Emoção e Atenção: E-book 62

E-book 62

Amor Romântico – atualização

Leitura em 30 minutos

P S I C O L O G I A

M O D E R NA

Blog emo,çaoeatencao@blogspot.com

Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos

2024 - Bahia- Brasil

QUEM É O AUTOR

Jair de Oliveira Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar, Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.

Criou o blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou 90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve , segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.

Pioneiro da Educações das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3- Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos Históricos, Fundamentos e Resultados.

Dedicou-se à Educação Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e” Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.

Dedico este e-book:

In memoriam: A minha inesquecível esposa, Olívia, meu Pai e minha Mãe.

A meus filhos:Jair Filho, César, Telma, Vinicius e Paulo

A meus netos: Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro Gabriel, Maria Eduarda , Larissa e Arthur.

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A todos que nos propiciaram condições e estimularam estudos, pesquisas e reflexões sobre a Educação das Emoções.

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“Quem conhece aos outros é inteligente, quem conhece a si mesmo é sábio“.

Lao Tsé – Tao te King, XXXIII

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“Trata a humanidade, na tua própria pessoa ou na de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”

Kant I., “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, 1786.

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“Não há outro universo, senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora de si um fim que o homem se realizará como ser humano”

Sartre,J.P., “O Existencialismo é um humanismo”, 1944

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“Para criar uma boa vida, não basta lutar por metas que nos trazem prazer, mas também escolher metas que reduzirão a soma total de entropia no mundo”.

Mihaly Csikszentmihalyi , A Descoberta do Fluxo, 1999.

COMUNICADO

A partir de 26-11-22, o blog emoçaoeatencao@blogspot.com

terá nova orientação, para atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de sua filosofia de trabalho, publica também e-books gratuitos, que conterão o conteúdo dos posts já publicados, além de novos conteúdos, de modo a constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.

Já publicou 63 E-books sobre assuntos de neuropsicologia.

Ranking database emoção atenção@blogspot.com, pesquisa.

Imagens de ranking data base emocaoeatencao@blogspot.com

RELAÇÃO DOS CONTEÚDOS DO E-BOOK 62

Capitulo 1: Que é Amor Romântico

Capitulo 2: O Amor Romântico no dia a dia

Capítulo 3: Amor Romântico Prolongado

CAPÍTULO 1

QUE É AMOR ROMÂNTICO

Neste e-book você verá o que é o Amor Romântico, o que sente a pessoa apaixonada e qual a química do Amor Romântico. E a relação entre Sexo e Amor Romântico, o que faz uma pessoa se apaixonar, se a paixão muda com o tempo, a causa do Amor à primeira vista, as semelhanças básicas e diferenças que complementam o amor dos apaixonados, qual a atividade cerebral no Amor Romântico e porque termina o Amor Romântico.

O que é o Amor Romântico

O Amor Romântico é um apego apaixonado que atrai duas pessoas, de natureza emocional-sexual- espiritual. Tem três componentes: um emocional, um sexual e uma afinidade, resultante dos valores comuns existentes entre o casal. Se você escolheu alguém para viverem juntos, ele é um valor para você (http://mylifebook.com/blog/a-vision-of-romantic-love-by-dr-nathaniel-branden/,29-3-2016).

O Amor Romântico é uma atração entre duas pessoas.

O valor para uma pessoa é aquilo que ela gosta e prefere em relação a escolhas que possa fazer. Cada pessoa tem seus valores, que a movem para praticar suas ações. Se lhe dão um caju e uma manga para escolher e você escolhe a manga, ela é um valor para você e o caju não. Seus valores você escolhe livremente.

Os alimentos que você bota no prato são seus valores alimentares.

O amor romântico está presente em quase todas as sociedades humanas e tem sido estudado de várias perspectivas. A Biologia Evolutiva considera "quatro perguntas". A primeira é relacionada com os mecanismos, sociais, psicológicos, genéticos, neurais e endócrinos. A segunda, é relacionada com o desenvolvimento, e considera que o amor romântico pode existir ao longo da vida humana, devido a fatores internos e externos . Nas perspectivas transculturais há possibilidade da incompatibilidade evolutiva.

A terceira pergunta se refere à função, e considera os benefícios e custos relacionados com a aptidão do amor romântico em referência à escolha do parceiro, no namoro, sexo e vínculo de casal. O amor romântico resulta de adaptações do casal.A quarta pergunta relaciona-se com a história evolutiva do amor romântico e mostra que ele evoluiu em nossos ancestrais recentes. Há os antecedentes mamíferos para o amor romântico e a contribuição dos genes e da cultura para a expressão do amor romântico moderno. (Revista Psicologia 2021; 12: 573123. Publicado em 12 de abril de 2021. doi: 10.3389/fpsyg.2021.573123)

Sentimentos do apaixonado e química do Amor Romântico

Os apaixonados admiram seu amado de cinco formas: sua beleza, seu comportamento emocional, seu modo de ser profissional, intelectual ou espiritual. Quando os amantes têm valores e visões de vida semelhantes se completam. O componente emocional é expressado pela alegria, satisfação e prazer que os apaixonados sentem quando estão juntos, que gera o impulso de se entregarem e se transformarem numa só pessoa.

Um componente emocional do Amor Romântico é a alegria.

Características do Amor Romântico

São três : focalização da atenção e pensamento no amado; grande motivação para estarem juntos e comportamento para objetivos que envolvam a presença do amado.

O apaixonado prefere o amado, pensa nele o tempo todo, se concentra em suas virtudes e lembra com facilidade de acontecimentos e objetos a ele relacionados. Estes comportamentos são explicados pelos altos níveis de dopamina e noradrenalina encontrados em seus cérebros.

A obsessão do apaixonado pelo amado o leva a pensar muito nele e sua causa é a diminuição da serotonina no cérebro, que ocorre também em portadores de Distúrbio Obsessivo Compulsivo, no qual o pensamento é fixado em objetos ou situações.

O apaixonado fixa o pensamento em seu amor.

Quando o apaixonado vê a amada sente sua energia aumentar, fica agitado, o coração bate mais depressa, a respiração acelera e ele fica ansioso. Porque seu cérebro produz mais noradrenalina, que dá estas sensações. Além de insônia, perda de apetite e aumento da memória (que o faz lembrar detalhes dos momentos passados juntos).

Os apaixonados aceleram coração e respiração ao verem o amado.

Relação Sexo e Amor Romântico

Uma característica do Amor Romântico é o desejo da união sexual, com a finalidade de manter a espécie. A importância do sexo vem do prazer que dá aos amantes e porque atende necessidade psicológica de amar e ser amado. Ele proporciona um dos prazeres mais intensos da vida, que é o sentimento resultante da satisfação de um desejo.

O sexo envolve o corpo, o sentimento e o pensamento. O prazer e a alegria que ele proporciona são a razão de ser do seu poder, pois ele integra as percepções, emoções, valores e pensamentos. O apaixonado pode ter aumento da testosterona, responsável pelo desejo sexual, que estimula a praticar o sexo. No sexo o indivíduo encontra-se com o parceiro e consigo mesmo, e o ideal é que exista amor na relação sexual.

O que faz uma pessoa se apaixonar

É a presença de estímulos cerebrais vindos de alguém, que desencadeiam a ativação de determinadas regiões do cérebro do outro. O ser humano tem três necessidades básicas: satisfação, segurança e ligação, e uma das necessidades de ligação é amar e ser amado. A importância do amor para a vida aparece em pesquisa que mostrou, em pacientes que tiveram infarto do coração, que morreram menos os que amavam seus familiares e se sentiam amados por eles.

As pessoas morrem menos quando amam e se sentem amados por familiares.

A origem da necessidade de amar é que precisamos encontrar alguém que nos dê valor e a quem possamos dar valor. Precisamos de alguém para ser companheiro no prazer e na adversidade, que nos dê apoio e diga "estou aqui" quando precisarmos.

Uma pessoa se apaixona por outra devido a estímulos que recebe dela.

A paixão muda com o tempo

A paixão, o desejo e a obsessão dos apaixonados diminuem com o tempo e tendem a terminar. Em muitos casos é substituída pela amizade, pelo prazer de estar junto, pela parceria, conforto e tranquilidade. O ardor da paixão é substituído por um sentimento de afeto profundo, que pode durar muitos anos.

A paixão pode ser substituída por uma amizade profunda.

Com o tempo o relacionamento do casal pode ficar mais seguro, mais estável, fundamentado na amizade, respeito mútuo, carinho. Se isto não ocorre, surgem as separações, às vezes traumáticas ou trágicas. Naturalmente, a paixão é substituida por um sentimento de ligação com o parceiro.

A interpretação antropológica da substituição do amor romântico pela ligação com o parceiro, segundo Fischer (2006), é que a finalidade do amor romântico é levar homens e mulheres a escolher parceiros para o acasalamento e que, feita a escolha, eles devem permanecer juntos durante o tempo suficiente para conceber um filho e criá-lo por algum tempo, o que é variável de espécie para espécie (FISCHER, H, Por que Amamos, Record, Rio de Janeiro, 2006).

Fischer, defende que os apaixonados possuem um sistema de ligação baseado em dois hormônios, a ocitocina e a vasopressina, que unem os parceiros. No homem a ocitocina é produzida no hipotálamo e testículos, e na mulher pelo hipotálamo e ovários. Este hormônio é secretado pela mulher no orgasmo, e na estimulação dos órgãos sexuais, e no homem a vasopressina aumenta no orgasmo.

Em 2017, Damásio defende a “Teoria do Opioide do Cérebro dos Anexos Sociais”, afirmando que as relações sociais complexas, duradouras e afetivas, observadas em seres humanos, têm a participação de moléculas especiais de peptídeos mu-opioides, produzidos pelo cérebro. E afirma que eles estão envolvidos na manutenção de relacionamentos românticos estáveis prolongados.(http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fpsyg.2017.00868/full , Front. Psychol., 21 de junho de 2017).

Amor à Primeira Vista

Os neurônios espelho são células que nos fazem repetir uma ação praticada por outra pessoa, como bocejar ou dar uma gargalhada. Eles têm papel importante na atração entre os apaixonados, no primeiro encontro. Mas o amor só se desenvolve se houver relacionamento harmonioso entre eles e os mesmos valores compartilhados.O apaixonado, através do olhar do parceiro, percebe o que se passa na mente dele e entra em sintonia com seus neurônios espelhos, localizados no lobo frontal. Com o olhar ele vai até o sistema límbico do parceiro, no seu cérebro, e percebe sua estima e admiração

O apaixonado, pelo olhar, percebe o que se passa na mente do parceiro.

CAPÍTULO II

O AMOR ROMÂNTICO NO DIA A DIA

Semelhanças e diferenças complementam o amor

Para o Amor Romântico se desenvolver as percepções de vida dos amantes devem ser semelhantes. A Percepção de Vida é a reação através da qual a pessoa sente a vida e se relaciona com ela. Se expressam pelas atitudes diante da vida e de si mesmo. Quando a pessoa tem boa autoestima dá muito valor à vida, acha que ela é boa e um desafio a ser enfrentado e vencido. E que o sucesso depende de suas conquistas, do seu trabalho e perseverança. Mas se a pessoa tem baixa autoestima, acha que a vida não vale a pena ser vivida, que o mundo é hostil, difícil de conquistar e a vida é ameaçadora, que a luta é desigual e ela é impotente.

Sua percepção de Vida é a forma com que você sente e se relaciona com a vida.

Se os apaixonados têm percepções semelhantes ,se compreendem e o Amor tem sucesso. Se são diferentes as formas de encarar a vida, o relacionamento não dura.

Os parceiros “ideais” têm percepções de vidas semelhantes.

No amor romântico existem as Semelhanças Básicas entre os parceiros e as diferenças que complementam o amor. A base do amor é feita pelas Semelhanças Básicas mas seu desenvolvimento depende das Diferenças Complementares. Ambas são importantes para o sucesso do amor (BRANDEN,1998).

Uma pessoa pode se apaixonar por outra por seus dotes físicos, intelectuais ou espirituais, mas as Diferenças Complementares são importantes para o crescimento do Amor. Havendo conflitos, diferentes modos de pensar, agir, se relacionar com o mundo e com as pessoas, surgirá uma falta de sintonia e brigas constantes e terminará a relação.

Um parceiro de autoestima alta e o outro de baixa, terão dificuldades no convívio.

Se num casal um parceiro tem autoestima elevada e grande autoconfiança, e o outro tem autoestima baixa e pouco confia em si, eles terão dificuldades de convívio e o amor terá dificuldades para sobreviver. O mesmo ocorre se o casal tem princípios e valores opostos, como quando um é honesto e o outro desonesto.

O ritmo biológico e a energia dos amantes influem no Amor Romântico. O ritmo e a energia são vistos nos modos de falar, movimentos do corpo e na velocidade e intensidade das reações emocionais. Se houver grandes diferenças nos ritmos, não haverá sintonia no casal e isto pode se tornar uma barreira.

Atividade cerebral no Amor Romântico

Damásio, em 2004, fez uma pesquisa para estudar a atividade do cérebro de pessoas felizes, tristes, com medo ou raiva. Constatou que foram ativadas nos participantes áreas do córtex cerebral, do córtex cingulado, das regiões somato-sensitivas S1 e S2, da ínsula, hipotálamo e de núcleos do tronco cerebral.

No amor romântico várias áreas cerebrais são ativadas.

No cíngulo interagem as emoções, a atenção e a memória, e ele se relaciona também com a felicidade e o amor. O córtex da insula é responsável pelo processamento de emoções e pela coleta de dados do tato, temperatura externa, dor profunda e atividades dos órgãos abdominais. Na alegria foram ativados o córtex cingulado, o hipotálamo e a parte basal do cérebro. Na tristeza foram ativadas a insula, cíngulo e o hipotálamo, em regiões diferentes da alegria.

Porque termina o Amor Romântico

Duas teorias explicam o fim do Amor Romântico, a do Reforço e a da Igualdade. A Teoria do Reforço defende que o Amor Romântico precisa ser sempre estimulado com reforço positivo para não morrer. Cada parceiro deve trazer ao outro momentos agradáveis, para ele querer voltar a seu lado. Assim o amor se consolidará.

Se os encontros forem cheios de carinho e atenção, haverá clima de confiança, a e harmonia e o amor crescerá. Para estimular o amor e agradar o outro, o parceiro deve embelezar-se, tratar o parceiro com bom humor, mostrar sua inteligência e cultura, etc. Recursos financeiros e condição social interferem positivamente no relacionamento.

Com encontros agradáveis o amor se fortalecerá.

Mas se o clima for de agressão, desconfiança, medo, ansiedade, desrespeito e humilhação, o amor se extinguirá.

Se o clima for de agressão, desrespeito e humilhação, o amor morrerá.

A Teoria da Igualdade defende que um parceiro é atraído pelo outro se retribuir os benefícios que recebe e assim o amor dura mais. Como dizem os ditados, “amor com amor se paga” e “é dando que se recebe”. Se um parceiro trata o outro com frieza e agressividade, será tratado com frieza e agressividade, e o amor tenderá a extinguir-se. Mas se eles se tratam com atenção e carinho, a relação se fortalecerá.

Fatores que fazer o Amor Romântico acabar

♦ Falta de autoestima - para uma pessoa amar outra

é preciso primeiro que ela se ame. Quem não se ama

não consegue amar ninguém. Quem acha que não merece

ser amado, pode levar ao fim um amor que começou bem.

Quem não se ama não consegue amar o outro.

♦ Pessoas que acham que não poderem ser felizes – tem pessoas que acham não ter o direito de serem felizes, e que se forem por algum tempo, depois serão infelizes. Ocorre com pessoas vindas de lar muito religioso, onde aprenderam que a felicidade está no céu e não na terra, e que o sofrimento na Terra é passaporte para a salvação futura.

♦ O desrespeito e humilhação entre os parceiros.

Desrespeito e humilhação entre parceiros levam o amor ao fim.

♦ A falta de comunicação entre parceiros leva o amor ao fim.

♦ Acaba o amor: não atender necessidades sexuais, falta de admiração e ciúme.

O amor acaba se não forem atendidas as necessidades sexuais.

CAPÍTULO III

O AMOR ROMÂNTICO PROLONGADO

Neste capítulo veremos a pesquisa de Branden sobre o comportamento de casais apaixonados durante muitos anos; porque alguns consideram o Amor Romântico um vício, e as instituições médicas internacionais não o consideram. E a estória dos seres divididos, contada por Platão.

Casais apaixonados bem-sucedidos

Existem casais que ficam apaixonados por dezenas de anos. Têm brigas e dificuldades de relacionamento, mas preservam o amor durante muito tempo. Branden, pesquisou estes casais e verificou que seus principais comportamentos foram:

♦ Os apaixonados expressam seu amor verbalmente ou por meio de comportamentos que o parceiro considera uma mensagem de amor. Agradam o parceiro sempre com pequenos presentes - flores, guloseimas e outros agrados, gestos estes que significam dizer "Eu te amo" e esse comportamento fortalece o amor.

Os apaixonados expressam o amor com presentes e carinhos.

♦ Os apaixonados durante muito tempo são afetuosos, ficam de mãos dadas, se abraçam, beijam, e se agradam dando uma xícara de café, um travesseiro ou botando um cobertor. Diz Branden que uma esposa lhe contou que “Para mim, um afago é tão importante quanto falar ou fazer amor ”.

♦ Os apaixonados muito tempo expressam o amor sexualmente. As pessoas felizes no amor são inclinadas a experimentar a intimidade sexual. O sexo continua a ser vital para eles, mesmo com o passar do tempo, mas não o consideram o aspecto mais importante do relacionamento. Há variação na frequência de fazer sexo e ele é ligado ao amor, carinho e emoções.

♦ Os apaixonados por muito tempo expressam admiração pelo parceiro. Conversam sobre muitas coisas, dizem ao outro que o apreciam e admiram, e se sentem apreciados e valorizados por ele. Relata Branden que uma mulher lhe disse.

“Se eu estou contando a meu marido o que fiz no trabalho naquele dia, ou a maneira como me visto, ou como preparei uma refeição, ele presta atenção a tudo. E me deixa ver seu orgulho e alegria. Sinto-me como se estivesse debaixo de um holofote. Vou dizer uma coisa: ser amado pode ser a melhor coisa do mundo, mas amar alguém, admirar alguém, como eu faço com meu marido, ainda é melhor. E eu o deixo saber disso.”

Casais bem sucedidos no amor conversam sobre muitas coisas.

♦ Os apaixonados durante muito tempo conversam sobre si mesmos e sobre suas vidas. Sobre suas vidas interiores, pensamentos, sentimentos, esperanças, sonhos, aspirações, mágoas, raivas, saudades e lembranças. São interessados na vida do outro e confiam e ouvem muito o parceiro.

Os casais idosos apaixonados conversam sobre suas vidas interiores.

♦ Os apaixonados durante muitos anos oferecem apoio emocional um ao outro. Estão juntos na doença, nos tempos difíceis, e são os melhores amigos um do outro, dedicados aos seus interesses e bem-estar.

Os idosos apaixonados são os melhores amigos um do outro.

♦ Os apaixonados durante muito tempo expressam o bem querer ajudando ao outro. Ajudam nas tarefas para aliviar o parceiro, compartilhando o trabalho doméstico ou fazer tarefas extra. O desejo de dar prazer ao parceiro é claro e a recompensa é ver uma expressão de alegria e satisfação no seu rosto.

Os apaixonados de muito tempo expressam o amor com carinhos.

♦ Os apaixonados durante muito tempo são tolerantes um com o outro. Os casais que vivem juntos durante muito tempo não se importam com as imperfeições do outro. Cada um sabe que não é perfeito e não exige perfeição do parceiro. Para eles, as virtudes do parceiro superam suas deficiências e levam em conta seus lados positivos. Mas pedem ao outro mudanças de comportamento, e conseguem. Não dão muita importância às dificuldades do relacionamento.

♦ Os apaixonados durante muito tempo dedicam horas para ficarem sozinhos. Eles acham importante estimular o relacionamento pois o Amor Romântico precisa cuidado e atenção. Não gostam de atividades que os separem, a menos que hajam razões muito fortes. Para Branden, a maior ameaça não vem do trabalho, vem das obrigações sociais, pois noites passadas com outros não podem serem vividas a sós. Os apaixonados há muito tempo procuram ficar sozinhos. As características citadas, diz Branden, não estavam presentes em todos os relacionamentos felizes, mas, em qualquer um deles, a maioria estava presente.

O Amor Romântico não é um vício

O Amor Romântico tem elementos que levaram alguns pesquisadores a considerá-lo um vício semelhante ao fumo, alcoolismo, jogo, cocaína e semelhantes. Consideram ser a obsessão do apaixonado pelo seu amor, o prazer com sua presença e o contato físico. A bioquímica cerebral do apaixonado é semelhante à do viciado:o aumento da dopamina e diminuição da serotonina. (Earp,https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5378292/).

Os viciados dependem dos vícios e têm síndromes de abstinência quando privados deles. Os apaixonados privados do contato com o amado podem ter dependência e crise de abstinência, que pode chegar ao desespero e ao suicídio se a relação acaba.

Viciados em cocaina, privados dela, têm dependência.

Análise mais profunda mostra que o Amor Romântico não é um vício, porque:

1. A palavra Vício, vem do latim “VITIO” e significa "falha", "defeito". Vício é um hábito maléfico que causa prejuízo ao viciado e a quem o cerca.

O vício do álcool é um defeito, e é maléfico.

2. Uma das necessidades básicas humanas é a Necessidade de Ligação, que se expressa de diversas formas, como pelo Amor Romântico, forma particular de amor.

3. Alguns bilhões de seres humanos praticam o Amor Romântico em todo o mundo, para atenderem a suas necessidades emocionais e manterem a espécie humana. Como pode ser o Amor Romântico um vício, se leva bilhões de pessoas ao bem-estar e à felicidade? Não é lógico aceitar-se . O Amor Romântico não é vício, pois traz bem-estar, e deve ser considerado uma virtude, pelo prazer, alegria, bem-estar e contentamento que traz.

4. Uma das finalidades do Amor Romântico é garantir a sobrevivência da espécie humana. Como é defeito, com finalidade tão nobre? Não é razoável aceitar-se.

5. É verdade que há amores românticos doentios, expressões de defeitos e desvios, e que causam mal. Mas constituem exceções, que devem ser tratados pela Medicina.

Quanto às semelhanças bioquímicas apontadas, o Amor Romântico utiliza os mesmos caminhos cerebrais utilizados por outros processos mentais, mas isto não o transforma em vício. Duas pessoas podem andar pelo mesmo caminho e isto não as torna iguais.

Daí concluir-se que o Amor Romântico não é vício.

AQUI,20-9

Instituições Médicas não consideram o Amor Romântico um vício

Num amor profundo o apaixonado tem um sentimento forte e muitos pensamentos sobre o apaixonado, que lhe trazem bem-estar e alegria. Ele pensa muito em seu amor, porque faz parte da natureza do seu sentimento, mas isto não quer dizer que ele tenha uma obsessão, pois não é portador de um vício. Não confundir amor profundo com obsessão e vício.

Um amor profundo correspondido, em vez de malefício traz bem-estar e alegria. O desejo do apaixonado de estar junto da pessoa querida é diferente do comportamento compulsivo que ele teria se o amor romântico fosse um vício. O desejo é espontâneo, não é uma imposição irresistível que o empurraria para seu amor.

A compulsão é uma imposição interna que leva a pessoa a procurar o vício.

No amor o desejo faz o apaixonado procurar o outro.

Duas instituições internacionais classificam as doenças humanas e não consideram o Amor Romântico um vício. Algumas pessoas não controlam seus comportamentos sexuais e assediam outras de forma não consentida, e este comportamento é rotulado por alguns, equivocadamente, de "vício sexual".

Para a Organização Mundial de Saúde, na “Classificação Internacional de Doenças – CID 11”, a denominação correta para este distúrbio é "Transtorno Compulsivo do Comportamento Sexual". Um apaixonado pode ser portador deste distúrbio sexual, mas não é por isto que o Amor Romântico deva ser considerado um vício (https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love).

A Organização Mundial da Saúde, não considera o amor um vício.

No mesmo sentido, a Associação Americana de Psiquiatria, através do “Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais”, o DMS -5 na sua última versão, denomina o transtorno de "Hipersexualidade", ou seja, também não considera os distúrbios do Amor Romântico como vicio.

A estória dos Seres Divididos

Platão, no “Banquete”, na palavra de Aristófanes, dá uma interpretação do significado do amor romântico. Ele diz que

“Se os homens tivessem percebido o poder do amor, (...) os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores sacrifícios lhe fariam(...). E descreve o ser humano de antigamente, com dois sexos, masculino e feminino: “Inteiriça era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; tinha quatro mãos e quatro pernas, dois rostos sobre um pescoço torneado; mas a cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro, era uma só. Quatro orelhas e dois órgãos sexuais'(PLATÃO, O Banquete, Os Pensadores III, Ed. Abril Cultural, São Paulo,1972,p150).

Os seres humanos eram muito presunçosos e brigaram com os deuses do Olimpo. Eles pediram providências a Zeus e este decidiu dividir cada ser ao meio, para ele ficar mais fraco. Zeus mandou cortar cada ser humano em dois. A partir daquele momento cada ser passou a ter o desejo de encontrar sua outra metade, unir-se a ela e lhe dar a mão para viverem juntos, procurando ser felizes.

Esta é a grande lição que Platão nos deu, há cerca de 300 anos antes de Cristo, lição esta com a qual a Medicina e a Neuropsicologia do século XXI estão de acordo: procure encontrar no mundo sua outra metade e quando encontrá-la se entregue a ela com todo sentimento, confesse seu amor e seja um só com ela. Se complete como ser humano. Assim poderá ter uma vida com melhor qualidade, mais saúde, bem-estar e felicidade.

Encontre sua outra metade, confesse seu amor e seja feliz com ela.

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Agradecemos a valiosa colaboração do Prof. Gilson Vieira a revisão do texto.

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Compartilhe e divulgue este Post para termos pessoas com mais bem-estar, tranquilidade e um mundo melhor!

RESUMO

1. O Amor Romântico é um apego apaixonado de natureza emocional-sexual-espiritual, que atrai duas pessoas. Tem um componente emocional, um sexual e uma afinidade que resulta dos valores comuns existentes.

2. O componente emocional do amor se expressa pela alegria, contentamento e prazer que os amantes sentem quando juntos; o sexual é expresso pela atração sexual e o espiritual se expressa pelos valores comuns.

3. O Amor Romântico tem três características: a focalização da atenção e do pensamento no amado, a grande motivação para estarem juntos e o comportamento orientado para objetivos em que o outro faça parte.

4. Uma característica do Amor Romântico é o desejo da união sexual. O valor dado ao sexo vem do prazer que ele oferece. O prazer e a alegria que ele proporciona explicam seu poder, pois integra as percepções, emoções, valores e pensamentos.

5. O que faz uma pessoa se apaixonar por outra é a presença de estímulos cerebrais que ela lhe manda, que desencadeiam a ativação de certas regiões do seu cérebro.

6. A paixão muda com o tempo, assim como o desejo e a obsessão dos apaixonados. Podem ser substituídos por amizade, união, parceria e tranquilidade, durante anos a fio.

7. O Amor à Primeira Vista surge se houver grande atração inicial entre os apaixonados,no primeiro encontro. O apaixonado percebe o que se passa na mente do parceiro pelo seu olhar.

8. Para o Amor Romântico se desenvolver as percepções de vida dos amantes devem ser semelhantes. Quando os apaixonados têm percepções de vida semelhantes, eles se compreendem e o amor é bem-sucedido.

9. O ritmo biológico e a energia dos amantes influem no Amor Romântico e eles podem ser vistos nos modos de falar, de movimentar o corpo e nas reações emocionais.

10. A Teoria do Reforço defende que o Amor Romântico precisa ser sempre estimulado para viver.

11. A Teoria da Igualdade defende que um parceiro é atraído para o outro quando retribui os benefícios recebidos. Há diversos fatores capazes de determinar o fim do Amor Romântico.

12. Há casais que permanecem apaixonados por dezenas de anos . Os principais comportamentos foram os seguintes: expressam seu amor verbalmente ou por comportamentos de forma que o parceiro considera uma expressão de amor. Agradam o parceiro dando a ele pequenos presentes, que equivalem a dizer "Eu te amo".

13. São afetuosos, se dão as mãos, abraçam-se, beijam-se, etc. e expressam o amor sexualmente. O sexo é vital para eles. Expressam verbalmente sua admiração pelo parceiro, e conversam sobre muitas coisas.

14. Conversam sobre suas vidas, pensamentos, sentimentos, esperanças, sonhos, aspirações, mágoas, raivas e lembranças. Confiam e ouvem o parceiro, mais do que a outros e dão apoio emocional a ele, estando juntos na doença e nas crises.

15. Expressam seu amor ajudando a fazer as tarefas, querem sempre dar prazer ao parceiro e a recompensa é ver alegria e satisfação no seu rosto. São tolerantes com o outro, e não dão valor às suas imperfeições.

16. Criam tempo para ficarem sozinhos, pois acham que o amor para durar merece atenção. Não gostam de participar de atividades que os separem, a menos que hajam razões muito fortes. A maior ameaça para eles está nas suas obrigações sociais.

17. O Amor Romântico tem algumas características que levaram alguns pesquisadores a considerá-lo erradamente um vício, igual ao fumo, alcoolismo, jogo e drogas, e a a bioquímica cerebral do apaixonado é comparável à dos viciados. Os apaixonados privados do contato com o amado podem ter dependência e crise de abstinência. Uma análise mais profunda mostra que o Amor Romântico não é um vício.

18. Por outro lado, uma das finalidades do Amor Romântico é garantir a sobrevivência humana. Como ele pode ser um vício, se tem finalidade tão nobre?

19. Duas instituições internacionais não consideram o Amor Romântico vício. Algumas pessoas não controlam seus comportamentos sexuais e assediam outras de forma não consentida, e este comportamento é chamado por alguns, de "vício sexual". Para a Organização Mundial de Saúde, na “Classificação Internacional de Doenças – CID 11”, a denominação correta é "Transtorno Compulsivo do Comportamento Sexual".

20 . No mesmo sentido, a Associação Americana de Psiquiatria, através do “Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais”, o DMS -5, na sua última versão, denomina este transtorno de "Hipersexualidade", e não considera o Amor Romântico um vicio.

REFERÊNCIAS

1. http://mylifebook.com/blog/a-vision-of-romantic-love-by-dr-nathaniel-branden/, 29-3-2016).

2. Earp,et al. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5378292/) .

3. FISCHER, H, Por que Amamos, Record, Rio de Janeiro, 2006.

4. SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola, 2ª. Ed. Fac. Castro Alves, Bahia, 2000.

5. BRANDEN, N., A Psicologia do Amor. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1998.

6.http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fpsyg.2017.00868/full Front. Psychol., 21 de junho de 2017.

7. http://mylifebook.com/blog/a-vision-of-romantic-love-by-dr-nathaniel-branden/, 29-3-2016).

8. https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love

10. https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-the-name-love

11. PLATÃO, O Banquete, Os Pensadores III, Ed. Abril Cultural, São Paulo,1972.

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