domingo, 28 de maio de 2023

E-book 30


                                                  E-book 30

                                             Relação dos E-books de número 1 a 30.




                P S I C O L O G I A

                                   M O D E R N A

 

                    Blog emoçaoeatencao@blogspot.com      

  Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos

           2023 - Bahia- Brasil








 QUEM É O AUTOR

Jair de Oliveira Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar, Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.

 Criou o blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou 90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve , segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.

Pioneiro da Educações das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3- Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos Históricos, Fundamentos e Resultados.

Dedicou-se à Educação Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e” Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.

 

Dedico este e-book:

In memoriam:

A minha inesquecível esposa falecida, Olívia,

E a meu Pai e minha Mãe.        

A meus filhos:

Jair Filho, César, Telma, Vinicius e Paulo

A meus netos:

Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro Gabriel, Maria Eduarda , Larissa e Arthur.

                                                         ● ● ●

A todos que nos propiciaram condições e estimularam estudos, pesquisas  e reflexões sobre  a Educação das Emoções.

                                                        ● ● ● 

“Quem conhece aos outros é inteligente

  Quem conhece a si mesmo é sábio “

Lao Tsé – Tao te King, XXXIII   

                                                      ● ● ● 

“Trata a humanidade, na tua própria pessoa ou na de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”

 Kant I., “Fundamentação da metafísica dos costumes”, 1786.                           

                                                    ● ● ●

“Não há outro universo, senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora de si um fim que o homem se realizará como ser humano”

Sartre,J.P., “O Existencialismo é um humanismo”, 1944

                                                  ● ● ●

“Para criar uma boa vida, não basta lutar por metas  que nos trazem prazer, mas também escolher metas que reduzirão a soma total de entropia no mundo”.

Mihaly Csikszentmihalyi

A Descoberta do Fluxo, 1999.

 

                     COMUNICADO

A partir de 26-11-22,  o blog emoçaoeatencao@blogspot.com terá nova orientação, para atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que conterão o conteúdo dos posts já publicados, além de novos conteúdos, de modo a constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.

Ranking database emoção atenção@blogspot.com, pesquisa.

Imagens de ranking data base emocaoeatencao@blogspot.com






 RELAÇÃO DOS E-BOOKS DE 1 A 30

 1. Paciência- como cultivar

2. Empatia, como ler o corpo do outro.

3. Compaixão, Como melhorar a Memória.

4. Como ter Paz Interior I e II

5. Paradigma das Emoções

6. Plena Atenção

7 - Videogame faz bem à saúde? Videogames são importantes na Pedagogia?

 8- Alegria; Felicidade, Forças Pessoais -

9- Emoções Autoconscientes e Autoestima

10. Inveja e Esperança

11. Estresse

12. Resiliência e Felicidade

13. Controlar o Estresse

14. Controlar o Estresse.Prestar Atenção. Cérebro- fonte de Felicidade.

15. Incorporar coisas boas no cérebro; Bem-estar: novo significado.

16. Bem-estar- como aumentar;  Experiências de Satisfação.

17. Plena Atenção ou Mindfulness -prática.

18. Ciência do Amor

19. Incorporação da Segurança e da Ligação

20. Intuição

21. Alquimia Emocional-hábitos e esquemas emocionais.

22. Relacionamento e Comunicação.

23.Tristeza; Amor Romântico Prolongado.

24. Qualidade de Vida e Otimismo.

25. Gratidão e Perdão

26. O Orgulho é bom? Vaidade faz mal?     

27. Circulação de Chi no Corpo

28. Emoções Morais- Vergonha; Emoções Autoconscientes  

29. Poder das Emoções

30. RELAÇÃO DOS E-BOOKS DE 1 A 30


quinta-feira, 25 de maio de 2023

E-book 28

                   E-book 28

                        Emoções Morais e Autoconscientes; Vergonha e Culpa          

                 


                    

      P S I C O L O G I A

 
       M O D E R N A                               

        Blog emoçaoeatencao@blogspot.com      

  Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos

           2023 - Bahia- Brasil







 QUEM É O AUTOR

Jair de Oliveira Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar, Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.

 Criou o blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou 90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve , segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.

Pioneiro da Educações das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3- Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos Históricos, Fundamentos e Resultados.

Dedicou-se à Educação Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e” Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.

 

Dedico este e-book:

In memoriam:

A minha inesquecível esposa falecida, Olívia,

E a meu Pai e minha Mãe.        

A meus filhos:

Jair Filho, César, Telma, Vinicius e Paulo

A meus netos:

Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro Gabriel, Maria Eduarda , Larissa e Arthur.

                                                         ● ● ●

A todos que nos propiciaram condições e estimularam estudos, pesquisas  e reflexões sobre  a Educação das Emoções.

                                                        ● ● ● 

“Quem conhece aos outros é inteligente

  Quem conhece a si mesmo é sábio “

Lao Tsé – Tao te King, XXXIII   

                                                      ● ● ● 

“Trata a humanidade, na tua própria pessoa ou na de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”

 Kant I., “Fundamentação da metafísica dos costumes”, 1786.                           

                                                    ● ● ●

“Não há outro universo, senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora de si um fim que o homem se realizará como ser humano”

Sartre,J.P., “O Existencialismo é um humanismo”, 1944

                                                  ● ● ●

“Para criar uma boa vida, não basta lutar por metas  que nos trazem prazer, mas também escolher metas que reduzirão a soma total de entropia no mundo”.

Mihaly Csikszentmihalyi, A Descoberta do Fluxo, 1999.

                      


                  COMUNICADO

A partir de 26-11-22,   o blog emoçaoeatencao@blogspot.com

 terá nova orientação, para atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que conterão o conteúdo dos posts já publicados, além de novos conteúdos, de modo a constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.

Ranking database emoção atenção@blogspot.com, pesquisa.

Imagens de ranking data base emocaoeatencao@blogspot.com

 



            RELAÇÃO DOS CONTEÙDOS DO E-BOOK 28

 O material deste e-book é exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, que deve ser feita por médicos e psicólogos.

Capítulo 1: Emoção Moral

Capítulo 2:  Vergonha

Capítulo 3: Culpa e Constrangimento

Capítulo 4: Emoções Autoconscientes

Referências Bibliográficas

 

                     CAPÍTULO 1

                   EMOÇÕES MORAIS

 Neste post você verá o conceito das emoções morais, suas principais famílias, como identificá-las e quais as principais: vergonha, culpa, constrangimento, compaixão, gratidão, perdão, admiração, nojo, raiva e desprezo. E o estudo da Vergonha, da Culpa e do Constrangimento.                                   

           O que é uma Emoção Moral?

     Uma ação é moral quando a pessoa faz o bem do outro (Oxford Dictionary). Uma ação que não faz o bem, não é moral.

                 Uma ação é moral quando faz o bem. Senão fizer o bem não é moral.

 Para estudar as questões morais há uma abordagem lógica, baseada no raciocínio moral, e outra que considera os aspectos materiais da questão, as regras e julgamentos morais.

 Os efeitos da Emoção Moral beneficiam diretamente à sociedade ou a uma pessoa, menos àquela que a sente ou ao juiz da questão.


                 O juiz de uma questão não pode ser beneficiado numa emoção moral.

           Uma emoção moral surge se há violações morais ou é motivada pelo comportamento moral, podendo beneficiar indiretamente a quem a sente. Ela surge em resposta às violações morais. (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html). 

                    As emoções morais surgem em resposta às violações morais.

De um modo geral a emoção é uma resposta da pessoa a um estímulo que visa atender seus interesses. No caso do medo, a pessoa usa a contração muscular existente para fugir, e no caso da raiva a emoção é usada para agredir a quem lhe enraiveceu.

 As emoções morais além de influenciar a tomada de decisão da pessoa, regulam os comportamentos sociais. Elas diferem das emoções básicas porque exigem que a pessoa compreenda o que os outros pensam sobre ela. Por exemplo, uma moça com o olho desviado para dentro ou para fora, tem vergonha de não ser aceita e pode deixar de ir a festas. Outra com o braço amputado pode ter vergonha e medo de ser ridicularizada. 

As emoções morais existem em todas as culturas e estimulam a pessoa a se relacionarem bem, para não sofrer reações de seus membros. Elas são moldadas pelos valores culturais. Um exemplo é o Perdão, que a pessoa pratica para livrar-se do ressentimento ou do desejo de vingar-se de alguém que lhe fez sofrer. O benefício direto do perdão vai para quem foi perdoado, mas quem perdoa tem benefícios indiretos, pois se livra do sofrimento que a raiva lhe trazia e passa a ter bem-estar. Reveja o e-book sobre Perdão.

 

     A pessoa dá o Perdão para livrar-se do desejo de vingar-se.

  Outra emoção moral é a Compaixão cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa, que faz a outra sentir  a emoção e procurar diminui-lo. Quem tem compaixão não age para atender a um interesse direto seu, e sim para aliviar a dor do sofredor, embora seja beneficiado indiretamente pelo prazer de fazer o bem. 

 

A Compaixão é uma emoção cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa.

 Também é o caso da Gratidão: quem sente Gratidão dirige suas ações benevolentes para a pessoa à qual é grata, retribuindo o bem que recebeu. Mas a pessoa portadora da gratidão sente prazer também. As Emoções Morais compaixão, gratidão, culpa admiração e outras, elevam o ser humano a um patamar mais alto e o ligam aos outros.

 Características da Emoção Moral

 As emoções são analisadas através das expressões faciais e corporais que promovem, devidas a mudanças fisiológicas que produzem e pela tendência para agir. Para identificar as emoções morais utilizamos dois indicadores: o eliciador, que é o desencadeador da emoção, e a tendência à ação da pessoa.

 O Eliciador é o estímulo que provoca o aparecimento da emoção. Como exemplos temos a injustiça social, que causa a raiva moral; o sofrimento de alguém, que causa a compaixão; a ajuda que alguém recebeu, que produz a gratidão. Os eliciadores podem ser acontecimentos bons ou ruins e podem se originar em você mesmo (medo ou alegria) ou em outras pessoas (vitórias, tragédias e transgressões delas).


                    Um terremoto pode ser a causa de emoções morais nas pessoas.

  A raiva que você sente ao ver alguém bater em uma criança é uma emoção moral, mas a raiva que você sente quando sofre uma agressão não é moral, porque ela é usada diretamente para você se defender. A raiva pode ser sentida em situações em que não há interesse de quem a sente e a pessoa  tende a agir de forma pró-social, mas a raiva violenta que é  causada pela frustração sexual é altamente imoral.

                       A raiva que você sente ao ver alguém bater em uma criança é uma emoção moral.

Não há critérios rígidos para classificar uma emoção como moral, porém quanto mais seus efeitos não beneficiarem diretamente a pessoa, ela terá mais probabilidade de ser moral.       

Tendências de ação pró-social - a emoção moral gera uma ação para responder ao estímulo provocador, mas esta ação pode não ser praticada e a pessoa ficar só na tendência para agir. É o caso de alguém que quer se vingar de outro e ainda não se vingou, ou de querer ajudar a um amigo e ainda não ajudou. 

 As Emoções Morais têm uma tendência para beneficiar outras pessoas ou a ordem social e por isto as emoções que motivam a pessoa a ajudar outras são consideradas morais, ao contrário daquelas que levam ao desprezo, vergonha e vingança. Uma emoção que induz a pessoa a apoiar o desenvolvimento é moral.

 

A emoção que leva à cooperação social é uma Emoção Moral.

Famílias de Emoções Morais

 Há quatro famílias de emoções morais. As famílias grandes são a “dos condenados”, contendo nojo, raiva e desprezo, além de seus descendentes, como indignação e aversão; e a família “autoconsciente”,  composta de vergonha, constrangimento e culpa. 

As famílias menores são a de "outros sofrimentos", com a Compaixão e a das “louvadoras", com a gratidão e admiração ou elevação (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).

                            




                              CAPÍTULO 2

V                                    VERGONHA 

Que é a Vergonha?

 A vergonha é uma emoção negativa que a pessoa dirige para si mesma, quando é julgada por outra por ter um defeito significante ou parte de si inadequada ou imoral. A outra pessoa pode ser real ou imaginária. Exemplos: uma pessoa que teve o braço amputado pode sentir  vergonha por não ter o braço; uma pessoa que passou anos na cadeia pode ter vergonha de ter ficado preso (diversos presos se suicidam na cadeia). O sentimento da vergonha é voltado para a própria pessoa. 

Um paralítico pode ter vergonha de não poder andar e sentir-se inferior.

A Vergonha é importante enquanto elemento capaz de promover a coesão social dos grupos. Quando uma pessoa desrespeita as regras sociais, os membros do  grupo a que ela pertence reagem com desprezo, raiva ou repulsa. E para não ser desprezada ela  evita desrespeitar as normas, para continuar a ser aceita.

 

A pessoa respeita as regras sociais para ser aceita socialmente.

A vergonha é uma emoção que a pessoa sente que envolve a forma com que as outras pessoas a vêm. Ela pode ser expressa pelo constrangimento, pela humilhação, pelos sentimentos de defeitos corporais ou pelo sentimento de baixa autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de sua história de vida, das experiências familiares, da sua personalidade e das circunstâncias.

 Quais os efeitos da Vergonha?

 A Vergonha é muito ligada ao íntimo da pessoa e por isto é muito  poderosa, podendo fazê-la sentir-se fragilizada e inferior. A pessoa tem consciência de que os outros percebem seus sentimentos. A Vergonha é uma ameaça à identidade da pessoa, e ao seu relacionamento social, que pode tornar-se difícil ou impossível. Uma adolescente que tem o nariz ou a boca muito grandes, sente vergonha e vive isolada, sem aceitar convites para sair sair (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661).

 

Se a pessoa se isolar por causa da Vergonha pode sentir ansiedade, angústia, medo de ser abandonada e a necessidade de afeto, e sofrer muito. A literatura registra até casos de suicídio (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9444730).

 O sentimento da vergonha depende de três fatores: o evento desencadeador, a vulnerabilidade da pessoa e o contexto social. Uma causa da vergonha é  o pensamento da pessoa sobre seu próprio sentimento, que pode aumentá-la cada vez mais.  A pessoa envergonhada se sente inferior, supervaloriza a opinião dos outros e passa a ser submissa (https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32437/1/TESE%20MIP%20-%20Ana%20Sofia%20Salgueiro.pdf).

 Quando uma pessoa sente vergonha geralmente a evita, oculta  ou ignora, o que a envergonha, pois ela gera uma visibilidade aumentada para seus defeitos. A situação pode chegar a um ponto em que a pessoa esconde seu defeito e deixa de lado o pensamento racional. Um indivíduo envergonhado pode não de ter equilíbrio psicológico para agir de acordo com suas necessidades e da comunidade. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6002275/).

 O que é a Culpa?

 A Culpa é uma emoção negativa que a pessoa sente quando acredita ter feito algo errado ou tem a intenção de fazer algo errado. É ligada ao comportamento: quando você agride verbalmente uma pessoa amiga, depois sente Culpa e pensa que “eu não devia ter dito aquilo”. E procura reparar seu erro com desculpas.

A Culpa é uma emoção moral porque envolve a noção do certo e do errado, e é importante na formação da consciência moral e no comportamento ético. Ela estreita os relacionamentos

(http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).

Culpa é uma emoção que a pessoa sente quando acha que fez algo errado.

 Diferença entre Culpa e Vergonha: a culpa é focada na ação  praticada pela pessoa, e a vergonha é voltada para a própria pessoa. Na culpa a pessoa avalia seu comportamento e não a si mesma. Se você anda na rua, se bate com outra pessoa e se sente culpada, pede desculpas pelo choque. Mas se uma pessoa tem um defeito físico sua vergonha é causada por este defeito, que ela tende a esconder.

 A culpa é menos dolorosa do que a vergonha e não afeta a autoestima do indivíduo, como a vergonha faz. Na Culpa a pessoa sente uma certa tensão, remorso e arrependimento da transgressão praticada, pensa no erro cometido, tem o desejo de comportar-se de forma diferente e de reparar seu erro. São diferentes as decisões morais e os comportamentos na culpa e na vergonha: depois de fazer algo errado a pessoa propensa à vergonha tenta esconder ou negar, e na culpa a pessoa tende a compensar o erro pedindo desculpas.

 

Como Vergonha e Culpa ativam o cérebro 

As pesquisas mostram que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes neurais e têm áreas de ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo temporal, córtex cingulado anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa ativa o giro fusiforme e o temporal médio.

Foram encontradas ativações específicas na Vergonha, no lobo frontal (giro frontal medial e inferior) e na Culpa, na amígdala e na ínsula. As ativações eram diferentes em homens e mulheres. Os pesquisadores concluíram que as áreas frontal, temporal e límbica desempenham papel importante na produção  dos sentimentos morais.

Vergonha e a Culpa compartilham redes neurais, com áreas individuais de ativação 

Que é o Constrangimento?

O Constrangimento ou Embaraço é uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações que contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outras pessoas e pertence à família da vergonha e da culpa. A pessoa constrangida se sente exposta, desajeitada e  arrependida do que fez, porque no centro do seu constrangimento estão avaliações negativas que ela faz de si mesma. A diferença é que o Constrangimento resulta de violações de regras sociais, enquanto a Vergonha resulta da violação de normas morais.  http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html.

  Você pode sentir Constrangimento quando, mesmo sem ter  intenção de violar os padrões sociais, você arrota ruidosamente em público; ou tropeça e cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou vê seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou emite gases acidentalmente, ou esquece os nomes das pessoas, e em situações semelhantes. 

São sinais de constrangimento desviar o olhar para baixo, ter um sorriso forçado ou botar a mão no rosto (que pode ficar vermelho). O constrangimento é experimentado como uma ameaça à aceitação social da pessoa e pode gerar aumento da produção de adrenalina, dilatando os vasos da face, que fica vermelha.

A ressonância magnética, utilizada para avaliar a base neural do constrangimento, constatou ativação do córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior superior esquerdo, córtex visual, córtex temporal direito anterior e o hipocampo, bilateralmente. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/15528097/).

 

Compartilhe e divulgue este Post para termos pessoas com mais bem-estar, tranquilidade e um mundo melhor!


                                                           RESUMO

 1. Uma Emoção é moral quando seus efeitos beneficiam diretamente à sociedade ou a uma pessoa, menos àquela que a sente ou ao juiz de uma questão. Ela surge quando alguém viola a moralidade, podendo também ser motivada pelo comportamento moral da pessoa que a sente, que tem benefícios indiretos dela. 

 2. As emoções morais influenciam a tomada de decisão da pessoa e regulam os comportamentos sociais. Exigem que a pessoa emocionada compreenda o que os outros pensam a seu respeito. Uma moça com estrabismo (olho desviado para dentro ou para fora) tem vergonha disto e pensa que não pode ser aceita socialmente e por isto deixa de ir a festas.

 3. Dentre os efeitos benéficos das emoções morais está a estimulação  da pessoa para se relacionar bem na comunidade, para não sofrer reações de seus membros. Um exemplo é o Perdão, que a pessoa pratica para livrar-se do ressentimento ou do desejo de vingar-se de alguém que lhe fez sofrer. O beneficiário direto do perdão é quem foi perdoado, mas quem perdoa tem benefícios indiretos, pois se livra do sofrimento que a raiva lhe trazia e bem-estar.

 4, Outra emoção moral é a Compaixão cujo estímulo é o sofrimento de uma pessoa, do qual alguém se compadece e procura ajudar. Também é o caso da Gratidão: quem sente Gratidão dirige suas ações para a pessoa à qual é grata, retribuindo o bem que recebeu dela. Emoções Morais como compaixão, gratidão, culpa, admiração e outras, elevam o ser humano a um patamar mais alto e o liga aos outros seres humanos.

 5. Para identificar as emoções morais utiliza-se dois elementos: o eliciador, que é o desencadeador a emoção, e a tendência à ação da pessoa emocionada. O Eliciador é o estímulo que provoca o aparecimento da emoção, como a injustiça social, o sofrimento de alguém, a ajuda que alguém recebeu, etc.  Não há critérios rígidos para classificar uma emoção como moral, porém quanto mais ela não envolver diretamente quem a sente, mais poderá ser considerada moral.

 6.Tendências de ação pró-social - as emoções morais motivam quem a sente para algum tipo de ação, que pode não ser  executada e ficar com uma tendência, como querer se vingar de alguém ou querer ajudar o outro. Fica uma tendência de beneficiar outras pessoas ou a ordem social. As emoções que motivam a pessoa para ajudar os outros geralmente são morais, e não são morais as que levam ao desprezo, vergonha e vingança. Uma emoção que leva a pessoa a apoiar ou melhorar a cooperação social é uma emoção moral.

 7.  São consideradas quatro famílias de emoções morais: a “dos condenados” (nojo, raiva e desprezo); e a “autoconsciente” (vergonha, constrangimento e culpa); a de "outros sofrimentos" (Compaixão) e a das “louvadoras" (gratidão e admiração).

 8. A vergonha é uma emoção negativa que a pessoa dirige para si mesma, quando é julgada por outra por possuir um defeito ou ter parte de si inadequada ou imoral. Uma pessoa com o braço amputado pode sentir  vergonha por não ter o braço. O sentimento da vergonha é focado na pessoa. Quando uma pessoa desrespeita as regras sociais, os membros do grupo geralmente reagem com desprezo, raiva ou repulsa, e para não ser desprezada a pessoa respeita as normas, para continuar a ser aceita.

 9.  A vergonha pode ser expressa de várias maneiras, desde o constrangimento, à humilhação, aos sentimentos de defeitos corporais ou de baixa autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de sua história de vida, das experiências familiares, da personalidade e das circunstâncias. Ela  pode fazer a pessoa se sentir inferior, e ser uma ameaça a seu relacionamento social, que pode ser dificultado ou impedido, como a moça que tem nariz grande e por isto vive isolada, sem aceitar convites para sair.

 10. A vergonha pode isolar a pessoa e gerar o medo de ser abandonada e a necessidade de afeto. Quando uma pessoa sente vergonha e declara estar envergonhada, isto   pode aumentar a intensidade dela, e por isto a vergonha geralmente é evitada, ocultada  ou ignorada. Isto é maléfico para a pessoa.

 11.  A Culpa é uma emoção que a pessoa sente quando acredita ter feito algo errado ou tem a intenção de fazer algo errado. Quando você agride verbalmente uma pessoa amiga, depois sente Culpa e pensa que “eu não devia ter dito aquilo”. E procura reparar seu erro pedindo desculpas. Ela importante estreita os relacionamentos.

 12. Diferença entre Culpa e Vergonha: a culpa é focada na ação  praticada pela pessoa, enquanto a vergonha é focada na própria pessoa. Na culpa a pessoa avalia seu comportamento e não a si mesma. Se você anda na rua, se bate com outra pessoa e se sente culpada, pede desculpas pelo choque. Mas se uma pessoa tem um defeito físico, sua vergonha é por causa deste defeito. A culpa é menos dolorosa do que a vergonha, porque não afeta a autoestima, como a vergonha afeta. Depois de fazer algo errado a pessoa propensa à vergonha tenta esconder ou negar, e na culpa a pessoa tende a compensar o erro pedindo desculpas.

 13. As pesquisas mostram que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes neurais, além de ter áreas de ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo temporal, córtex cingulado anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa ativa o giro fusiforme e o temporal médio. A vergonha ativa também o lobo frontal e a Culpa, a amígdala e a ínsula.

 14, O Constrangimento é uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações que contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outros e a pessoa se sente desajeitada e  arrependida do que fez. A diferença para a Vergonha é que o Constrangimento resulta de desrespeito a regras sociais, enquanto a vergonha resulta de desrespeito a normas morais.

 15. Você pode sentir Constrangimento quando arrota ruidosamente em público; ou tropeça e cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou vê seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou esquece os nomes das pessoas, etc. São sinais de constrangimento desviar o olhar para baixo, um sorriso forçado, botar a mão no rosto (que pode ficar vermelho). A ressonância magnética constatou no Constrangimento ativação do córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior, córtex visual, córtex temporal direito anterior e o hipocampo, bilateralmente.

 Referências e Links 

1.  http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html

2. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6002275/

3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/15528097/

4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661.

5.  https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32437/1/TESE%20MIP%20-%20Ana%20Sofia%20Salgueiro.pdf

6. E-book Perdão, como cultivar.

7. E-book Que é Compaixão.

8. E-book Que é Gratidão?

9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9444730

 

ImagensPixabay,com

 

 

                       CAPÍTULO  3

           QUE É EMOÇÃO AUTOCONSCIENTE?

Informações:  

 Recebemos da Academia de Educação da Califórnia, pelo e-mail Academia.edu premium@academia-mail.com, informações que:

1. O nome "Jair Santos" está entre os quatro (4) autores mais lidos, entre os cem(100) mais consultados da Academia.

2. Existem 234 (duzentas e trinta e quatro) citações de “Jair Santos” nas pesquisas localizadas na biblioteca da Academia.                                                                    

Neste e-book você verá o conceito de Emoção Autoconsciente, suas principais características, exemplos, seus benefícios e malefícios, causas, como lidar com elas e como o cérebro é ativado nelas.

 Que é Emoção Autoconsciente?

 Recentemente um grupo de pesquisadores liderados por Tracy  e Robbins propôs uma classificação das emoções em dois grupos: as emoções básicas e as emoções autoconscientes, considerando que elas surgem em momentos diferentes da evolução humana, as básicas mais precocemente e as autoconscientes mais tardiamente, além de outros fatores.

O grupo das emoções básicas- raiva, medo, tristeza, alegria, nojo e desprezo-, surge antes dos dois anos, são universais e com expressões faciais próprias ( Damásio, O erro de Descartes), como mostra a figura  abaixo:

 


Emoções básicas ou primárias.

          O outro grupo é o das Emoções Autoconscientes, um tipo de emoção em que participa consciência da pessoa e o modo que ela é vista pelos outros. Enquanto as emoções básicas tendem a aparecer automaticamente e apresentam menor processamento cognitivo, as emoções autoconscientes dependem da auto reflexão e da autoavaliação da pessoa, além de serem mais complexas. São exemplos destas emoções a vergonha, culpa e orgulho, dentre outras, e desempenham papel importante na motivação e na regulação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas.


Na Emoção Autoconsciente a pessoa reflete sobre si mesma.

 Na Emoção Autoconsciente a pessoa reflete sobre si mesma, avalia como se percebe, como os outros lhe percebem, leva em conta sua reação e a reação do outro. A pessoa analisa seu comportamento e seu corpo, compara-os com os outros, além de verificar se sua conduta respeita as normas e expectativas por ela adotada. Um exemplo é a vergonha que a pessoa tem de si mesma, ao ser julgada por outra pessoa por ter um defeito corporal, como um braço amputado ou uma mancha branca no rosto (vitiligo).Mas a emoção autoconsciente pode aparecer  também quando a pessoa achar seu comportamento reprovável, como quando se sente culpada por qualquer por ter agido mau.

 O que caracteriza a Emoção  Autoconsciente?

Para Tracy e Robbins as emoções autoconscientes possuem as seguintes características:

Primeira característica: A existência das emoções autoconscientes requer que a pessoa tenha autoconsciência e seja capaz de construir auto-representações em sua mente. A percepção de seu Eu (self) deve incluir o sentimento continuo da autoconsciência, além das auto-representações que fazem parte de sua identidade, e que abrangem o conteúdo da sua cognição e de suas relações  sociais, permitindo-lhe fazer a auto-avaliação, fundamental para existir este tipo de emoção. Isto as diferencia das emoções básicas (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf)..

 As auto-representações mostram como o indivíduo se percebe em relação a pessoas próximas (como um parceiro romântico), em trabalhos de grupos  (como professor, aluno ou amigo) e nos grupos coletivos mais amplos ( enquanto mulher ou enquanto homem).

               As auto-representações mostram como o indivíduo se percebe  nos grupos coletivos amplos. 

Segunda: As emoções autoconscientes surgem na infância, depois das básicas.

 As emoções básicas aparecem geralmente nos primeiros 9 meses de vida, e os sentimentos considerados como forma precoce de Constrangimento se desenvolvem até os 18 a 24 meses. As emoções mais complexas, como vergonha, culpa e orgulho, surgem até o final do terceiro ano de vida.

 


                     As Emoções Autoconscientes se desenvolvem até os 18 a 24 meses.

 Terceira: As emoções autoconscientes facilitam alcançar objetivos sociais complexosAcredita-se que elas têm a finalidade de facilitar a sobrevivência e a reprodução, de alcançar as metas sociais de manter o status do indivíduo, e de prevenir sua rejeição no grupo. Os humanos vivem numa estrutura social, em  camadas hierárquicas sobrepostas, que podem ser verdadeiras castas. Suas sobrevivências dependem de suas capacidades de superar problemas sociais.

 Nas sociedades primitivas, os melhores caçadores nem sempre eram os melhores guerreiros e   cada grupo organizava suas castas próprias. Era importante para a sobrevivência do indivíduo sua cooperação, no grupo e fora dele, contribuindo para o bom funcionamento social , como por exemplo: não trair; ajudar a identificar trapaceiros; lidar com a competição intragrupal, principalmente a sexual, além de ajudar a resolver outros problemas.

As emoções autoconscientes se desenvolveram para facilitar o alcance dos objetivos sociais, promovendo comportamentos que estimulassem a estabilidade do grupo, a afirmação dos papéis e estatus sociais e a divisão do trabalho social.

 Dentre as Emoções Autoconscientes estão: a Vergonha, que promove comportamentos de apaziguamento e integração depois de uma transgressão social; a culpa, que gera pedidos de  desculpas depois de uma transgressão, com consequente reaproximação das pessoas. Mas, do outro lado está o orgulho arrogante, promovendo a arrogância em alguém que teve seu sucesso socialmente valorizado, que pode afastar as pessoas e criar inimizades. 

                                                                      Orgulho arrogante.

 Quarta característica: As emoções autoconscientes apresentam expressões faciais discretas e não são universais. Enquanto as emoções  básicas têm expressões faciais universalmente reconhecidas,  as  autoconscientes não têm. No orgulho e na vergonha há uma postura corporal e  movimentos da cabeça combinados, e no constrangimento pode haver  expressão facial. Pesquisas recentes sugerem que o orgulho e a vergonha podem ser universalmente reconhecidas (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).

 Quinta: a cognição nas emoções autoconscientes é mais complexa do que nas básicas.

Para sentir medo, o indivíduo precisa de pouca capacidade cognitiva,   bastando avaliar um evento como ameaçador para sua sobrevivência. Mas para sentir  Vergonha, precisa ser capaz de formar na mente representações estáveis dos eventos que ocorrem, de fazer a observação, análise e reflexão deles.

 Para Tracy e Robbins, as características citadas deixam claro que as Emoções Autoconscientes não podem ser agrupadas junto das emoções básicas , as quais envolvem menos o Eu na sua produção, e a participação do sistema límbico é consideravelmente maior do que a do córtex cerebral. Eles consideram que as emoções variam em um continuo que começa com as básicas e vai até às autoconscientes, em vez de existirem duas classes diferentes. (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).


Nas Emoções Autoconscientes o córtex cerebral participa mais do que nas básicas.

 A vergonha e orgulho são bons exemplos de emoções autoconscientes, porque exigem auto-representações e autoconsciência, emergem mais tarde no desenvolvimento, não possuem expressões faciais que permitam reconhecê-las pela face e são de cognição complexa  (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).

As Emoções Autoconscientes nos ajudam a estar mais atentos em nossos relacionamentos e a melhorar as interações sociais. Se uma pessoa viola as regras sociais em um grupo isto vai lhe causar culpa, vergonha ou  constrangimento, e por isto ela as respeita, para permanecer nele. Por isto estas emoções promovem maior coesão social e ajudam o entrosamento social do indivíduo. Por exemplo, se você se sente culpado por uma falta cometida e pede desculpas a outra, ela lhe terá como uma  pessoa de trato fácil. Se você sente remorso depois de agredir verbalmente a alguém, quer reparar seu erro e  lhe pede desculpas, isto melhora seu relacionamento com ela. 

                          As Emoções Autoconscientes ajudam a manter os relacionamentos.

  Emoções autoconscientes em excesso podem ser doentias e gerar ansiedade e depressão, além de isolamento social (muitos pacientes com doença pulmonar crônica e outras doenças crônicas, como acidente vascular cerebral se isolam). Na vergonha exagerada, a literatura registra casos de suicídio.

 

Vergonha exagerada é maléfica e pode causar isolamento social.

Causas das Emoções Autoconscientes

Pesquisas recentes indicam que a emoção autoconsciente ocorre quando a pessoa acha que ela é de origem interna, e geralmente o fracasso produz culpa ou  vergonha, porque ela não alcançou seu objetivo e não correspondeu a suas expectativas. Pelo contrário, o sucesso tende a produzir orgulho. Enquanto isto as causas externas tendem a promover emoções básicas, como no caso de uma ameaça que produz o medo ou de um insulto que gera raiva.

 No caso da ameaça, verificar se ela é dirigida para a identidade da pessoa (para seu self), ou para sua sobrevivência física ( material). Na sociedade contemporânea as ameaças à sobrevivência são menos frequentes do que as dirigidas à identidade da pessoa. Na raiva e no medo é mais frequente eles serem desencadeados por uma ameaça à identidade da pessoa, como no caso do insulto recebido por uma pessoa de um colega de trabalho, e não por uma ameaça direta à sobrevivência física. (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).

 

Hoje a raiva é mais desencadeada por um insulto.

 Benefícios e malefícios das Emoções Autoconscientes

As Emoções Autoconscientes podem ser benéficas, saudáveis, ou maléficas, não saudáveis. As benéficas ​​incluem:

 • ter orgulho de suas realizações ou de si mesmo, que estimulam a pessoa a fazer outras. A  confiança em si mesmo é uma grande força pessoal, que impulsiona a pessoa a enfrentar desafios;

 



                            Ter orgulho de si mesmo é uma Emoção Autoconsciente saudável.

 • sentir-se à vontade nos ambientes sociais;

 • desculpar-se de erros cometidos;

• assumir a responsabilidade de erros cometidos.

 As Emoções Autoconscientes maléficas incluem:

 • sentimentos de culpa, como a de um fumante que está com câncer ou uma doença crônica do pulmão; ou de alguém que tem uma doença cujo  responsável foi ele mesmo;

                         Emoção maléfica como a de um fumante que está doente do pulmão.

·  responder com raiva e hostilidade ao constrangimento que sofre;


                                 Ficar com raiva devido a um constrangimento sofrido.


·  evitar experiências e relacionamentos sociais, como na vergonha;




· 
culpar os outros por seus erros;

·  sentir-se responsável por erros cometidos e atribuídos a si mesmo;

·  ter baixa autoestima;                


·  sentir-se frequentemente agitado, ansioso ou deprimido.

A vergonha pode ter efeitos negativos na saúde física e emocional de uma pessoa que foi vítima de abuso físico e ou de pessoas HIV positivos ou com AIDS, que apresentam saúde física e emocional mais fraca por terem vergonha disto. A vergonha associada à depressão e à raiva crônica, é um componente central dos portadores de transtorno de personalidade antissociais (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).

https://www.healthline.com/health/self-conscious-emotions 


Uma Emoção Autoconsciente maléfica é sentir-se sempre agitado e apressado.

 As Emoções Autoconscientes ocorrem geralmente quando as situações  envolvem  regras, normas e objetivos sociais. Os adolescentes têm nível de autoconsciência mais desenvolvido do que as crianças devido à pressão social que sofrem para cumprir normas e regras por ele interiorizadas.

A autoconsciência maléfica pode trazer a ansiedade social e levar ao isolamento, que aumenta o nível de ansiedade, ou levar à diminuição da autoestima e à depressão, pela perda do convívio social. Também pode impedir a cura de traumas, principalmente em pessoas com problemas mentais.

 Como lidar com as Emoções Autoconscientes?

 Para lidar com  Emoções Autoconscientes maléficas ou excessivas, melhorar a autoimagem e a autoestima do indivíduo, da seguinte maneira:

  • Consultar um Psiquiatra ou Psicólogo qualificado.
  • envolvê-lo em atividades que o façam se sentir bem consigo mesmo;
  • ele escrever uma lista de realizações ou traços de personalidade dos quais sente orgulho;
  • combater a ansiedade social promovendo interações com pessoas equilibradas;
  • ser pontual e manter seus compromissos, pois a disciplina eleva o amor próprio;
  • assumir a responsabilidade por seus erros e fazer as correções necessárias, quando necessário;
  • evitar fazer coisas que possam causar culpa ou vergonha, como mentir;
  • praticar Plena Atenção ou qualquer meditação se surgirem pensamentos negativos.

             Propriedades das Emoções Autoconscientes  

            Devemos considerar nas causas das Emoções Autoconscientes três  propriedades: a estabilidade, o controle e se ela é global. Se ela é estável enquanto age, ou se é intermitente; se você pode controlá-la  quando ela age e se ela é global. Quando a causa é estável, a emoção tende a permanecer e é de difícil controle, como a vergonha de defeitos corporais. Se ela é instável você tem mais chances de modificá-la, como é o caso da culpa devido a desrespeito de regras sociais.

Além da origem externa ou interna, estas três propriedades causais são importantes para esclarecer se as emoções são básicas, não conscientes e diferenciá-las das autoconscientes. As causas estáveis ​​tendem a ser globais e incontroláveis, e as instáveis geralmente são controláveis.                    Compartilhe e divulgue este Post para termos pessoas com mais bem-estar, tranquilidade e um mundo melhor!

   

   RESUMO

 1. Tracy  e Robbins propuseram uma classificação das emoções em dois grupos: as Emoções Básicas e as Emoções Autoconscientes, um tipo de emoção da qual participa a consciência da pessoa e o modo que ela se acha vista pelos outros. São exemplos delas a vergonha, culpa e orgulho, dentre outras, e desempenham papel importante na motivação e regulação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas. As básicas surgem mais precocemente na evolução humana, até 9 meses, e as autoconscientes aparecem entre dois e três anos.

2. As Básicas (raiva, medo, tristeza, alegria, nojo e desprezo), são universais, têm expressões faciais próprias, se expressam automaticamente e têm menor processamento cognitivo. As Autoconscientes não são automáticas,  dependem da auto reflexão e da autoavaliação da pessoa e são mais complexas em termos cognitivos. A pessoa reflete sobre si mesma, avalia como se percebe, como os outros lhe percebem, analisa se seu comportamento é reprovável e seu corpo, compara-os com os dos outros, além de verificar se sua conduta respeita as normas e expectativas por ela adotada.  Um exemplo é a vergonha que a pessoa tem de si mesma se tem um defeito corporal.

3. As emoções autoconscientes possuem as seguintes características: Primeira: para sentí-la é necessário que a pessoa tenha autoconsciência e seja capaz de construir auto-representações em sua mente. As auto-representações fazem parte de sua identidade, e abrangem o conteúdo da sua cognição e de suas relações  sociais, de modo a permitir  fazer a auto-avaliação. Isto as diferencia das emoções básicas. Segunda: elas surgem na infância, depois das emoções básicas. As mais complexas como  vergonha, culpa e orgulho, surgem até o final do terceiro ano de vida. Terceira: elas facilitam a pessoa alcançar objetivos sociais complexos, a sobrevivência, a reprodução, aprimoram o status social do indivíduo e previnem sua rejeição no grupo.

Dentre as Emoções Autoconscientes estão: a Vergonha, que promove comportamentos de apaziguamento e integração depois de uma transgressão social; a culpa, que gera pedidos de  desculpas depois de uma transgressão, com consequente reaproximação das pessoas. Mas, do outro lado está o orgulho arrogante, promovendo a arrogância em alguém que teve seu sucesso socialmente valorizado, que pode afastar as pessoas e criar inimizades.

4. Quarta característica: as emoções autoconscientes apresentam expressões faciais discretas e não são universais, diferentemente das emoções  básicas que têm expressões faciais universalmente reconhecidas. Quinta: o processo de cognição nas emoções autoconscientes é mais complexo do que nas básicas. Para sentir medo, o indivíduo precisa de pouca capacidade cognitiva,   bastando avaliar um evento como ameaçador, mas para sentir  Vergonha, precisa formar na mente representações dos eventos que ocorrem e de fazer a observação, análise e reflexão deles.

5. Para Tracy e Robbins as Emoções Autoconscientes não podem ser agrupadas junto das básicas, que envolvem menos o Eu na sua produção, e a participação do sistema límbico é consideravelmente maior do que a do córtex cerebral. E consideram que as emoções variam em um continuo que começa com as básicas e vai até às autoconscientes.

6. As Emoções Autoconscientes nos ajudam a estar mais atentos em nossos relacionamentos e a melhorar as interações sociais. Se uma pessoa viola as regras sociais em um grupo isto vai lhe causar culpa, vergonha ou  constrangimento, e por isto ela as respeita, para permanecer nele. Por isto estas emoções promovem maior coesão social e ajudam o entrosamento social do indivíduo. Por exemplo, se você se sente culpado por uma falta cometida e pede desculpas a outra, ela lhe terá como uma  pessoa de trato fácil.

7.  Emoções autoconscientes em excesso podem ser doentias e gerar ansiedade e depressão, além de isolamento social. No caso da vergonha exagerada, a literatura registra casos de suicídio. A emoção autoconsciente ocorre quando a pessoa acha que ela é de origem interna. Geralmente o fracasso produz culpa ou  vergonha, porque ela não alcançou seu objetivo. Pelo contrário, o sucesso tende a produzir orgulho. As causas externas tendem a promover emoções básicas, como no caso do medo e da raiva.

8. As Emoções Autoconscientes podem ser benéficas, como as seguintes: ter orgulho de suas realizações; sentir-se à vontade nos ambientes sociais; desculpar-se de erros cometidos e  assumir a responsabilidade deles. As maléficas incluem: sentimentos de culpa; responder com raiva e hostilidade ao constrangimento; evitar experiências e relacionamentos sociais, como na vergonha; culpar os outros por seus erros; sentir-se responsável por erros cometidos ou atribuídos a si mesmo; ter baixa autoestima; sentir-se frequentemente agitado, ansioso ou deprimido.

9. A vergonha pode ter efeitos negativos na saúde de uma pessoa que foi vítima de abuso físico e ou de pessoas HIV positivos ou com AIDS, e é associada à depressão, à raiva crônica, é um componente central dos portadores de transtorno de personalidade antissociais. A autoconsciência maléfica pode trazer ansiedade social e levar ao isolamento, ou levar à diminuição da autoestima e à depressão, pela perda do convívio social. Também pode impedir a cura de eventos traumáticos, principalmente em pessoas com problemas mentais.

10. Para lidar com  Emoções Autoconscientes maléficas você pode melhorar a autoimagem e a autoestima, da seguinte maneira: consultar um Psiquiatra ou Psicólogo qualificado; praticar atividades que o façam se sentir bem; escrever uma lista de realizações ou traços de personalidade que o fazem sentir orgulho de si mesmo; combater a ansiedade social interagindo  com pessoas equilibradas; ser pontual e manter seus compromissos; assumir a responsabilidade por seus erros; evitar fazer coisas que possam causar culpa ou vergonha, como mentir; praticar Plena Atenção ou qualquer forma de meditação, principalmente se surgirem pensamentos e emoções negativas.

 REFERÊNCIAS E LINKS

https://www.healthline.com/health/self-conscious-emotions

https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).