Esta página se destina a divulgar,
informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em
livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina
e Psiconeuropedagogia.
Os posts refletem a experiência de
dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino
superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os
temas.
O
material deste blog é exclusivamente informativo e não tem finalidade
terapêutica, que só deve ser feita por médicos e psicólogos.
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Este Blog teve 7.740 visitas, até 15-10-2018,
em 53 países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
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Leitura em 19 minutos
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Aproveite o máximo as coisas boas
que tiver na vida!
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Neste
post você verá a pesquisa de Branden sobre o comportamento de casais apaixonados
durante muitos anos. Porque alguns consideram erroneamente o Amor
Romântico um vício, e porque ele não é um vício, bem como as instituições
médicas internacionais que não o consideram como vício. E a estória dos seres
divididos, contada por Platão.
♦♦♦
Como se comportam os casais
apaixonados bem-sucedidos?
Existem casais que ficam apaixonados por dezenas de anos. Têm brigas e dificuldades de relacionamento, mas preservam o amor
durante muito tempo. Branden, pesquisou estes
casais e verificou que seus principais comportamentos foram:
♦ Os
apaixonados expressam seu amor
verbalmente ou por meio de comportamentos que o parceiro considera uma mensagem de amor. Agradam o parceiro sempre dando-lhe pequenos
presentes - flores, guloseimas e outros agrados, gestos estes que significam
dizer "Eu
te amo" ou algo equivalente. Esse comportamento mantém e fortalece o
amor.
Os apaixonados durante muito tempo expressam o amor com presentes.
♦ Os apaixonados durante
muito tempo são afetuosos, ficam de mãos dadas, se abraçam e beijam, e se confortam, dando uma xícara de café,
um travesseiro ou botando um cobertor. Diz Branden que uma esposa lhe contou que “Para mim, um afago é tão importante quanto falar ou fazer
amor ”.
Os apaixonados durante anos são afetuosos, se
abraçam e ficam de mãos dadas.
♦ Os apaixonados durante muito tempo expressam seu amor
sexualmente.
As pessoas felizes no amor são inclinadas a
experimentar a intimidade sexual como uma forma de contato. O
sexo continua a ser vital para eles, mesmo com o passar do tempo, mas eles não o consideram o aspecto mais importante do relacionamento. Acham que a união do casal é mais “ espiritual” . Há
grandes variações na frequência de fazer amor entre os casais e o ato sexual é ligado a sentimentos de amor, carinho e muitas emoções.
As pessoas felizes no amor
prolongado experimentam a intimidade sexual.
“Se eu estou contando a meu
marido o que fiz no trabalho naquele dia, ou a maneira como me visto, ou como
preparei uma refeição, ele presta atenção a tudo. E me deixa ver seu
orgulho e alegria. Sinto-me como se estivesse debaixo de um maravilhoso
holofote.
Vou lhe dizer uma coisa: ser amado pode ser a melhor coisa do mundo,
mas amar alguém, ser capaz de apreciar e admirar alguém, como eu faço com meu
marido, ainda é melhor. E eu deixo ele saber disso.”
Os casais idosos bem sucedidos
no amor conversam sobre muitas coisas.
♦ Os apaixonados durante
muito tempo conversam sobre si mesmos
e sobre suas vidas. Conversam sobre suas vidas
interiores, sobre seus pensamentos, sentimentos, esperanças, sonhos, aspirações,
mágoas, raivas, saudades e lembranças, São interessados na vida do outro e confiam
e ouvem muito o parceiro.
Os casais idosos que se amam conversam sobre suas vidas
interiores.
♦ Os apaixonados durante
muitos anos oferecem apoio
emocional um ao outro. Estão juntos na doença, nos
tempos difíceis, e são os melhores amigos um do outro, sendo dedicados aos seus interesses
e bem-estar.
Os idosos apaixonados são os melhores
amigos um do outro.
♦ Os apaixonados durante muito tempo expressam o bem querer ajudando ao outro. Ajudam nas tarefas para aliviar
o parceiro, compartilhando o trabalho doméstico ou fazer tarefas extra. O
desejo de dar prazer ao parceiro é claro e a recompensa é ver uma expressão de
alegria e satisfação no seu rosto.
Os apaixonados de muito tempo expressam
o amor com carinhos.
♦ Os
apaixonados durante muito tempo são tolerantes um com o outro. Os casais que vivem juntos durante muito
tempo não se importam com às imperfeições do outro. Cada um sabe que não é
perfeito e não exige perfeição do parceiro. Para eles, as virtudes do
parceiro superam suas deficiências e levam em conta mais seus lados positivos. Mas pedem ao outro mudanças de
comportamento, e conseguem. Não dão
muita importância às dificuldades naturais do relacionamento.
♦ Os apaixonados durante
muito tempo dedicam horas para ficarem sozinhos. Eles acham que é importante estimular o relacionamento e que o Amor Romântico precisa cuidado e atenção. Não gostam
de participar de atividades que os separem, a menos que hajam razões muito
fortes. Para Branden, a maior ameaça para eles não vem do trabalho, mas de suas
obrigações sociais, pois sabem que as
noites passadas com outras pessoas não podem jamais serem vividas a sós.
Os
apaixonados de muito tempo dedicam tempo para ficarem
sozinhos.
Todas as características citadas,
diz Branden, não estavam presentes em
todos os relacionamentos felizes, mas em qualquer relacionamento feliz a maioria delas estava presente.
Porque alguns consideram erradamente que o Amor Romântico é um vício?
O Amor Romântico tem elementos que
levaram alguns pesquisadores a considerá-lo erradamente um vício semelhante ao
fumo, alcoolismo, jogo, usar cocaína e drogas semelhantes. São considerados a
obsessão do apaixonado, pensar frequentemente no seu amor, o prazer com sua
presença e o contato físico. A bioquímica cerebral do apaixonado é comparável à
dos viciados, pelo aumento da dopamina e noradrenalina e diminuição da
serotonina. (Earp,https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5378292/).
Os viciados têm dependência de seus vícios e síndromes de abstinência
quando privados deles e os apaixonados privados do contato com o amado também podem
ter dependência e crise de abstinência, que pode chegar ao desespero e ao
suicídio quando a relação acaba.
Os viciados em
cigarros quando privados deles têm dependência.
Entretanto
uma análise mais profunda mostra que o
Amor Romântico não é um vício, pelas razões seguintes:
1. A palavra Vício, vem do latim VITIO e significa "falha",
"defeito". O vício é um
hábito maléfico que depois de certo tempo causa prejuízos ao viciado
e às pessoas que o cercam.
Um vício, como fumar, beber, etc. é uma falha,
um defeito. E é maléfico.
2.
Uma das necessidades básicas humanas é a Necessidade de Ligação, que se
expressa de diversas formas, como pelo Amor Romântico, uma forma
particular de amor.
3.
Bilhões de seres humanos praticam o Amor Romântico em todo o mundo, para
atenderem a suas necessidades emocionais e manterem a espécie humana. Como pode o Amor Romântico ser um vício, se
leva bilhões de pessoas ao bem-estar e à felicidade? Não é lógico aceitar-se esta afirmativa.
O Amor Romântico não é um vício, pois leva ao bem-estar
e à felicidade.
Ao
contrário, o Amor Romântico pode ser
considerado uma virtude, pelo prazer, alegria, bem-estar e contentamento
que traz aos apaixonados.
O
Amor Romântico é uma virtude, pelo prazer, alegria e bem-estar que traz.
4. Por outro lado, uma das finalidades do Amor Romântico é garantir a sobrevivência da espécie humana. Como ele é um defeito humano, se a finalidade é tão nobre? Não é razoável aceitar-se isto.
Se
uma finalidade do Amor é a sobrevivência humana,ele não pode ser um vício.
5.
É verdade que há amores românticos
doentios, que são expressões de defeitos e desvios, e que causam mal a
outras pessoas. Mas constituem exceções
à regra geral, que devem ser tratados pela Medicina.
Quanto às semelhanças bioquímicas apontadas, o
Amor Romântico utiliza os mesmos caminhos cerebrais utilizados por outros
processos mentais, porque estes são os caminhos disponíveis. Mas isto não o
transforma em vício. Duas pessoas diferentes podem andar pelo mesmo caminho e
isto não as torna iguais.
Daí concluir-se que o
Amor Romântico não é vício.
Porque Instituições internacionais Médicas não consideram o Amor Romântico um vício?
Num
amor profundo o apaixonado tem um sentimento muito forte e muitos pensamentos sobre o apaixonado, que lhe trazem bem-estar e alegria. Ele pensa muito em seu amor, porque faz parte da natureza do seu
sentimento, mas isto não quer dizer que ele tenha uma obsessão, pois não é
portador de um vício. Não confundir amor
profundo com obsessão e vício.
Um amor profundo correspondido,
em vez de malefício traz bem-estar e alegria. O
desejo do apaixonado de estar junto da pessoa querida é diferente do comportamento
compulsivo que ele teria se o amor romântico fosse um vício. O desejo é espontâneo e não uma compulsão, que é uma imposição interna irresistível que o empurraria
para seu amor.
A compulsão é uma imposição
interna que leva a pessoa a procurar o vício.
No amor o desejo faz o apaixonado
procurar o outro.
Duas instituições internacionais classificam
as doenças humanas e não consideram o Amor Romântico um vício. Algumas
pessoas não controlam seus comportamentos sexuais e assediam outras de forma não
consentida, e este comportamento é rotulado por alguns, equivocadamente, de
"vício sexual".
Para a Organização
Mundial de Saúde, na “Classificação Internacional de Doenças – CID 11”, a
denominação correta para este distúrbio é "Transtorno Compulsivo do Comportamento
Sexual". Um apaixonado pode ser portador deste distúrbio sexual, mas não
é por isto que o Amor Romântico deva ser considerado um vício (https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love).
A Organização Mundial da Saúde(Genebra), não
considera o amor um vício.
No
mesmo sentido, a Associação Americana de
Psiquiatria, através do “Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos
Mentais”, o DMS -5 na sua última versão, denomina o transtorno de
"Hipersexualidade", ou seja, também
não considera os distúrbios do Amor Romântico como vicio.
A estória
dos Seres Divididos
Platão, no “Banquete”, na palavra de Aristófanes, dá uma interpretação do significado do amor romântico. Ele diz que
“Se os homens tivessem percebido o poder
do amor, (...) os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores
sacrifícios lhe fariam(...). E descreve o ser humano de antigamente, com dois sexos,
masculino e feminino:
“Inteiriça
era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; tinha quatro
mãos e quatro pernas, dois rostos sobre um pescoço torneado; mas a
cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro, era uma só. Quatro orelhas e dois órgãos sexuais'(PLATÃO,
O Banquete, Os Pensadores III, Ed.
Abril Cultural, São Paulo,1972,p150).
Os seres humanos eram muito presunçosos e brigaram com os deuses do
Olimpo. Eles pediram providências a Zeus e este decidiu dividir cada ser ao
meio, para ele ficar mais fraco. Zeus
mandou cortar cada ser humano em dois. A partir daquele momento cada ser passou a ter o desejo de encontrar
sua outra metade, unir-se a ela e lhe dar a mão para viverem juntos, procurando ser felizes.
Esta é a grande lição que Platão nos deu, há cerca de 300 anos antes de
Cristo, lição esta com a qual a Medicina e a Neuropsicologia do século XXI estão de
acordo: procure encontrar no mundo sua
outra metade e quando encontrá-la se entregue a ela com todo sentimento, confesse
seu amor e seja um só com ela. Se complete como ser humano. Assim poderá ter uma vida com melhor qualidade, mais saúde,
mais bem-estar e será mais feliz.
Encontre sua outra metade, confesse seu
amor e seja feliz com ela.
♦♦♦
Agradecemos
a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e revisão do
texto.
♦♦♦
Compartilhe e divulgue este Post para termos
pessoas com mais bem-estar, mais tranquilidade e um mundo melhor!
♦♦♦
RESUMO
1.
Há casais que
permanecem apaixonados por dezenas de anos apesar das brigas e
dificuldades. Branden os pesquisou e constatou que seus principais
comportamentos foram os seguintes, embora as características referidas não estivessem presentes em todos os
casamentos felizes, mas estavam na maioria deles.
Os casais apaixonados expressam seu
amor verbalmente ou por comportamentos de
uma forma que o parceiro considera uma expressão de amor. Eles agradam o parceiro
dando a ele pequenos presentes, que equivalem a dizer "Eu te amo" ou algo semelhante.
2. Eles são
afetuosos, se dão as mãos, abraçam-se, beijam-se, etc.
e expressam o amor sexualmente. O
sexo é vital para eles, mesmo com o passar do tempo, porque o consideram como uma forma de expressar o amor. Expressam
verbalmente sua admiração e apreciação pelo parceiro, e conversam
sobre muitas coisas.
3. Conversam
sobre si mesmos e sobre suas vidas, sobre seus pensamentos, sentimentos,
esperanças, sonhos, aspirações, mágoas, raivas e lembranças. Confiam e ouvem o parceiro, mais do que
a outros e dão apoio emocional a ele, estando juntos na doença e nas crises. São os melhores amigos um do outro, dedicando-se aos seus interesses
e bem-estar.
4. Eles
expressam seu amor ajudando a fazer as tarefas,
inclusive do trabalho doméstico. Querem sempre dar prazer ao parceiro e para
eles a recompensa é ver alegria e satisfação no seu rosto. São
tolerantes um com o outro, e não dão valor às suas imperfeições. Para
eles, as virtudes do parceiro superam suas deficiências e consideram mais seus
aspectos positivos. Não dão muita importância às dificuldades de relacionamento existentes.
5. Criam
tempo para ficarem sozinhos, pois acham que o amor para durar merece
cuidado e atenção. Não gostam de participar de atividades que os separem, a
menos que hajam razões muito fortes. A maior ameaça para eles está nas suas obrigações
sociais, pois acreditam que as noites passadas com outras pessoas são perdidas
para eles.
6. O
Amor Romântico tem algumas características que levaram alguns pesquisadores a
considerá-lo erradamente um vício, igual ao fumo, alcoolismo, jogo e drogas. São elas a obsessão pelo apaixonado, o prazer com sua presença e o contato
físico. Por outro lado, a bioquímica cerebral do apaixonado é comparável à dos viciados,
devido ao aumento da dopamina e noradrenalina e diminuição da serotonina.
Os viciados têm dependência e síndromes de abstinência quando privados de seus vícios e os apaixonados privados do contato com o amado podem ter dependência e crise de
abstinência, que podem chegar ao suicídio, se a relação acabar.
7. Mas uma análise mais profunda mostra que o Amor Romântico não é um vício, pelas razões seguintes: a palavra vício, vem do latim VITIO e
significa "falha", "defeito". O vício é um hábito maléfico que depois de certo tempo causa prejuízos
ao viciado e às pessoas que o cercam.
Uma das necessidades humanas básicas
é a de Ligação, que se expressa pelo Amor Romântico, em bilhões de seres
humanos no mundo. Não é razoável aceitar-se que o Amor Romântico seja um vício, desde que ele leva
bilhões de pessoas ao bem-estar e à felicidade. Pelo contrário, ele pode
ser considerado uma virtude, pelo prazer, alegria e bem estar que dá aos
apaixonados.
8.
Por outro lado, uma das finalidades do Amor Romântico é garantir a
sobrevivência humana. Como
ele pode ser um defeito humano, se tem uma finalidade tão nobre? É verdade que há amores românticos doentios,
que são expressões de defeitos e desvios
psicológicos, mas são exceções à regra geral e não podem ser universalizados. Daí a conclusão: o Amor Romântico não
é um vício.
9. Em um amor profundo o apaixonado pode ter um sentimento muito forte e pensar muito na pessoa amada, mas isto não é uma obsessão, pois traz
a ele bem-estar e alegria. Ele não tem uma compulsão, pois não é impelido de
forma irresistível a se aproximar da amada.
Duas instituições
internacionais não consideram o Amor Romântico um vício.
Algumas pessoas não controlam seus comportamentos sexuais e assediam outras de
forma não consentida, e este comportamento é chamado por alguns, de "vício
sexual". Para a Organização Mundial
de Saúde, na “Classificação Internacional de Doenças – CID 11”, a denominação
correta é "Transtorno Compulsivo do Comportamento Sexual".
10 . No
mesmo sentido, a Associação Americana de
Psiquiatria, através do “Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos
Mentais”, o DMS -5, na sua última
versão, denomina este transtorno de "Hipersexualidade", e também não considera os distúrbios do Amor
Romântico como vicio.
REFERÊNCIAS
2. Earp,et
al. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5378292/) .
3. https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love
4. FISCHER, H, Por que Amamos, Record, Rio de Janeiro,
2006.
5. SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola, 2ª. Ed. Fac. Castro Alves, Bahia,
2000.
6. BRANDEN, N., A Psicologia do Amor. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1998.
7.
Post 10, 7/6/2016,”Alegria
e bom humor - como cultivar?”
8. Post 38,15-8-18,“Como ter Bom Relacionamento ?”
9. https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love
10. PLATÃO,
O Banquete, Os Pensadores III, Ed.
Abril Cultural, São Paulo,1972.
IMAGENS: Pixabay.com
4. Por outro lado, uma das finalidades do Amor Romântico é garantir a sobrevivência da espécie humana. Como ele é um defeito humano, se a finalidade é tão nobre? Não é razoável aceitar-se isto.
Se
uma finalidade do Amor é a sobrevivência humana,ele não pode ser um vício.
5.
É verdade que há amores românticos
doentios, que são expressões de defeitos e desvios, e que causam mal a
outras pessoas. Mas constituem exceções
à regra geral, que devem ser tratados pela Medicina.
Quanto às semelhanças bioquímicas apontadas, o
Amor Romântico utiliza os mesmos caminhos cerebrais utilizados por outros
processos mentais, porque estes são os caminhos disponíveis. Mas isto não o
transforma em vício. Duas pessoas diferentes podem andar pelo mesmo caminho e
isto não as torna iguais.
Daí concluir-se que o
Amor Romântico não é vício.
Porque Instituições internacionais Médicas não consideram o Amor Romântico um vício?
Num amor profundo o apaixonado tem um sentimento muito forte e muitos pensamentos sobre o apaixonado, que lhe trazem bem-estar e alegria. Ele pensa muito em seu amor, porque faz parte da natureza do seu sentimento, mas isto não quer dizer que ele tenha uma obsessão, pois não é portador de um vício. Não confundir amor profundo com obsessão e vício.
Um amor profundo correspondido, em vez de malefício traz bem-estar e alegria. O desejo do apaixonado de estar junto da pessoa querida é diferente do comportamento compulsivo que ele teria se o amor romântico fosse um vício. O desejo é espontâneo e não uma compulsão, que é uma imposição interna irresistível que o empurraria para seu amor.
A compulsão é uma imposição
interna que leva a pessoa a procurar o vício.
No amor o desejo faz o apaixonado
procurar o outro.
Duas instituições internacionais classificam
as doenças humanas e não consideram o Amor Romântico um vício. Algumas
pessoas não controlam seus comportamentos sexuais e assediam outras de forma não
consentida, e este comportamento é rotulado por alguns, equivocadamente, de
"vício sexual".
Para a Organização
Mundial de Saúde, na “Classificação Internacional de Doenças – CID 11”, a
denominação correta para este distúrbio é "Transtorno Compulsivo do Comportamento
Sexual". Um apaixonado pode ser portador deste distúrbio sexual, mas não
é por isto que o Amor Romântico deva ser considerado um vício (https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love).
A Organização Mundial da Saúde(Genebra), não
considera o amor um vício.
No
mesmo sentido, a Associação Americana de
Psiquiatria, através do “Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos
Mentais”, o DMS -5 na sua última versão, denomina o transtorno de
"Hipersexualidade", ou seja, também
não considera os distúrbios do Amor Romântico como vicio.
A estória dos Seres Divididos
“Se os homens tivessem percebido o poder
do amor, (...) os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores
sacrifícios lhe fariam(...). E descreve o ser humano de antigamente, com dois sexos,
masculino e feminino:
“Inteiriça
era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; tinha quatro
mãos e quatro pernas, dois rostos sobre um pescoço torneado; mas a
cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro, era uma só. Quatro orelhas e dois órgãos sexuais'(PLATÃO,
O Banquete, Os Pensadores III, Ed.
Abril Cultural, São Paulo,1972,p150).
Os seres humanos eram muito presunçosos e brigaram com os deuses do
Olimpo. Eles pediram providências a Zeus e este decidiu dividir cada ser ao
meio, para ele ficar mais fraco. Zeus
mandou cortar cada ser humano em dois. A partir daquele momento cada ser passou a ter o desejo de encontrar
sua outra metade, unir-se a ela e lhe dar a mão para viverem juntos, procurando ser felizes.
Esta é a grande lição que Platão nos deu, há cerca de 300 anos antes de
Cristo, lição esta com a qual a Medicina e a Neuropsicologia do século XXI estão de
acordo: procure encontrar no mundo sua
outra metade e quando encontrá-la se entregue a ela com todo sentimento, confesse
seu amor e seja um só com ela. Se complete como ser humano. Assim poderá ter uma vida com melhor qualidade, mais saúde,
mais bem-estar e será mais feliz.
Encontre sua outra metade, confesse seu
amor e seja feliz com ela.
♦♦♦
Agradecemos
a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira, através de sugestões e revisão do
texto.
♦♦♦
Compartilhe e divulgue este Post para termos
pessoas com mais bem-estar, mais tranquilidade e um mundo melhor!
♦♦♦
RESUMO
1.
Há casais que
permanecem apaixonados por dezenas de anos apesar das brigas e
dificuldades. Branden os pesquisou e constatou que seus principais
comportamentos foram os seguintes, embora as características referidas não estivessem presentes em todos os
casamentos felizes, mas estavam na maioria deles.
Os casais apaixonados expressam seu amor verbalmente ou por comportamentos de uma forma que o parceiro considera uma expressão de amor. Eles agradam o parceiro dando a ele pequenos presentes, que equivalem a dizer "Eu te amo" ou algo semelhante.
2. Eles são afetuosos, se dão as mãos, abraçam-se, beijam-se, etc. e expressam o amor sexualmente. O sexo é vital para eles, mesmo com o passar do tempo, porque o consideram como uma forma de expressar o amor. Expressam verbalmente sua admiração e apreciação pelo parceiro, e conversam sobre muitas coisas.
3. Conversam
sobre si mesmos e sobre suas vidas, sobre seus pensamentos, sentimentos,
esperanças, sonhos, aspirações, mágoas, raivas e lembranças. Confiam e ouvem o parceiro, mais do que
a outros e dão apoio emocional a ele, estando juntos na doença e nas crises. São os melhores amigos um do outro, dedicando-se aos seus interesses
e bem-estar.
4. Eles
expressam seu amor ajudando a fazer as tarefas,
inclusive do trabalho doméstico. Querem sempre dar prazer ao parceiro e para
eles a recompensa é ver alegria e satisfação no seu rosto. São
tolerantes um com o outro, e não dão valor às suas imperfeições. Para
eles, as virtudes do parceiro superam suas deficiências e consideram mais seus
aspectos positivos. Não dão muita importância às dificuldades de relacionamento existentes.
5. Criam
tempo para ficarem sozinhos, pois acham que o amor para durar merece
cuidado e atenção. Não gostam de participar de atividades que os separem, a
menos que hajam razões muito fortes. A maior ameaça para eles está nas suas obrigações
sociais, pois acreditam que as noites passadas com outras pessoas são perdidas
para eles.
6. O
Amor Romântico tem algumas características que levaram alguns pesquisadores a
considerá-lo erradamente um vício, igual ao fumo, alcoolismo, jogo e drogas. São elas a obsessão pelo apaixonado, o prazer com sua presença e o contato
físico. Por outro lado, a bioquímica cerebral do apaixonado é comparável à dos viciados,
devido ao aumento da dopamina e noradrenalina e diminuição da serotonina.
Os viciados têm dependência e síndromes de abstinência quando privados de seus vícios e os apaixonados privados do contato com o amado podem ter dependência e crise de
abstinência, que podem chegar ao suicídio, se a relação acabar.
7. Mas uma análise mais profunda mostra que o Amor Romântico não é um vício, pelas razões seguintes: a palavra vício, vem do latim VITIO e
significa "falha", "defeito". O vício é um hábito maléfico que depois de certo tempo causa prejuízos
ao viciado e às pessoas que o cercam.
Uma das necessidades humanas básicas
é a de Ligação, que se expressa pelo Amor Romântico, em bilhões de seres
humanos no mundo. Não é razoável aceitar-se que o Amor Romântico seja um vício, desde que ele leva
bilhões de pessoas ao bem-estar e à felicidade. Pelo contrário, ele pode
ser considerado uma virtude, pelo prazer, alegria e bem estar que dá aos
apaixonados.
8.
Por outro lado, uma das finalidades do Amor Romântico é garantir a
sobrevivência humana. Como
ele pode ser um defeito humano, se tem uma finalidade tão nobre? É verdade que há amores românticos doentios,
que são expressões de defeitos e desvios
psicológicos, mas são exceções à regra geral e não podem ser universalizados. Daí a conclusão: o Amor Romântico não
é um vício.
9. Em um amor profundo o apaixonado pode ter um sentimento muito forte e pensar muito na pessoa amada, mas isto não é uma obsessão, pois traz
a ele bem-estar e alegria. Ele não tem uma compulsão, pois não é impelido de
forma irresistível a se aproximar da amada.
Duas instituições
internacionais não consideram o Amor Romântico um vício.
Algumas pessoas não controlam seus comportamentos sexuais e assediam outras de
forma não consentida, e este comportamento é chamado por alguns, de "vício
sexual". Para a Organização Mundial
de Saúde, na “Classificação Internacional de Doenças – CID 11”, a denominação
correta é "Transtorno Compulsivo do Comportamento Sexual".
10 . No
mesmo sentido, a Associação Americana de
Psiquiatria, através do “Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos
Mentais”, o DMS -5, na sua última
versão, denomina este transtorno de "Hipersexualidade", e também não considera os distúrbios do Amor
Romântico como vicio.
REFERÊNCIAS
2. Earp,et
al. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5378292/) .
3. https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love
4. FISCHER, H, Por que Amamos, Record, Rio de Janeiro,
2006.
5. SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola, 2ª. Ed. Fac. Castro Alves, Bahia,
2000.
6. BRANDEN, N., A Psicologia do Amor. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1998.
7.
Post 10, 7/6/2016,”Alegria
e bom humor - como cultivar?”
8. Post 38,15-8-18,“Como ter Bom Relacionamento ?”
9. https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love
10. PLATÃO,
O Banquete, Os Pensadores III, Ed.
Abril Cultural, São Paulo,1972.
IMAGENS: Pixabay.com
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