E-book 28
Emoções
Morais e Autoconscientes; Vergonha e Culpa
P S I C O L O G I A
M O D E R N A
Blog emoçaoeatencao@blogspot.com
Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos
2023 - Bahia- Brasil
QUEM É O AUTOR
Jair de Oliveira
Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar,
Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo
de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.
Criou o
blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou
90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve ,
segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o
lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.
Pioneiro da Educações
das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários
colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação
Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3-
Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos
Históricos, Fundamentos e Resultados.
Dedicou-se à Educação
Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o
presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da
Associação Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e
Humanismo”, e” Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.
Dedico este e-book:
In memoriam:
A minha inesquecível esposa falecida,
Olívia,
E a meu Pai e minha Mãe.
A meus filhos:
Jair Filho, César, Telma, Vinicius e
Paulo
A meus netos:
Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro
Gabriel, Maria Eduarda , Larissa e Arthur.
● ● ●
A todos que nos propiciaram condições e
estimularam estudos, pesquisas e reflexões sobre a Educação das
Emoções.
● ● ●
“Quem conhece aos outros é inteligente
Quem conhece a si
mesmo é sábio “
Lao Tsé – Tao te King,
XXXIII
● ● ●
“Trata a humanidade, na tua própria
pessoa ou na de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”
Kant I., “Fundamentação
da metafísica dos costumes”, 1786.
● ● ●
“Não há outro universo, senão o
universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora
de si um fim que o homem se realizará como ser humano”
Sartre,J.P., “O Existencialismo é um
humanismo”, 1944
● ● ●
“Para criar uma boa
vida, não basta lutar por metas que nos trazem prazer, mas também
escolher metas que reduzirão a soma total de entropia no mundo”.
Mihaly
Csikszentmihalyi, A Descoberta do Fluxo, 1999.
COMUNICADO
A partir de 26-11-22, o blog emoçaoeatencao@blogspot.com
terá nova orientação, para
atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação
publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de
sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que conterão o
conteúdo dos posts já publicados, além de novos conteúdos, de modo a
constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.
Ranking database emoção
atenção@blogspot.com, pesquisa.
Imagens de ranking data base
emocaoeatencao@blogspot.com
RELAÇÃO DOS CONTEÙDOS
DO E-BOOK 28
O material deste
e-book é exclusivamente informativo e não tem finalidade terapêutica, que deve
ser feita por médicos e psicólogos.
Capítulo 1: Emoção
Moral
Capítulo 2: Vergonha
Capítulo 3: Culpa e
Constrangimento
Capítulo 4: Emoções
Autoconscientes
Referências
Bibliográficas
CAPÍTULO 1
EMOÇÕES MORAIS
O que é uma Emoção
Moral?
Uma ação é moral quando a pessoa faz o bem do outro (Oxford Dictionary). Uma ação que não faz o bem, não é moral.
Uma ação é moral quando faz o bem. Senão fizer o bem não
é moral.
O juiz de uma questão não pode ser beneficiado numa emoção moral.
Uma emoção moral surge se há violações morais ou é motivada pelo comportamento moral, podendo beneficiar indiretamente a quem a sente. Ela surge em resposta às violações morais. (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).
As emoções morais surgem em resposta às violações morais.
De um modo geral a emoção é uma resposta da pessoa a um estímulo que visa atender seus interesses. No caso do medo, a pessoa usa a contração muscular existente para fugir, e no caso da raiva a emoção é usada para agredir a quem lhe enraiveceu.
As emoções morais existem em todas as culturas e estimulam a pessoa a se relacionarem bem, para não sofrer reações de seus membros. Elas são moldadas pelos valores culturais. Um exemplo é o Perdão, que a pessoa pratica para livrar-se do ressentimento ou do desejo de vingar-se de alguém que lhe fez sofrer. O benefício direto do perdão vai para quem foi perdoado, mas quem perdoa tem benefícios indiretos, pois se livra do sofrimento que a raiva lhe trazia e passa a ter bem-estar. Reveja o e-book sobre Perdão.
A pessoa dá o Perdão para livrar-se do desejo de vingar-se.
Um terremoto pode ser a causa de emoções morais nas pessoas.
Tendências de ação pró-social - a emoção
moral gera uma ação para responder ao estímulo provocador, mas esta ação pode
não ser praticada e a pessoa ficar só na tendência para agir. É o caso de
alguém que quer se vingar de outro e ainda não se vingou, ou de querer ajudar a
um amigo e ainda não ajudou.
A emoção que leva à
cooperação social é uma Emoção Moral.
Famílias de Emoções Morais
As famílias menores são a de "outros sofrimentos", com a Compaixão e a das “louvadoras", com a gratidão e admiração ou elevação (http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html).
Que é a Vergonha?
Um paralítico pode ter vergonha de não poder andar
e sentir-se inferior.
A Vergonha é importante enquanto elemento capaz de promover a coesão social dos grupos. Quando uma pessoa desrespeita as regras sociais, os membros do grupo a que ela pertence reagem com desprezo, raiva ou repulsa. E para não ser desprezada ela evita desrespeitar as normas, para continuar a ser aceita.
A pessoa respeita as regras sociais para ser aceita
socialmente.
A vergonha é uma emoção que a pessoa sente que envolve a forma com que as outras pessoas a vêm. Ela pode ser expressa pelo constrangimento, pela humilhação, pelos sentimentos de defeitos corporais ou pelo sentimento de baixa autoestima. Depende da cultura em que a pessoa vive, de sua história de vida, das experiências familiares, da sua personalidade e das circunstâncias.
Se a pessoa se isolar por causa da Vergonha pode sentir ansiedade, angústia, medo de ser abandonada e a necessidade de afeto, e sofrer muito. A literatura registra até casos de suicídio (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9444730).
A Culpa é uma emoção
moral porque envolve a noção do certo e do errado, e é importante na formação
da consciência moral e no comportamento ético. Ela estreita os relacionamentos
Como Vergonha e Culpa ativam o cérebro
As pesquisas mostram
que a Vergonha e a Culpa compartilham algumas redes neurais e têm áreas de
ativação individuais. A Vergonha ativa o lobo temporal, córtex cingulado
anterior e o giro para-hipocampal, enquanto a Culpa ativa o giro fusiforme e o
temporal médio.
Foram encontradas ativações específicas na Vergonha, no lobo frontal
(giro frontal medial e inferior) e na Culpa, na amígdala e na ínsula. As
ativações eram diferentes em homens e mulheres. Os pesquisadores concluíram que
as áreas frontal, temporal e límbica desempenham papel importante na produção
dos sentimentos morais.
Vergonha e a Culpa compartilham redes neurais, com áreas individuais de ativação
Que é o Constrangimento?
O Constrangimento ou Embaraço é uma emoção que a pessoa sente quando comete um erro ou pratica ações que contrariam as normas sociais. Ocorre na presença de outras pessoas e pertence à família da vergonha e da culpa. A pessoa constrangida se sente exposta, desajeitada e arrependida do que fez, porque no centro do seu constrangimento estão avaliações negativas que ela faz de si mesma. A diferença é que o Constrangimento resulta de violações de regras sociais, enquanto a Vergonha resulta da violação de normas morais. http://faculty.virginia.edu/haidtlab/articles/alternate_versions/haidt.2003.the-moral-emotions.pub025-as-html.html.
Você pode sentir Constrangimento quando, mesmo sem ter intenção de violar os padrões sociais, você arrota ruidosamente em público; ou tropeça e cai; ou derrama bebidas na mesa durante uma refeição; ou rasga suas calças; ou vê seus pensamentos e sentimentos íntimos divulgados; ou emite gases acidentalmente, ou esquece os nomes das pessoas, e em situações semelhantes.
São sinais de constrangimento desviar o olhar para baixo, ter um sorriso forçado ou botar a mão no rosto (que pode ficar vermelho). O constrangimento é experimentado como uma ameaça à aceitação social da pessoa e pode gerar aumento da produção de adrenalina, dilatando os vasos da face, que fica vermelha.
A ressonância magnética, utilizada para avaliar a base neural do constrangimento,
constatou ativação do córtex pré-frontal medial, sulco temporal posterior
superior esquerdo, córtex visual, córtex temporal direito anterior e o
hipocampo, bilateralmente. (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/15528097/).
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e divulgue este Post para termos pessoas com mais bem-estar, tranquilidade
e um mundo melhor!
RESUMO
2. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6002275/
3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/15528097/
4.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11010661.
5. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/32437/1/TESE%20MIP%20-%20Ana%20Sofia%20Salgueiro.pdf
6. E-book Perdão, como cultivar.
7. E-book Que é Compaixão.
8. E-book Que é Gratidão?
9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9444730
Imagens: Pixabay,com
CAPÍTULO 3
QUE É EMOÇÃO AUTOCONSCIENTE?
1. O nome "Jair Santos" está entre os quatro (4) autores
mais lidos, entre os cem(100) mais consultados da Academia.
2. Existem 234 (duzentas e trinta e quatro) citações de “Jair
Santos” nas pesquisas localizadas na biblioteca da Academia.
Neste
e-book você verá o conceito de Emoção Autoconsciente, suas principais
características, exemplos, seus benefícios e malefícios, causas, como
lidar com elas e como o cérebro é ativado nelas.
O grupo
das emoções básicas- raiva, medo, tristeza, alegria, nojo e desprezo-, surge
antes dos dois anos, são universais e com expressões faciais
próprias ( Damásio, O erro de Descartes), como mostra a figura abaixo:
Emoções básicas
ou primárias.
Na Emoção Autoconsciente a pessoa
reflete sobre si mesma.
Para Tracy e Robbins as emoções autoconscientes possuem as seguintes características:
Primeira característica:
A existência das emoções autoconscientes requer que a pessoa tenha autoconsciência
e seja capaz de construir auto-representações em sua mente. A percepção
de seu Eu (self) deve incluir o sentimento continuo da autoconsciência, além
das auto-representações que fazem parte de sua identidade, e que abrangem o
conteúdo da sua cognição e de suas relações
sociais, permitindo-lhe fazer a auto-avaliação, fundamental para existir
este tipo de emoção. Isto as diferencia das emoções básicas (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf)..
Segunda: As emoções autoconscientes surgem na infância, depois das básicas.
As emoções básicas aparecem geralmente nos
primeiros 9 meses de vida, e os sentimentos considerados como forma precoce de
Constrangimento se desenvolvem até os 18 a 24 meses. As emoções mais complexas,
como vergonha, culpa e orgulho, surgem até o final do terceiro ano de vida.
As Emoções
Autoconscientes se desenvolvem até os 18 a 24 meses.
As emoções autoconscientes se desenvolveram para facilitar o alcance dos objetivos sociais, promovendo comportamentos que estimulassem a estabilidade do grupo, a afirmação dos papéis e estatus sociais e a divisão do trabalho social.
Para sentir medo, o indivíduo precisa de pouca capacidade cognitiva, bastando avaliar um evento como ameaçador para
sua sobrevivência. Mas para sentir
Vergonha, precisa ser capaz de formar na mente representações estáveis
dos eventos que ocorrem, de fazer a observação, análise e reflexão deles.
Nas Emoções Autoconscientes o córtex cerebral participa mais do que nas básicas.
As Emoções Autoconscientes nos ajudam a estar mais atentos em nossos relacionamentos e a melhorar as interações sociais. Se uma pessoa viola as regras sociais em um grupo isto vai lhe causar culpa, vergonha ou constrangimento, e por isto ela as respeita, para permanecer nele. Por isto estas emoções promovem maior coesão social e ajudam o entrosamento social do indivíduo. Por exemplo, se você se sente culpado por uma falta cometida e pede desculpas a outra, ela lhe terá como uma pessoa de trato fácil. Se você sente remorso depois de agredir verbalmente a alguém, quer reparar seu erro e lhe pede desculpas, isto melhora seu relacionamento com ela.
As Emoções Autoconscientes ajudam a manter os relacionamentos.
Vergonha
exagerada é maléfica e pode causar isolamento social.
Causas das Emoções Autoconscientes
Pesquisas recentes indicam que a emoção autoconsciente ocorre quando a pessoa acha que ela é de origem interna, e geralmente o fracasso produz culpa ou vergonha, porque ela não alcançou seu objetivo e não correspondeu a suas expectativas. Pelo contrário, o sucesso tende a produzir orgulho. Enquanto isto as causas externas tendem a promover emoções básicas, como no caso de uma ameaça que produz o medo ou de um insulto que gera raiva.
Hoje a raiva é mais desencadeada por um insulto.
As Emoções Autoconscientes podem ser benéficas, saudáveis, ou maléficas, não saudáveis. As benéficas incluem:
Ter
orgulho de si mesmo é uma Emoção Autoconsciente saudável.
• assumir a responsabilidade de erros cometidos.
Emoção maléfica como a de um fumante que está doente do pulmão.
· responder com raiva e hostilidade ao constrangimento que sofre;
Ficar com raiva devido a um constrangimento sofrido.
·
evitar experiências e relacionamentos sociais, como
na vergonha;
·
culpar os outros por seus erros;
·
sentir-se responsável por erros cometidos e
atribuídos a si mesmo;
· ter baixa autoestima;
·
sentir-se frequentemente agitado, ansioso ou deprimido.
A
vergonha pode ter efeitos negativos na saúde física e emocional de uma pessoa
que foi vítima de abuso físico e ou de pessoas HIV positivos ou com AIDS, que
apresentam saúde física e emocional mais fraca por terem vergonha disto. A
vergonha associada à depressão e à raiva crônica, é um componente central dos
portadores de transtorno de personalidade antissociais (https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).
https://www.healthline.com/health/self-conscious-emotions
Uma Emoção Autoconsciente maléfica é sentir-se sempre agitado e apressado.
A
autoconsciência maléfica pode trazer a ansiedade social e levar ao isolamento,
que aumenta o nível de ansiedade, ou levar à diminuição da autoestima e à depressão,
pela perda do convívio social. Também pode impedir a cura de traumas, principalmente em pessoas com problemas mentais.
- Consultar
um Psiquiatra ou Psicólogo qualificado.
- envolvê-lo em atividades que o façam se sentir bem consigo mesmo;
- ele
escrever uma lista de realizações ou traços de personalidade dos quais sente orgulho;
- combater
a ansiedade social promovendo interações com pessoas equilibradas;
- ser
pontual e manter seus compromissos, pois a disciplina eleva o amor
próprio;
- assumir
a responsabilidade por seus erros e fazer as correções necessárias, quando
necessário;
- evitar
fazer coisas que possam causar culpa ou vergonha, como mentir;
- praticar
Plena Atenção ou qualquer meditação se surgirem pensamentos
negativos.
Devemos considerar nas causas das Emoções Autoconscientes três propriedades: a estabilidade, o controle e se ela é global. Se ela é estável enquanto age, ou se é intermitente; se você pode controlá-la quando ela age e se ela é global. Quando a causa é estável, a emoção tende a permanecer e é de difícil controle, como a vergonha de defeitos corporais. Se ela é instável você tem mais chances de modificá-la, como é o caso da culpa devido a desrespeito de regras sociais.
Além da origem externa ou interna, estas três propriedades
causais são importantes para esclarecer se as emoções são básicas, não
conscientes e diferenciá-las das autoconscientes. As causas estáveis tendem
a ser globais e incontroláveis, e as instáveis geralmente são controláveis.
RESUMO
2. As
Básicas (raiva, medo, tristeza, alegria, nojo e desprezo), são universais, têm expressões
faciais próprias, se expressam automaticamente
e têm menor processamento cognitivo. As Autoconscientes não são
automáticas, dependem da auto reflexão e
da autoavaliação da pessoa e são mais complexas em termos cognitivos. A pessoa reflete sobre si mesma, avalia como se
percebe, como os outros lhe percebem,
analisa se seu comportamento é reprovável e seu
corpo, compara-os com os dos outros, além de
verificar se sua conduta respeita as normas e expectativas por ela adotada. Um exemplo é a vergonha que a pessoa
tem de si mesma se tem um defeito corporal.
3. As emoções autoconscientes possuem as seguintes características:
Primeira: para sentí-la é necessário que a pessoa tenha autoconsciência
e seja capaz de construir auto-representações em sua mente. As auto-representações
fazem parte de sua identidade, e abrangem o conteúdo da sua cognição e de suas
relações sociais, de modo a
permitir fazer a auto-avaliação. Isto as
diferencia das emoções básicas. Segunda: elas surgem na infância, depois
das emoções básicas. As mais complexas como vergonha, culpa e orgulho, surgem até o final
do terceiro ano de vida. Terceira: elas facilitam a pessoa alcançar
objetivos sociais complexos, a sobrevivência, a reprodução, aprimoram o status social
do indivíduo e previnem sua rejeição no grupo.
Dentre as
Emoções Autoconscientes estão: a Vergonha, que promove comportamentos de
apaziguamento e integração depois de uma transgressão social; a culpa, que gera
pedidos de desculpas depois de uma
transgressão, com consequente reaproximação das pessoas. Mas, do outro lado
está o orgulho arrogante, promovendo a arrogância em alguém que teve seu
sucesso socialmente valorizado, que pode afastar as pessoas e criar inimizades.
4. Quarta característica: as emoções autoconscientes apresentam expressões faciais discretas e não são universais, diferentemente das emoções básicas que têm expressões faciais universalmente reconhecidas. Quinta: o processo de cognição nas emoções autoconscientes é mais complexo do que nas básicas. Para sentir medo, o indivíduo precisa de pouca capacidade cognitiva, bastando avaliar um evento como ameaçador, mas para sentir Vergonha, precisa formar na mente representações dos eventos que ocorrem e de fazer a observação, análise e reflexão deles.
5. Para Tracy e Robbins as Emoções Autoconscientes não podem ser
agrupadas junto das básicas, que envolvem menos o Eu na sua produção, e a
participação do sistema límbico é consideravelmente maior do que a do córtex
cerebral. E consideram que as emoções variam em um continuo que começa com as básicas e vai até às
autoconscientes.
6. As Emoções Autoconscientes nos ajudam a estar mais
atentos em nossos relacionamentos e a melhorar as interações sociais. Se uma
pessoa viola as regras sociais em um grupo isto vai lhe causar culpa, vergonha ou
constrangimento, e por isto ela as
respeita, para permanecer nele. Por isto estas emoções promovem maior coesão
social e ajudam o entrosamento social do indivíduo. Por exemplo, se você se sente
culpado por uma falta cometida e pede desculpas a outra, ela lhe terá como
uma pessoa de trato fácil.
7. Emoções autoconscientes em excesso podem ser
doentias e gerar ansiedade e depressão, além de isolamento social. No caso da
vergonha exagerada, a literatura registra casos de suicídio. A emoção autoconsciente ocorre quando a pessoa acha
que ela é de origem interna. Geralmente o fracasso produz culpa ou vergonha, porque ela não alcançou seu
objetivo. Pelo contrário, o sucesso tende a produzir orgulho. As causas externas tendem a promover emoções básicas, como no caso do medo
e da raiva.
8. As
Emoções Autoconscientes podem ser benéficas, como as seguintes: ter orgulho
de suas realizações; sentir-se à vontade nos ambientes sociais; desculpar-se de
erros cometidos e assumir a
responsabilidade deles. As maléficas incluem: sentimentos de culpa; responder
com raiva e hostilidade ao constrangimento; evitar experiências e
relacionamentos sociais, como na vergonha; culpar os outros por seus erros; sentir-se
responsável por erros cometidos ou atribuídos a si mesmo; ter baixa autoestima;
sentir-se frequentemente agitado, ansioso ou deprimido.
9. A
vergonha pode ter efeitos negativos na saúde de uma pessoa que foi vítima de
abuso físico e ou de pessoas HIV positivos ou com AIDS, e é associada à
depressão, à raiva crônica, é um componente central dos portadores de
transtorno de personalidade antissociais. A autoconsciência maléfica pode trazer ansiedade
social e levar ao isolamento, ou levar à diminuição da autoestima e à depressão,
pela perda do convívio social. Também pode impedir a cura de eventos
traumáticos, principalmente em pessoas com problemas mentais.
10. Para
lidar com Emoções Autoconscientes maléficas
você pode melhorar a autoimagem e a autoestima, da seguinte maneira: consultar
um Psiquiatra ou Psicólogo qualificado; praticar atividades que o façam se
sentir bem; escrever uma lista de realizações ou traços de personalidade que o
fazem sentir orgulho de si mesmo; combater a ansiedade social interagindo com pessoas equilibradas; ser pontual e manter
seus compromissos; assumir a responsabilidade por seus erros; evitar fazer
coisas que possam causar culpa ou vergonha, como mentir; praticar Plena Atenção
ou qualquer forma de meditação, principalmente se surgirem pensamentos e emoções
negativas.
https://www.healthline.com/health/self-conscious-emotions
https://pdfs.semanticscholar.org/6a79/ca9efd7fcd59c349a02125c3960ce4df3e01.pdf).
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