E-book 78
5 Emoções frequentes - parte I
Leitura em 25 minutos.
P
S I C O L O G I A
M O D E R NA
Blog emoçaoeatencao@blogspot.com
Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos
2025
QUEM É O AUTOR
Jair de Oliveira Santos é Médico,
Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia,
Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar, Fundador e
ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo de Estudos
das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.
No blog emoçaoeatencao@blogspot.com, o Autor publicou 90 Posts, durante 10 anos,
que foram divulgados pela Google em 87 países e teve , segundo o site Ranking
Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais.
EMOÇÕES A SEREM ANALISADAS
Alegria, Raiva, Medo, Tristeza, Esperança.
1. Alegria
A alegria é uma resposta do organismo a estímulos agradáveis, externos ou internos.Os externos. podem ser boas notícias, encontrar uma pessoa que gosta, as diversões e os prazeres (físicos ou mentais). Os internos podem ser situações que tragam contentamento e satisfação, como a serenidade e a tranquilidade.
A
Alegria pode ser ruidosa ou silenciosa. A ruidosa se manifesta através de
um sorriso ou gargalhada, e a silenciosa não se manifesta externamente, é percebida por satisfação íntima, como na Plena Atenção.
A alegria se expressa no
rosto, olhar, voz e corpo. A
manifestação no rosto se faz pelo sorriso ou pela serenidade da face. O
sorriso resulta da contração dos músculos faciais e expressa geralmente
emoções agradáveis, alegria, satisfação, contentamento, felicidade,
amizade e júbilo. Mas pode expressar emoções desagradáveis, como medo,
ansiedade, ironia ou tristeza.
A intensidade da
alegria varia de um mínimo a um máximo, onde estão o júbilo e o êxtase.
Se a alegria é muito forte, a pessoa pode gritar e pular, como quando há
ótimas notícias, como quando alguém aprovado em exames concorridos. No
bom humor predominam alegria e contentamento.
Sinais corporais da Alegria
Podemos identificar a alegria pelo brilho dos olhos ou pela voz, que tem uma tonalidade própria. A intensidade vai de um mínimo a um máximo, atingido no júbilo e êxtase.
Poder da Alegria
Pode gerar bom humor, contentamento, satisfação, bem estar, aproximar pessoas, e melhorar os relacionamentos. Se alguém lhe recebe sorrindo, está aberta para relacionamento acolhedor, mas se a cara é fechada, não está pronta para um bom relacionamento .
A raiva é uma das emoções principais do ser humano. Surge em resposta a situações percebidas como injustas, ameaçadoras ou desafiadoras e pode manifestar-se em comportamentos agressivos ou explosivos. Qualquer ser humano que tenha a integridade física ameaçada, reage através da luta ou da fuga. Graças à raiva o homem das cavernas se defendeu e deu continuidade à espécie. Ela é uma forma de preservar o indivíduo. Na raiva o indivíduo reage para lutar. O cérebro produz mais adrenalina e noradrenalina, que são importantes para lutar ou fugir. No homem moderno a reação à raiva pode ser causada por estímulos psicológicos ou sociais. E nem sempre pode ser resolvida pela luta ou pela fuga, pois ninguém pode fugir de seu pensamento, que é a grande causa de raiva. O que se pode fazer é controlar o pensamento, afastando-o da raiva. Não se entregue à raiva, para não se arrepender. Tipos de Raiva Há dois tipos de raiva: a inata e a
adquirida. A inata
nasce com o indivíduo e surge rapidamente, se há ameaça real à
integridade física e visa preparar para responder ao perigo quando a
perda de tempo pode custar a vida. Ela se origina no momento
presente, é passageira e proporcional
à dor sentida.va de quem toma um murro na cara é
inata. A raiva aprendida é adquirida no convívio com outras pessoas, principalmente na família. É gerada e mantida pelo pensamento, e surge sem uma ameaça real. Um exemplo é a existente entre judeus e árabes. A raiva aprendida existe entre pessoas de partidos políticos diferentes, nela a participação do pensamento é grande, e tem origem no passado. Para controlá-la , você age sobre o pensamento. Limiar de Raiva Para você ter raiva precisa haver
uma quantidade mínima de estímulo ameaçador, chamada de Limiar de Raiva.
Se você está calmo e é provocado por alguém, só sentirá raiva se a
provocação tiver uma certa intensidade. Se for pequena, você nada
sentirá. Como pode agir uma pessoa com
Raiva ●
Agredir a quem lhe provocou a Raiva. É um comportamento frequente. ●
Rebelar-se contra o agressor – se a pessoa enraivecida é subordinada
ao agressor, vinga-se desobedecendo suas ordens. ●
Outras formas impedir o agressor, exigir, ameaçar, opor-se ,
humilhar, criticar, rebaixar, expulsar, etc. Reações
corporais da Raiva A raiva se manifesta no corpo
de diversas maneiras e pode se mostrar no rosto com
a contração do maxilar inferior. A pessoa fica
com o "queixo quadrado". As mãos se fecham para Ela sua muito, as pupilas se dilatam e a pele do rosto fica vermelha ou pálida. Contrai os músculos dos braços, antebraço e mãos. A voz aumenta de intensidade e fica grosseira, áspera e exaltada. A boca fica seca, o coração parece querer saltar do peito, a respiração fica ofegante, a pressão arterial sobe. O açúcar do sangue sobe, para servir como fonte de energia no caso de luta ou fuga. Como saber se o outro tem Raiva
A raiva se manifesta de diferentes formas e as extremas são
ódio, fúria e violência, sendo as mais brandas revolta, indignação,
aborrecimento, irritabilidade, ironia e hostilidade, além de outras. Para
saber se uma pessoa está com raiva, veja se ela está com o rosto
suado, pálido ou avermelhado, olhos esbugalhados, músculos da face
contraídos, com o queixo "quadrado". As mãos e braços
tremendo, os punhos fechados, a respiração mais rápida, a voz
áspera, ríspida e grosseira.
Como saber se você está com Raiva Para saber se você está com raiva, veja se seu
coração disparou, a respiração acelerou, os pensamentos estão confusos, as
mãos e braços tremem e contraídos, o rosto quente, pálido ou avermelhado,
suor na testa, os músculos da face
contraídos, voz alterada e olhos dilatados. Controle da Raiva Controlar
a Raiva é agir depois dela instalada, impedindo sua evolução. Evitar a Raiva,
consiste em vigiar a mente e para impedir sua instalação. Para controlar a
raiva: ● Preste atenção
sempre a sua mente. ● Não deixe a raiva
crescer. Quando a raiva começar pense em outras coisas ● Não pense no assunto que causou
a raiva. ● Só pense na Raiva
depois que ela passar. ● Não alimente atitudes
agressivas. ● Não adianta esmurrar
travesseiros, paredes, bater nos móveis, nem gritar, pois é pior.
FONTES: CARUSO,D.R. e
SLOVEY,P., Liderança com Inteligência Emocional, M. Books, São
Paulo, 2007 DAMÁSIO,
A., Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos
sentimentos,Companhia das Letras,2004 . DAVIDSON,
R. O estilo emocional do cérebro, Sextante, Rio de Janeiro, 2013, GOLEMAN,
D. Inteligência Emocional, Ed. Ática, 1996. |
3. MEDO
O Medo é uma reação do organismo a uma situação ameaçadora, que pode ser real ou não. Ele foi importante para a preservação humana pois permitiu aos antepassados se salvarem dos perigos que os ameaçavam, fugindo de um leão ou tigre e preservando a espécie. O medo é um aliado do homem, pois o faz cauteloso, prudente e o protege. Uma forma é o medo de andar de avião.
O Medo é
hereditário
A pessoa pode herdar um temperamento
tímido, e sentir medo com pequenos estímulos, quando outras pessoas não
sentiriam. Elas têm limiar de medo baixo, que é a menor quantidade
de estímulo que pode desencadeá-lo. Algumas pessoas se assustam facilmente e
outras são mais difíceis de se
assustarem.
Ser
assustado ou calmo é uma tendência que a pessoa nasce, relacionada com a noradrenalina cerebral. As pessoas
tímidas têm mais noradrenalina no sangue. Pesquisas mostram que crianças
inseguras, que se grudavam nas mães na escola, continuavam medrosas quando
cresciam e com medo de se apresentarem em público. Depois de tratamento
conseguiam superar o medo.
Existem muitos e a forma mais extrema é o terror, além da fobia e da síndrome de pânico, no terreno da doença. Uma forma comum do medo é a preocupação, e outras são ansiedade, apreensão, nervosismo, timidez, vergonha, cautela, inquietação, pavor e susto.
Há o natural e o adquirido. O natural é inato, os animais nascem com ele e é a resposta a uma ameaça real. Quando alguém se aproxima de um passarinho ou peixe, ele corre para defender-se. O medo natural ocorre com rapidez e mobiliza o animal para dar resposta rápida, de vida ou morte. Surge quando alguém vai na rua e aparece um cachorro para mordê-lo. No medo , seu organismo se prepara para a fuga: a amígdala cerebral envia sinais para o hipotálamo estimular a hipófise pelo ACTH (adeno-córtico-trófico hormônio), que estimula a glândula suprarrenal. A hipófise libera o ACTH, que estimula a supra-renal para produzir mais adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera o coração, que manda mais sangue para os músculos, e cortisol aumenta o açúcar sanguíneo, para os músculos correrem.
O medo aprendido é adquirido . O estímulo que o produz vem do
pensamento e do convívio com a família. Exemplos: medo
de barata ou rato que a filha aprendeu com a mãe, medo de escuro que o
filho aprendeu com a mãe, que só dormia com a luz acesa.
Causas do Medo
Medo do futuro: gerado pelo pensamento, pode ser adquirido na família ou com outras pessoas. É o caso do medo da morte, velhice, desamparo, ruína e solidão.
Medo de doenças:
Os mais comuns são infarto do miocárdio, hipertensão arterial, derrame
cerebral, diabetes, colesterol alto,
câncer, demência.
Medo da invalidez: geralmente ocorre devido a uma doença ou a um acidente
de carro, moto, quedas e outros acidentes.
O medo de
fazer sexo: pode surgir em alguém que teve um episódio
de impotência sexual e em outra relação tem medo de fracassar de novo.
O medo de animais: o medo de cachorro pode ser devido a uma
agressão ou a uma mordida de um cão que a pessoa sofreu. Pode ser aprendido
como o de barata e de rato.
Medo de homem ou mulher: em quem conviveu com pai ou mãe violenta.
Medo de água: alguém que quando criança quase se
afogou, pode ter medo de água .
Medo da morte: há nas pessoas
idosas, mas pode existir em jovens .
Medo do
inferno e do Diabo, entre os cristãos.
Medo de
terremotos, em pessoas que vivem em regiões com tremores de
terra.
Medo de inundações e
tempestades: pessoas que vivem em regiões em que existem.
Medo de epidemias: da gripe e de outros vírus, como dengue e zika.
Medo de abandono: do filho
ser abandonado pela mãe ou do namorado(a) pela namorada(o).
Medo de não poder amar outra pessoa: em pessoas que
tiveram dificuldades afetivas quando crianças e que acham que não são capazes
de amar.
Medo de tomar elevador: tem pessoas que tem medo de entrar no elevador.
Medo de Multidões: ocorre em pessoas que têm medo de
andar em muita gente junta.
Síndrome de pânico: ocorre
quando a pessoa fazendo uma atividade qualquer e sente medo cada vez
mais forte, o coração dispara, tontura, tremores, falta de ar e a sensação que
vai morrer.
Medo de altura : em pessoas que não suportam subir a
locais muito elevados.
Fobia social: a pessoa fica com medo e sente mal estar em situações se é observada por outros, como falar em público, num restaurante, lugar com muita gente, etc.
Comportamento no Medo
O medo crônico pode ter consequências severas na vida da pessoa, pois
altera seu corpo e sua conduta. O medroso tem duas opções: uma é fugir
de suas responsabilidades e outra é obedecer ao dominador, por lhe faltarem
forças para desobedecer suas ordens. Ele se subordina e vive
acovardado, tanto nos relacionamentos familiares, quanto nos sociais e
profissionais.
No relacionamento interpessoal, o medroso se sente desvalorizado
perante os outros e transfere o poder para quem o intimida, sentindo-se vítima
dele. A nível profissional, ele deixa de ser competitivo pois perde
a confiança em si mesmo, e pode ficar menos criativo, caminhando para a
estagnação profissional pela diminuição da produtividade no trabalho.
Na área existencial, o medroso tem muitas limitações , pois a inibição é
cada vez maior . Ele pode perder a alegria de viver e tornar-se triste,com perda da confiança em si.
Efeitos do medo no corpo
Preocupação
A preocupação , forma de medo frequente, ela tende a crescer, pois pensamentos automáticos negativos se juntam aos iniciais. Não deixe suas preocupações
crescerem.
REFERÊNCIAS
Bambi
Delarosa et al. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during
implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91:
54
GILLEY,
K., A Alquimia do Medo,Cultrix, S.Paulo, 1999
LORENZINI,
R. Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.
MAIER S., http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/.
4. TRISTEZA
A tristeza é uma reação do organismo a uma perda real ou simbólica, que leva a pessoa à paralisação ou isolamento. A real pode ser perda de uma pessoa, animal ou objeto, a simbólica de planos, objetivos ou expectativas, e pode ser externa ou interna. A externa pode ser de objetos materiais ou afetiva, de pessoas que tenham grande significado. A interna pode ser a frustração de não ter desejos satisfeitos.
A Tristeza
pode ser anúncio de uma doença que virá, ou se instalou. Ela pode surgir
porque a pessoa errou ao fazer algo, ou não conseguiu o que queria, ou depois
de cerimônias fúnebres. Existem pessoas habitualmente tristes, que nascem com esta tendência. Veja em seu
convívio pessoas tristes ou alegres. Ser triste ou alegre é uma tendência
genética que a pessoa nasce , conhecida como melancolia, nostalgia, mágoa,
desânimo, etc.
Sinais da Tristeza
Você pode sentir a Tristeza de
diferentes formas: como pesar, infelicidade, desesperança, desamparo,
solidão, desânimo, rejeição . A expressão facial da tristeza é
característica: a porção interna da sobrancelha fica levantada, os olhos fixos
em um ponto, sem expressão, sem vida, os cantos dos lábios puxados para baixo,
com lágrimas ou não. Ombros caídos,
cabeça voltada para baixo e o olhar voltado para o chão.
Na Tristeza
os ombros caem, a cabeça rebaixada e o olhar dirigido para o chão.
São as reações da tristeza: isolamento, pensamento lento,
concentração diminuída, falta de prazer, alterações do sono e diminuição do
apetite alimentar e sexual. A tristeza aumenta a atividade da amígdala
cerebral esquerda e do lobo temporal direito.
Tipos
e consequências da Tristeza
Há a Tristeza natural e a adquirida. A natural é de
origem genética, ocorrendo nos temperamentos melancólicos. A Tristeza
aprendida se desenvolve durante a vida e a pessoa a adquire no convívio com os
pais, irmãos e parentes. Uma criança que conviveu com pessoas melancólicas fica
triste deprimida pois as emoções são contagiosas.
Consequências da tristeza
No
relacionamento interpessoal a pessoa se sente desvitalizada, sem estímulos e
sem energia para enfrentar os problemas. A nível profissional, deixa de ser
competitiva e criativa, diminuindo a produtividade no trabalho e seu pensamento
é pessimista. No campo existencial o grau de limitação depende do valor da
perda. Na tristeza crônica há perda da alegria de viver e a pessoa fica
desanimada. A reação do organismo à Tristeza é a paralisação e o isolamento,
com pensamentos negativos e as reações corporais surgem na
face.
Finalidade da tristeza
A finalidade da tristeza é
permitir que a pessoa aceite e se submeta à realidade e se afaste para
reestruturar-se. A pessoa triste introduz sua energia em si mesma e passa
algum tempo retraída, reconstruindo seu Eu. Ela usa sua energia para recompor
suas forças, pois não se sente em condições para enfrentar a vida. Quando morre
um membro de um casal muito ligado afetivamente, o sobrevivente às vezes não
consegue se recompor e vive triste e deprimido o resto da vida. Ou morre pouco
tempo depois.
Não reprima a Tristeza
As emoções reprimidas fazem mal ao organismo.
A repressão do choro, leva a bloqueios emocionais que prejudicam o organismo.
Um dos efeitos negativos da repressão das emoções na criança é que ela se torna
um adulto indiferente às emoções dos outros. A Tristeza reprimida pode ser
substituída pelo medo.
Como lidar com a Tristeza
A Tristeza pode ser abordada das
maneiras que se seguem, isoladas ou combinadas.
Dê
sentido a sua vida: estabeleça
no início de cada dia, metas para suas atividades. Preencha seu tempo com
tarefas que tenham significado e sejam agradáveis, para sua vida não ficar sem
sentido. Estabelecendo meta você cria um objetivo e canaliza suas
energias.
Procure distrair-se: vá passear no shopping, ao cinema
ou teatro ver um filme ou peça alegre, veja um jogo de futebol, vá à praia,
encontre amigos, leia livros e revistas, etc. As pessoas que assistem muito
televisão ficam mais deprimidas depois, mostram os estudos.
Pratique exercícios físicos: andar e fazer exercícios físicos
combatem a tristeza , estimulam o organismo e se contrapõem ao baixo estímulo.
A ginástica facial reverte os efeitos
daTristeza sobre os músculos da face, pois os cantos dos lábios são puxados
para baixo. Um exercício é forçar os cantos dos lábios para cima com os dedos,
como se risse. Prenda durante alguns segundos, faça 3 a 4 sessões diárias, cada
uma de 10 elevações.
♦ Sorrir : você deve sorrir sempre, mesmo sem motivo. Ao sorrir
você manda uma mensagem para seu cérebro e evoca na memória a alegria, pois a
percepção da alegria está condicionada ao ato de sorrir. Quando você está
alegre sorri, e quando sorri evoca
a alegria. Para
lidar com a Tristeza sorria sempre, mesmo forçando.
Os acontecimentos da vida têm o lado
bom e o ruim. Procure ver o lado bom deles. Se a tristeza é porque perdeu o
namorado(a), lembre das brigas que tiveram. Veja quantas coisas boas teve na
vida e tenha certeza que virão outras. Recorde as situações divertidas
que viveu.
♦ Cuide de sua imagem pessoal: de sua
aparência, use o perfume que gosta, seja elegante e, se for mulher,
faça maquiagem.
♦ Ajude outras pessoas: você se sentirá útil e desviará a atenção das
preocupações. Faça o bem, não olhe a quem.
♦ Reze: rezar
é um meio eficaz para combater tristeza e depressão, pois a pessoa fica
fortalecida e esperançosa quando busca ajuda sobrenatural.Rezando a pessoa se
sente fortalecida, ao buscar ajuda sobrenatural.
♦ Escreva sobre a tristeza: pesquisas mostram que é útil falar ou escrever sobre
a tristeza 15 ou 20 min./dia, em 5 dias seguidos.
♦ Não beba
álcool, pois piora a Tristeza;.
♦ Não use maconha, cocaína, crack, etc.
♦ Não fique sozinho, para não ter solidão.
♦ Não veja filmes e peças de teatro tristes, nem escute músicas fúnebres.
♦ Não fique ruminando a tristeza. Quanto mais você pensar nela, pior,
pois surgirão pensamentos negativos ( vão rejeitá-lo, não vai ficar bom, etc).
Não fique chorando e se lamentando, pois ficará prisioneiro da tristeza.
5.
Esperança
Esperança
é a capacidade que uma pessoa motivada tem de percorrer caminhos que a levem a
um objetivo desejado (Snyder). Ela sente possível
realizar o desejado, e é uma emoção positiva voltada para o futuro. Para
o Oxford Dictionary a “Esperança é querer que as coisas aconteçam,
pensando que é possível” . Esperançar é “agir com esperança”, e esperar
é aguardar sem praticar ação.
A esperança pode existir como traço de personalidade - esperança
disposicional- ou como um estado da
mente (Lopez, 2004). Quem
tem esperança tem mais bem-estar, prazer, satisfação, paz.
Para
ter esperança, a pessoa deve confiar em si mesmo, para não ser prisioneiro da desesperança, que é um grande mal, e viver ao
sabor de fatores externos, sem poder reagir a eles. O médico sabe o significado
da desesperança, ao ver os olhos de um paciente e sabe se nenhuma
terapêutica será bem sucedida, pois o paciente perdeu a alegria de viver e não reage.
Teoria da Esperança de Snyder
Para Snyder, a Esperança tem componentes cognitivos e afetivos e
considera três elementos: os Objetivos a serem alcançados, os Caminhos a serem
seguidos e a Agência, que é a motivação.
Para haver Esperança devem ser desenvolvidos os
elementos seguintes:
♦ concentrar o pensamentos no objeto desejado;
♦ fazer um planejamento
estabelecendo como atingir os objetivos escolhidos;
♦
estar motivado
para agir com o esforço necessário.
Os objetivos devem ser claros, e a
pessoa acreditar que pode atingi-los. Devem acompanhar o progresso, se alcançou o
sucesso e se referirem à vida da pessoa, sendo de curto ou longo prazo. Eles devem ser agradáveis e contemplar emoções positivas que tragam alegria e
prazer. São âncoras para a Teoria da
Esperança, pois a guiam.
Podem surgir barreiras e
dificuldades não previstas, que devem ser enfrentadas. Deve-se trabalhar para
ultrapassar as barreiras, considerando-as como desafios e não como dificuldades
intransponíveis, e, se for o caso, criar novos caminhos.
♦ Caminhos do Pensamento – Para Snyder,
os objetivos devem orientar a pessoa para atingir seus desejos e ela deve ser
capaz de construir diferentes caminhos com seus pensamentos.
♦ Agência
do Pensamento – a agência se refere ao nível de intenção, confiança e
capacidade da pessoa para percorrer os
caminhos e
chegar ao objetivo. A agência promove a
ação que desenvolve a esperança: a
crença, a motivação, a intenção, o impulso e a persistência.
São fundamentais nela a
crença da pessoa e sua motivação positiva. Quanto mais ela acreditar na sua capacidade de ter
esperanças e de alcança-las, maior será a possibilidade de seu sucesso.
Às vezes é preciso criar novos caminhos pois é impossível
atingir o objetivo por aquele, e quando isto ocorre a convicção e a motivação
da Agência são realimentadas para
alcançar do objetivo. A chave da Teoria da Esperança é poder usar
diferentes caminhos para alcançar o objetivo, sempre com a intenção de
segui-los, pois há íntimo relacionamento entre os caminhos e a Agência (https://doi.org/10.1207/S15327965PLI1304_01).
Efeitos da Esperança
Pesquisas mostram que a Esperança apresenta bons
resultados em diversas áreas da vida. Veja a seguir:
♦ Melhora o desempenho na escola, aumentando a satisfação.
♦ Produz efeitos psicológicos: aumenta
a motivação, a autovalorização,
autoconfiança, a competência social,
criatividade, o pensamento positivo ,e diminui a ansiedade generalizada.
♦ Aumenta o bem-estar: pois a
pessoa acredita que vai alcançar seus objetivos e confia na sua capacidade de
vencer os obstáculos.
♦ As pessoas esperam resultados positivos:
querem ter maior controle nas suas vidas; são mais preparadas para lidar com
estressores; têm maior autoestima; apresentam menos depressão (Snyder et al.,
1991).
♦ Efeitos médicos: as crianças aumentam a adesão aos
tratamentos de asma; aumentam os comportamentos promotores da saúde que
previnem a doença, como praticar exercícios físicos; ajuda pacientes terminais
a ter mais emoções positivas, evitando a desesperança; permite que pratique
melhor a Resiliência e resistam ao estresse; traz mais otimismo.
Que
fazer para ter mais Esperança
♦ Melhore
sua autoconfiança – recorde-se de suas realizações na vida e diga a si mesmo: “só consegui fazer isto graças a meu esforço.” Se diminuir o entusiasmo, diga a si mesmo “ Vou conseguir fazer”.
♦ Planeje
o que vai fazer para ter mais sucesso.
♦ Melhore
sua autoestima: dê mais valor a si
mesmo, fique satisfeito com seu
modo de ser e tenha confiança em seus atos e julgamentos.
♦ Vigie
permanentemente sua mente e não deixe emoções e pensamentos negativos
tomarem conta dela.
♦
Pratique o Pensamento Positivo: as informações
positivas estimulam sua mente e dão mais
bem-estar..
♦ Melhore seu autoconhecimento: conheça bem suas
qualidades, valorize-as e aperfeiçoe. Dê mais valor a si mesmo e ao que você
tem.
♦ Identifique seus defeitos e aceite-os
pois ninguém é perfeito. Corrija seus
pontos fracos.
♦ Saiba o que lhe dá bem-estar e como
atingir.
♦
Saiba quais seus valores e oriente sua vida com eles. Procure ter equilíbrio emocional,
e conviver com pessoas que lhe valorizam.
Relação entre Esperança e Sentido de Vida
O sentido de vida de uma pessoa é o significado, propósito e orientação que ela dá a sua vida.Varia nas diferentes fases da vida, e podem haver vários sentidos numa mesma fase, em
diferentes áreas: crescimento pessoal, família, finanças, acadêmica,
profissional, etc.
Não há um sentido único de vida, mas sim diversos sentidos, que a pessoa deve estabelecer, baseada em seus valores, em suas preferências, em suas escolhas, que ela vai operacionalizar. Seus valores, expressos através de suas crenças, interferem na escolha dos objetivos de sua vida. Os sentidos de sua vida expressam suas esperanças, são os objetivos que você almeja.
Toda pessoa deve procurar concretizar
seus sentidos de vida, para dar valor a si mesmo. O sentido de vida de uma
pessoa pode ser viver com bem-estar, em paz, com equilíbrio, satisfeito,
alegre, contente e sorrindo para a vida!
REFERÊNCIAS E LINKS
1. https://doi.org/10.1207/S15327965PLI1304_01
2.
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/4337/1/ulfpie039532_tm.pdf
3. Post 33, Novo conceito de Bem-estar.