Esta página se destina a divulgar
informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em
livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina
e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor
em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de
vários livros e monografias sobre os temas. O material deste blog é
exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, a qual deve ser
feita por médicos e psicólogos.
♦♦♦
Este post foi elaborado com base nos livros recentes do
Prof. Irismar Reis de Oliveira, criador da Terapia Cognitiva Processual, “Trial-Based Cognitive Therapy”, Routlege,
NY, 2016, e “Integrating Psychotherapy and
Psychopharmacology”, Routlege, NY, 2014 , em artigos publicados na WEB e em diálogos pessoais com o mesmo. Nele você verá o significado da Terapia Cognitiva Processual, que é uma nova forma
da Terapia Cognitiva (com grande aceitação nos Estados Unidos, Europa, Brasil e
outros locais), seus conceitos fundamentais, suas técnicas e aplicações
clínicas.
♦♦♦
O que é a Terapia Cognitiva Processual?
A
Terapia Cognitiva Processual é um novo modelo de psicoterapia baseada na
Terapia Cognitiva Comportamental, desenvolvida pelo Prof. Irismar de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia, cuja
técnica principal consiste em simular um julgamento em um tribunal, sendo o paciente orientado pelo psicoterapeuta para encenar um processo, no
qual é feita uma investigação para chegar a seu diagnóstico e tratamento. (http://www.terapiacognitivaprocessual.com/sobre-a-tcp-3/).
Seu fundamento psicológico é
a relação entre os pensamentos, emoções e comportamentos. Os pensamentos podem produzir emoções
que por sua vez geram reações fisiológicas e comportamentos, podendo haver uma ação no sentido inverso: os
comportamentos gerarem emoções e pensamentos.
Pensamentos
|
↑↓
Emoções
|
↑↓
Comportamentos
Os pensamentos produzem
emoções
e estas comportamentos, e vice-versa.
Durante a prática da Terapia Cognitiva Processual o paciente representa
os seguintes papéis:
1- O papel de Promotor e acusador de si próprio, na fase de
auto-acusação;
2- O papel de Advogado de Defesa, defendendo-se
da acusação que lhe foi feita.
|
3- O papel dos jurados, que darão o veredito final.
Como a Mente
processa as informações?
A Terapia Cognitiva
Processual, como a Terapia Cognitiva, considera que na mente do paciente as informações recebidas em uma situação se
processam em três níveis: o primeiro é o dos Pensamentos Automáticos, que são mais superficiais e de mais
fácil acesso; o segundo é o dos Pressupostos Subjacentes
(ou suposições, ou regras, ou Crenças
Condicionadas), que é o intermediário. O terceiro nível é o das Crenças Nucleares
ou Centrais, que é mais profundo.
↑↓
Os pensamentos automáticos dependem das crenças
condicionadas e estas das crenças nucleares, e vice-versa.
Crença
da Subordinação
Antônio resolveu não subir mais pelo elevador e sim pela escada.
Algumas Distorções Cognitivas
Retirado parcialmente
de Irismar de Oliveira, Integrating
Psychotherapy and Psychopharmacology, Routlege,
NY, 2014.
Catastrofização : não conseguirei me concentrar na prova e serei reprovado.
4. Quarta etapa – o paciente volta à condição
de Promotor, faz a réplica, procurando refutar a defesa
feita.
1. A Terapia Cognitiva Processual é uma nova forma de psicoterapia proposta pelo Prof. Irismar de Oliveira, cuja técnica principal é a simulação de um julgamento. Nela o paciente faz os papéis de promotor, advogado de defesa e de jurado, para obter seu diagnóstico e tratamento. Seu fundamento psicológico é que os pensamentos podem produzir emoções capazes de gerar comportamentos, e vice-versa.
7. São exemplos de distorções cognitivas: “pensar tudo ou nada”, desqualificar o positivo, supergeneralização, personalização e emocionalização.
8. O questionário do registro de pensamentos registra os pensamentos que ocorrem através das seguintes questões: o que ocorre em minha mente agora? O quanto acredito no que está ocorrendo? Que estou fazendo agora? Que sinto em meu corpo? Corresponde a qual distorção cognitiva? Há evidências que sustentam meus pensamentos automáticos? Qual minha conclusão sobre elas? Quanto acredito nelas? Quais emoções eu sinto agora? O quanto acredito no pensamento automático agora? Como me sinto?
No próximo post você verá o que é o Estresse, seus elementos constituintes, seus tipos e fases, suas causas e a importância das ameaças e desafios no seu aparecimento.
REFERÊNCIAS
DE
OLIVEIRA, I. R., Trial-Based Cognitive Therapy, Routlege, NY, 2016.
DE OLIVEIRA, I. R., Integrating Psychotherapy and Psychopharmacology, Routlege, NY,
2014.
KNAPP, P., Cognitive therapy: foundations, conceptual models, applications , www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000600002
Primeiro nível: Pensamentos Automáticos
|
↑↓
Segundo nível : Crenças Condicionadas
|
Terceiro nível: Crenças Nucleares
condicionadas e estas das crenças nucleares, e vice-versa.
Que são Pensamentos Automáticos?
Os
Pensamentos Automáticos surgem em nossa mente sem nenhuma reflexão ou deliberação. São percepções rápidas e imediatas da situação vivida pela pessoa, sem passar pela análise lógica. Podem ser uma
percepção correta ou distorcida da realidade e serem acompanhados por uma emoção. A pessoa geralmente os considera como verdadeiros, mesmo sem fazer qualquer avaliação.
Os pensamentos automáticos distorcidos são responsáveis por muitos sofrimentos, mas podem ser identificados e modificados com a ajuda de um psicoterapeuta treinado, livrando o paciente dos sintomas indesejáveis.
Os pensamentos automáticos distorcidos são responsáveis por muitos sofrimentos, mas podem ser identificados e modificados com a ajuda de um psicoterapeuta treinado, livrando o paciente dos sintomas indesejáveis.
Os Pensamentos Automáticos
são percepções rápidas
que podem representar corretamente ou não a realidade.
Que são Crenças Condicionadas?
As crenças condicionadas ou intermediárias são suposições, regras ou atitudes geralmente
baseadas em crenças nucleares. Se uma pessoa tem a
crença nuclear que é burra pode surgir uma crença condicionada pela qual “não adianta me esforçar porque não consigo compreender
as coisas”. São afirmações do tipo
“se...–então...”; regras e afirmações do tipo “deveria ...”. Daremos a seguir alguns exemplos:
"Se eu fico sozinha então é
porque devo ser indesejável".
Se não me sair bem no que fizer, serei uma fracassada”.
“Se eu não tiver uma companheira então serei infeliz”.
“Se as pessoas não têm companheiros, então são
fracassadas.”
“Se eu não fizer tudo perfeito, então serei infeliz”
Que são Crenças Nucleares ou Centrais?
As crenças nucleares ou centrais são ideias
rígidas e generalizadas que a pessoa desenvolve sobre si mesma, sobre os outros e sobre o
mundo, as quais são consideradas verdades absolutas.
Podem ser ativadas quando ela está deprimida ou ficarem ativas durante muito
tempo, sem a pessoa perceber.
A pessoa tende a perceber as informações que chegam de modo a
confirmar suas crenças e a não considerar aquilo que as contradiz, mesmo sendo elas irracionais. Um exemplo: uma pessoa tem dificuldades para
entender as coisas, se acha burra, pouco inteligente e diz para si mesma: “Sou burra mesmo”.
Uma pessoa com a crença nuclear que “é incapaz
Uma pessoa com a crença nuclear que “é incapaz
de entender as coisas”, diz para si :” Sou burra mesmo”.
As crenças nucleares negativas geram sofrimento e dificuldades
de relacionamento, mas podem ser substituídas por outras satisfatórias e este é um dos objetivos da Terapia Cognitiva
Processual. As crenças nucleares podem ser classificadas
em: crenças de incapacidade, nas
quais a pessoa se julga incapaz de conseguir executar certos comportamentos com
sucesso; e crenças de não ser amado,
em que ela se sente incapaz de ser amada. As pessoas podem ser mais vulneráveis
a uma ou outra crença.
Seguem alguns tipos de crenças:
Crenças de Incapacidade:
· Sou impotente.
· Sou fraco.
· Sou vulnerável.
· Sou incompetente.
· Sou um fracasso.
·Sou inferior aos outros.
Crenças de Não ser Amado
· Não sou capaz de ser amado.
· Sou indesejável.
· Não
tenho valor.
· Sou imperfeito.
EXEMPLOS DE CRENÇAS NUCLEARES
Crenças Nucleares
|
Definição
|
Exemplo
|
Medo
de abandono
|
A pessoa tem medo de ser abandonada
porque na infância viveu uma situação de abandono verdadeiro ou simbólico.
|
O pai de João morreu de
um ataque cardíaco e a mãe era muito ausente, pois viajava muito, de modo que
sempre ele se sentia abandonado.
|
Subordinação
|
Surge em pessoas que
durante a infância foram oprimidas pelos pais e obrigadas a cumprir ordens
sempre. Quando adultas acham que sempre devem satisfazer os outros.
|
Joana, aprendeu com
a mãe que sempre devia obedecê-la e satisfazer os desejos dela. Seus desejos
pessoais, sentimentos e necessidades não eram importantes. Aprendeu que ela é impotente, para poder fazer valer seus desejos e necessidades.
|
Desconfiança
|
A pessoa não pode confiar nas outras, porque acha
que elas vão se aproveitar delas ou traí-las no futuro.
|
Com 10 anos, Maria foi abusada sexualmente pelo
padrasto, e ameaçada de apanhar se contasse a alguém. Então passou a desconfiar
de todos, tratando-os com hostilidade.
|
Vulnerabilidade |
Ter a crença de que está sempre prestes a viver uma grande
catástrofe (financeira, natural, médica, etc.)
|
João acha que sempre vai
ocorrer o pior na vida dele e que vai ser despedido do emprego e não terá
dinheiro para comer e pagar o aluguel.
|
Uma
filha espancada por um pai violento pode crescer
com
a crença da subjugação e ser submissa.
Crença
da Vulnerabilidade
A pessoa vulnerável acredita
que pode
vir uma catástrofe a qualquer hora.
Crença do Medo do Abandono
A pessoa com medo de abandono acredita que pode ser
abandonada porque viveu uma situação de abandono na infância.
Crença da Desconfiança
Uma criança abusada
sexualmente pode desenvolver
a crença da
desconfiança de todos que se aproximem dela.
Relação entre
crença nuclear, condicionada e pensamentos automáticos
Antônio,
que tem a crença nuclear de que é vulnerável, toma o elevador para ir a seu escritório, no 4o andar. O elevador para entre um andar e outro e vem à sua mente um pensamento automático, acompanhado de muita ansiedade:
“Se
o elevador demorar muito parado e eu não tiver ar para respirar, tiver
um ataque do coração e morrer?”.
Mas o elevador subiu e abriu no andar de
seu escritório e Antônio saiu aliviado. No outro dia ele não quis mais tomar o
elevador, porque o achou inseguro e perigoso, resolvendo subir
pelas escadas. Ele criou um comportamento de segurança, pois se convenceu de
que é mais seguro e saudável subir as escadas. Adotou uma crença condicionada:
“ Se eu subir a escada é mais seguro, então não tomarei mais o elevador”.
A crença nuclear de Antônio que ele é vulnerável
motivou seus pensamentos automáticos e sua crença condicional, pois ele acredita
poder haver uma catástrofe em sua vida de uma hora para outra, como o elevador
ficar parado e ele morrer sufocado.
Diferentes crenças nucleares podem ser ativadas numa mesma situação e podem
ser identificadas através das crenças condicionais que surgem. Por exemplo, uma pessoa despedida do emprego pode ter as seguintes crenças
condicionais e nucleares:
● “Se eu fui despedido é
porque sou incompetente (crença condicional). Eu sou um fracassado (crença
nuclear).”
Sou um fracassado porque
fui despedido.
● “ Se eu fui despedido, não
vou conseguir outro emprego (crença condicional). Eu sou incapaz (crença
nuclear)”.
Sou incapaz e por isso fui despedido.
● “As pessoas não gostam de
mim e então me rejeitam (crença condicional). Não tenho valor (crença nuclear).”
Não tenho valor e as pessoas me rejeitam.
Quais as principais distorções cognitivas?
Os pensamentos automáticos negativos surgem
de maneira rápida e geralmente apresentam
a realidade de forma distorcida, produzindo uma Distorção Cognitiva ou
Erro Cognitivo. Seguem alguns exemplos de distorções:
Algumas Distorções Cognitivas
Tipo de distorção
|
Definição |
Exemplo
|
Polarização
do pensamento ou “pensar tudo ou nada”.
|
Considerar as pessoas
ou situações entre dois extremos.
|
Eu cometi um erro,logo sou um fracassado. |
Desqualificar o positivo. |
Não dou valor às coisas positivas dizendo que não são importantes. |
Eu passei no exame só
porque tive sorte.
|
Supergeneralização
|
Generalizar casos
isolados usando palavras como
“sempre’, “nunca”, ”todos”, etc.
|
Sempre que vou
trabalhar está chovendo muito.
|
Catastrofização
|
A pessoa olha o futuro
em termos negativos, achando que vão ocorrer sempre coisas ruins.
|
Acho que não vou
conseguir me concentrar nos exames e serei reprovado.
|
Personalização
|
Assumir que é a causa
de comportamentos de outros.
|
Meu namorado me deixou
porque sou má pessoa e brigo muito com
ele.
|
Emocionalização
|
Minhas emoções refletem a realidade e devem
guiar minhas atitudes e julgamentos,
|
Eu sinto que ele me ama e isto é verdade, pois não tenho
dúvidas.
|
Retirado parcialmente
de Irismar de Oliveira, Integrating
Psychotherapy and Psychopharmacology, Routlege,
NY, 2014.
Supergeneralização: sempre que vou trabalhar está chovendo muito.
Catastrofização : não conseguirei me concentrar na prova e serei reprovado.
Personalização: Meu namorado me deixou porque brigo muito com
ele.
Emocionalização:
sinto que é verdade que ele me ama e não tenho dúvidas.
Quais os objetivos da Terapia Cognitiva Processual?
Os principais objetivos da Terapia Cognitiva Processual
são os seguintes:
1. Estabelecer as metas da
terapia e elaborar um plano terapêutico, com a participação do paciente.
2. Identificar e modificar os pensamentos automáticos,
distorções cognitivas, crenças condicionais e crenças nucleares do paciente.
Para identificar os pensamentos automáticos e modificá-los,
o pesquisador Irismar de Oliveira propõe um registro de pensamentos, denominado
Registro de Pensamentos Intrapessoal (RP-Intra), que pode ser utilizado pelo
paciente para respondê-lo em sua vida cotidiana. Apresentamos a seguir uma
síntese dele: (https://repositorio.ufba.br/.../CARVALHO,%20Camila%20Magalhães%20Seixas%20d).
QUESTIONÁRIO DO
REGISTRO DE PENSAMENTOS
Questões
|
Como responder
|
1. O que está ocorrendo em minha mente
agora?
|
Descrever o que ocorre na sua mente no momento da situação.
|
2.O quanto acredito no que está
ocorrendo?
|
Dizer se acredita no que está pensando,
e quanto, de 0 a 100%.
|
3.Qual emoção eu sinto? Qual sua
intensidade?
|
Dizer as emoções que sente e avaliar
as intensidades numa escala de 0% a 100%.
|
4. Que eu estou fazendo agora e o que
sinto em meu corpo?
|
Descrever o que faz no momento
considerado e o que sente no corpo
|
5. Isto corresponde a qual distorção
cognitiva?
|
Dizer se está percebendo uma distorção
cognitiva e identificá-la, se for o caso.
|
6. Há
evidências que sustentam ou não sustentam meu pensamento automático?
|
Citar evidências a favor e contra os
pensamentos automáticos percebidos.
|
7. Qual minha conclusão a respeito das
evidências? Quanto eu acredito nelas?
|
Chegue a uma conclusão referente à
existência ou não de evidências e diga o quanto acredita nelas, numa escala de
0% a 100%.
|
8. Quais emoções positivas ou
negativas eu sinto agora?
|
Dizer as emoções que sente depois de
ter chegado à conclusão.
|
9. O que eu pretendo fazer?
|
Dizer o que vai fazer agora.
|
10. O quanto eu acredito no pensamento
automático agora? Como eu me sinto?
|
Dizer o quanto acredita agora em seus
pensamentos automáticos, numa escala de 0% a 100% e como se sente no momento,
comparando com o início do processo.
|
Como é a
prática da Terapia Cognitiva Processual?
Na etapa inicial da prática da Terapia Cognitiva Processual, o terapeuta
explica ao paciente os conceitos básicos da Terapia, identifica seus problemas e estabelece
as metas terapêuticas.
A Conceituação do Caso é a descrição dos problemas do paciente. Utiliza os conceitos teóricos
necessários para explicar e compreender o caso e para estabelecer as intervenções
úteis. É feita de mãos dadas pelo terapeuta com o paciente e registrada no Diagrama
de Conceituação de Caso. Leva em conta os pensamentos automáticos do
paciente, suas distorções cognitivas, emoções e comportamentos, além de suas crenças
condicionais e nucleares, além de suas relações.
A prática da terapia é semelhante a um processo judicial, em que o
paciente faz os papéis do Promotor, do Advogado de Defesa e de Jurado, durante as
diferentes etapas, sob orientação do terapêuta.
1. Primeira etapa- é feita uma investigação para descobrir qual a
crença nuclear: o paciente relata o que se passou em sua mente (pensamentos
automáticos, etc.) quando se sentiu da forma que motivou a consulta, e, com o
auxílio do Psicoterapêuta, procura identificar
qual é sua crença nuclear e seu nível de ansiedade.
2. Segunda etapa – o paciente,
no papel de Promotor de Justiça, faz a acusação a si mesmo de que tem
determinada crença. Constrói os
argumentos da acusação para convencer de que ele acredita na crença.
3. Terceira etapa – o paciente,
no papel de Advogado de Defesa, se defende das acusações, e elabora
argumentos que para contradizer o Promotor.
5.
Quinta etapa – o paciente volta ao papel de Advogado de Defesa e faz a tréplica, apresentando evidências
contrárias à réplica do Promotor.
6.
Sexta etapa – do Veredito dos Jurados. O paciente
elabora com o auxílio do psicoterapeuta, uma lista
das suas distorções cognitivas e é dado o veredito, que na maioria dos casos, o
inocenta da acusação.
7.
Sétima etapa – da Preparação para o Recurso. A partir do veredito que determina a inocência do paciente,
um trabalho preventivo, que já se inicia na sessão, ajuda o paciente a trazer
elementos diariamente, demonstrando que as crenças positivas, identificadas
durante o processo (por exemplo, “Sou capaz” ou “Sou normal”), são verdadeiras.
A terapia é conduzida de forma a desenvolver crenças nucleares
positivas no paciente mediante a utilização de técnicas apropriadas. Para haver
sucesso as crenças nucleares negativas persistentes devem estar em equilíbrio
com as positivas desenvolvidas, e é importante para isto que o psicoterapeuta
tenha o treinamento adequado.
Os vídeos adiante indicados são apresentados pelo criador da Terapia Cognitiva Processual, Prof.
Irismar de Oliveira e serão úteis para a compreensão do assunto:
RESUMO
1. A Terapia Cognitiva Processual é uma nova forma de psicoterapia proposta pelo Prof. Irismar de Oliveira, cuja técnica principal é a simulação de um julgamento. Nela o paciente faz os papéis de promotor, advogado de defesa e de jurado, para obter seu diagnóstico e tratamento. Seu fundamento psicológico é que os pensamentos podem produzir emoções capazes de gerar comportamentos, e vice-versa.
2. A Terapia Cognitiva Processual, do mesmo modo que a Terapia Convencional, considera que as informações recebidas pela
mente se processam em três níveis: o dos Pensamentos Automáticos,
que é o mais superficial; o dos Pressupostos
Subjacentes ou Crenças Condicionadas, que é o
intermediário e o das Crenças Nucleares que é mais profundo. As informações dos três
níveis interagem entre si: os pensamentos automáticos podem estar ligados a
crenças condicionadas e vice-versa, e as crenças condicionadas podem ser
provenientes de crenças nucleares.
3. Os Pensamentos Automáticos surgem na mente sem nenhuma reflexão ou deliberação, e são percepções rápidas da situação
vivida que não passam pela lógica. A percepção da realidade
proporcionada por eles pode ser correta ou distorcida e é acompanhada por uma emoção, mas eles costumam
ser considerados verdadeiros. Quando distorcem a
realidade, podem trazer sofrimentos à pessoa, mas um psicoterapeuta pode ensinar
o paciente a substituí-lo por outros benéficos.
4. As crenças condicionadas são regras geralmente baseadas na crença nuclear. Se uma
pessoa tem a crença nuclear de que é burra pode ter a crença condicionada de
que “não adianta me esforçar porque não
posso compreender as coisas”. Elas são afirmações rígidas do tipo “se... , então...”,
ou regras do tipo “deveria ...”. Um exemplo: “Se eu fico sozinha então é porque então sou indesejável”.
5. As crenças nucleares são ideias que a pessoa desenvolve sobre si mesma, sobre os outros e sobre o
mundo, que ela considera como verdades absolutas. Podem ser ativadas em uma
situação e ficarem ativas durante muito tempo, sem a pessoa perceber. As crenças negativas geram sofrimento e dificuldades de
relacionamento para a pessoa, mas podem ser substituídas por outras satisfatórias
e este é um dos objetivos da Terapia Cognitiva Processual.
6. As crenças nucleares são classificadas em crenças de incapacidade, em que a pessoa se julga incapaz
de executar certos comportamentos e crenças de não ser
amado. São exemplos das primeiras: sou impotente, fraco, vulnerável, um fracasso. São exemplos de crenças de não ser amado: sou indesejável,
não tenho valor, sou imperfeito, etc.
7. São exemplos de distorções cognitivas: “pensar tudo ou nada”, desqualificar o positivo, supergeneralização, personalização e emocionalização.
8. O questionário do registro de pensamentos registra os pensamentos que ocorrem através das seguintes questões: o que ocorre em minha mente agora? O quanto acredito no que está ocorrendo? Que estou fazendo agora? Que sinto em meu corpo? Corresponde a qual distorção cognitiva? Há evidências que sustentam meus pensamentos automáticos? Qual minha conclusão sobre elas? Quanto acredito nelas? Quais emoções eu sinto agora? O quanto acredito no pensamento automático agora? Como me sinto?
9. A conceituação
do caso, feita pelo terapeuta junto com o paciente, contempla a descrição dos
seus problemas e estabelece as intervenções úteis. Seu diagrama considera os pensamentos automáticos, suas distorções
cognitivas, emoções, comportamentos, crenças condicionais e
nucleares.
10. A prática da
Terapia Cognitiva Processual é
semelhante a um processo em que o paciente faz os papéis do Promotor, do
Advogado de Defesa e de Jurado. Na primeira etapa é feita uma investigação para descobrir qual a crença
nuclear; na segunda etapa o paciente, no papel de Promotor, faz a acusação a si
mesmo de que tem a referida crença; na terceira etapa, no papel de Advogado de Defesa, ele se defende das acusações
feitas; na quarta etapa, na condição de Promotor, ele faz a réplica, procurando
destruir a defesa feita.
11.Na quinta
etapa o paciente volta ao papel de Advogado de Defesa para fazer a tréplica e apresenta evidências contrárias aos argumentos do Promotor. Na sexta
etapa é estabelecida a sentença, baseada nas evidências apresentadas e nas distorções cognitivas verificadas. Na
sétima etapa, há o Veredito dos Jurados, elaborado pelo paciente com o
auxílio do psicoterapeuta, que na maioria dos casos o inocenta da acusação.
12. A terapia é conduzida de forma a reduzir
as crenças nucleares negativas do paciente e a desenvolver crenças
nucleares positivas, de modo a haver equilíbrio entre elas.
xxx
Agradecemos a valiosa
colaboração do
Prof. Irismar Reis de
Oliveira,
criador da Psicologia Cognitiva Processual,
através de sugestões
e revisão do texto.
xxx
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xxx
PRÓXIMO POST
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REFERÊNCIAS
DE
OLIVEIRA, I. R., Trial-Based Cognitive Therapy, Routlege, NY, 2016.
DE OLIVEIRA, I. R., Integrating Psychotherapy and Psychopharmacology, Routlege, NY,
2014.
KNAPP, P., Cognitive therapy: foundations, conceptual models, applications , www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000600002
SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e
experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.
Aromaterapia o que é ?
ResponderExcluirAromaterapia o que é ?
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