domingo, 17 de janeiro de 2016

PLENA ATENÇÃO - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta página se destina a divulgar informações sobre Educação das Emoções e Educação da Atenção. Baseia-se em livros e pesquisas realizadas por Universidades, sobre Neurociências, Medicina e Psiconeuropedagogia. Os posts refletem a experiência de dezenas de anos de trabalho do Autor em instituições educacionais de ensino superior e médio, e da publicação de vários livros e monografias sobre os temas. As informações deste blog não têm finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.
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Neste mundo em que vivemos, cheio de maravilhas tecnológicas, vemos pessoas de todas as idades, crianças, adolescentes e adultos, viciadas nos celulares, tablets, computadores e  aparelhos semelhantes. Passam a maior parte do tempo falando ou jogando no celular ou postando no Facebook, WhatsApp, Instagram e outros. Você deve conhecer alguém que almoça com o celular na mão esquerda e o garfo na direita, um olho no celular e o outro na comida. Talvez conheça outra que não passa dez minutos sem ver se tem mensagem nova no celular.




Por falta de Educação da Atenção muitos desenvolvem compulsão pelo celular.

São pessoas que vivem superficialmente sem prestar atenção ao seu momento presente. Não conseguem ficar poucos minutos sem olhar a caixa de mensagens ou acessar as redes sociais. Vivem fora de suas realidades, mergulhadas na divagação. 
Muitas ficam viciadas no celular ou no computador e se tornam  dependentes, enchendo as salas de espera dos consultórios dos psiquiatras e psicólogos, para tratarem suas compulsões vício, que às vezes exige remédios controlados, ou mesmo internamento.

E as escolas, agências sociais destinadas à educação, ainda não promovem a Educação da Atenção, que é uma necessidade para a pessoa aprender a prestar atenção ao que faz, ao momento presente, ao que ocorre no seu corpo e na sua mente, ao que se passa dentro dela e fora dela, inclusive a dar mais atenção aos outros.

Um dos objetivos deste blog é divulgar a necessidade da Educação da Atenção, que deve ser baseada em conhecimentos das neurociências e da psiconeuropedagogia.

     A Plena Atenção é um instrumento de excelência para educar a atenção, e um programa de educação da atenção passa necessariamente por ela. O programa deve ter como meta desenvolver o hábito mental de prestar atenção a eventos externos e internos, do corpo e da mente, e deve ser desenvolvido na escola e em todas as atividades diárias, sob o slogan: Preste atenção ao que você faz, vê, ouve, sente e pensa!

Nos posts anteriores sobre Plena Atenção, relatamos pesquisas realizadas em instituições universitárias de credibilidade, como a Harvard Medical School, Yale University,  University of Massachussetts Medical Center, Califórnia University (UCLA), Memorial Sloan-Kettering Cancer Center e Justus Liepig University, da Alemanha, além de outras.

Tais pesquisas constataram efeitos da Plena Atenção em muitos órgãos, principalmente no cérebro, e efeitos psicológicos na regulação da atenção e das emoções, além de maior consciência do corpo e mudança de perspectiva do “eu”. Na regulação da atenção, ela utiliza as funções da atenção, de alerta, orientação e a executiva. A regulação das emoções permite modificar tanto as respostas dadas às emoções, quanto os estados de humor negativos, controlar as distrações mentais, os pensamentos negativos e retornar à calma mais rapidamente.

                          A Plena Atenção age no cérebro e nas funções psicológicas.


Através da Consciência Corporal podemos perceber sensações corporais sutis e melhorar a percepção das emoções, fundamental para o controle emocional. Já a mudança na perspectiva do "Eu" permite ao praticante ser o sujeito de sua mente e fazer com que suas raivas, medos e preocupações sejam percebidos como objetos que não fazem parte dela, e  controlar o que está dentro de sua consciência, afastando emoções e pensamentos desagradáveis.

Recentemente a Mindfulness foi reconhecida pelo National Health Institute, equivalente ao Ministério da Saúde nos Estados Unidos, devido a sua eficácia. É utilizada desde 1990, na Universidade de Massachussetts, no Stress Redution Clinic of Medical Center, para tratar  distúrbios psicológicos. O Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, centro de referência mundial no tratamento do câncer, utiliza a Mindfulness.

A Plena Atenção além de agir no cérebro, atua também no sistema nervoso simpático e parassimpático, nas glândulas endócrinas e no sistema imunológico. E dá bons resultados na ansiedade, medo, síndrome de pânico, depressão, estresse, dores crônicas e abuso de substâncias. No envelhecimento diminui a taxa de hospitalização dos praticantes e aumenta seus tempos de vida, além de reduzir em até 12 anos suas idades biológicas.

Entretanto devemos ter em mente que os efeitos benéficos da Mindfulness só se manifestam após algum tempo de prática, que varia de pessoa para pessoa. O resultado é tanto maior quanto maior o tempo de prática.

A Mindfulness é utilizada em diversas instituições de saúde no Brasil e o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, faz treinamento de seus médicos, enfermeiros e outros profissionais. A Política de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, permite ao SUS (Sistema Único de Saúde), oferecer treinamento a seus pacientes.
Sob o ponto de vista humanístico, a Plena Atenção é um avanço na compreensão da natureza humana e também na melhoria da qualidade de vida dos praticantes, tanto na diminuição da dor dos que sofrem, quanto trazendo mais bem estar para quem goza de boa saúde.

A Plena Atenção é também uma busca do ser humano pelo conhecimento de si mesmo, busca esta que vem desde Lao Tzu, o sábio fundador da filosofia taoísta, para quem “ “o homem inteligente é aquele que conhece os outros e homem sábio é o que conhece a si mesmo”. Esta busca passa pelos gregos, com o “gnote se auto” (conhece-te a ti mesmo) do oráculo de Delfos, e pelos romanos com o “nosce te ipsum” (conhece-te a ti mesmo). A Mindfulness amplia os conhecimentos sobre a mente utilizando as neurociências, a  psicologia e a medicina.




                  A Mindfulness é um prolongamento da sabedoria  grega do “Conhece-te a ti mesmo”.


   A Mindfulness penetra fundo na consciência humana, nos pensamentos, memória, medos, raivas, tristezas e preocupações. Ela nos ensina a dissecar nosso “Eu” e a fazer sua desconstrução e reconstrução. Ajuda-nos a separar dentro de nós o que é e o que não é. Nos conhecendo melhor temos uma vida mais calma, tranquila e feliz e sabendo controlar nossas raivas, medos e tristezas vivemos melhor na família, na sociedade e no trabalho.

   Um depoimento pessoaldepois de quase trinta anos de prática da Plena Atenção, acreditamos que ela nos permite a vigilância constante da mente e o corpo. Ao praticá-la, sentimos o corpo relaxado, uma sensação agradável de peso e formigamento no tórax, braços e pernas, além de bem estar, calma e serenidade. É convicção nossa de que desenvolver e cultivar o hábito de prestar atenção a tudo e a todos, além de nos  trazer calma e tranquilidade, traz também bem estar e felicidade.

Em conclusão:

   Acreditamos que a sabedoria maior, que traz bem estar e felicidade, está em conhecer-se a si mesmo, em prestar atenção ao momento presente, em saber esperar e tolerar, em controlar os pensamentos, emoções e ações. E usar a atenção como sentinela da mente, para impedir que nela entrem emoções e pensamentos negativos e divagações portadoras de infelicidade.


  Próximo Post:

No próximo post conversaremos sobre as emoções.
Você saberá quando está sob a ação de uma emoção,
quais os componentes dela e as reações que ela promove em seu corpo e em sua mente.
Saberá também quais são as emoções básicas e como identificá-las,
o que é o Cérebro Emocional  e o valor das emoções para sua sobrevivência.


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para termos pessoas mais calmas,
 mais tranquilas e um mundo melhor!


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educacaoeatencao@gmail.com ou através deste post.
 


FONTES:

Referências  do Post 2 :

   EPEL E., Can meditation slow rate of celular aging? Cognitive stress, mindfulness and telomeres, Ann NY AcadSci 2009 Aug;1172:3453.

   GUUM J.et al, How do mindfulness-based cognitive therapy and mindfulness based stress reduction improve mental health and wellbeing? A systematic review and meta-analysis of mediation studies.Clinical Psychology Review Vol 37,April 2015,P 1-12.

   HUPPERT & JOHNSON, A controlled trial of mindfulness training in schools: The importance of practice for an impact on well-being, The Journal of PositivPsychology:Volume 5 , Issue 4 , 2010, 264-274

   HARVARD MINDFULNESSS, Benefits of Mindfulness: Practices for Improving Emotional www.helpguide.org/harvard/mindfulness.htm

   HÖLZEL, R. How Does Mindfulness Meditation Work? Proposing Mechanisms of Action From a Conceptual and… 2011, http://www.sagepublications.com

   J.MEIKLEJOHN et al, Integrating Mindfulness Training into K-12 Education:Fostering the Resilience of Teachers and Students, acessoem 25-8-2014.http://www.mindfulnessinstitute.ca/Portals/15/pdf/Integrating_Mindfulness_Training_Into_K-12_Education.pdf14-3-2012.

   KABAT ZINN,J. Full Catastrophe Living, Using the Wisdom of Your Body and Mind to Face Stress, Pain and Illness, New York: Delta, 1990.

   KJAER T.W. et al, Increased dopamine tone during meditation-induced change of consciousness, vol 13,issue 2,April, pages 255-2592, 2002.

   KHALSA,S. et al, Meditation is a Medicin, Fireside, New York, 2001.

   
   Imagens do Post 2 :

   1. Cérebro: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAgjDkAA-35.jpg

   2Cachorro: https://jadiziaoamauri.files.wordpress.com/2013/06/wpid-atleta_correndo_do_cachorro.jpg

   3.Raiva: http://saudesemstresse.com/wp-content/uploads/2015/12/homem-estressado.jpg

   4. Telomeros:  http://newserrado.com/wp-content/uploads/2009/10/telomeros1.jpg


   Imagens dos Post 3 e 4:

   Todas as imagens foram retiradas do site  https://pixabay.com/

    



   

   



   




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