terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O QUE É O MEDO?


Esta página se destina a divulgar informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia.

    Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, a qual deve ser feita por médicos e psicólogos.

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     Neste post você verá qual a natureza do Medo, seu significado para o homem , os tipos e formas que ele se apresenta, suas causas, as regiões do cérebro ativadas no  medo, suas relações com a ameaça e o estresse, as reações que ele produz no corpo, e  saberá identificar seus Medos e o que é a Preocupação.

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 O que é o Medo?

O Medo é uma reação do organismo a uma situação ameaçadora, que pode ser real ou não. Ele foi importante para a preservação da raça humana pois permitiu a nossos antepassados se salvarem das feras e dos perigos que os ameaçavam, fugindo de um leão ou tigre e preservando a espécie. O medo é um aliado do homem, pois o faz cauteloso, prudente e o protege contra  perigos.


Uma forma comum é o medo de andar de avião. Uma professora gostava de passear e viajava de avião quando podia, mas na noite anterior à viagem sonhava que o avião estava caindo. De manhã, no aeroporto, o sofrimento aumentava: as mãos ficavam frias, suando, os braços e pernas se contraiam. Dentro do avião o coração e a respiração disparavam, os olhos esbugalhados, a face pálida e os músculos se contraíam tanto que doíam. Se o avião balançava, chorava, tremia e apertava uma mão na outra, ansiosa. Não comia nem bebia nada e tudo piorava na aterrissagem. E só ficava aliviada quando saía do aeroporto.


                      A Professora tinha medo de viajar de avião.


O Medo é hereditário?


Pesquisadores da Universidade de Queensland, em 2014, descobriram o  os genes associados ao medo e a fobia, que é uma  forma de medo e uma substância, a cromatina, capaz de controlar a expressão dos genes do medo e  de promover a extinção dele. É como encontrar o interruptor de uma luz numa sala e desligá-lo (http://www.medicaldaily.com/fear-controlling-gene-may-be-turned-researchers-discover-switch-280830).


                    Pesquisas identificaram genes capazes de extinguir o medo.

       
      A pessoa quando nasce pode herdar um temperamento tímido. O tímido sente medo com pequenos estímulos quando outras pessoas não sentiriam, pois tem limiar de medo baixo. O limiar de medo é a menor quantidade de estímulo que pode desencadeá-lo. Algumas pessoas são medrosas e se assustam facilmente e  outras são   calmas, mais difíceis de se assustarem.

         

                               A pessoa tímida fica com medo com facilidade.


      Ser assustado ou calmo é uma tendência genética que a pessoa nasce, sendo relacionada com a produção da noradrenalina produzida pelo cérebro As pessoas tímidas têm mais noradrenalina no sangue. Pesquisas mostram que crianças inseguras que se grudavam nas mães na escola, continuavam medrosas quando cresciam e com medo de se apresentarem em público. Mas depois de tratamento adequado conseguiam
superar o medo.



                   Crianças medrosas que se grudam nas mães, crescem medrosas.

       Quais os sentimentos derivados do Medo?


Existem muitos e a forma mais extrema é o terror além da fobia e da síndrome de pânico, já no terreno da doença. A formam mais comum do medo é a preocupação, e outras são  ansiedade, apreensão, nervosismo, timidez, vergonha, remorso, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor e susto.



                               O pânico é uma forma de medo. 



 Quais os tipos de Medo?


 Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O natural é inato, os animais nascem com ele e resulta de de uma ameaça real vinda do ambiente. Quando alguém se aproxima de um passarinho ou peixe, ele sai correndo, porque há uma ameaça, e ele corre para defender-se.


             Quando você se aproxima de um peixe no aquário ele corre.

O medo natural ocorre com rapidez e mobiliza o animal para responder a situações em que a resposta rápida é questão de vida ou morte. Ele surge por exemplo quando alguém vai na rua e de repente aparece um cachorro que quer mordê-lo.

                     Com medo, o homem foge do cachorro.


Seu organismo se mobiliza rapidamente para a defesa e o prepara para a fuga: a  amígdala cerebral envia sinais para o hipotálamo  estimular a hipófise pelo ACTH (adeno-córtico-trófico hormônio), que estimula a glândula suprarrenal. A hipófise libera um hormônio, o ACTH, que estimula a supra-renal para  produzir mais adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera o coração e ele manda mais sangue para os músculos, enquanto  cortisol aumenta o açúcar sanguíneo, para os músculos se contraírem e a pessoa sair correndo.

                   No medo a hipófise estimula a suprarrenal para produzir cortisol
                   que estimula a produção de glicose para contração muscular.

      
      O medo aprendido é adquirido pelo indivíduo durante a vida. O estímulo que o produz vem do pensamento e geralmente vem do convívio com a família. O caso da professora relatado no início do capítulo, é de medo aprendido. Outros exemplos são o medo de barata ou rato que a filha aprendeu com a mãe, e o medo de escuro que o filho aprendeu com a mãe que só dormia com a luz acesa.


Vejamos um exemplo de medo aprendido, que é condicionado. Um médico trabalhava na emergência de um hospital e à noite era procurado em sua residência pela ambulância, que chegava com a luz vermelha girando. Depois de algum tempo a luz vermelha era um símbolo de preocupação para o médico, pois anunciava um paciente que iria atender, cuja gravidade não sabia. Seu coração disparava, as mãos suavam, os músculos se contraiam, e ele ficava ansioso, só voltando a se sentir bem depois de resolver a situação.

Com o tempo ele notou que durante o dia, quando acendia a luz vermelha do freio do carro da frente, seu coração disparava e ele ficava tenso e ansioso. Ele condicionou o medo à presença da luz vermelha, que ativava seu organismo e desencadeava as reações correspondentes ao medo. 


            O médico desenvolveu medo condicionado à luz vermelha dos freios.

Tanto no medo natural quanto no aprendido o organismo reage da mesma forma, preparando-se para a fuga, sendo a ameaça real ou não. Quando alguém está preocupado porque o avião em que vinha a família atrasou, a ameaça não é real, mas ele sofre os efeitos corporais do medo da mesma forma que sofreria se a ameaça fosse real.

 Quais as causas do Medo?



Existem várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, e veremos agora as principais:
Medo do futuro: é gerado pelo pensamento e pode ser adquirido na família ou no convívio com outras pessoas. É o caso do medo da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão.

Medo de doenças: é muito frequente quando o pai ou a mãe são preocupados com doenças e transmitem aos filhos. Os medos mais comuns são o do infarto do miocárdio, da hipertensão arterial, do derrame cerebral, de diabetes, de colesterol alto, de câncer, de demência mental (Doença de Alzheimer), além de outros.


                   O medo de diversas doenças é muito frequente.


Medo da invalidez geralmente ocorre devido a uma doença ou a um acidente de carro, moto, quedas e outros acidentes.


                         Medo da invalidez devido a um acidente de carro.

     Medo da solidão surge quando a pessoa não tem com quem compartilhar suas alegrias, esperanças, medos, ansiedades, tristezas e sofrimentos.


                                                   Medo da solidão.

    O medo da ruína financeira: pode ocorrer se a pessoa pertence a uma família com boas condições financeiras, passa por dificuldades e tem medo de ficar sem dinheiro.



                       O medo da ruína ocorre em ricos com dificuldades financeiras.

      
O medo de fazer sexo: pode surgir em alguém que teve um episódio de  impotência sexual e em outra relação tem medo de fracassar de novo.

O medo de fazer sexo pode surgir em uma pessoa que teve impotência sexual.


O medo de animais: o medo de cachorro pode ser devido a uma agressão ou a uma mordida de um cão que a pessoa sofreu quando era criança.



      O medo de cachorro pode surgir em alguém que foi mordido por um cão.


O medo de animais pode ser aprendido com outras pessoas com quem conviveu, como o medo de barata e de rato, aprendido com a mãe.


                   O medo de barata pode ter sido aprendido com a mãe.




     Medo de rato pode ser aprendido com pessoas com quem conviveu.

Medo de homem ou de mulher: ocorre em pessoas que na infância conviveram com pai violento ou mãe violenta. Elas acham que todos os homens e mulheres os tratarão com violência.


                          Medo de homem porque o pai era violento.



Medo de água: alguém que quando criança quase se afogou e bebeu muita água, pode desenvolver medo de água quando adulto.



           Uma criança que quase se afogou, pode ter medo de água quando adulta.

Medo da morte: existe principalmente nas pessoas idosas, mas pode existir também em jovens e crianças.


         Medo da morte existe principalmente nas pessoas idosas.


Medo de expressar emoções: existe em pessoas que durante a infância e a adolescência tiveram as emoções reprimidas e aprenderam que expressar emoção é coisa de fracos, pois os fortes não revelam seus sentimentos.


Há medo de expressar emoções em crianças impedidas de expressar suas emoções.


O medo de Deus, entre os praticantes do Cristianismo.


                                     O medo de Deus existe entre os cristãos.


Medo dos espíritos, entre os praticantes do espiritismo.




                                               Medo dos espíritos.


         Medo do inferno, entre os cristãos.

                                                    Medo do inferno

     Medo do diabo, entre os cristãos.

                                                      
                                                         Medo do Diabo

     Medo de terremotos, em pessoas que vivem em regiões em que há tremores de terra e as casas são destruídas.


                                                     Medo de terremotos

     Medo de inundações e tempestades: aparece em pessoas que vivem em regiões em que elas ocorrem.



                                                    Medo de inundações.

     Medo de epidemias: da gripe e de outros vírus, como a dengue e a zika.



                       Medo de epidemias, como as da gripe e de outros vírus


Medo de abandono: do filho ser abandonado pela mãe ou do namorado ser abandonado pela namorada, e vice-versa.



                           Medo de ser abandonado pela pessoa amada.

      Medo de ser incapaz de amar outra pessoa: em pessoas que tiveram dificuldades afetivas quando crianças e que acham que não são capazes de amar ninguém.


Medo de confiar em outras pessoas: ocorre em alguém que acha que os outros vão se aproveitar dele ou traí-lo no futuro, como em crianças que sofreram abuso sexual de parentes ou pessoas próximas.

                                     Medo de confiar em outras pessoas

Medo de tomar elevador: tem pessoas que preferem subir as escadas porque tem medo de entrar no elevador.


                             Algumas pessoas tem medo de entrar no elevador.

    Medo de Multidões: ocorre em pessoas que têm medo de andar quando há muita gente junta.



                                          Medo de Multidões.


Síndrome  de pânico: ocorre quando a pessoa está fazendo uma atividade qualquer e sente um medo cada vez mais forte, o coração disparado, tontura, tremores, falta de ar e a sensação que vai morrer.

                                      Síndrome de pânico

     Medo de altura : em pessoas que não suportam subir a locais muito elevados.
                                                        Medo de altura.

      
Fobia social:  a pessoa fica ansiosa, com medo e sente mal estar em situações sociais, quando é observada por outros. Fica insegura, preocupada com seu desempenho e com o que os outros pensam dela. Pode ocorrer  ao falar em público, comer num restaurante, entrar um lugar com muita gente, ir a uma festa, etc.

A fobia social pode ocorrer quando a pessoa está em um restaurante.

      
Como se comporta alguém com Medo?

O medo crônico pode ter consequências severas na vida da pessoa, pois altera seu corpo e sua conduta. O medroso tem duas opções: uma é fugir de suas responsabilidades e outra é obedecer ao dominador, por lhe faltarem forças para desobedecer suas ordens. Ele se subordina e vive acovardado, tanto  nos relacionamentos familiares, quanto nos sociais e profissionais. 


                        Uma opção para o medroso é obedecer ao dominador.

No relacionamento interpessoal, o medroso se sente desvalorizado perante os outros e transfere o poder para quem o intimida, sentindo-se vítima dele. A nível profissional, ele deixa de ser competitivo pois perde a confiança em si mesmo, e pode ficar menos criativo, caminhando para a estagnação profissional pela diminuição da produtividade no trabalho.


Na área existencial, o medroso tem muitas limitações , pois a soma dos fatores citados, a depender da intensidade e  duração do medo, leva a uma inibição cada vez maior do indivíduo. Ele pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, que se sente vítima da vida e dos outros, perdendo o poder de comandar sua vida, devido à perda da confiança em si mesmo.

 O medroso pode tornar-se uma pessoa triste e perder o comando de sua vida.

     

Quais os efeitos do medo no corpo?


O medo se manifesta no corpo de diversos modos. No rosto há palidez, maior ou menor a depender da intensidade do medo, causada pela contração dos vasos que levam o sangue para a face. 


                     O grau da palidez do rosto depende da intensidade do medo.

     Os olhos ficam esbugalhados, abertos, fazendo o olhar do medroso característico. As sobrancelhas ficam franzidas, devido à contração da musculatura frontal e podem aparecer rugas no meio da testa, se o medo é crônico. Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo.

No medo as sobrancelhas ficam franzidas e podem surgir rugas na testa.
 
      
     Há contração muscular generalizada nos membros e as pernas  podem tremer e a pessoa ficar parada. As mãos frias suam muito, e os cabelos dos braços podem levantar. Mesmo se a ameaça não é real os músculos se contraem, e podem envolver a pessoa como uma couraça. Com o tempo os ombros ficam curvados, trazendo mal estar e dores.


No sangue há  produção de adrenalina, noradrenalina e cortisona. A glicose do sangue sobe, para servir como fonte rápida de energia no caso de fuga. A boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial pode subir. Estas reações podem durar minutos, horas ou dias, se o medo ficar mantido, causam prejuízos à saúde da pessoa.


Quais os efeitos do Medo no cérebro?

Pesquisas realizadas em 2012 por Simon Maier, utilizando a ressonância magnética cerebral,  mostram que no medo, durante a avaliação de ameaças e nas respostas a elas, entram em atividade no cérebro o córtex do lobo pré-frontal dorsal e o do cingulado dorsal anterior ( giro do cíngulo), áreas importantes na regulação do medo e na avaliação das ameaças.(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/)

Estes achados foram confirmados por outros pesquisadores

      O giro do cíngulo anterior e o lobo pré-frontal são ativados no medo.
Uma pesquisa foi realizada com o eletroencefalograma, em 2014, por De La Rosa, em pessoas às quais foram apresentadas fotografias de situações capazes de desencadear o medo ( imagens de armas, combates ou animais). (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25222294), in Bambi L. DeLaRosa et al. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54.

 Foi constatado aumento da atividade de ondas teta no eletroencefalograma do lobo occipital (área do cérebro onde a visão é processada), seguido de aumento de ondas  teta no lobo frontal (local onde se processam o pensamento, a tomada de decisão e o planejamento).
 Além disso, foram notadas alteração das ondas beta do lado esquerdo dos participantes, ondas estas que são associadas com o comportamento de correr. Isto indica que as ondas teta e beta participam do processamento de ameaças visuais capazes de produzir o medo.

                       Durante uma ameaça, o medo altera as ondas
                       teta e beta do eletroencefalograma.

     
     O que é a Preocupação?

     
A preocupação é a forma de medo mais frequente. Sua tendência natural é crescer, pois pensamentos automáticos negativos se juntam aos que aparecem inicialmente. Vigie sempre sua mente para ver quando aparecem preocupações e não deixe elas crescerem. Quando há uma preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça, real ou não, e surgir um componente pessimista de pensamento, de que "nada vai dar certo", "tudo vai se acabar" e de que "virá uma catástrofe em minha vida".


                    Na preocupação a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça.

     A maioria das preocupações não é baseada em fatos reais e resultam de avaliações mal feitas, fundamentadas em pensamentos automáticos e não em fatos e evidências. A pessoa cria o problema na sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Veja quantas vezes você já se preocupou com problemas que depois nunca ocorreram.

Os efeitos corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com sua  intensidade. Uma pessoa com preocupações crônicas se sente mal devido à contração de seus músculos, que ficam endurecidos como uma couraça. Ela pode ficar com os ombros encurvados e sentir os músculos dos braços e pernas "presos". 


RESUMO


1. O Medo é uma reação do organismo a uma ameaça, que pode ser real ou não. Ele foi importante para preservar a raça humana, permitindo que os seres humanos se defendessem dos perigos. É um aliado do homem, o faz cauteloso e o protege contra ameaças e perigos.

2. O medo é hereditário e já foram descobertos os genes a ele associados. A pessoa pode herdar um temperamento tímido e sentir medo quando outras pessoas não sentem. Você conhece algumas pessoas mais medrosas, que se assustam facilmente e  outras difíceis de se assustarem.

3. O medo tem muitos disfarces e uma forma comum é a preocupação. Outras são ansiedade, apreensão, nervosismo, timidez, vergonha, remorso, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto. Dentre as formas mais extremas estão a fobia e o pânico.

4. Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O medo natural é inato, os animais nascem com ele, por isso quando alguém se aproxima de um passarinho ou peixe, ele se afasta porque há uma ameaça.  O medo natural ocorre com grande rapidez e mobiliza o animal para fugir em situações nas quais a velocidade da resposta pode ser questão de vida ou morte.

5. O medo aprendido é adquirido durante a vida e seu estímulo vem do pensamento, que o aprende no convívio com os pais, irmãos e parentes. É o caso do medo de barata ou de rato que a filha aprende com a mãe.

6. Existem várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, como o medo do futuro, da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão. Existe o medo de doenças, da invalidez, da solidão, da ruina financeira, de fazer sexo, de animais, de homem e de mulher, de água, da morte, de expressar emoções, de Deus, dos espíritos, do inferno, do diabo,  de terremotos, de inundações, de tempestades, de epidemias e de separação, além de outros. 


7. O medo crônico gera alterações no corpo e na conduta da pessoa. O medroso crônico foge de suas responsabilidades ou obedece ao dominador, subordinando-se a ele e vivendo acovardado, tanto nos relacionamentos familiares, quanto nos sociais e profissionais. Ele se sente desvalorizado perante os outros e perde a confiança em si mesmo, podendo ficar menos criativo e diminuir a produtividade no trabalho. O medroso pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, sentindo-se uma vítima da vida e dos outros.


8. O medo se manifesta no corpo de diversos modos. No rosto, há palidez, os olhos ficam esbugalhados, com um olhar característico. As sobrancelhas ficam franzidas e podem surgir rugas na testa. Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo. Nos membros, a contração muscular é generalizada, as pernas  podem tremer, as mãos frias suam muito e os cabelos dos braços podem ficar levantados. Há maior produção de adrenalina, noradrenalina, e cortisona. A glicose do sangue sobe, a boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial pode subir.

9. A preocupação é a forma de medo mais frequente, e sua tendência é crescer. Vigie sempre sua mente para ver quando aparecem as preocupações e atue nelas, não deixando que cresçam. Na preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça e surgir um pensamento pessimista, de que "nada vai dar certo", "tudo vai se acabar".


10. A maioria das preocupações não é baseada na realidade e sim em pensamentos automáticos que percebem a realidade de forma distorcida. A pessoa cria o problema em sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Os efeitos corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com a  intensidade dela.
 

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Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira,
através de sugestões e revisão do texto.

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     PRÓXIMO POST


No  próximo post você verá como aprendemos a ter medo, o significado da ansiedade, os benefícios do medo, os malefícios de sua repressão  e como lidar as preocupações, com a ansiedade e com o medo.

REFERÊNCIAS

BAMBI DELAROSA ET AL. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54

        GILLEY, K., A Alquimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999

        LORENZINI, R.  Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.


SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

     IMAGENS : Pixabay.


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