ler um livro, um filme ou conversar com uma pessoa que goste, pois ajuda a neutralizar o estresse fazer coisas agradáveis.

 Pratique EFT (tapinhas na cabeça e no rosto), pois isto ajuda a neutralizar os efeitos do Estresse.

● Divida os problemas complicados, porque fica mais fácil para resolvê-los.

Não faça as coisas correndo, com pressa, sem planejar. A pressa é um estressor poderoso.

Dirija o carro na pista de velocidade baixa, para diminuir o estresse.

● Evite situações estressantes e não tente controlar o que não pode, como comprar um carro que custa milhões.

● Identifique seus estressores e fique atento a eles. Veja em quais pode atuar e como agir.

O que você não deve fazer:

 ● Não comer muito.

● Não Abusar do álcool: o melhor é não beber.

Não abusar do fumo: o melhor é não fumar.

Não usar drogas.

Não fuja mentalmente ou materialmente dos problemas que geram seu estresse senão eles vão piorar. Dedique sempre algum tempo a eles, em horas apropriadas, para analisar e tentar resolver seus problemas pessoais, da família e do trabalho.

Evite entrar em atrito com outras pessoas pois eles causam estresse.

Como avaliar seu Estresse?

Você não fará aqui uma avaliação aprofundada de seu estresse, pois para isto o questionário precisaria de informações que não são solicitadas,. Para elaborar este teste levamos em conta nossa experiência em Clínica  Médica e os questionários de instituições, como a Universidade da Califórnia, Berkeley.

Instruções:

Este teste lhe dará uma ideia da quantidade de estresse que você tem no momento atual. Leia com atenção. Ele tem 20 questões, cada uma com 2 alternativas de respostas. Para respondê-las, na linha colocada adiante de cada afirmativa, marque “S” se a afirmativa ocorrer “sempre ou quase sempre” ou “ N” se ela ocorrer “nunca ou raramente”. Responda sem pressa, cuidadosamente. Leve o tempo que for necessário.

 Questões:

Na semana anterior a esta e durante esta semana, eu tive os seguintes pensamentos e sentimentos:

1.    Fiquei ansioso ou chateado com coisas naturais do meu dia a dia.  ___  

2.    Senti minha boca seca às vezes ou tive incapacidade de relaxar. ­­­___

3.    Senti às vezes falta de ar ou que a respiração era muito rápida.      ___

4.    Percebi que explodia ou reagia de forma exagerada às situações.  ___

5.    Notei as mãos tremendo e as pernas bambas, às vezes.                ___

6.    Fiquei irritado com facilidade.                                                           ___

7.    Fiquei impaciente quando estava atrasado por causa de elevadores, sinais luminosos ou de pessoas que me paravam.                           ___

8.    Fiquei com as mãos suadas, mesmo sem ter feito esforço físico.    ___

9.    Muitas vezes me senti assustado, sem ter razão.                             ___

10. Senti palpitações às vezes, sem ter feito esforço físico.                  ___

        11. Eu me senti tenso e estressado sem nenhum motivo aparente.      ___

12. Tive dores abdominais ou diarreia, em alguns dias.                  ___

13. Tive necessidade rápida de urinar, às vezes.                            ___

14. Senti como se estivesse perdendo o controle de minha vida.         ___

15. Tive dificuldade para dormir ou para manter o sono.              ___

16. Senti que nada ia dar certo e que as coisas iam ser piores.          ___

17. Senti que estava no meu limite de fazer as coisas.                         ___

18. Senti como se tivesse coisas demais em minha mente e que eu não ia dar conta de tudo.                                                                             ­___

19. Tive muitas preocupações, que sempre voltavam.                    ___

20. Tive dificuldades para me concentrar.                                         ___

Veja o resultado da sua avaliação:

Primeiro conte o número de respostas afirmativas “S”. Cada resposta afirmativa (“S”) vale 1 ponto na sua pontuação final. Se respondeu afirmativamente 10 questões, sua pontuação é 10.

Pontuação entre 1 e 5: indica que seu nível de estresse é muito grande e merece atenção de sua parte, para não ter grandes problemas de saúde. Identifique e modifique seus comportamentos inadequados, no trabalho, na família, nos relacionamentos, e procure resolver seus problemas pessoais. Utilize as estratégias para prevenir e controlar o estresse apresentadas nos posts de “Estresse – como fazer a Prevenção?” e “Estresse – como avaliar e lidar? Você necessita da orientação de um médico ou psicólogo.

Pontuação entre 6 e 10: você tem nível grande de estresse e provavelmente deve ter vários sintomas físicos e psicológicos. Tente controlá-los utilizando os comportamentos indicados nos posts indicados, sem precisar procurar um médico ou psicólogo. Se não conseguir procure ajuda.

Pontuação está entre 11 e 15: você tem nível moderado de estresse, e deve praticar as estratégias para prevenir e controlar o estresse  referidas nos posts acima, para tentar diminuí-lo. Repita o teste para ver se conseguiu melhorar e se não melhorar procure ajuda.

Pontuação entre 16 e 20: indica que você tem nível pequeno de estresse, mas mesmo assim você deve praticar as recomendações dos posts acima referidos, para diminui-lo cada vez mais e ter mais bem-estar.

Considerações finais

◘ A incidência do estresse é cada vez maior no   mundo. Pesquisa recente realizada em 1.000 empresas de 15 países pelo The Regus Group, publicada no Stress Research and Studies,  verificou que o nível de estresse no local de trabalho aumentou nos últimos 2 anos. E que 6 em cada 10 trabalhadores de economias globais tiveram estresse aumentado no local de trabalho, com o custo de bilhões de dólares em perda de produtividade e problemas relacionados à saúde dos empregados. (http://www.gostress.com/stress-levels-are-rising-worldwide/).

A Associação Americana de Psicologia, baseada em pesquisa por ela realizada em 2010, sobre o Estresse nos Estados Unidos, manifestou sua preocupação com sua incidência crescente na população americana. Para ela o estresse crônico está se transformando em uma crise de saúde pública. Em outra pesquisa realizada em 2015 verificou que o estresse da população foi maior do que em 2014, e que as maiores fontes de estresse são o dinheiro (67%) e o trabalho (65%), além das responsabilidades familiares (54%), preocupações com a saúde pessoal (51%) e da família (50%) (http://www.apa.org/news/press/releases/stress/2015/snapshot.aspx).

 A revista “Times” de 4 de janeiro de 2017 alerta para que o problema de saúde número 1 dos Estados Unidos é o estresse. A “Revista de Negócios da Harvard” (1994) considerou que 60 a 90% das consultas médicas de então eram relacionadas ao estresse. Recentemente a “Revista de Prevenção” constatou em pesquisa que quase dois terços dos americanos dizem ter “um grande estresse” por semana (https://www.stress.org/americas-1-health-problem/).

O estresse nos Estados Unidos vem aumentando em todas as idades, em crianças, adolescentes, adultos e idosos, devido a múltiplas causas sociais:

● Aumento da violência e da criminalidade.

● Uso de drogas ilícitas.

● Isolamento social, falta de diálogo familiar e solidão.

● Desagregação da família e crise dos valores espirituais, que são importantes fontes de apoio social (https://www.stress.org/americas-1-health-problem/).

Dados coletados por Lipp mostram uma incidência de 35% do estresse na população brasileira (http://www.brasil.gov.br/saude/2012/04/estresse) e a Organização Mundial da Saúde considera o estresse uma questão de saúde pública mundial, abrangendo muitos países.

◘ Relação entre e Câncer e Estresse – embora já existam diversas evidências de pesquisadores apontando para uma relação causal, direta ou indireta, entre o estresse e o câncer (de mama, próstata, pulmão, pâncreas, intestinos, estômago, etc.), ainda não há um consenso a respeito. Citaremos abaixo duas pesquisas que indicam a relação entre estresse e câncer:

1. Keinan-Boker e colaboradores, da Universidade de Haifa, em 2012, investigou as taxas de câncer em mais de 250.000 judeus sobreviventes do estresse psicológico severo dos campos de concentração e descobriu que os sobreviventes tiveram maior possibilidade de desenvolver alguma forma de câncer, principalmente de mama e de cólon. As mulheres que eram crianças durante o Holocausto têm um risco de câncer bastante alto. (http://www.nature.com/nature/journal/v485/n7400_supp/box/485S64a_BX1.htmlNature  485 , S64-S65,31 de maio de 2012.

2.  O pesquisador Geou-Yarh Liou, em 2010, encontrou taxas elevadas de Espécies Reativas de Oxigênio (formas de Radicais Livres) em quase todos os cânceres. Acredita o pesquisador que provavelmente os oxidantes promovem o desenvolvimento e a progressão do tumor. Relata também que as células tumorais tinham níveis aumentados de proteínas antioxidantes, e sugere que esta atividade oxidante visava manter vivas as células cancerosas. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3880197/).

 ◘ O estresse crônico não tratado pode evoluir para doenças físicas e mentais. Dentre as físicas estão a hipertensão arterial, infarto do miocárdio, diabetes, derrame cerebral e outras. Dentre as mentais estão a depressão e diversas formas da ansiedade, como a Ansiedade Generalizada, Distúrbios do Pânico, etc. Muitos pacientes tornam-se dependentes dos remédios utilizados no tratamento da depressão e ansiedade, com alto custo de sofrimento pessoal e financeiro, para a assistência médica, psicológica e medicamentosa.

         Conclusão: as pessoas precisam aprender a administrar seu estresse pois é vital para reduzir seus efeitos maléficos na saúde. A sociedade necessita organizar-se para enfrentar a questão do estresse -  uma questão de saúde pública - fazendo ações educativas para conscientizar as pessoas do mal que ele representa.

 

 

 

 

 

 

 

 

                              CAPÍTULO 7

                               O QUE É RESILIÊNCIA ?


          Neste capítulo você verá o que é a Resiliência, quais os fatores que contribuem para sua formação, sua importância, como cultivá-la, inclusive através da Plena Atenção  e como fazer sua avaliação.

O que é Resiliência?

Resiliência é a capacidade humana de superar crises e adversidades, de suportar e resistir ao estresse e voltar à situação de equilíbrio. O conceito veio da Física, que considera Resiliência de um material sua capacidade de suportar pressão e voltar a seu estado normal, como uma vara de salto em altura que se verga durante o salto e volta ao seu estado de equilíbrio. Ou de uma vara de bambu empurrada pelo vento, que se dobra até o chão e volta à posição inicial.

A resiliência depende da forma como a pessoa reage ao estresse e às ameaças: se ela confia em si mesma enfrenta a ameaça, mas se tem medo  foge. Seu comportamento depende da sua reação emocional às adversidades. A Resiliência é um processo de adaptação do organismo a uma perda, ou ameaça, ou problemas na família, no trabalho, na saúde ou financeiros. Ela permite à pessoa superar as dificuldades e " dar a volta por cima ".

A Resiliência e existe em maior ou menor grau nos seres humanos e faz a pessoa mais forte ou mais fraca na vida. A pessoa mais resiliente volta rapidamente ao equilíbrio, mas outra pouco resiliente se recupera com dificuldade. Alguns indivíduos se recuperam logo nas grandes adversidades e outros se desmoronam diante de pequenas dificuldades (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4776579/).

Mesmo uma pessoa mais resiliente sente os efeitos das adversidades, pois o sofrimento e a tristeza ocorrem em todos os indivíduos.

 

Fatores que contribuem para a Resiliência

A Resiliência se desenvolve durante a evolução do indivíduo, sofrendo a influência de fatores biológicos, genéticos, sociais e ambientais, e se relacionando com o desenvolvimento das emoções positivas. Os fatores referidos promovem mudanças no sistema de recompensa (ligado ao prazer), no medo, nas reações emocionais e no comportamento social da pessoa (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4776579/).

São fatores importantes nos mecanismos da Resiliência:

Fatores genéticos: as influências genéticas estão presentes nas respostas dos neurônios aos estímulos emocionais e ambientais (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2833107/).

Fatores sociais e ambientais

A criança vive num sistema familiar e se adapta a suas regras, construindo seus modelos de referências com base nos comportamentos das pessoas com que convive e orientando seus comportamentos por eles. Os modelos criados pela criança influem na forma dela lidar com as adversidades, dela reagir ao estresse e na sua capacidade de adaptação a novas situações. Por isto umas pessoas são mais resilientes que outras.

Fatores hormonais e neurais relacionados com a Resiliência

Durante a evolução do indivíduo ocorrem mudanças adaptativas nos circuitos neurais ligados à Resiliência e nos neurotransmissores que atuam nestes circuitos. Se ele é submetido a um estresse agudo produz diversos hormônios e neurotransmissores cerebrais, o que varia de pessoa para pessoa, daí umas terem mais que outras menos.

Elementos que aumentam a Resiliência

Diversos comportamentos adiante apresentados contribuem para a Resiliência, segundo Martin Seligman, o pai da Psicologia Positiva  (https://hbr.org/2011/04/building-resilience ), da Associação Americana de Psicologia  (http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx), e do Programa de Resiliência da Universidade da Pensilvânia (http://www.cypmhc.org.uk/medimon/uploads/PENN_RESILIENCE_PROGRAMME.pdfa/com).

Ter otimismo. Para Seligman este é um dos fatores mais importantes pois os indivíduos mais otimistas tendem a ser mais resilientes, sempre acham que vão se recuperar, confiam no futuro e têm esperança que ele será melhor. Têm visão positiva de si mesmo e agem com autoconfiança, pois confiam em suas habilidades e pontos fortes.  

 Manter relacionamentos que proporcionem atenção e apoio, dentro e fora da família.   É um fator importante pois faz com que a pessoa se senta querida e permite que ela compartilhe nas horas difíceis  seus  pensamentos e sentimentos. Desenvolve a autoconfiança e a capacidade de   elaborar modelos pessoais, além de   promover tranquilidade.

Cuidar da saúde mental e física, ter alimentação sadia e praticar exercícios físicos regulares, para ter tranquilidade são fundamentais para enfrentar com serenidade as dificuldades. Dormir bem e controlar o estresse, melhoram a Resiliência.

Ter bom humor -  o sorriso inibe o estresse e promove relaxamento muscular, melhorando a Resiliência. Ria nas situações difíceis pois mesmo o riso forçado diminui o cortisol, relaxando o corpo e a mente.

Ter habilidades para se comunicar, resolver problemas e   

controlar os sentimentos e impulsos são importantes para a Resiliência.

Ter a capacidade de fazer planos realistas e realizá-los.

 Como construir a Resiliência?

Cada pessoa tem sua forma de desenvolver a Resiliência e você pode utilizar diversos caminhos, de acordo com as seguintes fontes: https://experiencelife.com/article/the-5-best-ways-to-build-resiliency/), http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx

https://staroversky.com/blog/what-is-resilience-10-critical-characteristics-of-resilience,

Veja, dentre as maneiras seguintes de construir a Resiliência, quais funcionam para você.

Estabelecer relacionamentos com pessoas que pode confiar, desde familiares a amigos e conhecidos, que lhe ouvem e se preocupam com você. É útil participar de organizações que lhe  ofereçam suporte e ajuda, além de ajudar outras pessoas. Isto lhe trará bem-estar, pois a prática da Bondade aumenta a serotonina, que é associada com a felicidade e bem-estar. 

Não ver as crises como problemas insuperáveis e não  se entregar a elas. Você não pode mudar a vida, mas pode e deve mudar a forma com que responde ao estresse. Olhe as crises nos seus contextos e com a esperança que o futuro será melhor, pois tudo na vida é passageiro. Espere que o futuro lhe trará  coisas boas.

Aceitar as mudanças como partes da sua vida. Se você não pode alcançar um objetivo agora, as circunstâncias podem mudar e poderá alcançar depois.  Seja flexível e adapte às circunstâncias, da mesma forma que a vara de bambu se dobra ao vento e volta para a posição normal.

Esforçar-se para atingir seus objetivos. Tenha sentidos e objetivos em sua vida e estabeleça metas realistas. Acredite em você e faça algo regularmente para avançar em suas metas,  mesmo com pequenas  realizações.

Procurar comandar sua vida e decidir o que vai fazer.  Só se envolva em situações difíceis se puder resolvê-las e se esforce para estar no comando de sua vida e resolver os problemas que estiverem a seu alcance, em vez de se afastar e esperar que outros resolvam para você.

 Procurar aumentar seu autoconhecimento. Você pode crescer e aprender mais sobre si mesmo se for derrotado em uma luta.  Pessoas que passaram por dificuldades se sentiram mais fortes depois e com mais autoestima.

Cuidar de si mesmo. Preste atenção às suas necessidades e sentimentos e participe de atividades que você gosta e lhe relaxem.  Cuidar de si mesmo mantém sua mente e seu corpo preparados para situações que exijam equilíbrio e bom senso.

• Praticar Plena Atenção, meditação ou atividades espirituais ajudam a promover o relaxamento e a ter a calma e a tranquilidade necessárias para  lidar com situações estressantes. As orações ajudam a lidar com as dificuldades e a ter esperança no futuro.

Quando você tem uma experiência qualquer ela age sobre seu cérebro e modifica a estrutura dos neurônios, tornando algumas áreas mais ativas ou inativando outras- é a Neuroplasticidade Cerebral. Suas experiências atuam inclusive sobre os genes, "ligando-os" e "desligando-os" como se fossem interruptores de lâmpadas.

 Se alguém pratica Relaxamento regularmente e de repente fica estressado, ele liga automaticamente os genes que promovem relaxamento e os músculos relaxam, porque certas áreas do cérebro ficaram mais sensíveis aos estímulos. Por isto o Relaxamento aumenta a Resiliência da pessoa e previne o Estresse.

Praticar a gratidão: a gratidão é uma emoção que envolve reconhecimento e agradecimento, que a pessoa tem ao receber um presente ou benefício. Reconheça e agradeça as coisas boas que a vida lhe proporciona quando tiver uma dificuldade, pois isto lhe ajudará a ver que a situação não é tão ruim assim, e que há muitas coisas boas em sua vida - sua saúde, a família, seu companheiro(a), filhos, amigos, emprego, a carreira e outras.

A gratidão ajuda a pessoa a suportar a realidade adversa, e deve ser cultivada para lidar com o estresse e aumentar a Resiliência, pois aumenta a produção de serotonina, que produz bem-estar. Num dia estressante, pare uns minutos e lembre-se de pessoas às quais você é grato, que lhe ajudaram e fizeram bem, e agradeça a elas, pois se sentirá melhor. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27548470) .

 Treinar  para se tornar cada vez mais resiliente (https://experiencelife.com/article/the-5-best-ways-to-build-resiliency/).

Qual a importância da Resiliência?

 • A Resiliência é fundamental para o bem-estar da pessoa, conforme o Relatório Final da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de 2015.  É uma das características do bem-estar, ao lado de emoções positivas sustentadas, Plena Atenção, Empatia, Altruísmo e Generosidade.

A Resiliência é importante no controle do estresse e na superação de situações difíceis. Quanto maior for ela melhor será o controle do estresse e seu bem-estar. Você terá mais calma, tranquilidade, serenidade.

• A Resiliência é importante no mercado de trabalho.  Os setores de Recursos Humanos das empresas consideram a resiliência dos candidatos na seleção de pessoal, e contratam os mais resilientes porque são mais produtivos quando trabalham sob pressão.

A Plena Atenção reforça a Resiliência?

Um modo de você cultivar a Resiliência é mudar a forma com que  percebe as situações  e com que reage aos estressores. Se você praticar a Plena Atenção vai lidar melhor com seus pensamentos e emoções negativas  porque vai considera-las como eventos passageiros. Você verá as situações difíceis com clareza, calma e serenidade, além de reagir a elas com moderação e equilíbrio, de forma mais resiliente. Na realidade o medo e a raiva não são seus piores inimigos: seu verdadeiro inimigo é a forma como você reage a emoções que impedem a visão clara da situação.

 Como avaliar sua Resiliência?

 Instruções:

 Este teste lhe dará uma ideia sobre sua Resiliência. Leia com atenção. Ele tem 20 questões, cada uma com 2 alternativas de respostas. Para respondê-las, marque “S” se a afirmativa ocorre “sempre ou quase sempre” ou “ N” se ela ocorre “nunca ou raramente”, na linha colocada adiante de cada afirmativa. Responda sem pressa, cuidadosamente, usando o tempo necessário.

Para saber sua pontuação conte o número de respostas afirmativas “S”. Cada resposta afirmativa (“S”) vale 1 ponto na sua pontuação final. Se respondeu afirmativamente 10 questões, sua pontuação é 10.

Questões

1.              1. Geralmente sou otimista e vejo as dificuldades como passageiras. ___

2.              2.Procuro ter emoções positivas como gratidão e esperança, e meus sentimentos de raiva, medo e tristeza são passageiros. ___

3.   Tenho confiança em mim e consigo tolerar bem situações difíceis, mesmo quando elas trazem insegurança e incerteza. ___

4.   Quando as coisas mudam rapidamente me adapto com facilidade.___

5.   Para diminuir minha ansiedade pratico Plena Atenção e outras formas de meditação e relaxamento. ___

6.   Vejo a vida com bom humor e em situações difíceis consigo rir.___

7.   Sou curioso e   atento para aprender novas lições com minhas experiências e com as dos outros. ___

8.    Costumo planejar para resolver meus problemas e me comunico bem nos meus relacionamentos.

9.  Considero-me uma pessoa forte,  tolerante,   e me mantenho  bem em situações  difíceis. ___

10. Consigo minimizar  minhas dificuldades  e não me sinto vítima da vida.___

11. Tenho relacionamentos que me dão atenção e apoio,  na  minha      família e fora dela. ___

12. Consigo controlar meus sentimentos e impulsos fortes. ___

13.  Tenho objetivos e sentidos para minha vida.___

14.  Cuido de mim mesmo prestando atenção a meus sentimentos,       exercitando-me regularmente e com alimentação saudável.___

15. Consigo ver as coisas num contexto mais amplo mesmo em situações difíceis.___

 

Veja qual é seu nível de Resiliência:

 

Pontuação menor que 6:  Baixa Resiliência -  você deve ter problemas ao lidar com situações difíceis que lhe pressionem e com contratempos. Procure ajuda de um profissional para desenvolver  sua Resiliência. 

Pontuação de 7 a 9: Resiliência Moderada - você tem algumas habilidades de resiliência, mas deve fortalecê-las, além de cultivar as que não tem. Procure ajuda de um profissional.

Pontuação de 10 a 12:  Resiliência Adequada -  você se recupera bem da maioria das dificuldades. Deve aprender mais sobre resiliência e reforçar suas habilidades, para ter mais bem-estar.

Pontuação de 13 a 15:  Resiliência Alta - você sabe enfrentar as dificuldades da vida e pode progredir mesmo sob a pressão. Continue a aprimorar suas habilidades e ajude outros que querem melhorar a Resiliência.

 

RESUMO

1. Resiliência é a capacidade humana de superar crises e dificuldades, de suportar e resistir ao estresse e voltar à situação de equilíbrio. É um processo de adaptação do organismo a uma perda, ameaça, problemas na família, no trabalho, na saúde ou financeiros, que permite à pessoa superar as dificuldades e " dar a volta por cima ".

2. A Resiliência se desenvolve durante a evolução e sofre a influência de fatores biológicos, genéticos, sociais e ambientais, capazes de promover mudanças no sistema de recompensa, na reação ao medo e a outras emoções e no comportamento social da pessoa. São importantes nos mecanismos da Resiliência os fatores herdados, os sociais, a família e modelos comportamentais, além dos hormônios e neurotransmissores.

3. Contribuem para a Resiliência ter otimismo, manter relacionamentos em que tenha atenção e apoio, cuidar da saúde mental e física, ter alimentação sadia, praticar exercícios físicos regulares, dormir bem e controlar o estresse. Contribuem também ter bom humor, habilidade para se comunicar e resolver problemas, controlar sentimentos e impulsos, e a capacidade de fazer planos realistas e realizá-los.

4. Para construir sua Resiliência você pode utilizar as seguintes estratégias: estabelecer relacionamentos com pessoas  confiáveis; não considerar as crises insuperáveis; aceitar a mudança como parte da sua vida; esforçar-se para atingir seus objetivos; comandar sua vida, se esforçar para decidir o que vai fazer e aumentar seu autoconhecimento.

5. Além disto, cuidar de si mesmo, prestar atenção às suas necessidades e sentimentos e fazer atividades que gosta e lhe relaxem; praticar Plena Atenção, meditação e qualquer prática espiritual; praticar a gratidão, agradecendo a quem lhe fez o bem e às coisas boas que tem na vida: saúde, a família, o parceiro, os filhos, os amigos, o emprego, etc. E treinar para ser cada vez mais resiliente.

6. A Resiliência é fundamental para o bem-estar da pessoa no Relatório Final da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em 2015, ao lado das emoções positivas sustentadas, Plena Atenção e da  Empatia, Altruísmo e Generosidade.

7.  A Resiliência é importante no controle do estresse, na superação de situações difíceis e no mercado de trabalho.  Os setores de Recursos Humanos das empresas contratam os mais resilientes porque são mais produtivos quando trabalham sob pressão. As pessoas que praticam Plena Atenção lidam melhor com seus pensamentos e emoções negativas porque as consideram eventos passageiros.

8. Avalie ua Resiliência respondendo ao teste apresentado neste e-book.

 

Compartilhe e divulgue este e-book para termos pessoas mais felizes, mais tranquilas e um mundo melhor!

 

   REFERÊNCIAS E LINKS

http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4776579/).

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2833107/)

Martin Seligman, https://hbr.org/2011/04/building-resilience

Associação Americana de Psicologia,http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx)

Penn Re0siliency Program, http://www.cypmhc.org.uk/medimon/uploads/PENN_RESILIENCE_PROGRAMME.pdfa/com).https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27548470

 https://experiencelife.com/article/the-5-best-ways-to-build-resiliency/).

http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx

 https://staroversky.com/blog/what-is-resilience-10-critical-characteristics-of-resilience

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                      CAPÍTULO 8

 EMOÇÃO POSITIVA E MUDANÇA CEREBRAL

Neste capítulo você verá o que são as Emoções Positivas, quais as voltadas para o passado, para o presente e para o futuro; os tipos de Prazer, como   prolongá-los e o que é a Habituação. Verá como utilizar suas Emoções Positivas para promover mudanças no cérebro, para ter uma vida melhor, com mais bem-estar, satisfação e contentamento, utilizando suas experiências cotidianas, através da Neuroplasticidade Positiva.

     Que são Emoções Positivas?

As Emoções Positivas são agradáveis, dão prazer à pessoa e fazem com que ela se aproxime do estímulo. Se alguém gosta de outro sente um impulso para se aproximar dele; se você vê uma comida apetitosa sente vontade de comê-la; se ouve uma música agradável quer desfrutar dessa audição; se vê um por de sol lindo ou uma pintura bonita quer admirá-la.

 As Emoções Positivas podem estar voltadas para o passado, presente ou futuro (Seligman). Dentre as voltadas para o passado estão satisfação, contentamento, orgulho, realização e gratidão. Voltadas para o futuro estão a fé, esperança, confiança e otimismo.

 Dentre as voltadas para o presente estão os prazeres dos sentidos (tocar em algo prazeroso, sentir o gosto ou cheiro de algo agradável, ver ou ouvir algo agradável, fazer exercícios físicos), o amor, a alegria, generosidade, compaixão, autocompaixão, interesse, calma, serenidade, entusiasmo, admiração, espanto, assombro, animação, deleite, gozo.

Elas ampliam os pensamentos e as ações das pessoas, fazendo-as mais criativas e produtivas, neutralizam emoções negativas, estimulam a resiliência e promovem o bem-estar emocional, segundo Fredrickson (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3122271/).

Pesquisas recentes mostram que as Emoções Positivas

podem criar novos neurônios através da Neurogênese e promoverem o  bem-estar da pessoa (https://pdfs.semanticscholar.org/0abb/7173c9ded47b61c29936c11a1e9769b04415.pdf).

 

Como lidar com o Prazer?

Consideraremos dois tipos de prazer- o sensorial, ligado aos sentidos e o não sensorial, mais ligado à cognição. O prazer sensorial está ligado ao tato, olfato, visão, audição e gosto. Dentre os prazeres não sensoriais estão a alegria, contentamento, bom humor, entusiasmo, atração, enlevo, deleite e outros.

Prazer sensorial –ligado às emoções positivas, ele é imediato, passageiro, desaparece quando cessa o estímulo, envolve pouco ou nenhum raciocínio e a pessoa se habitua rapidamente a ele. Quando você sente um bom perfume percebe-o imediatamente e tem uma sensação agradável, que desaparece em pouco tempo. Se você sentir de novo seu prazer não terá a mesma intensidade e tende a sumir.

Ele é relacionado com os seguintes sentidos:

Tato – receber ou dar um toque carinhoso em alguém.

· Audição- ouvir uma música agradável, o barulho do mar, o canto de passarinhos, a chuva caindo no telhado, etc.

· Visão – apreciar um belo por de sol, a tela de um bom pintor, uma paisagem bonita, uma pessoa bonita, etc.

· Gosto – saborear uma boa refeição, uma taça de vinho ou sorvete, um suco de laranja, uva ou de outras frutas, etc.

· Olfato- sentir o cheiro de um perfume, de comida apetitosa, etc.

Os prazeres físicos são passageiros, o hábito surge com facilidade, e não é possível aumentar muito o bem-estar constante utilizando-os.

Prazeres não sensoriais -   são passageiros também e sujeitos à habituação. Ao receber uma boa notícia você tem uma grande alegria na hora, mas depois de algum tempo seu humor volta para o habitual. Se você é desafiado para vencer uma meta, o entusiasmo é grande no início, mas diminui com o tempo, principalmente se há grandes dificuldades.

Veja alguns prazeres não sensoriais: Alegria,  Bom humor, Euforia,          Empolgação, Êxtase, Deleite, Júbilo, Contentamento, Interesse,excitação ,Animação, Atração, Generosidade,  Entusiasmo, Otimismo, Harmonia, Encantamento, Conforto, Relaxamento e Divertimento.

 Porque você sente prazer?

Você sente prazer porque seu cérebro produz substâncias que o produzem, trazendo bem-estar, satisfação e alegria. Dentre estas substâncias estão a dopamina, serotonina, endorfinas, oxitocina, adrenalina e GABA (ácido gama amino butírico). Analisaremos a seguir algumas delas e lhe  orientaremos como praticar atividades que as produzam:

Dopamina – ela é responsável pelo comportamento orientado para a busca do prazer, para a recompensa. Sua concentração aumenta no cérebro quando há um comportamento que vise recompensa, e para aumentá-la estabeleça uma meta e trabalhe para alcançá-la. A dopamina aumenta durante os exercícios físicos, na alegria e bom humor, interfere no controle dos impulsos, na concentração da atenção e na motivação .(http://www.science20.com/rogue_neuron/science_pleasure_part_one_allure_asymmetry).

Quando uma pessoa pratica Tai Chi ou Chi Kung desencadeia a atividade dos lobos frontais, os quais sinalizam o núcleo acumbens e este libera dopamina e endorfinas.

(http://www.whitewillowtaichi.com/home/articles/parms/1/article/parkinsons_protocol.html}

As seguintes atividades aumentam a dopamina: praticar Plena Atenção (veja o post “Como a Plena Atenção beneficia a saúde e diminui o estresse?”); trabalhar em metas que você possa alcançar; praticar exercícios físicos regularmente; cultivar a gratidão; cultivar a Alegria – de uma das seguintes formas: cultivando o sorriso, praticando o Sorriso Interior, praticando Yoga do Riso, evitando ficar com raiva, divertindo-se,  organizando suas atividades para evitar o estresse, fugindo de pensamentos negativos e emoções negativas, preferindo  conviver com pessoas de bom humor – (Veja no post “Como cultivar a alegria e o bom humor”).

 

Serotonina – a serotonina é importante para manter o bom humor, o sono, apetite alimentar, inibir a raiva, ficar calmo e manter o bem-estar emocional. Usada no tratamento da depressão, muitos antidepressivos agem para manter a serotonina nas sinapses neuronais, aumentando assim seu efeito no bem-estar (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK27940/). Baixos níveis de serotonina são relacionados com maior impulsividade, depressão e risco de suicídio.  O exercício físico aumenta a serotonina no cérebro, mesmo em idosos, sugerindo que eles são um antidepressivo natural

(http://www.science20.com/rogue_neuron/science_pleasure_part_one_allure_asymmetry).

As atividades seguintes aumentam a serotonina: praticar Tai Chi Chuan (http://online.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/acm.2016.0246?journalCode=acm) praticar Plena Atenção (veja o post Como a Plena Atenção beneficia a saúde e diminui o estresse?”); praticar exercícios físicos; propor a si mesmo novos objetivos e desafios, pois se vencê-los reforçará os comportamentos envolvidos,  sua autoestima e sua autoconfiança; cultivar a gratidão e fazer ações que reforcem seu sentido de vida e você se sinta realizado.

 

Endorfinas – semelhantes às substâncias opiáceas, são analgésicas e produzidas pela glândula pituitária e pelo hipotálamo durante as atividades físicas, nas relações sexuais e no orgasmo. Podem ser produzidas pelas agulhas de acupuntura ou pela prática da EFT, processo em que se dá “tapinhas” em certos pontos do corpo, sendo considerada a “acupuntura sem agulhas”. As atividades seguintes aumentam as endorfinas: praticar Plena Atenção, sorrir, praticar exercícios físicos, estabelecer metas e alcançá-las, praticar EFT (veja no post “Como lidar com o medo”).

GABA- ácido gama amino butírico. Age sobre a ansiedade criando uma sensação de calma, tranquilidade, relaxamento e prazer.  Os sedativos benzodiazepínicos (Rivotril, Valium, etc.) agem promovendo aumento do GABA. Pesquisa encontrou aumento dos níveis de GABA entre os praticantes de yoga após uma sessão de 60 minutos. São atividades que produzem GABA: praticar Plena Atenção, yoga, meditação ou  relaxamento.

 Como aumentar seu Prazer?

Você pode aumentar seu prazer evitando a Habituação ou praticando a Apreciação.

Que é Habituação de um prazer?

Habituação de um prazer é a tendência de percebê-lo com menor intensidade na medida que ele é repetido. Se você gosta de uma comida e come vários dias seguidos, seu prazer vai diminuindo e ela vai ficando cada dia menos gostosa. A repetição de um estímulo sensorial diminuiu gradativamente o prazer por ele produzido, daí uma regra prática – aumente o intervalo de tempo entre as experiências que lhe dão prazer para diminuir a habituação.

Se você gosta de suco de laranja, não tome todos os dias, para não enjoar; se gosta de uma música não ouça dias seguidos, para não diminuir ou perder o prazer. Repare que o primeiro gole de uma bebida é mais gostoso que o segundo. Os neurônios tendem a dar resposta a novos estímulos, pois as informações diferentes ativam mais o cérebro, que tende a ignorar estímulos repetidos. Por isto inclua em sua vida prazeres diferentes.

A surpresa é um aliado para aumentar o prazer. Se você dá uma rosa a alguém a pessoa ficará encantada, mas se você der uma rosa de novo ela ficará menos encantada. Então, se você der agora um perfume ou fizer um carinho terá melhores resultados.

Apreciação de um Prazer 

A Apreciação de um Prazer consiste em prestar atenção a ele para percebê-lo mais e desfrutá-lo melhor. Exemplo: no almoço dirija a atenção para o gosto do alimento que está mastigando e concentre-se nele. Pode até fechar os olhos para senti-lo melhor.

Na apreciação devemos considerar os seguintes elementos:

♦ Aguçamento da percepção - você deve se concentrar na experiência prazerosa para aumentar sua atenção, aumentando assim a percepção, o prazer percebido e sua memorização.

♦ Absorção do prazer - você deve deixar que ele o absorva o máximo possível se concentrando totalmente.

♦ Memorização - tire fotografias mentais da situação prazerosa e recorde-a depois. Prolongue o prazer trazendo-o do passado para o presente.

♦ Compartilhamento – compartilhe seu prazer com outras pessoas falando-lhes de sua satisfação, ao ver uma peça de teatro, um filme ou um show.

Que é Neuroplasticidade?

 

A Neuroplasticidade é a capacidade que tem o cérebro de reorganizar-se respondendo a estímulos externos do ambiente ou internos vindos de comportamentos, pensamentos ou emoções. O cérebro se modifica e muda sua estrutura e sua função. A Neuroplasticidade é Autodirigida quando é produzida por pensamentos, emoções, comportamentos ou sentimentos.

A neurogênese tem diversas causas: exercícios físicos, prática de Tai Chi e Chi Kung; praticar Plena Atenção, relaxamento muscular e yoga; ter relacionamentos amistosos na família, trabalho ou grupos sociais; praticar exercícios mentais, aprender coisas novas, jogar games adequados.

Além disto, enfrentar novos desafios; dormir a quantidade de horas necessárias; ter dieta com ingestão de calorias reduzidas e nutrientes adequados, comendo frutas, verduras, legumes e peixes, manter relações sexuais.

 Bloqueiam a neurogênese: o estresse, privação do sono, dieta com muito açúcar e alimentos industrializados, uso crônico de álcool, fumar, usar tóxicos ou substâncias psicoativas, além de outros fatores.

Schartz, criador da expressão Neuroplasticidade Autodirigida, realizou pesquisas em pessoas que tiveram derrame cerebral e em pessoas normais, constatando que as técnicas de neuroplasticidade conseguiram mudar seus cérebros, resultados estes comprovados pela ressonância magnética cerebral. Os novos neurônios nascem em diversas regiões do cérebro, principalmente no hipocampo, a partir das chamadas “células tronco” (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4960264/).

Segundo Hanson (2015), as pessoas podem melhorar o funcionamento do seu cérebro praticando com atenção os esforços adequados. Para ele você pode utilizar suas experiências positivas diárias, o que você pensa, sente, diz ou faz, para transformar seu cérebro de forma duradoura e ter uma vida mais agradável, com mais satisfação,bem-estar, contentamento, tranquilidade e confiança

(https://books.google.com.br/books/about/O_c%C3%A9rebro_e_a_felicidade.html?id=SVNjCgAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y}).

Hanson recomenda que você identifique uma atividade mental positiva, agradável, para produzir mudanças em seu cérebro, as quais trarão efeitos benéficos em sua mente. No seu dia corrido, procure experiências agradáveis que teve, em que ocorreram emoções positivas e utilize estas experiências, para transformar seu cérebro. Durante o dia identifique pequenos prazeres e alegrias e preste atenção a eles durante pelo menos 12 segundos (se puder chegue a 20 ou 30 segundos).

Ao fazer isto você mandará mensagens agradáveis para o cérebro, que liberará serotonina e outros neurotransmissores, e os enviará para o núcleo denteado do hipocampo, onde está grande parte da sua memória. Sua memória armazenará alegria e satisfação, que em algum momento poderão voltar para sua consciência trazendo-lhe bem-estar, satisfação, calma e tranquilidade. A essência da técnica é prestar atenção durante alguns segundos a coisas agradáveis que ocorrem durante seu dia.

RESUMO

1. As Emoções Positivas são agradáveis, dão prazer à pessoa e fazem com que ela se aproxime do estímulo. Se alguém gosta de outro sente um impulso para se aproximar dele. Dentre as emoções voltadas para o passado estão satisfação, contentamento, orgulho, realização e gratidão. Voltadas para o futuro estão a fé, esperança, confiança e otimismo e voltadas para o presente estão tocar, sentir o gosto ou cheiro de algo, ver ou ouvir algo agradável, o amor, a alegria, generosidade, compaixão, calma, serenidade, otimismo, entusiasmo, admiração, espanto, animação, deleite, gozo.

2. As Emoções Positivas ampliam o campo de pensamento e das ações da pessoa, tornando-a mais criativa e produtiva. Podem neutralizar emoções negativas, estimulam a resiliência psicológica e promovem o bem-estar emocional, além de poderem criar novos neurônios através da Neurogênese, e promoverem através dela o  bem-estar da pessoa.

      3. Há dois tipos de prazer - os sensoriais, ligados aos sentidos, ao tato, olfato, visão, audição e gosto - e os não sensoriais, ligados à cognição, como a alegria, contentamento, bom humor, entusiasmo, atração, deleite e outros.

4. O prazer sensorial, ligado às emoções positivas, é imediato, desaparece quando cessa o estímulo, quase não envolve a cognição, e a pessoa se habitua rapidamente a ele. Quando você sente um bom perfume percebe-o imediatamente e tem uma sensação agradável, que desaparece em pouco tempo.

5. Os prazeres sensoriais são relacionados com o tato – receber ou dar um toque carinhoso em alguém; com a audição- ouvir uma música agradável, o barulho do mar, o canto de passarinhos, etc.; com a visão – apreciar um belo por de sol, uma paisagem bonita, uma pessoa bonita, etc.; com o gosto – saborear uma boa refeição, uma boa fruta, uma taça de sorvete, um suco, etc.; e com o olfato - sentir um bom perfume, o cheiro de uma comida apetitosa, etc.

6. Os prazeres não sensoriais também são passageiros e sujeitos à habituação. Alguns exemplos: alegria, ter bom humor, euforia, empolgação, êxtase, deleite, júbilo, contentamento, interesse, excitação, animação, atração, generosidade, compaixão, entusiasmo, otimismo, harmonia, encantamento, conforto, relaxamento, divertimento, deleite e outros.

7. A habituação de um prazer é a tendência de percebê-lo com menor intensidade quando ele é repetido. Se você gosta de uma comida e come dias seguidos, seu prazer diminui e ela vai ficando cada dia menos gostosa. A surpresa é um aliado para aumentar o prazer: se você dá uma rosa a alguém a pessoa ficará encantada, mas se der outra rosa ela seu encantamento será menor. Faça uma surpresa e dê um presente diferente, um perfume ou um carinho, que terá melhores resultados.

8. A Apreciação de um Prazer consiste em prestar atenção para percebê-lo mais e desfrutar melhor dele. Exemplo: no almoço preste atenção para o gosto do alimento que está mastigando e concentre-se nele. A apreciação tem os seguintes elementos: aguçamento da percepção (concentrar-se na experiência prazerosa); absorção (absorver o máximo possível do prazer); memorização (tirar fotografias mentais da situação e recordar depois); compartilhamento (compartilhar o prazer com outras pessoas).

9. Neuroplasticidade é a capacidade que tem o cérebro de reorganizar-se em resposta a estímulos vindos do ambiente ou de comportamentos, pensamentos ou emoções. Quando os estímulos são pensamentos, emoções, comportamentos ou sentimentos ela é chamada Neuroplasticidade Autodirigida.

10. Chama-se Neurogênese ao nascimento de novos neurônios, que pode se dar em qualquer idade, modificando a estrutura e o funcionamento do cérebro. Os novos neurônios nascem principalmente no hipocampo, relacionado com a memória, a partir das chamadas “células tronco”.

11. Podem promover Neurogênese: exercícios físicos; praticar Plena Atenção, relaxamento muscular e yoga; relacionamentos amistosos na família, trabalho ou grupos sociais; praticar exercícios mentais, aprender coisas novas, jogar games adequados; enfrentar novos desafios; dormir a quantidade de horas necessárias; ter dieta com ingestão de calorias reduzidas e nutrientes adequados, relações sexuais. Bloqueiam a Neurogênese: o estresse, falta de sono, dieta com muito açúcar ou com alimentos industrializados, uso crônico de álcool, fumar, usar tóxicos ou substâncias psicoativas.

12. Você pode melhorar o funcionamento do seu cérebro, praticando com atenção os esforços adequados, segundo Hanson (2015). Durante o dia identifique pequenos prazeres e alegrias e preste atenção a eles durante 12 segundos ou mais. Assim mandará mensagens agradáveis para seu cérebro, que liberará serotonina e dopamina. No hipocampo você armazenará lembranças de momentos de alegria e satisfação, os quais podem voltar para sua consciência a qualquer momento, trazendo-lhe bem-estar, satisfação, calma e tranquilidade.

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      REFERÊNCIAS E LINKS

 GOLEMAN, D., BOYATZIS, R., MC KEE, A., O Poder da Inteligência Emocional, Campus, Rio de Janeiro, 2002.

HANSON, R., O Cérebro e a Felicidade, Martins Fontes, São Paulo, 2015

PETERSON, C., SELIGMAN, M. E. P. Character Strengths and Virtues, Oxford University Press, New York, 2004.

 SELIGMAN, M. E. P., Felicidade Autêntica, Objetiva, Rio de Janeiro, 2004

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3122271/.

https://pdfs.semanticscholar.org/0abb/7173c9ded47b61c29936c11a1e9769b04415.pdf

http://www.science20.com/rogue_neuron/science_pleasure_part_one_allure_asymmetr

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK27940/

http://www.science20.com/rogue_neuron/science_pleasure_part_one_allure_asymmetry

http://mentalhealthdaily.com/2015/02/20/self-directed-neuroplasticity-consciously-changing-your-brain-function/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4960264/)

https://books.google.com.br/books/about/O_c%C3%A9rebro_e_a_felicidade.html?id=SVNjCgAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y}

http://online.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/acm.2016.0246?journalCode=acm

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                     


                                                   CAPÍTULO 9

                COMO TREINAR O AUTOCONTROLE


Você verá neste capítulo o que é Autocontrole, como praticá-lo, sua utilidade, sua relação com a Atenção, o que você deve controlar em sua vida e como ele ajuda a lidar com os pensamentos, emoções e de outras situações. Verá pesquisas realizadas sobre Autocontrole durante mais de 40 anos e também como elaborar um programa de treinamento de autocontrole.

O que é o Autocontrole?

O Autocontrole é a capacidade que a pessoa tem de inibir comportamentos indesejáveis ou promover comportamentos desejáveis úteis para alcançar seus objetivos. Por exemplo, se um fumante tem o desejo de fumar, pode usar o autocontrole para inibir este desejo, desviando sua atenção para coisas agradáveis ou praticando uma atividade. Se uma pessoa não faz exercícios físicos e quer começar, pode usar seu autocontrole para adquirir este hábito saudável.

O Autocontrole é uma força interna importante que deve ser cultivada e desenvolvida, pois permite que você controle sua mente inibindo estados de ânimo inadequados, controlando sua atenção, pensamentos, emoções, desejos e impulsos. Ele impede que você pratique comportamentos e se arrependa depois, praticando ações de acordo com as regras sociais.

Um princípio da prática do autocontrole é retirar a atenção do comportamento não desejado.  Se você deseja controlar uma preocupação tire a atenção dela e pense em outras coisas; se quer controlar sua raiva tire a atenção da pessoa ou situação que lhe irritou; se deseja uma comida que lhe faz mal - gordura animal, doce, massas e sorvete - tire a atenção delas.

Para afastar sua atenção do objeto ou situação que lhe enraiveceu você utiliza sua Atenção Executiva, que comanda seu Controle Executivo, capaz de controlar suas ações. (www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2674119/).

Como praticar o Autocontrole?

Se você treinar seu Autocontrole ele ficará cada vez mais forte, da mesma forma que um músculo fica mais forte se for sempre exercitado. Pesquisas mostram que qualquer forma de prática do Autocontrole aumenta a capacidade da pessoa de ser mais controlada e mais disciplinada. Você pode construir e aumentar seu Autocontrole se praticar sempre. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2855143/).

Quando você deseja um objeto e não quer se entregar ao desejo, pode praticar o autocontrole em três passos. O primeiro é desviar a atenção do objeto desejado e o segundo é levá-la para outras coisas. Por exemplo, se você está fazendo dieta, não pode comer batatas fritas e tem um prato delas em sua frente, tire sua atenção delas e olhe para outro prato. O terceiro passo é lembrar de uma meta significante para você. Lembrar que deve controlar seu peso e que a batatinha vai aumentá-lo. A lembrança da meta reforça seu autocontrole.

Para que treinar o autocontrole?

Aumentar o autocontrole é útil para corrigir alterações do comportamento, melhorando deficiências ou reduzindo os excessos. No caso de deficiência de comportamento, se uma pessoa não gosta de estudar e vai mal na escola: ela deve fazer um treinamento para criar o hábito de estudar. São exemplos de excessos comportamentais o abuso do álcool, fumo, drogas, do computador, de videojogos e celulares. Ao melhorar seu Autocontrole, além de mudar seus comportamentos indesejáveis, você passa a ter maior consciência de seus comportamentos habituais.

O treinamento do Autocontrole é útil para:

● Controlar a atenção, pensamentos e desejos e divagações mentais.

● Lidar com o estresse, raiva, medo, ansiedade e tristeza.

● Cultivar a paciência e controlar a impaciência.

● Não abusar do álcool, deixar de usar o cigarro, maconha, cocaína, crack e outras drogas.

● Abandonar o vício do jogo.

● Controlar a alimentação para manter ou perder peso;

● Praticar exercícios físicos regularmente.

● Dormir e acordar cedo.

● Controlar as despesas mensais.

         ● Ver menos televisão e usar menos computador, tablet ou celular.

● Acostumar-se a estudar mais, arrumar o quarto de dormir e a mesa de trabalho.

● Corrigir o modo de sentar, e andar com a coluna ereta.

Qual a relação entre Autocontrole e Atenção?

A experiência de Mischel com crianças de 4 anos, feita nos anos 60 na Universidade de Stanford mostrou que o autocontrole depende da atenção. Ele levou crianças para uma sala com uma mesa cheia de doces e disse: “Quem quiser comer um doce agora pode, mas se esperar eu voltar poderá comer dois. Vou sair e volto em 15 minutos”. Quando retornou notou que um terço das crianças não comeu doce. Mischel perguntou a elas o que fizeram enquanto o esperavam e elas disseram que brincaram e cantaram. As crianças mudaram o foco da atenção intuitivamente e não olharam para os doces (http://psycnet.apa.org/record/1965-06639-001).

Você deve controlar tudo em sua vida?

Não, porque há muitas coisas que você não consegue controlar. Só interfira no que for possível controlar, senão não conseguirá e ficará frustrado, com raiva, estressado, o que lhe fará muito mal.

Qual a importância do Autocontrole em crianças?

O Estudo de Dunedin é uma pesquisa feita sobre autocontrole por  Moffitt, da Universidade de Duke, que começou há mais de 40 anos e acompanha 1.037 crianças nascidas em 1972 e1973. Seus autocontroles foram avaliados na infância e acompanhados durante décadas pelos pesquisadores (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4412685/).

A pesquisa concluiu que os adultos com autocontrole baixo quando criança, apresentavam mais problemas de saúde (de pressão arterial, colesterol, obesidade, doenças respiratórias e sexualmente transmissíveis). E também maior probabilidade de serem fumantes, dependentes do álcool, usuários de drogas, terem dificuldades para controlar seus gastos, não tinham casa própria, tinham problemas de crédito e registros criminais.

As crianças com baixo autocontrole tendem a se tornarem adultos pobres, menos saudáveis, mais propensos a cometer crimes e a usar substâncias ilícitas. Pode-se concluir que uma criança privilegiada financeiramente pode não ter sucesso na vida se não tiver autocontrole. Nos Estados Unidos, numa família com cinco filhos, situada entre as 20% mais ricas do pais, apenas dois filhos têm sucesso na vida, mesmo tendo ido às mesmas escolas. É possível que tenha faltado a eles o autocontrole.

O autocontrole ajuda controlar as emoções?

O autocontrole é fundamental para o equilíbrio emocional e mental. O preço do equilíbrio emocional é ter a atenção vigiando sempre a mente, para que emoções e pensamentos negativos não a dominem. 

Para o Autocontrole de suas emoções o primeiro passo é manter o a atenção alerta para perceber qualquer emoção ou pensamento negativo logo que ele surja. Não deixe eles crescerem, pois será mais difícil o controle. O segundo passo é desviar a atenção dos pensamentos automáticos negativos que acompanham a emoção e o terceiro passo é dirigir a atenção para objetos agradáveis ou praticar qualquer atividade que goste.

Como treinar o Autocontrole?

A pessoa que treina o Autocontrole pode controlar a atenção, pensamentos e emoções, além de ter uma vida com mais bem-estar, tranquilidade e felicidade, com melhor controle do estresse e das emoções negativas.

Para elaborar um Programa de Treinamento de Autocontrole siga as seguintes etapas:

1. Identifique o problema: escreva bem claro o comportamento que deseja modificar, se é preocupação, abuso de substâncias, etc.

2. Estabeleça um compromisso consigo mesmo de que vai mudar o comportamento. E cumpra-o. Faça uma lista dos benefícios que terá e espalhe lembretes com ela no quarto, em casa e no trabalho.

3. Estabeleça uma meta e o tempo necessário para atingi-la, deixando claro o comportamento desejado e o tempo necessário para alcançá-la. A meta deve ser possível de ser alcançada, pois se for elevada não será atingida e você desistirá. Depois aumente-a, aos poucos.

4. Estabeleça as medidas de controle a serem utilizadas, em relação ao ambiente, comportamentos e pensamentos.

♦ Medidas ambientais que podem ser adotadas – evitar lugares e situações em que o comportamento indesejado possa ocorrer; mudar de grupos de convivência e evitar situações que dificultem o cumprimento da meta.

Medidas comportamentais que podem ser adotadas – procurar o apoio de familiares, parentes e amigos. Colocar lembretes no quarto, em casa e no trabalho. Se presentear quando praticar comportamentos desejáveis e não se punir quando praticar os indesejáveis, praticando a autocompaixão. Se a meta for um novo comportamento, como fazer exercícios físicos, estabelecer horários em que deve praticá-los.

Medidas relacionadas com o pensamento que podem ser adotadas não permitir que pensamentos negativos entrem ou permaneçam na mente, nem crenças não correspondentes à realidade. Elogie a si mesmo quando praticar um comportamento desejável. Pense nos benefícios que terá quando alcançar a meta. Avalie com realismo suas ameaças e desafios, sem subestimá-los ou superestimá-los.

Estabeleça a data da autoavaliação, em que saberá se as medidas praticadas deram bons resultados e os objetivos foram alcançados. Se não forem, substitua as medidas por outras melhores.

Programa de Autocontrole de Pensamentos

Você não deve ignorar os problemas reais de sua vida, mas em vez disso se esforçar para resolvê-los da melhor forma possível, procrando as melhores soluções durante o tempo que for necessário. Não seja escravo de suas preocupações, nem deixe que elas dominem sua mente. Para cada situação faça um programa de autocontrole específico.

Para fazer um programa de autocontrole de pensamentos, primeiro estabeleça um compromisso consigo mesmo, depois a meta a alcançar, as medidas de controle que serão praticadas e como fará a avaliação. Segue um exemplo:

● Meta: impedir que permaneçam na mente pensamentos negativos, sozinhos ou acompanhados por emoções negativas.

● Medidas relacionadas com o pensamento:

▪ Ficar em estado constante de alerta para identificar qualquer pensamento negativo que surja.

▪ Substituir qualquer pensamento negativo que surja por outro agradável ou lembrar situações que teve prazer e alegria.

▪ Se o pensamento negativo voltar afaste-o tantas vezes quantas necessárias.

▪ Depois de afastar o pensamento negativo não pense em nada que o lembre. Se era referente ao trabalho, não pense em nada que lembre o trabalho; se era financeiro, não pense em nada ligado a dinheiro. Pense em coisas agradáveis durante uns poucos minutos.

● Medidas ambientais:

Mude do ambiente em que está para tirar a atenção do problema. Dê um passeio, uma caminhada, veja um filme agradável, vá ao teatro ou faça coisas semelhantes.

       ● Medidas comportamentais:

▪ Preste atenção a sua respiração durante alguns minutos para tirar a atenção do pensamento desagradável, até esquecê-lo.

▪ Sente numa cadeira ou poltrona, ou recoste em um sofá e faça relaxamento, para desviar a atenção do pensamento indesejado.

▪ Pratique a Plena Atenção fazendo a “varredura” do corpo durante 5 a 10 minutos, conforme o post “Como fazer o treinamento em Plena Atenção”.

● Estabeleça as datas que fará a avaliação do programa para saber se as medidas tomadas foram boas e os objetivos foram atingidos. Se não foram, mude as medidas.

 RESUMO

1. O Autocontrole é a capacidade que a pessoa tem de inibir comportamentos indesejáveis ou promover comportamentos desejáveis. Ele permite que você controle sua atenção, pensamentos, emoções, desejos e impulsos, impedindo-o de praticar comportamentos que se arrependa depois. É uma força interna importante que deve ser cultivada e desenvolvida.

2. Um princípio da prática do Autocontrole é tirar a atenção do que você não deseja.  Se for uma preocupação tire a atenção dela e pense em outras coisas. Quando desejar um objeto e não quiser se entregar a ele, pratique o autocontrole em três passos. O primeiro é desviar a atenção do objeto e o segundo é levá-la para outros. Se você está fazendo dieta, não pode comer batatas fritas e tem um prato delas em sua frente, leve sua atenção para outro prato. O terceiro passo é lembrar-se de sua meta, no caso de não querer engordar.

3. Aumentando o Autocontrole você pode melhorar deficiências existentes como a de não fazer exercícios físicos ou criar o hábito de estudar mais. Pode também combater excessos comportamentais como o abusar do álcool, o fumo, drogas ou do uso excessivo do computador, videojogos e celulares. Treinando o Autocontrole você adquire maior consciência de seus comportamentos.

4. O treinamento do Autocontrole é útil para lidar com o estresse, raiva, medo, ansiedade e tristeza; para cultivar a paciência e controlar a impaciência; para não abusar do álcool, deixar o cigarro e a maconha, cocaína, crack e drogas semelhantes, e para abandonar o vício do jogo.

5. O Autocontrole é útil também para manter ou perder peso; praticar exercícios físicos regularmente; dormir e acordar cedo; controlar as despesas; ver menos televisão e usar menos computador, tablet ou  celular; para acostumar-se a estudar mais, arrumar seu quarto e a mesa de trabalho; corrigir o modo de sentar e a andar com a coluna ereta.

6. A experiência de Mischel com crianças, na Universidade de Stanford, mostrou que o autocontrole depende da atenção. Ele levou crianças para uma sala com uma mesa cheia de doces e um terço delas ficou esperando durante 15 minutos sem comer nenhum doce, sem prestar atenção a eles, brincando e cantando, mudando o foco da atenção intuitivamente.

7. A pesquisa de Dunedin mostrou que os adultos com Autocontrole baixo quando criança, apresentavam mais problemas de pressão arterial, colesterol, obesidade e doenças sexualmente transmissíveis, além de maior probabilidade de serem fumantes, dependentes do álcool e usuários de drogas. Tiveram também dificuldades para controlar seus gastos, de ter casa própria, problemas de crédito, além de registros criminais.

8. Para praticar o Autocontrole das emoções, seu primeiro passo é ficar alerta para perceber qualquer emoção ou pensamento negativo, logo que ele surja. O segundo é desviar a atenção dos pensamentos automáticos negativos que acompanham as emoções negativas e o terceiro passo é dirigir a atenção para objetos agradáveis ou praticar uma atividade que goste.

9. Para elaborar um Programa de Treinamento de Autocontrole siga as seguintes etapas: 1- Identifique o comportamento a ser modificado; 2-  Estabeleça um compromisso consigo mesmo que vai mudar este comportamento; 3 -. Estabeleça uma meta e o tempo necessário para atingi-la; 4 - Estabeleça as medidas de controle que praticará, em relação ao ambiente em que vive, a seus comportamentos e as medidas relacionadas com o pensamento; 5 - Estabeleça a data da avaliação do programa, para saber se ele deu bons resultados.

10. Para fazer um Programa de Autocontrole de Pensamentos, primeiro estabeleça um compromisso consigo mesmo, depois uma meta, como por exemplo impedir que permaneçam na mente pensamentos negativos.

11. Escreva as medidas que vai praticar:

1 - Relacionadas com o pensamento: ficar alerta para identificar qualquer pensamento negativo que surja e substituí-lo por outro agradável. Se ele voltar, afastá-lo tantas vezes quantas necessárias. Não pensar em nada que o lembre.

2- Medidas ambientais: mudar de ambiente para tirar a atenção do problema.

3 - Medidas comportamentais: prestar atenção à respiração durante alguns minutos ou praticar relaxamento muscular ou Plena Atenção.

4 – Estabelecer a data da autoavaliação do programa.

 

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     REFERÊNCIAS E LINKS

1. Posner et al., Testing the behavioral interaction and integration of attentional networks, 2009, acesso em 25-03-2014. www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2674119/

2. Goleman,D., Foco, a atenção e seu papel fundamental para o sucesso, Objetiva, Rio de Janeiro,1a.ed.,2014

3.  Moffit et al. A gradient of childhood self-control predicts health, wealth and public safety, www.pnas.org/content/108/7/2693.full, acesso em 8-4-2015.

4. Santos J., Educação das Emoções- Fundamentos e Experiências, Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

5. Denson T, Current Directions in Psychological Science 21 (1) 20 -25,2012 http://cdps.sagepub.com

www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2674119/

         https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2855143/

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         http://psycnet.apa.org/record/1965-06639-001).

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       https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5464579/

 

 

 

 

 

 

 

 

                                             CAPÍTULO 10

                      AUTOCONTROLE DO ESTRESSE

     

Neste capítulo você verá como fazer um programa para lidar com o estresse, com  a Raiva e com a Preocupação

 Programa de Autocontrole para o Estresse

 ● É impossível você controlar o aparecimento do Estresse, pois ele é uma reação natural do organismo para se adaptar a novas circunstâncias. O que você pode é controlar os efeitos corporais, comportamentais e mentais do estresse, como diminuir a contração muscular, a produção de cortisona ou o medo, praticando a Plena Atenção e outras técnicas (Ver o capítulo “Como fazer o treinamento em Plena Atenção?”).

     ● O Estresse pode ter origem em seus pensamentos ou em suas emoções e um certo nível dele é benéfico para o organismo e  necessário para responder aos estímulos. Mas se o Estresse for grande ou crônico é maléfico, traz mal-estar e você deve controlar. Reveja os efeitos do estresse no post “Estresse- quais suas causas e efeitos?”.

Para fazer um Programa de Autocontrole do Estresse, primeiro você deve estabelecer um compromisso consigo mesmo, depois a meta ou metas a alcançar, as medidas de controle a serem praticadas e como fará a autoavaliação.

Segue um exemplo:

● Metas a alcançar quando o estresse já está instalado

a- Identificar a presença dos sinais corporais, mentais, emocionais e comportamentais do estresse.

Dentre os sinais corporais são frequentes os músculos contraídos ou doloridos, coração disparado, falta de ar, dor abdominal, diarreia e necessidade rápida de urinar; dentre os mentais e emocionais estão irritação, ansiedade, preocupações, dificuldades da memória e atenção, inquietação.

Dentre os comportamentais estão dificuldades para dormir, cansaço fácil, punhos fechados, choro fácil, comer pouco ou demais, beber ou fumar mais que o habitual. Veja mais exemplos dos sinais corporais no capítulo, “Causas do Estresse”, na  parte “Queixas da pessoa estressada”.

b- Aplicar as medidas abaixo relacionadas.

● Medidas relacionadas com o Pensamento

 ▪ Identificar gatilhos para seu Estresse e ver como pode atuar sobre eles. Por exemplo, observar se ele aparece quando tem preocupações, é contrariado, agredido, humilhado, sofre pressão para resolver problemas, tem dificuldades de dinheiro, brigas de família, problemas de saúde, problemas sérios no trabalho, recebe notícias muito desagradáveis, etc.

▪ Identificar em seu corpo sinais que anunciam a chegada do Estresse, como músculos contraídos, esfregar uma mão na outra, balançar as pernas, bater os pés no chão, os dedos na mesa, irritação, ficar ansioso ou apressado.

● Medidas Comportamentais

      ▪ Faça imediatamente quando sentir os músculos contraídos, dores nos quadris e nos ombros, coração disparado, falta de ar e outros sintomas:

◘ Relaxamento muscular ;

◘ respirar profundamente pelo menos 5 vezes;

◘ inspirar profundamente e durante a expiração mandar um sorriso para suas pernas, braços e corpo todo;

◘ contar lentamente de 1 até 10 antes de falar, se estiver numa discussão;

◘ dizer a si mesmo “fique calmo” diversas vezes. Procure se controlar;

◘ se possível, peça licença à pessoa que lhe estressa e se afaste.

    Passada a fase aguda do estresse, pratique as ações comportamentais seguintes para controlá-lo:

◘ Pratique Plena Atenção (Ver o capitulo “COMO FAZER O TREINAMENTO EM PLENA ATENÇÃO?”).
◘ Pratique Relaxamento Muscular regularmente. Durante suas atividades diárias, de hora em hora, sente-se numa cadeira ou poltrona e faça relaxamento durante 5 ou 10 minutos.
◘ Pratique a Respiração Profunda que relaxa o corpo e acalma a mente, ou Yoga, Tai Chi ou qualquer forma de Meditação.

◘ Pratique Exercícios Físicos pois eles são amortecedores do estresse.

◘ Se for religioso faça uma oração para pedir ajuda e tirar a atenção do estresse.

◘ Pratique EFT (tapinhas na cabeça e rosto), para ajudar a neutralizar os efeitos do Estresse.(Veja o capítulo   "Como lidar com o Medo")

◘ Divida seus problemas complicados com pessoas de sua confiança, como se fosse um cortador de lenha.

◘ Não faça as coisas com pressa, porque ela é um poderoso estressor.
◘ Evite tentar controlar as coisas que não tem poder sobre elas.

 Tenha Autocompaixão e seja mais tolerante consigo mesmo. Aceite mais seus erros, defeitos, insucessos e fracassos, sem críticas autodestrutivas. Seja mais delicado e compreensivo consigo mesmo, encarando seus erros e fracassos com mais tolerância.

 ● Medidas Ambientais

◘ Dê uma boa caminhada e relaxe.

◘ Faça algo que lhe dê prazer e bem-estar, como ler um livro, ver um filme ou conversar com alguém que goste.

 ● Auto-avaliação

Avaliar se os objetivos foram atingidos e se as medidas foram eficazes. Se não foram devem ser mudadas.

OUTRAS MEDIDAS

     ● Coma apenas o suficiente.       

    ● Use álcool moderadamente (melhor não beber).

    ● Use o fumo moderadamente (melhor não fumar)  

    ● Fique longe de maconha, cocaína, crack e semelhantes.

    ● Enfrente os problemas geradores do estresse senão eles vão piorar. Dedique algum tempo aos problemas, em horas destinadas a isto, para analisar e tentar resolver questões pessoais, da família e do trabalho.
    ● Evite entrar em atritos com outras pessoas pois eles causam estresse.

   ● Tenha autocompaixão e seja mais tolerante consigo mesmo. Aceite mais seus erros, defeitos, insucessos e fracassos, sem fazer críticas autodestrutivas. Seja mais gentil e compreensivo consigo mesmo, vendo seus erros e fracassos com bondade.

Elabore um Programa de Autocontrole da Raiva

        A Raiva é uma emoção traiçoeira e você deve estar atento para não ser surpreendido a qualquer hora e perder o controle.

Para fazer um Programa de Autocontrole da Raiva, primeiro estabeleça um compromisso consigo mesmo, a meta a alcançar, as medidas de controle que serão praticadas e a autoavaliação.

 Segue um exemplo:

 ◘ Estabeleça a meta e sua duração.

Considere ao estabelecer a meta que a Raiva pode ser desencadeada por um estímulo externo, como uma agressão física ou verbal, ou por seu pensamento. Em ambos os casos a duração do controle deve durar o tempo necessário para você controlar a raiva.

◘ Medidas relacionadas com o pensamento.

 Vigiar permanentemente a mente para perceber quando a Raiva começa, o que geralmente ocorre de modo repentino. Mas ela pode se instalar aos poucos, começar com uma irritação e ir crescendo. Para evitar que ela cresça desvie sua atenção para outras coisas, para não transferir a energia da atenção, senão a raiva aumenta e fica mais difícil lidar com ela. Você pode se descontrolar e fazer coisas que se arrependerá depois, como gritar, xingar e agredir o outro.

       ▪ Pense em coisas agradáveis. Vai ser uma luta, você desviando a atenção para um pensamento agradável e a raiva puxando-a de volta. Continue até vencer porque a Raiva tem uma duração que varia geralmente de minutos a horas. Não se entregue.

     Não se engane pensando que nunca mais terá Raiva, porque ela faz parte de sua genética. Você nasce com ela, como nasce com outras emoções, e ela sempre voltará, dirigida para outros objetos. Por isto vigie sempre sua mente.

 Medidas ambientais

▪ Se você está numa reunião conflituosa, fique atento a seus pensamentos e a seu corpo. Veja se aparecem pensamentos raivosos ou reações corporais que anunciam a chegada da raiva, como músculos contraídos, esfregar as mãos, balançar as pernas, irritação, ficar ansioso ou apressado.  Se ocorrer isto mude de ambiente. 

Saia do local e tente substituir os pensamentos raivosos por outros agradáveis. Não reaja com violência pois vai piorar a situação. Quando sentir que está perto de explodir mude de ambiente.

◘ Medidas comportamentais

▪ Numa reunião tensa, você pode sair da sala e ir ao sanitário,  contando quantas vezes pisa no chão para desviar sua atenção ou contando suas respirações. Faça diversas respirações profundasdurante alguns minutos, até a raiva diminuir. Quando se acalmar volte.

▪ Não reaja fisicamente às provocações de um raivoso, pois a raiva dele aumentará. Não entre na raiva do outro. Mesmo se for insultado tente se controlar, pois uma reação sua pode piorar a situação e você pode ser agredido fisicamente. Deixe para conversar com o outro quando ele estiver calmo, pois o raivoso não enxerga as coisas com clareza.

Não reaja às provocações de um raivoso, pois piora a situação.

     ● Autoavaliação do programa  

     Nela você saberá se os objetivos foram atingidos e se não conseguiu mude as medidas praticadas.

▪ Para saber se você se acalmou, veja se os sinais corporais e mentais da raiva desapareceram (irritação, pensamentos agressivos, desejo de gritar, expulsar e bater).

▪ Faça um teste para ver se está calmo mesmo: lembre da situação raivosa e observe se os sinais corporais e mentais da Raiva aparecem de novo. Se voltarem, recomece o controle. Quando estiver calmo de verdade, elogie a si mesmo e se recompense fazendo algo que goste.

  Programa de Autocontrole da Preocupação

Na elaboração de um Programa de Autocontrole da Preocupação considere que existem dois tipos de problemas: os que tem solução e o que não têm solução. Se o problema não tem solução, não se preocupe com ele, pois não poderá resolvê-lo.

Preocupe-se apenas com o problema que tem solução, mas primeiro verifique se ele é real ou criado por você. Avalie bem, usando seu bom senso ou peça conselho a amigos e familiares. Caso ele seja real tome como desafio encontrar sua solução e enfrente-o com os recursos disponíveis. 

Quando uma preocupação é real e decorre da existência de um problema concreto, não pense que você vai se livrar dela num passe de mágica. Às vezes a tarefa não é fácil, exige tempo e grande esforço. Felizmente, na maioria das vezes as preocupações não são reais e são criadas por nós.

Um Programa de Autocontrole da Preocupação deve ter o compromisso, a meta a atingir, as medidas de controle e a autoavaliação.

● Meta: controlar uma preocupação, que você estabelece qual é.

 Medidas de controle do pensamento

▪ A primeira é vigiar permanentemente a mente para detectar o aparecimento da preocupação desde seu início.

▪ Identificar a natureza da preocupação:  se ela resulta de uma ameaça ou de um desafio, se a questão é financeira, familiar, sentimental, referente ao trabalho ou ao relacionamento social.

▪ Não deixar a preocupação crescer. Ela é acompanhada de pensamentos negativos cada vez piores, que vão aumentando, junto com o medo, que pode lhe desequilibrar. Se os pensamentos negativos aumentarem muito, repita diversas vezes em silêncio: “devo ter calma”, “devo ter calma”.

 ▪ Contradizer logicamente a preocupação. Veja em quais fatos  ela se baseia, analise-os friamente e veja quais são suas evidências. Se você analisar as preocupações que teve ultimamente, com certeza verá que muitas delas não deveriam existir e que tudo acabou bem.     

▪ Tirar a atenção da preocupação e pensar em coisas agradáveis. É uma luta em que você leva a atenção para um pensamento agradável e a preocupação puxa-a de volta. Insista que terminará vencendo, pois a energia da preocupação se esgota dentro de algum tempo.

▪ Não pensar em assuntos relacionados com a preocupação. Isto pode reativar o processo e começar tudo de novo.

 ● Medidas de controle comportamental

▪ Concentrar-se na entrada e saída do ar dos pulmões durante alguns minutos, até esquecer da preocupação, pois assim você desvia sua atenção.

 ▪ Sentar em uma cadeira ou poltrona e praticar relaxamento muscular, desviando a atenção da preocupação.

▪ Praticar Plena Atenção fazendo a “varredura” do corpo durante 5 a 10 minutos. Esta técnica está descrita no capítulo “COMO FAZER O TREINAMENTO EM PLENA ATENÇÃO?”.

● Autoavaliação -

O que Você deve fazer para verificar se conseguiu se livrar da preocupação. Caso não tenha se livrar, não desista. Mude as medidas utilizadas para outras mais adequadas, até alcançar a meta. Quando conseguir, faça um elogio a si mesmo e se recompense fazendo algo que goste. 

RESUMO:

 1. Para fazer um Programa de Autocontrole do Estresse, estabeleça um compromisso consigo mesmo, depois as metas a alcançar, as medidas de controle que serão praticadas e como fará a autoavaliação. Um exemplo de meta a alcançar é identificar em seu corpo os sinais corporais, mentais, emocionais e comportamentais do estresse e depois aplicar as medidas de controle seguintes.

2. Medidas relacionadas com o Pensamento: identificar gatilhos para seu estresse e ver como pode atuar neles; identificar em seu corpo sinais que anunciam a chegada do estresse.

Medidas Comportamentais: Quando sentir os músculos contraídos e outros sinais faça imediatamente relaxamento muscular, respire profundamente, respire mandando um sorriso para seu corpo, conte mentalmente, lentamente, de 1 até 10 e diga a si mesmo “fique calmo” diversas vezes.

3.  Passada a fase aguda do estresse pratique as ações comportamentais seguintes: Plena Atenção, Relaxamento Muscular, Respiração Profunda, ou Yoga, Tai Chi ou qualquer Meditação, pratique Exercícios Físicos, faça uma oração, EFT (tapinhas na cabeça e rosto), não faça as coisas com pressa, evite situações estressantes, não tente controlar o que não pode e tenha Autocompaixão.

4. Outras medidas que devem ser praticadas: evite comer muito, abusar do álcool e do fumo, usar drogas, fugir dos problemas geradores do estresse, entrar em atrito com outras pessoas. Procure comer todo dia frutas, verduras e legumes, evite ser perfeito em tudo que faz e divagar sobre assuntos desagradáveis.

5. Medidas Ambientais adequadas: dê uma boa caminhada e relaxe; faça algo que lhe dê prazer, como ler um livro, ver um filme ou conversar com uma pessoa que goste. Faça uma Autoavaliação para ver se os objetivos foram atingidos e se não foram as medidas devem ser mudadas.

6. Para fazer um Programa de Autocontrole da Raiva, primeiro estabeleça a meta e sua duração. Depois pratique medidas relacionadas com o pensamento: vigiar permanentemente a mente para ver quando a Raiva começa. Se ela se instalar aos poucos, evite que cresça desviando sua atenção e levando-a para outra coisa; pense em coisas agradáveis.

7. Se você sentir os sinais corporais e mentais da raiva, mude de ambiente se for possível, principalmente se sentir que está para explodir. Pratique medidas comportamentais como prestar atenção a suas respirações ou fazer diversas respirações profundas, durante alguns minutos, até a raiva diminuir ou desaparecer. Não reaja às agressões de um raivoso e não entre na raiva dele. Deixe para conversar quando ele estiver calmo. Faça uma Autoavaliação para ver se sua meta foi atingida. Se não foi mude as medidas adotadas.

8. Para fazer um Programa de Autocontrole da Preocupação, primeiro veja se ela é real e se o problema tem solução. Depois estabeleça sua meta, que é controlar a preocupação. A primeira medida de controle do pensamento é vigiar a mente para detectar o aparecimento da preocupação desde o início. Depois identificar se ela resulta de uma ameaça ou de um desafio e se ela é financeira, familiar, sentimental, referente ao trabalho ou ao relacionamento social.

9. Não deixe a preocupação crescer. Se os pensamentos negativos aumentarem muito, repita para si mesmo: “devo ter calma”, “devo ter calma”. Contradiga logicamente a preocupação analisando as evidências em que ela se baseia. Tire a atenção dela e pense em coisas agradáveis. Depois de controlá-la, não pense em assuntos ligados a ela, pois ela pode voltar.

10. Pratique as seguintes medidas de controle comportamental: concentre-se na entrada e saída do ar dos pulmões durante alguns minutos; sente em uma cadeira ou poltrona e pratique relaxamento muscular; pratique Plena Atenção. Faça  Autoavaliação para ver se conseguiu se livrar da preocupação. Caso contrário, mude as medidas para outras mais adequadas.

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     REFERÊNCIAS E LINKS

1. Capítulo  ESTRESSE - COMO AVALIAR E LIDAR?

2. Capítulo RAIVA - COMO CONTROLAR?.

3. Capítulo  COMO LIDAR COM O MEDO?.

4. Capítulo  COMO FAZER O TREINAMENTO EM PLENA ATENÇÃO?

5. Capítulo– COMO TREINAR SEU AUTOCONTROLE? 

 

 

 

 

 

 

                  CAPÍTULO 11

COMO APRENDER A PRESTAR ATENÇÃO

   Como criar o hábito de Prestar Atenção?

       Se você quiser criar o hábito de Prestar Atenção, primeiro deve desenvolver a atitude e o desejo de querer prestar atenção. Depois, praticar seu autocontrole prestando atenção ao que faz, pensa, vê, ouve, sente, e também a suas emoções, sentimentos e desejos. 

     Mas um programa só dará bons resultados se for praticado durante o tempo necessário para que o ato de prestar atenção se transforme num hábito.
    Um Programa de Autocontrole para aprender a Prestar Atenção pode ser elaborado para a Atenção Concentrada em num objeto ou para a Atenção Alternada, em que você presta atenção a diversos objetos, em sequência.

   Para treinar a Atenção Alternada você pode utilizar a Atenção Alerta, que é aberta para qualquer acontecimento; ou fazer a varredura de seu corpo; ou prestar atenção a suas atividades diárias ou andar.

Você pode começar uma sessão utilizando a atenção concentrada ( na respiração), passar para a atenção de mente alerta (aberta a diversos acontecimentos), depois para a varredura do corpo. Cada parte deve ter sua duração previamente estabelecida.

Programa de Autocontrole para Prestar Atenção Concentrada?

      Para fazer um Programa de Autocontrole para Prestar Atenção Concentrada, primeiro estabeleça um compromisso consigo mesmo, depois a meta a ser atingida, as medidas a serem praticadas e como fará a autoavaliação. 

     Seguem exemplos:

● Meta 1: Concentrar a atenção na respiração durante 3 minutos seguidos e depois aumentar para 5, 10 e 15 minutos ou mais.

 ● Meta 2: Prestar atenção ao movimento das palhas de um coqueiro durante 3 minutos e aumentar para 5, 10 e 15 ou mais.

● Meta 3: Prestar atenção ao som de um violino, piano, ou qualquer instrumento musical durante 3 minutos e aumentar progressivamente.

● Meta 4: Prestar atenção ao movimento das ondas do mar ou ao barulho delas durante 3 minutos e aumentar progressivamente.

● Medidas relacionadas com o Pensamento:

▪ Ficar alerta para impedir que qualquer pensamento, emoção, sentimento ou desejo entre na mente.

● Medidas comportamentais:

     ▪ Contar de 1 até 10 as inspirações feitas. Repetir a contagem, sem passar de 10, para não se atrapalhar.

     ▪ Sente numa cadeira ou poltrona, ou recoste em um sofá e faça relaxamento, para aumentar a concentração.

● Meta 5: Prestar atenção à chama de uma vela acesa.

● Medidas relacionadas com o Pensamento:

▪ Ficar alerta para impedir que qualquer pensamento, emoção, sentimento, desejo ou impulso entre na mente.

 Medidas comportamentais:

Olhe para a chama de uma vela acesa, durante alguns segundos. Feche os olhos e lembre da imagem até ela desaparecer. Aí olhe a vela de novo durante alguns segundos. Depois feche os olhos e lembre de novo a imagem, até ela sumir. Repita algumas vezes.  Você pode mudar a vela por uma pintura, retrato ou qualquer objeto fixo.

     ● Autoavaliação - estabeleça as datas da autoavaliação do programa. Se as medidas não atingiram os objetivos, mude-as.

 Programa de Autocontrole para Prestar Atenção Alternada

 Para fazer um Programa de Autocontrole para Prestar Atenção Alternada, primeiro estabeleça um compromisso consigo mesmo, depois a meta a atingir, as medidas a serem praticadas e a autoavaliação.

Seguem alguns exemplos:

 Meta 1: PRATICAR PLENA ATENÇÃO DIRIGINDO A ATENÇÃO PARA EVENTOS QUE SURGEM NA MENTE.

A duração fica a seu critério. Pode começar com 5 minutos sem interrupção e passar gradativamente para 10, 20, 30 e 45 minutos por dia. Isto 5 dias na semana, 1 vez ao dia.  Você não deve se fixar a nenhum objeto e deixar que eles entrem e saiam livremente da mente.

 ● Medidas relacionadas com o Pensamento:

▪ Ficar alerta para impedir que qualquer pensamento, emoção, sentimento ou desejo penetre na mente. Não permitir que ela se fixe em qualquer objeto ou faça qualquer julgamento.

     ● Medidas comportamentais:

     ▪ Sente-se em uma cadeira, apoie os pés no chão, a coluna ereta, os braços descansando nas coxas, os olhos fechados ou semi-abertos, relaxado, num local tranquilo, sem ser incomodado. Sempre na mesma hora e local. Pode ser recostado em um sofá ou deitado na cama.

      ▪ Preste atenção ao que pensa, vê ou ouve, às emoções e sensações, mas não se fixe em nada. Deixe cada objeto chegar e sair da mente livremente. Não julgue se nada é bom ou ruim, agradável ou desagradável. Aceite todos os objetos igualmente. Não pense no passado nem no futuro.

     ▪ Sinta o ar entrar e sair nos pulmões, mas não se fixe nas respirações. Poderá sentir peso nas pernas ou braços, ouvir o barulho de um carro ou outros sons, lembrar-se de um fato agradável, de um filme que viu. Não se fixe em nada.

 ● Autoavaliação - estabeleça as datas da avaliação do programa.

  META 2: PRATICAR PLENA ATENÇÃO COM VARREDURA DO CORPO.

● Estabeleça uma meta – A duração fica a seu critério. Pode ser fazer a “varredura” do corpo, durante 5,10, 20 ou mais minutos.

       ● Medidas relacionadas com o Pensamento e Comportamentos

       ▪ Deite-se numa cama ou recoste numa poltrona. Feche os olhos e dirija a atenção para o corpo. Respire naturalmente e relaxe.

▪ Preste atenção ao primeiro dedo do pé esquerdo e passe lentamente, para os outros dedos. Depois para o dorso do pé e para a planta do pé. Siga para a perna e coxa esquerda. Poderá sentir peso, formigamento, dormência ou calor. 

▪ Da coxa esquerda vá para o pé direito e repita tudo que fez no pé esquerdo. Depois vá para o abdômen, nádegas, costas e ombro esquerdo. Desça pelo braço esquerdo até os dedos da mão esquerda, passe para a direita e então suba pelo antebraço, cotovelo, braço e ombro direitos. Siga para o pescoço e garganta.

▪ Na cabeça, comece pela testa e vá para os olhos, nariz, orelhas, mandíbula, queixo, lábios superior e inferior, gengivas e língua. Sinta sua boca salivar.  Dirija a respiração para o lugar do corpo em que estiver com a atenção. Sinta sua respiração atravessar o corpo todo, da cabeça aos pés. O trajeto pode ser o inverso.

     ● Autoavaliação - estabeleça as datas da autoavaliação do programa.

     ● META 3: PRATICAR PLENA ATENÇÃO NAS ATIVIDADES DIÁRIAS, durante o dia .

● Medidas relacionadas com o Pensamento

▪ Em silêncio, diga a si mesmo o que está fazendo no momento. Quando se enxugar depois do banho, diga: “estou enxugando o rosto”; “o pescoço”, etc. Faça o mesmo em todas atividades praticadas no dia.

▪ Medidas relacionadas com o Comportamento

▪ Ao tomar banho, preste atenção ao passar sabão e quando tirá-lo.

▪ Ao lavar as mãos ou o rosto, fazer a barba ou escovar dentes, preste atenção a seus movimentos. Se usa normalmente a mão direita, faça-os com a esquerda. Se for canhoto, use a mão direita, pois isto exige mais atenção.

▪ Ao pentear ou escovar o cabelo, preste atenção aos movimentos que faz e sinta a escova no couro cabeludo.

▪ Quando comer, preste atenção ao alimento. Mastigue-o bem. Sinta seu cheiro e seu gosto. Se beber café, chá ou suco, primeiro sinta o cheiro deles e depois o gosto.

 ▪ Use a mão esquerda ao abrir ou fechar uma porta ou janela, ou ao pegar qualquer objeto (com segurança), se usar habitualmente a direita. Use a mão direita, se for canhoto.

● Autoavaliação - estabeleça as datas da avaliação do programa.

● META 4: PRATICAR PLENA ATENÇÃO ANDANDO.

Primeiro estabeleça onde vai andar e se a caminhada é rápida ou lenta. A duração fica a seu critério, se é de 30 minutos ou mais. Mantenha o ritmo constante.

 ● Medidas relacionadas com o Pensamento e Comportamento

▪ Ande prestando atenção às árvores, casas,  pássaros, nuvens, azul do céu, barulhos, etc.

▪ Preste atenção aos movimentos de seus pés. Conte suas passadas, de 1 a 4, enchendo os pulmões de ar. Então prenda o ar, conte duas passadas. Aí solte o ar contando de 1 até 4.  

▪ Na expiração sorria e mande o sorriso para seus braços e suas pernas. Repita durante alguns minutos, sempre sorrindo.

Autoavaliação - estabeleça as datas da autoavaliação do programa.

Programa de Autocontrole para Incorporação de Experiência Positiva

 Experiências Positivas são as que trazem bem-estar e satisfação. São exemplos ver um lindo por de sol, ouvir uma música agradável, receber ou dar um toque numa pessoa amada, sentir um perfume agradável ou comer uma comida gostosa. 

Outros exemplos de experiências positivas  são ter alegria, contentamento, generosidade, compaixão, gratidão, perdão, entusiasmo, otimismo, relaxamento, e experiências ligadas aos pensamentos,  expectativas do futuro, recordações, emoções positivas, andar, respirar e correr. 

Para fazer um Programa de Autocontrole de Percepção de Experiência Positiva, você deve estar sempre atento ao que ocorre em seu dia a dia para identificar quando ocorrem tais experiências. Primeiro estabeleça um compromisso consigo mesmo, depois a meta a alcançar, as medidas que serão praticadas e como fará a autoavaliação.

Segue um exemplo:

● Meta a alcançar: a meta dependerá do tipo de experiência que você vai prestar atenção. Consideraremos a meta prestar atenção à experiência positiva de uma refeição:

● Medidas relacionadas com o Pensamento:

▪ Não deixe entrar em sua mente qualquer pensamento, emoção, sentimento ou desejo. Preste atenção aos alimentos que coloca no prato: a carne de boi, frango ou peixe, macarrão, arroz, feijão, alface, couve- flor, brócolis, tomate, pimentão, cenoura, vagem ou outros alimentos. Concentre sua atenção no alimento que vai comer.

 ● Medidas comportamentais:

▪ Coloque cada alimento de uma vez na boca e mastigue lentamente. Sinta seu sabor e compare-o com os outros. Numa escala de 0 a 10, dê nota ao sabor de cada alimento, do menos ao mais gostoso. Para apreciar melhor o sabor feche os olhos.  Se toma um líquido na refeição, preste atenção a seu sabor.

▪ Evite conversar durante a refeição. Nunca pense em nada quando estiver comendo. Preste atenção somente aos alimentos.

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 REFERÊNCIAS E LINKS

1.Capítulo COMO FAZER O TREINAMENTO EM PLENA ATENÇÃO?

2.Capítulo COMO TREINAR SEU AUTOCONTROLE?

 

 

 

  

                          

 

                     CAPÍTULO 12
SEU CÉREBRO É FONTE DE FELICIDADE

Neste post você verá que seu Cérebro pode ser uma fonte de felicidade. Para isto você deve incorporar a ele experiências positivas agradáveis vividas em seu dia a dia, em vez de experiências negativas desagradáveis. Fazendo isto você pode ser uma pessoa mais feliz, mais alegre, mais satisfeita com a vida, com mais autoconfiança e autoestima. Verá também um método para incorporar coisas positivas em seu cérebro e como diferenciar o modo receptivo do funcionamento cerebral do seu modo reativo.

    i Incorporar experiências positivas

no cérebro é fonte de Felicidade       

 Seu cérebro tem áreas onde fica a memória, que estão localizadas em diversas regiões: no hipocampo e nos lobos frontal, temporal e parietal. Nelas você guarda as lembranças de experiências positivas, boas, agradáveis, e as lembranças negativas, desagradáveis.

 Você pode lembrar suas experiências positivas quando quiser, trazendo à mente de satisfação e bem-estar, segundo Hanson. Seu cérebro é como um banco que você guarda as lembranças das experiências vividas e quanto mais experiências positivas você guardar  melhor, pois terá uma reserva maior para usar quando precisar.  (Hanson, O cérebro e a felicidade: Como treinar sua mente para atrair serenidade, amor e autoconfiança, WMF Martins Fontes. Edição do Kindle).

Mas como você guarda também experiências negativas na mente, que podem aflorar a qualquer hora e produzir efeitos negativos, para ter mais equilíbrio mental você deve guardar na memória mais experiências positivas do que negativas. O ser humano infelizmente se lembra mais das coisas desagradáveis que viveu do que das agradáveis, por questões genéticas ligadas à sua sobrevivência.

Transformar seu cérebro em uma fonte de felicidade só depende de você. Mas não pense que sua vida mudará num passe de mágica e você passará a viver de uma hora para outra num mundo de bem-estar e satisfação. Você só mudará sua vida com muito trabalho, disciplina e persistência. Depois de algum tempo poderá desfrutar de mais momentos felizes.

Como incorporar experiências positivas no cérebro

Para incorporar experiências positivas a seu cérebro é fundamental você prestar atenção ao que ocorre, para perceber o momento em que surgem as experiências e identificar as que lhe dão bem-estar e satisfação. Você deve ter sensibilidade para elas, apreciá-las, valorizá-las e fazer a incorporação em seu cérebro.Mas deve também identificar as experiências negativas e evitá-las. Quanto menor a quantidade de situações violentas ou desagradáveis que você presenciar melhor, tanto na vida real quanto na televisão, filmes, etc. Isto não significa que você deva dar as costas ao sofrimento dos outros e deixar de ajudá-los praticando solidariedade e compaixão.

 Desta forma você guardará muitas lembranças boas, positivas, na memória e poderá recorrer a elas para restabelecer seu bem-estar, quando tiver que lidar com o estresse e o sofrimento. Estas lembranças são o “dinheiro” do banco de lembranças da memória: se você tiver “dinheiro” guardado, mais lembranças guardadas, poderá sacar quando tiver necessidade. Se não tiver lembranças guardadas não poderá recordá-las.

      O que é incorporar o que é bom?

 Incorporar o que é bom é prestar atenção a uma experiência positiva, percebê-la, apreciá-la, absorvê-la, apropriar-se e desfrutar dela. Por exemplo, apreciar a beleza de uma paisagem ou de um quadro, o prazer de um banho de mar ou de comer uma fruta. Para incorporar uma experiência positiva o primeiro passo é prestar atenção a ela e o segundo é fazer sua absorção.

Absorver uma experiência positiva é tomar conhecimento e apropriar-se dela, integrando-a a seu Eu. Como a absorção de uma experiência varia de pessoa para pessoa descubra seu modo. Analise sempre a experiência para perceber suas características e detalhes. Na imagem abaixo do por de sol veja a variação da tonalidade das nuvens mais próximas e mais distantes do sol, a variação do brilho da luz se refletindo no mar, ora em tons mais claros e ora em tons mais escuros.

Para Hanson, incorporar o que é bom é ativar uma experiência positiva e instalar no cérebro.  As seguintes experiências positivas cotidianas você pode absorver: apreciar o sabor de uma fruta, suco ou comida, o som de uma música agradável,  ou experiências  mentais como sentir-se calmo, sentir-se aceito ou realizado, sentir-se esperançoso, grato alguém, etc. https://books.google.com.br/books/about/O_c%C3%A9rebro_e_a_felicidade.html?id=SVNjCgAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y}).

 Para absorver a experiência positiva de tomar banho de mar, você deve estar atento a seus detalhes: sentir o sol aquecer o corpo e o vento acariciar o rosto, apreciar o azul do céu, ouvir o barulho do mar batendo nas pedras ou se espalhando na areia, acompanhar o voo dos pássaros. É se entregar a tudo e deixar que seu corpo e sua mente sejam penetrados. É sentir o vento no rosto, pisar na areia fofa e mergulhar na água fria.

Outro exemplo de absorção de experiência positiva é a de comer uma manga (ou qualquer fruta). Primeiro preste atenção à fruta, a sua cor e seu cheiro, depois mastigue-a atento a seu sabor, se é ácido, ou doce, se está bem madura ou um pouco dura. Feche os olhos se quiser.

Durante a incorporação você aguça a atenção e percepção e quando se concentra no prazer da experiência o percebe com maior intensidade. Isto facilita tanto a memorização quanto absorção da experiência. Para aumentar mais a incorporação tire uma foto mental da experiência para recordá-la com mais nitidez e prolongar seu prazer.

Habitue-se a dar notas a suas experiências positivas: avalie a intensidade do prazer que ela lhe dá, e dê uma nota entre 0 a 10, que corresponde ao prazer máximo. Zero corresponde à ausência de prazer e o cinco (5) ao prazer intermediário.

Para avaliar melhor uma experiência observe seus detalhes. No almoço dê nota ao sabor de cada alimento: por exemplo, dê 10 à carne, 8 ao peixe, 5 ao arroz, 6 ao feijão, 8 ao tomate, 6, à alface, etc. Assim você presta mais atenção a cada alimento e facilita a incorporação da experiência.

Para reforçar a incorporação você pode compartilhar suas experiências positivas com outras pessoas, conversando com elas sobre sua satisfação com qualquer coisa ou ao ver uma peça de teatro, um filme ou um show.

 Relação entre Incorporação Cerebral e Neuroplasticidade

 Segundo Schwartzman (2005), o ser humano tem a capacidade de promover mudanças na estrutura e funcionamento de seu cérebro. A neuroplasticidade é a capacidade que tem o cérebro de se modificar em resposta a estímulos produzidos por seus comportamentos, pensamentos e emoções ou do ambiente. A incorporação de experiências no cérebro é baseada na Neuroplasticidade. A Neuroplasticidade Autodirigida é aquela gerada pela incorporação de experiências causadas pelos pensamentos, emoções, sentimentos ou comportamentos da pessoa

Graças à Neuroplasticidade o cérebro pode ser regenerado através da atividade mental que modifica sua forma e estrutura. Estudos recentes demonstram que os cérebros das pessoas mais idosas podem não se degenerar e se conservarem se forem promovidas atividades adequadas com frequência. A neuroplasticidade molda o cérebro utilizando a atividade da mente e é usada no tratamento de diversas doenças.

Segundo Goldberg, pesquisas realizadas em março de 2000 por pesquisadores da Universidade de Londres descobriram que os taxistas londrinos tinham o hipocampo mais desenvolvido que o de outras pessoas, porque suas memórias eram muito exercitadas a cada dia nas suas ruas e caminhos. Eles aumentaram assim suas capacidades para memorizar, em vez de diminuírem com a idade, pois sempre prestavam atenção às  ruas que passavam.

Em 2002 cientistas alemães descobriram a mesma coisa em uma área do cérebro dos músicos, que é importante para o processamento musical. Em 2004 os mesmos resultados tiveram pesquisadores do Instituto de Neurologia de Londres, ao estudarem uma estrutura do cérebro de pessoas que falavam duas línguas, a circunvolução angular esquerda. https://office.com/getword).

Para aprender a mudar seu cérebro você deve concentrar a atenção em suas experiências, porque a atenção influencia a forma como o cérebro responde ao   observado. As mudanças que a neuroplasticidade promove no cérebro foram observadas por diversos pesquisadores através da ressonância magnética (Schwartzman, “The Mind and the Brain”, http://www.vision.org/visionmedia/interviews/jeffrey-schwartz-brain-research/295.aspx.

Como praticar a Incorporação Cerebral?

Apresentaremos um método para fazer a incorporação cerebral com três etapas: a primeira é você querer prestar atenção às coisas boas, a segunda é você incorporá-las em sua memória e a terceira é você habituar-se a lembrar-se delas.

♦ Primeira etapa: você deve querer prestar atenção a suas experiências boas. Para isto deve desenvolver o costume de ficar atento a tudo que ocorre em sua vida, pois a atenção é o ponto de apoio de sua atividade mental.

♦ Segunda etapa: nela você deve querer incorporar na memória as coisas boas observadas, e se esforçar para incorporá-las.

♦ Terceira etapa: você deve criar o hábito de lembrar-se das coisas boas que memorizou, treinando bastante para que isto ocorra.

 ♦ Depois de praticar durante algum tempo você vai automaticamente prestar atenção às coisas boas, incorporá-las e lembrar delas, sem nenhum esforço. O tempo que leva para você criar o hábito varia de pessoa para pessoa, segundo Hanson (O cérebro e a felicidade: Como treinar sua mente para atrair serenidade, amor e autoconfiança, WMF Martins Fontes. Edição do Kindle). Veremos detalhes do método nos posts seguintes.

O que é uma Experiência?

A experiência é o conhecimento adquirido com a prática. Ocorre junto com uma emoção e pode ser agradável, desagradável ou neutra ( quando não altera seu bem-estar). É constituída por vários elementos: prazeres (sensoriais ou não sensoriais), pensamentos, sentimentos, desejos e ações, podendo estar presentes numa mesma experiência diversos elementos (http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a13/01Amatuzzi.pdf).

 Seguem exemplos de experiências:

Os prazeres sensoriais ligados à visão, tato, audição, odores ou o sabor podem gerar experiências positivas. Você pode ter uma experiência boa ao beber uma xícara de café: primeiro aprecie seu cheiro, depois seu sabor, sentindo-o descer pela garganta até o estômago. Você concentra sua atenção para o apreciar, saborear e observando detalhes, se está quente ou frio.

Os prazeres não sensoriais geram experiências positivas como a alegria,  contentamento, interesse, animação, generosidade, compaixão, gratidão, perdão, esperança, entusiasmo, otimismo, relaxamento, sensação de vitalidade, de força e outros.

Os pensamentos podem gerar experiências positivas, como as conversas consigo mesmo, divagações, expectativas do futuro e planos.

Os sentimentos são fontes importantes de experiência boas, se acompanham as emoções positivas.

Os desejos de coisas boas são fontes de experiências positivas, pois orientam a pessoa em busca de sua satisfação, e se expressam por suas aspirações e comportamentos.

As ações podem ser fontes de experiências positivas, como o relaxamento, andar, respirar, correr e outras.

 Diferenciar o Modo Receptivo do Reativo da Mente

 A mente funciona de duas maneiras básicas, no Modo Receptivo e no Modo Reativo.

O MODO RECEPTIVO corresponde ao estado de repouso da mente e nele as necessidades básicas de segurança, satisfação e ligação, estão atendidas. Neste  modo você não sente medo, mas sim segurança, calma, tranquilidade, paz, satisfação, alegria, contentamento, realização, ligação com as outras pessoas e se relaciona bem com elas. Uma forma de alcançar o Modo Receptivo é praticar a meditação, pois nela você  sente seguro e tem a alegria silenciosa de quem não precisa de mais nada, porque está contente.

 O MODO REATIVO surge quando as necessidades de segurança, satisfação ou ligação não são atendidas, e o cérebro reage. Ocorre na insegurança (que ocorre junto com o medo), na falta de afeto (  que é acompanhada de raiva ou mágoa) ou quando a pessoa se sente desprezada ou  humilhada ( que é acompanhada de revolta e raiva).

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RESUMO

 

1. Sua memória está localizada no cérebro em diversas regiões, no hipocampo e nos lobos frontal, temporal e parietal. Nela você guarda as lembranças de experiências vividas, positivas, negativas e neutras. Seu cérebro é como um banco onde você guarda as lembranças das suas experiências e quanto mais experiências positivas você guardar  melhor, pois elas poderá lembrá-las quando desejar trazer à mente momentos de satisfação e bem-estar.

2. Transformar seu cérebro numa fonte de felicidade só depende de você. Mas não pense que vai ter uma vida cor de rosa num passe de mágica. Você só mudará sua vida com muito trabalho, disciplina e persistência. Só terá mais momentos felizes depois de treinar durante algum tempo.

3.  Incorporar o que é bom é prestar atenção a uma experiência positiva, percebê-la, apreciá-la, absorvê-la e apropriar-se dela, o que pode ocorrer ao apreciar a beleza de uma paisagem ou de um quadro. Para fazer uma incorporação o primeiro passo é prestar atenção à experiência e o segundo é fazer sua absorção.

4. Absorver uma experiência positiva é tomar conhecimento da sua existência e apropriar-se dela, de modo que ela se integre a seu Eu. Incorporar o que é bom é ativar uma experiência positiva e instalar no seu cérebro, como apreciar o sabor de uma fruta,  de um suco, ou de uma comida, o som de uma música agradável, sentir-se calmo, aceito, realizado, esperançoso, grato a alguém, etc.

5. Para absorver a experiência positiva de tomar banho de mar, você deve estar atento a seus detalhes: sentir o sol aquecer o corpo, o vento acariciar o rosto, apreciar o azul do céu, ouvir o barulho do mar batendo nas pedras ou se espalhando na areia, acompanhar o voo dos pássaros. É se entregar a tudo isto e deixar que seu corpo e sua mente sejam penetrados pelos acontecimentos. Durante a incorporação, quando você se concentra no prazer da experiência o percebe com maior intensidade, facilitando sua memorização e sua absorção.

6. Para avaliar melhor uma experiência observe seus detalhes. No almoço dê nota ao sabor de cada alimento, por exemplo, 10 à carne, 8 ao peixe, 5 ao arroz, 6 ao feijão, 8 ao tomate, 6, à alface, etc. Assim você prestará mais atenção a cada alimento e facilitará a incorporação da experiência. Para reforçar a incorporação você pode compartilhar suas experiências boas com outras pessoas, conversando sobre qualquer assunto ou ao ver uma peça de teatro, filme ou show.

7.  No método da incorporação cerebral, na primeira  etapa você deve querer prestar atenção a suas experiências boas; na segunda querer incorporar na memória as coisas boas observadas e na terceira criar o hábito de lembrar-se das coisas boas que memorizou. No fim você vai automaticamente prestar atenção às coisas boas, incorporá-las e lembrar delas.

8. A experiência é o conhecimento adquirido com a prática e pode ser agradável, desagradável ou neutra. Ela é constituída pelos prazeres (sensoriais e não sensoriais), pensamentos, sentimentos, desejos e ações. Os prazeres sensoriais são ligados aos sentidos e os não sensoriais que geram experiências boas são alegria, contentamento, interesse, generosidade, compaixão, gratidão, perdão, esperança, entusiasmo, otimismo, relaxamento e outros.

9. Os pensamentos podem gerar experiências positivas, como as conversas consigo mesmo, divagações, expectativas do futuro e planos. Os sentimentos são fontes importantes, principalmente os acompanhados por emoções positivas. Os desejos podem ser fontes de experiências boas, pois orientam a pessoa a buscar sua satisfação, bem como as ações, como o relaxamento, andar, respirar, correr e outras.

10. A mente funciona de duas maneiras básicas, o Modo Receptivo e o Reativo. O Modo Receptivo corresponde ao estado de repouso da mente e nele as necessidades básicas de segurança, satisfação e ligação, estão atendidas. Você se sente seguro, calmo, tranquilo, em paz, satisfeito. alegre, contente, realizado, ligado às outras pessoas e se relaciona bem com elas. Uma forma de você alcançar o Modo Receptivo é praticar a meditação. O Modo Reativo, surge quando as necessidades de segurança, satisfação ou ligação não são atendidas, e o cérebro reage. Ocorre na insegurança, falta de afeto ou quando a pessoa se sente desprezada ou humilhada, etc.

 

REFERÊNCIAS E LINKS

1. Capítulo  3- Como treinar a Plena Atenção e avaliar o resultado, de 12-1-16. 

2. Capítulo  Como Treinar seu Autocontrole?, de  22-1-17

          3. Hanson, O cérebro e a felicidade: Como treinar sua mente para atrair serenidade, amor e autoconfiança, WMF Martins Fontes. Edição do Kindle).

         4. Schwartzman, “The Mind and the Brain”, http://www.vision.org/visionmedia/interviews/jeffrey-schwartz-brain-research/295.aspx.

5.https://books.google.com.br/books/about/O_c%C3%A9rebro_e_a_felicidade.html?id=SVNjCgAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y})

6. (http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a13/01Amatuzzi.pdf).

7. http://blogs.elespectador.com/actualidad/el-blog-del-cerebro/neurogenesis-como-estimular-el-nacimiento-de-neuronas

8. http://mentalhealthdaily.com/2015/02/20/self-directed-neuroplasticity-consciously-changing-your-brain-function/

9. http://www.vision.org/visionmedia/interviews/jeffrey-schwartz-brain-research/295.aspx

        10. http://www.dailyshoring.com/positive-neuroplasticity

11. http://reset.me/story/neuroplasticity-the-10-fundamentals-of-rewiring-your-brain/

12https://www.brainhq.com/sites/default/files/pdfs/media-kits/bio-merzenich.pdf

13. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5299163/table/tab1/

                   

  

 



 

 

 

     


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