Esta página se destina a divulgar
informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em
livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina
e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor
em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de
vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é
exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, a qual deve ser
feita por médicos e psicólogos.
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Neste post você verá qual a natureza do Medo, seu significado para o homem , os tipos e
formas que ele se apresenta, suas causas, as regiões do cérebro ativadas no medo, suas relações com a ameaça e o
estresse, as reações que ele produz no corpo, e saberá identificar seus Medos e o que é a Preocupação.
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O que é o Medo?
O Medo é uma reação do organismo a uma
situação ameaçadora, que pode ser real ou não. Ele
foi importante para a preservação da raça humana pois permitiu a nossos
antepassados se salvarem das feras e dos perigos que os ameaçavam, fugindo de
um leão ou tigre e preservando a espécie. O
medo é um aliado do homem, pois o faz cauteloso, prudente e o protege contra perigos.
Uma
forma comum é o medo de andar de
avião. Uma professora gostava de passear e viajava de avião quando podia, mas na noite anterior à viagem sonhava que o avião estava caindo. De
manhã, no aeroporto, o sofrimento aumentava: as mãos ficavam frias, suando, os braços e pernas se contraiam. Dentro do avião o coração e a respiração disparavam,
os olhos esbugalhados, a face pálida e os músculos se contraíam tanto
que doíam. Se o avião balançava, chorava, tremia e apertava uma mão na outra,
ansiosa. Não comia nem bebia nada e tudo piorava na aterrissagem. E só ficava
aliviada quando saía do aeroporto.
A Professora tinha
medo de viajar de avião.
O Medo é hereditário?
Pesquisadores da Universidade de Queensland, em 2014, descobriram o os genes associados ao medo e a fobia, que é uma
forma de medo e uma substância, a cromatina, capaz de controlar a expressão dos genes do medo e de promover a extinção dele. É como encontrar o interruptor de uma luz numa sala e desligá-lo (http://www.medicaldaily.com/fear-controlling-gene-may-be-turned-researchers-discover-switch-280830).
Pesquisas identificaram genes
capazes de extinguir o medo.
A
pessoa quando nasce pode herdar um temperamento tímido. O tímido sente medo com pequenos estímulos quando outras pessoas não sentiriam, pois tem limiar de medo baixo. O limiar de medo é a menor quantidade
de estímulo que pode desencadeá-lo. Algumas pessoas
são medrosas e se assustam facilmente e outras são calmas, mais difíceis de se assustarem.
A pessoa tímida fica com medo com
facilidade.
Ser
assustado ou calmo é uma tendência genética que a pessoa nasce, sendo relacionada com a produção da noradrenalina
produzida pelo cérebro As pessoas tímidas têm mais noradrenalina no sangue. Pesquisas
mostram que crianças inseguras que se grudavam nas mães na escola, continuavam medrosas
quando cresciam e com medo de se apresentarem em público. Mas depois de tratamento
adequado conseguiam
superar o medo.
Crianças medrosas que se grudam nas mães, crescem
medrosas.
Quais os sentimentos derivados do Medo?
Existem muitos e a forma mais extrema é o terror além da fobia e da síndrome de pânico, já no terreno da doença. A formam mais comum do medo é a preocupação, e outras são ansiedade, apreensão, nervosismo, timidez, vergonha, remorso, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor e susto.
O
pânico é uma forma de medo.
Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O natural é inato, os animais nascem com ele e resulta de de uma ameaça real vinda do ambiente. Quando alguém se aproxima de um passarinho ou peixe, ele sai correndo, porque há uma ameaça, e ele corre para defender-se.
Quais os tipos de Medo?
Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O natural é inato, os animais nascem com ele e resulta de de uma ameaça real vinda do ambiente. Quando alguém se aproxima de um passarinho ou peixe, ele sai correndo, porque há uma ameaça, e ele corre para defender-se.
Quando
você se aproxima de um peixe no aquário ele corre.
O medo natural ocorre com rapidez e mobiliza
o animal para responder a situações em que a resposta rápida é questão de vida
ou morte. Ele surge por exemplo quando alguém vai na rua e de
repente aparece um cachorro que quer mordê-lo.
Com
medo, o homem foge do cachorro.
Seu
organismo se mobiliza rapidamente para a defesa e o prepara para a fuga: a amígdala cerebral envia sinais para o
hipotálamo estimular a hipófise pelo
ACTH (adeno-córtico-trófico hormônio), que estimula a glândula suprarrenal. A
hipófise libera um hormônio, o ACTH, que estimula a supra-renal para produzir mais adrenalina e cortisol. A
adrenalina acelera o coração e ele manda mais sangue para os músculos, enquanto
cortisol aumenta o açúcar sanguíneo, para
os músculos se contraírem e a pessoa sair correndo.
No medo a hipófise estimula a suprarrenal para
produzir cortisol
que estimula a produção de glicose para contração muscular.
O medo aprendido é adquirido pelo indivíduo
durante a vida. O estímulo que o produz vem do pensamento e geralmente
vem do convívio com a família. O caso da professora relatado no início do
capítulo, é de medo aprendido. Outros exemplos são o medo de barata ou rato que
a filha aprendeu com a mãe, e o medo de escuro que o filho aprendeu com a mãe
que só dormia com a luz acesa.
Vejamos
um exemplo de medo aprendido, que é condicionado. Um médico trabalhava na
emergência de um hospital e à noite era procurado em sua residência pela
ambulância, que chegava com a luz vermelha girando. Depois de algum tempo a luz
vermelha era um símbolo de preocupação para o médico, pois anunciava um
paciente que iria atender, cuja gravidade não sabia. Seu coração disparava, as
mãos suavam, os músculos se contraiam, e ele ficava ansioso, só voltando a se sentir
bem depois de resolver a situação.
Com
o tempo ele notou que durante o dia, quando acendia a luz vermelha do freio do
carro da frente, seu coração disparava e ele ficava tenso e ansioso. Ele condicionou
o medo à presença da luz vermelha, que ativava seu organismo e desencadeava as
reações correspondentes ao medo.
O médico desenvolveu medo condicionado à luz
vermelha dos freios.
Tanto no medo natural quanto no aprendido o
organismo reage da mesma forma, preparando-se para a fuga,
sendo a ameaça real ou não. Quando alguém está preocupado porque o avião em que
vinha a família atrasou, a ameaça não é real, mas ele sofre os efeitos
corporais do medo da mesma forma que sofreria se a ameaça fosse real.
Quais as causas do Medo?
Existem várias causas de medo, reais ou
criadas pelo pensamento, e veremos agora as principais:
Medo
do futuro:
é gerado pelo pensamento e pode ser adquirido na família ou no convívio
com outras pessoas. É o caso do medo da
morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão.
Medo
de doenças:
é muito frequente quando o pai ou a mãe são preocupados com doenças e transmitem aos filhos. Os medos mais comuns são o do infarto do miocárdio,
da hipertensão arterial, do derrame cerebral, de diabetes, de colesterol alto,
de câncer, de demência mental (Doença de Alzheimer), além de outros.
O
medo de diversas doenças é muito frequente.
Medo da invalidez geralmente
ocorre devido a uma doença ou a um acidente de carro, moto, quedas e outros
acidentes.
Medo
da invalidez devido a um acidente de carro.
Medo da solidão
surge quando a pessoa não tem com quem compartilhar suas alegrias, esperanças,
medos, ansiedades, tristezas e sofrimentos.
Medo da solidão.
O medo da ruína financeira:
pode ocorrer se a pessoa pertence a uma família com boas condições financeiras,
passa por dificuldades e tem medo de ficar sem dinheiro.
O medo da ruína ocorre em ricos com dificuldades
financeiras.
O
medo de fazer sexo: pode surgir em alguém que teve um
episódio de impotência sexual e em outra relação tem medo de fracassar de novo.
O medo de fazer sexo pode surgir em uma pessoa que
teve impotência sexual.
Algumas pessoas tem medo de entrar no elevador.
Medo de Multidões: ocorre em pessoas que têm medo de andar quando há muita gente junta.
O
medo de animais:
o medo de cachorro pode ser devido a uma agressão ou a uma mordida de um cão
que a pessoa sofreu quando era criança.
O medo de cachorro pode surgir em alguém que foi mordido
por um cão.
O
medo de animais pode ser aprendido com outras pessoas com quem conviveu, como o
medo de barata e de rato, aprendido com
a mãe.
O medo de barata pode ter sido aprendido com a mãe.
Medo de rato pode
ser aprendido com pessoas com quem conviveu.
Medo de homem ou de mulher:
ocorre em pessoas que na infância conviveram com pai violento ou mãe violenta.
Elas acham que todos os homens e mulheres os tratarão com violência.
Medo de homem porque
o pai era violento.
Medo de água: alguém
que quando criança quase se afogou e bebeu muita água, pode desenvolver medo de
água quando adulto.
Uma criança que quase se afogou, pode ter medo de
água quando adulta.
Medo da morte:
existe principalmente nas pessoas idosas, mas pode existir também em jovens e
crianças.
Medo
da morte existe principalmente nas pessoas idosas.
Medo de expressar emoções:
existe em pessoas que durante a infância e a adolescência tiveram as emoções reprimidas
e aprenderam que expressar emoção é coisa de fracos, pois os fortes não revelam
seus sentimentos.
Há
medo de expressar emoções em crianças impedidas de expressar suas emoções.
O
medo de Deus, entre os praticantes
do Cristianismo.
O medo de Deus existe
entre os cristãos.
Medo dos espíritos, entre
os praticantes do espiritismo.
Medo dos espíritos.
Medo do inferno, entre
os cristãos.
Medo do inferno
Medo do diabo, entre
os cristãos.
Medo do Diabo
Medo de terremotos,
em pessoas que vivem em regiões em que há tremores de terra e as casas são
destruídas.
Medo de terremotos
Medo de inundações e tempestades:
aparece em pessoas que vivem em regiões em que elas ocorrem.
Medo de inundações.
Medo de epidemias: da gripe e de outros vírus, como a dengue e a zika.
Medo de epidemias: da gripe e de outros vírus, como a dengue e a zika.
Medo de abandono: do
filho ser abandonado pela mãe ou do namorado ser abandonado pela namorada, e
vice-versa.
Medo
de ser abandonado pela pessoa amada.
Medo de ser incapaz de amar outra pessoa: em pessoas que tiveram dificuldades afetivas quando crianças e que acham que não são capazes de amar ninguém.
Medo de ser incapaz de amar outra pessoa: em pessoas que tiveram dificuldades afetivas quando crianças e que acham que não são capazes de amar ninguém.
Medo de confiar em outras pessoas:
ocorre em alguém que acha que os outros vão se aproveitar dele ou traí-lo no
futuro, como em crianças que sofreram abuso sexual de parentes ou pessoas próximas.
Medo de confiar em outras pessoas
Medo de tomar elevador: tem
pessoas que preferem subir as escadas porque tem medo de entrar no elevador.
Algumas pessoas tem medo de entrar no elevador.
Medo de Multidões: ocorre em pessoas que têm medo de andar quando há muita gente junta.
Medo de Multidões.
Síndrome de pânico: ocorre
quando a pessoa está fazendo uma atividade qualquer e sente um medo cada vez mais forte, o coração disparado, tontura, tremores, falta de ar e a
sensação que vai morrer.
Síndrome de pânico
Medo de altura : em
pessoas que não suportam subir a locais muito elevados.
Medo de altura.
Fobia
social: a pessoa fica ansiosa,
com medo e sente mal estar em situações
sociais, quando é observada por outros. Fica insegura, preocupada com seu
desempenho e com o que os outros pensam dela. Pode ocorrer ao falar em público, comer num
restaurante, entrar um lugar com muita gente, ir a uma festa, etc.
A
fobia social pode ocorrer quando a pessoa está em um restaurante.
Como se comporta alguém com Medo?
O
medo crônico pode ter consequências severas na vida da pessoa, pois altera seu corpo e sua conduta. O medroso
tem duas opções: uma é fugir de suas responsabilidades e outra é obedecer
ao dominador, por lhe faltarem forças para desobedecer suas ordens. Ele se subordina e vive acovardado, tanto nos relacionamentos familiares, quanto
nos sociais e profissionais.
No relacionamento interpessoal,
o medroso se sente desvalorizado perante os outros e transfere o poder para
quem o intimida, sentindo-se vítima dele. A
nível profissional, ele deixa de ser competitivo pois perde a confiança em
si mesmo, e pode ficar menos criativo, caminhando para a estagnação profissional pela diminuição
da produtividade no trabalho.
Há contração muscular generalizada nos membros e as pernas podem tremer e a pessoa ficar parada. As mãos
frias suam muito, e os cabelos dos braços podem levantar. Mesmo se a ameaça não é real os músculos se contraem, e podem envolver a pessoa como
uma couraça. Com o tempo os ombros ficam curvados, trazendo mal estar e dores.
Na área existencial, o medroso tem muitas limitações , pois a soma dos fatores citados, a depender da
intensidade e duração do medo, leva a
uma inibição cada vez maior do indivíduo. Ele pode perder a
alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, que se sente vítima da vida e dos
outros, perdendo o poder de comandar sua vida, devido à perda da confiança em
si mesmo.
O medroso pode tornar-se uma pessoa triste e perder o comando de sua vida.
Quais os efeitos do medo no corpo?
O medo se manifesta no
corpo de diversos modos. No rosto há palidez, maior ou menor a depender da intensidade do medo, causada
pela contração dos vasos que levam o sangue para a face.
O
grau da palidez do rosto depende da intensidade do medo.
Os
olhos ficam esbugalhados, abertos, fazendo o olhar do medroso característico.
As sobrancelhas ficam franzidas, devido à contração da musculatura frontal e
podem aparecer rugas no meio da testa, se o medo é crônico. Um suor pegajoso e
frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo.
No medo as sobrancelhas ficam franzidas e podem surgir
rugas na testa.
No sangue há produção de adrenalina, noradrenalina e cortisona.
A glicose do sangue sobe, para servir como fonte rápida de energia no caso de
fuga. A boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial
pode subir. Estas reações podem durar minutos, horas ou dias, se o medo ficar
mantido, causam prejuízos à saúde da pessoa.
Quais os efeitos do Medo no cérebro?
Pesquisas realizadas em 2012 por Simon
Maier, utilizando a ressonância magnética
cerebral, mostram que no medo, durante a
avaliação de ameaças e nas respostas a elas, entram em atividade no cérebro o
córtex do lobo pré-frontal dorsal e o do cingulado dorsal anterior ( giro do
cíngulo), áreas importantes na regulação do medo e na avaliação das ameaças.(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/)
Estes achados foram confirmados por outros pesquisadores
O giro do cíngulo anterior e o lobo pré-frontal são ativados no
medo.
Uma
pesquisa foi realizada com o eletroencefalograma, em 2014, por De La Rosa, em pessoas às quais foram apresentadas fotografias de situações capazes de desencadear o medo ( imagens
de armas, combates ou animais). (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25222294), in Bambi L. DeLaRosa et al. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54.
Foi constatado aumento da atividade de ondas teta no eletroencefalograma do lobo occipital (área do cérebro onde a visão é processada), seguido de aumento de ondas teta
no lobo frontal (local onde se processam o pensamento, a tomada de decisão
e o planejamento).
Além disso, foram
notadas alteração das ondas beta do lado esquerdo dos participantes, ondas estas que são associadas
com o comportamento de correr. Isto indica que as ondas teta
e beta participam do processamento de ameaças visuais capazes de produzir o
medo.
Durante
uma ameaça, o medo altera as ondas
teta e beta do
eletroencefalograma.
O que é a Preocupação?
A preocupação é a forma de medo mais frequente.
Sua tendência natural é crescer, pois pensamentos automáticos negativos
se juntam aos que aparecem inicialmente. Vigie sempre sua mente para ver quando
aparecem preocupações e não deixe elas crescerem. Quando há uma preocupação, a
mente pode se fixar obsessivamente na ameaça, real ou não, e surgir um
componente pessimista de pensamento, de que "nada vai dar certo",
"tudo vai se acabar" e de que "virá uma catástrofe em minha vida".
Na preocupação a mente pode se fixar obsessivamente
na ameaça.
A maioria das preocupações não é baseada em fatos
reais e resultam de avaliações mal feitas, fundamentadas em pensamentos
automáticos e não em fatos e evidências. A pessoa cria o problema na sua cabeça
e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Veja quantas vezes você já se
preocupou com problemas que depois nunca ocorreram.
Os efeitos corporais da preocupação são os
mesmos do medo e variam com sua intensidade. Uma pessoa com preocupações
crônicas se sente mal devido à contração de seus músculos, que ficam endurecidos
como uma couraça. Ela pode ficar com os ombros encurvados e sentir os músculos dos
braços e pernas "presos".
RESUMO
1.
O Medo é uma reação do organismo a uma ameaça, que pode ser real ou não. Ele foi
importante para preservar a raça humana, permitindo que os seres humanos se
defendessem dos perigos. É um aliado do homem, o faz cauteloso e o protege
contra ameaças e perigos.
2.
O medo é hereditário e já foram descobertos os genes a ele associados. A pessoa pode herdar um temperamento tímido e sentir medo quando outras
pessoas não sentem. Você conhece algumas pessoas mais medrosas, que se assustam
facilmente e outras difíceis de se
assustarem.
3. O medo tem muitos
disfarces e uma forma comum é a preocupação. Outras são ansiedade, apreensão,
nervosismo, timidez, vergonha, remorso, consternação, cautela, escrúpulo,
inquietação, pavor, susto. Dentre as formas mais extremas estão a fobia e o pânico.
4.
Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O medo natural é inato, os
animais nascem com ele, por isso quando alguém se aproxima de um passarinho ou peixe,
ele se afasta porque há uma ameaça. O medo natural ocorre com grande rapidez e
mobiliza o animal para fugir em situações nas quais a velocidade da
resposta pode ser questão de vida ou morte.
5.
O medo aprendido é adquirido durante a vida e seu estímulo vem do pensamento, que
o aprende no convívio com os pais, irmãos e parentes. É o caso do medo de
barata ou de rato que a filha aprende com a mãe.
6. Existem
várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, como o medo do futuro,
da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão. Existe
o medo de doenças, da invalidez, da solidão,
da ruina financeira, de fazer sexo, de animais, de homem e de mulher, de água, da morte, de expressar emoções, de
Deus, dos espíritos, do inferno, do
diabo, de terremotos, de inundações, de
tempestades, de epidemias e de separação,
além de outros.
7.
O medo crônico gera alterações no corpo e na conduta da pessoa. O medroso
crônico foge de suas responsabilidades ou obedece ao dominador, subordinando-se
a ele e vivendo acovardado, tanto nos relacionamentos familiares, quanto nos
sociais e profissionais. Ele se sente desvalorizado perante os outros e perde a
confiança em si mesmo, podendo ficar menos criativo e diminuir a produtividade
no trabalho. O medroso pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste,
sentindo-se uma vítima da vida e dos outros.
8. O medo se
manifesta no corpo de diversos modos. No rosto, há palidez, os olhos ficam esbugalhados, com um olhar
característico. As sobrancelhas ficam franzidas e podem surgir rugas na testa.
Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo
corpo. Nos membros, a contração
muscular é generalizada, as pernas podem
tremer, as mãos frias suam muito e os cabelos dos braços podem ficar
levantados. Há maior produção de adrenalina, noradrenalina,
e cortisona. A glicose do sangue sobe, a boca fica seca, o coração dispara, a
respiração acelera e a pressão arterial pode subir.
9.
A preocupação é a forma de medo mais frequente, e sua tendência é crescer. Vigie
sempre sua mente para ver quando aparecem as preocupações e atue nelas, não
deixando que cresçam. Na preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na
ameaça e surgir um pensamento pessimista, de que "nada vai dar
certo", "tudo vai se acabar".
10.
A maioria das preocupações não é baseada na realidade e sim em pensamentos
automáticos que percebem a realidade de forma distorcida. A pessoa cria o
problema em sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Os efeitos
corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com a intensidade dela.
xxx
Agradecemos a valiosa
colaboração do Prof. Gilson Vieira,
através de sugestões
e revisão do texto.
xxx
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um mundo melhor!
xxx
PRÓXIMO POST
No próximo
post você verá como aprendemos
a ter medo, o significado da ansiedade, os benefícios do medo, os malefícios de sua
repressão e como lidar as preocupações,
com a ansiedade e com o medo.
REFERÊNCIAS
BAMBI DELAROSA ET AL. Electrophysiological spatiotemporal
dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54
GILLEY, K., A Alquimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999
LORENZINI, R. Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas,
São Paulo, 1999.
SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a
Emoção na Sala de Aula, 2a ed.,
Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.
SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e
experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.
IMAGENS :
Pixabay.
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