terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

E-book 10

                                                 E-book 10

               1- O Medo; 2- Como lidar com o Medo; 3- Que é o Estresse                   

            P S I C O L O G I A

   M O D E R N A

   


              Blog     emoçaoeatencao@blogspot.com      

            Prof. Dr. Jair de Oliveira Santos

                                       2023

                               Bahia- Brasil  







QUEM É O AUTOR

 

Jair de Oliveira Santos é Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Graduado em Pedagogia, Especialista em Administração Escolar, Fundador e ex-Diretor da Faculdade Castro Alves, onde foi coordenador do Núcleo de Estudos das Emoções e do Programa de Educação das Emoções.

Criou o blog emoçaoeatencao@blogspot.com onde publicou 90 Posts, durante 6 anos, que foram divulgado pela Google em 87 países e teve , segundo o site Ranking Data, cerca de 1 milhão e 188 mil acessos anuais. Fez o lançamento do Podcast das Emoções, no citado blog, em 2021.

Pioneiro da Educações das Emoções na Bahia, implantou-a na Faculdade Castro Alves e em vários colégios, com excelentes resultados. Publicou os livros: 1- Educação Emocional- fundamentos e resultados;2- Manuais de Educação Emocional; 3- Educação Emocional na Sala de Aula, e 4-. Educação Emocional: Aspectos Históricos, Fundamentos e Resultados.

Dedicou-se à Educação Médica, foi Coordenador do Colegiado de Curso de Medicina da UFBA e o presidente da Comissão de Currículo. Publicou livros e artigos na Revista da Associação Brasileira de Educação Médica, dentre eles “Educação Médica e Humanismo”, e” Educação Médica- Filosofia, Valores e Ensino”.

 

Dedico este e-book:

In memoriam:

A minha inesquecível esposa falecida, Olívia,

A meu Pai e minha Mãe.

   xxx            

A meus filhos:

Jair Filho, César, Telma, Vinicius e Paulo

A meus netos:

Jéssica, Jair Neto, Ana Júlia, Pedro Gabriel, Maria Eduarda , Larissa e Arthur.

 

A todos que nos propiciaram condições e estimularam estudos, pesquisas  e reflexões sobre  a Educação das Emoções.

                                       ● ● ● 

“Quem conhece aos outros é inteligente

  Quem conhece a si mesmo é sábio “

Lao Tsé – Tao te King, XXXIII   

                               ● ● ● 

“Trata a humanidade, na tua própria pessoa ou na de qualquer outra, como um fim em si, nunca apenas como um meio”

 Kant I., “Fundamentação da metafísica dos costumes”, 1786.                           

                              ● ● ●

“Não há outro universo, senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É procurando sempre fora de si um fim que o homem se realizará como ser humano”

Sartre,J.P., “O Existencialismo é um humanismo”, 1944

                                               ● ● ●

“Para criar uma boa vida, não basta lutar por metas  que nos trazem prazer, mas também escolher metas que reduzirão a soma total de entropia no mundo”.

Mihaly Csikszentmihalyi

A Descoberta do Fluxo, 1999.

 

        

     

 

 COMUNICADO

A partir de 26-11-22,o blog emoçaoeatencao@blogspot.com terá nova orientação, para atender á sua vasta clientela de milhões de leitores, conforme avaliação publicada pelo site Ranking Data, abaixo transcrita. Dentro de sua filosofia de trabalho, publicará também e-books gratuitos, que conterão o conteúdo dos posts já publicados, de modo a constituírem um conjunto integrado de conhecimentos.

Ranking database emoção atenção@blogspot.com, pesquisa.

Imagens de ranking data base emocaoeatencao@blogspot.com


 



   

CONTEÚDO DO E-BOOK 10   

Capítulo 1: O que é o Medo.

Capítulo 2: Como lidar com o Medo 

Capítulo 3: O que é o Estresse I 








                        Capítulo 1

                  O que é o Medo.

 Neste capítulo você verá qual a natureza do Medo, seu significado para o homem , os tipos e formas que ele se apresenta, suas causas, as regiões do cérebro ativadas no  medo, suas relações com a ameaça e o estresse, as reações que ele produz no corpo,  saberá identificar seus Medos e o que é Preocupação.

 Que é o Medo?

O Medo é uma reação do organismo a uma situação ameaçadora, que pode ser real ou não. Ele foi importante para a preservação da raça humana pois permitiu a nossos antepassados se salvarem das feras e dos perigos que os ameaçavam, fugindo de um leão ou tigre e preservando a espécie. O medo é um aliado do homem, pois o faz cauteloso e prudente e o protege contra  perigos.

Uma forma comum de medo é o medo de andar de avião. Uma professora gostava de passear e viajava de avião sempre que podia, mas na noite anterior à viagem sonhava que o avião estava caindo. De manhã, no aeroporto, o sofrimento aumentava: suas mãos ficavam frias, suando, e os braços e pernas se contraiam. Dentro do avião o coração e a respiração disparavam, os olhos ficavam esbugalhados, a face pálida e os músculos se contraíam tanto que ela doíam. Se o avião balançava, ela chorava, tremia e apertava uma mão na outra, ansiosa. Não comia nem bebia nada e durante a aterrissagem piorava e ela só ficava aliviada quando saía do aeroporto.


O Medo é hereditário?

Pesquisadores da Universidade de Queensland, em 2014, descobriram o  os genes associados ao medo e a fobia, que é uma  forma de medo e uma substância, a cromatina, capaz de controlar a expressão dos genes do medo e  de promover a extinção dele. É como encontrar o interruptor de uma luz numa sala e desligá-lo (http://www.medicaldaily.com/fear-controlling-gene-may-be-turned-researchers-discover-switch-280830). 



                              Pesquisas identificaram cromossomas capazes de extinguir o medo.

       A pessoa quando nasce pode herdar um temperamento tímido. Os tímidos sentem medo com pequenos estímulos numa situação que outras pessoas não sentiriam. O limiar de medo é a menor quantidade de estímulo que pode desencadeá-lo, e os tímidos têm um limiar baixo. Algumas pessoas são medrosas e se assustam facilmente e  outras são mais difíceis de se assustarem.

      Ser assustado ou calmo é uma tendência genética que a pessoa nasce, e é relacionada com a produção da noradrenalina produzida pelo cérebro quando a pessoa tem medo. As pessoas tímidas têm mais noradrenalina no sangue. Pesquisas mostram que crianças inseguras que se grudavam nas mães na escola, continuavam medrosas quando cresciam e com medo de se apresentarem em público. Mas depois de tratamento adequado conseguiam superar o medo.

Crianças que se grudam nas mães, crescem medrosas.

         Sentimentos derivados do Medo?

Existem muitos e a forma mais extrema é o terror, além da  fobia e  da síndrome pânico, já no terreno da doença. Uma forma muito comum do medo é a preocupação, e outras são  ansiedade,  apreensão, nervosismo, timidez, vergonha, remorso, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor e susto.



        O pânico é uma forma de medo.

Quais os tipos de Medo?

Há dois tipos de medo: o natural e o adquirido. O natural é inato, os animais nascem com ele e resulta de estímulos vindos do meio ambiente, de uma ameaça real. Quando alguém se aproxima de um passarinho, de um peixe, imediatamente ele sai correndo, porque há uma ameaça, e ele corre para defender-se.


Quando você se aproxima de um peixe no aquário ele corre.

 

 O medo natural ocorre com rapidez e mobiliza o animal para responder a situações em que a resposta rápida é questão de vida ou morte. Ele surge por exemplo quando alguém vai na rua e de repente aparece um cachorro que quer  mordê-lo.


Com medo, o homem foge do cachorro.

 

Seu organismo se mobiliza rapidamente para a defesa e o prepara para a fuga: a  amígdala cerebral envia sinais para o hipotálamo  estimular a hipófise pelo ACTH (adeno-córtico-trófico hormônio), que estimula a glândula suprarrenal. A hipófise libera um hormônio, o ACTH, que estimula a supra-renal para  produzir mais adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera o coração e ele manda mais sangue para os músculos, enquanto  cortisol aumenta o açúcar sanguíneo, para os músculos se contraírem e a pessoa sair correndo.


Homem em Pânico




      O medo aprendido é adquirido pelo indivíduo durante a vida. O estímulo que o produz vem do pensamento e geralmente vem do convívio com a família. O caso da professora relatado no início do capítulo, é de medo aprendido. Outros exemplos são o medo de barata ou rato que a filha aprendeu com a mãe, e o medo de escuro que o filho aprendeu com a mãe que só dormia com a luz acesa.

Vejamos um exemplo de medo aprendido, que é condicionado. Um médico trabalhava na emergência de um hospital e à noite era procurado em sua residência pela ambulância, que chegava com a luz vermelha girando. Depois de algum tempo a luz vermelha era um símbolo de preocupação para o médico, pois anunciava um paciente que iria atender, cuja gravidade não sabia. Seu coração disparava, as mãos suavam, os músculos se contraiam, e ele ficava ansioso, só voltando a se sentir bem depois de resolver a situação.

Com o tempo ele notou que durante o dia, quando acendia a luz vermelha do freio do carro da frente, seu coração disparava e ele ficava tenso e ansioso. Ele condicionou o medo à presença da luz vermelha, que ativava seu organismo e desencadeava as reações correspondentes ao medo.

 

O médico desenvolveu medo condicionado à luz vermelha dos freios.


Tanto no medo natural quanto no aprendido o organismo reage da mesma forma, preparando-se para a fuga, sendo a ameaça real ou não. Quando alguém está preocupado porque o avião em que vinha a família atrasou, a ameaça não é real, mas ele sofre os efeitos corporais do medo da mesma forma que sofreria se a ameaça fosse real.


Quais as causas do Medo?

 

Existem várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, e veremos agora as principais:

Medo do futuro: é gerado pelo pensamento e pode ser adquirido na família ou no convívio com outras pessoas. É o caso do medo da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão.

Medo de doenças: é muito frequente quando o pai ou a mãe é preocupado com doenças e o transmite aos filhos. Os medos mais comuns são o medo do infarto do miocárdio, da hipertensão arterial, do derrame cerebral, de diabetes, de colesterol alto, de câncer, de demência mental (Doença de Alzheimer), além de outros.

 


                                O medo de diversas doenças é muito frequente.

 

Medo da invalidez geralmente ocorre devido a uma doença ou a um acidente de carro, moto , quedas e de outros acidentes.



                                 Medo da invalidez devido a um acidente de carro.


Medo da solidão surge quando a pessoa não tem com quem compartilhar suas alegrias, esperanças, medos, ansiedades, tristezas e sofrimentos. 



                                                        Medo da solidão.


 O medo da ruína financeira: pode ocorrer se a pessoa pertence a uma família com boas condições financeiras, passa por dificuldades e tem medo de ficar sem dinheiro.

 

  
                          Medo da ruína ocorre quando há dificuldades financeiras.

 

O medo de fazer sexo: pode surgir em uma pessoa que teve um episódio de  impotência sexual e que sente ansiedade ao tentar manter outra relação sexual, com medo de fracassar de novo. 

                            

                    O medo de sexo surge em quem tem impotência sexual.

 

O medo de animais: o medo de cachorro pode ser devido a uma agressão ou a uma mordida de um cão que a pessoa sofreu quando era criança.

 

 

                            O medo de cachorro surge em quem foi mordido por cão.

 

O medo de animais pode ser aprendido com outras pessoas com quem conviveu, como o medo de barata e rato, aprendido com a mãe.



                            O medo de barata é aprendido com quem conviveu.

 


                                    Medo de rato aprendido com quem conviveu.

 

Medo de homem ou de mulher: ocorre em pessoas que na infância conviveram com pai violento ou mãe violenta. Elas acham que todos os homens e mulheres os tratarão com violência.

 


                           Medo de homem porque o pai era violento.

 

Medo de água: alguém que quando criança quase se afogou e bebeu muita água, pode desenvolver medo de água quando adulto.

 


      Uma criança quase se afogou e pode ter medo de água quando adulta.

 

Medo da morte: existe principalmente nas pessoas idosas, mas pode existir também em jovens e crianças.


                      Medo da morte existe principalmente nos idosos.


Medo de expressar emoções: existe em pessoas que durante a infância e a adolescência tiveram as emoções reprimidas e aprenderam que expressar emoção é coisa de fracos, pois os fortes não revelam seus sentimentos.


                      Mãe repressora impede a criança de expressar suas emoções.

 

O medo de Deus, entre os praticantes do Cristianismo.

 


            Medo de Deus existe entre os cristãos.

 

Medo dos espíritos, entre os praticantes do espiritismo.

 


                                                   Medo dos espíritos.



                                       Medo do diabo, entre os cristãos.

 Medo de terremotos, em regiões em que há tremores de terra e casas destruídas. 

 

Medo de inundações e tempestades: em pessoas que vivem em regiões em que há elas.


                              

                                      Medo de inundações e tempestades


    Medo de epidemias: da gripe e de outros vírus, como a dengue e a zika.

 

Medo de abandono: do filho ser abandonado pela mãe ou do namorado ser abandonado pela namorada, e vice-versa.

                     Medo de ser abandonado pela pessoa amada.

 

Medo de ser incapaz de amar outra pessoa: em pessoas que tiveram dificuldades afetivas quando crianças e que acham que não são capazes de amar ninguém.


 Medo de confiar em outras pessoas: ocorre em alguém que acha que os outros vão se aproveitar dele ou traí-los no futuro, como em crianças que sofreram abuso sexual de parentes ou pessoas próximas.


                        
                                  Medo de confiar em outras pessoas


Medo de elevador: pessoas preferem as escadas por ter medo de elevador.



 
 Medo de Multidões: pessoas que têm medo de andar com muita gente junta.

                       


 Síndrome  de pânico: ocorre quando a pessoa está fazendo uma atividade qualquer e sente um medo crescente, incontrolável, o coração dispara, sente tontura, tremores, faltar de ar e a sensação que vai morrer. 


Medo de altura : em pessoas que não suportam subir a locais elevados.

 



Fobia social:  a pessoa fica ansiosa, com medo e sente mal estar em situações sociais, quando é observada por outros. Fica insegura, preocupada com seu desempenho e com o que os outros poderão pensam dela. Pode ocorrer  quando falar em público, comer num restaurante, entrar um lugar cheio de gente, ir a uma festa, etc.

                       A fobia social pode ocorrer em um restaurante.

 

Como se comporta a pessoa com Medo?

O medo crônico pode ter consequências severas na vida da pessoa, pois gera alterações no seu corpo e na sua conduta. O medroso tem duas opções de conduta: uma é fugir de suas responsabilidades e outra é obedecer ao dominador, porque lhe faltam forças para desobedecer às suas ordens. Ele então se subordina e vive acovardado, tanto  nos seus relacionamentos familiares, quanto nos sociais e profissionais.

 No relacionamento interpessoal, o medroso se sente desvalorizado perante os outros e transfere o poder para quem o intimida, sentindo-se vítima dele. A nível profissional, ele deixa de ser competitivo pois perde a confiança em si mesmo, e pode ficar menos criativo, levando-o à estagnação profissional e diminuição da produtividade no trabalho.

 Na área existencial, há uma limitação, pois a soma dos fatores negativos citados, a depender da intensidade e  duração do medo, leva a uma inibição cada vez maior do indivíduo. O medroso crônico pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, pois se sente vítima da vida e dos outros, perdendo o poder de comandar sua vida, devido à perda da confiança em si mesmo.

 

                   O medroso crônico perde a confiança em si mesmo


Quais os efeitos do medo no corpo?

 

O medo se manifesta no corpo de diversos modos. No rosto há palidez, maior ou menor a depender da intensidade do medo, causada pela contração dos vasos que levam o sangue para a face. 

 


                       O grau da palidez do rosto depende da intensidade do medo.


 Os olhos ficam esbugalhados, abertos, fazendo o olhar do medroso característico. As sobrancelhas ficam franzidas, devido à contração da musculatura frontal e podem aparecer rugas no meio da testa, se o medo é crônico. Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo.



                                       No medo  as sobrancelhas se contraem,.

 

Há contração muscular é generalizada nos membros. As pernas  podem tremer e a pessoa ficar parada. As mãos frias suam muito e os cabelos dos braços podem levantar. Mesmo quando a ameaça não é real os músculos se contraem e podem envolver a pessoa como uma couraça, e com o tempo os ombros ficam curvados, trazendo mal estar e dores.

 A nível bioquímico, surge a resposta ao estresse e há  produção de adrenalina, noradrenalina e cortisona. A glicose do sangue sobe, para servir como fonte rápida de energia no caso de fuga. A boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial pode subir. Estas reações podem durar minutos, horas ou dias, se o medo ficar mantido, causam prejuízos à saúde da pessoa.

 Quais os efeitos do Medo no cérebro?

 Pesquisas realizadas em 2012 por Simon Maier, utilizando a ressonância magnética cerebral,  mostram que no medo, durante a avaliação de ameaças e nas respostas a elas, entram em atividade no cérebro o córtex do lobo pré-frontal dorsal e o do cingulado dorsal anterior ( giro do cíngulo), áreas importantes na regulação do medo e na avaliação das ameaças.(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/).

Estes achados foram confirmados por outros pesquisadores

(https://www.rug.nl/research/portal/files/.../c2.pdf).

                                


                         O giro cíngulo anterior e o lobo pré-frontal são ativados no medo.

 

Uma pesquisa foi realizada com o eletroencefalograma, em pessoas às quais foram apresentadas fotografias de situações capazes de desencadear o medo ( imagens de armas, combates ou animais). Foi constatado aumento da atividade de ondas teta no EEG do lobo occipital, que é a área do cérebro onde a visão é processada), seguido de aumento de ondas  teta no lobo frontal, local onde se processam o pensamento, a tomada de decisão e o planejamento). Além disso, foram notadas alteração das ondas beta do lado esquerdo, ondas estas que são associadas com o comportamento de correr, indicando que as ondas teta e beta participam do processamento de ameaças visuais capazes de desencadear o medo.

 Bambi L. DeLaRosa et al. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54



O que é a Preocupação?


A preocupação é a forma de medo mais frequente. Sua tendência natural é crescer, pois pensamentos automáticos negativos se juntam aos que aparecem inicialmente. Vigie sempre sua mente para ver quando aparecem preocupações e não deixe elas crescerem. Quando há uma preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça, real ou não, e surgir um componente pessimista de pensamento, de que "nada vai dar certo", "tudo vai se acabar" e "virá uma catástrofe em minha vida".

 


                                               

        Na preocupação a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça.

 

A maioria das preocupações não é baseada em fatos reais e resultam de avaliações mal feitas, fundamentadas em pensamentos automáticos e não em fatos e evidências. A pessoa cria o problema na sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Veja quantas vezes você já se preocupou com problemas que depois nunca ocorreram.

Os efeitos corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com sua  intensidade. Uma pessoa com preocupações crônicas se sente mal devido à contração de seus músculos, que ficam endurecidos como uma couraça. Ela pode ficar com os ombros encurvados e sentir os músculos dos braços e pernas "presos". 


RESUMO


1. O Medo é uma reação do organismo a uma ameaça, que pode ser real ou não. Ele foi importante para preservar a raça humana, permitindo que os seres humanos se defendessem dos perigos. É um aliado do homem, o faz cauteloso e o protege contra ameaças e perigos.

5. O medo aprendido é adquirido durante a vida e seu estímulo vem do pensamento, que o aprende no convívio com os pais, irmãos e parentes. É o caso do medo de barata ou de rato que a filha aprende com a mãe.

6. Existem várias causas de medo, reais ou criadas pelo pensamento, como o medo do futuro, da morte, da velhice, da invalidez, do desamparo, da ruína e da solidão. Existe o medo de doenças, da invalidez, da solidão, da ruina financeira, de fazer sexo, de animais, de homem e de mulher, de água, da morte, de expressar emoções, de Deus, dos espíritos, do inferno, do diabo,  de terremotos, de inundações, de tempestades, de epidemias e de separação, além de outros.

7. O medo crônico gera alterações no corpo e na conduta da pessoa. O medroso crônico foge de suas responsabilidades ou obedece ao dominador, subordinando-se a ele e vivendo acovardado, tanto nos relacionamentos familiares, quanto nos sociais e profissionais. Ele se sente desvalorizado perante os outros e perde a confiança em si mesmo, podendo ficar menos criativo e diminuir a produtividade no trabalho. O medroso pode perder a alegria de viver e tornar-se uma pessoa triste, sentindo-se uma vítima da vida e dos outros.

8. O medo se manifesta no corpo de diversos modos. No rosto, há palidez, os olhos ficam esbugalhados, com um olhar característico. As sobrancelhas ficam franzidas e podem surgir rugas na testa. Um suor pegajoso e frio pode aparecer na face e espalhar-se pelas mãos e pelo corpo. Nos membros, a contração muscular é generalizada, as pernas  podem tremer, as mãos frias suam muito e os cabelos dos braços podem ficar levantados. Há maior produção de adrenalina, noradrenalina, e cortisona. A glicose do sangue sobe, a boca fica seca, o coração dispara, a respiração acelera e a pressão arterial pode subir.

9. A preocupação é a forma de medo mais frequente, e sua tendência é crescer. Vigie sempre sua mente para ver quando aparecem as preocupações e atue nelas, não deixando que cresçam. Na preocupação, a mente pode se fixar obsessivamente na ameaça e surgir um pensamento pessimista, de que "nada vai dar certo", "tudo vai se acabar".

 

10. A maioria das preocupações não é baseada na realidade e sim em pensamentos automáticos que percebem a realidade de forma distorcida. A pessoa cria o problema em sua cabeça e se entrega a ele, como se fosse verdadeiro. Os efeitos corporais da preocupação são os mesmos do medo e variam com a  intensidade dela.

 

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REFERÊNCIAS


BAMBI DELAROSA ET AL. Electrophysiological spatiotemporal dynamics during implicit visual threat processing. Brain and Cognition, 2014; 91: 54

 GILLEY, K., A Alquimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999

LORENZINI, R.  Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.

 MAIER S., http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/.

 

SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

 

SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

 

 

 

 



 

 

 

 

                            CAPÍTULO 2

               COMO LIDAR COM O MEDO 

 

Como aprendemos a ter medo?

      Para compreender como se adquire o medo devemos considerar os conceitos de apego e de exploração do mundo. O ser humano aprende de duas formas: com outras pessoas - na família, nas aulas e conferências, lendo um livro ou pesquisa, navegando na internet, nas redes sociais; ou aprende explorando o mundo que o cerca.

     O apego é um mecanismo que aproxima a criança dos adultos em busca de proteção e segurança (Bowlby). É ele que regula a capacidade da criança de explorar o mundo em sua volta e quando  há apego excessivo da criança a sua mãe, pai ou outros, ela não explora o mundo de forma adequada. Quando a criança tem muito apego à mãe, ela não se afasta muito com medo de perder a proteção da mãe e ficar sem segurança. Mas ao fazer isso ela não descobre o mundo em sua volta, não se adapta a ele e fica sujeita a seus perigos no futuro, pois não sabe reconhecê-los (www.simplypsychology.org/bowlby.html).

                           

 A criança aprende em casa com os pais e na escola com os professores e colegas.

           A aprendizagem pelo apego começa na infância, na relação da criança com os pais, pois ela se aproxima de outro que considera mais forte e mais experiente. Nesta fase são importantes para o futuro da criança, tanto o seu apego aos pais, quanto o cuidado que recebe dos pais ou cuidadores.

                                     

                         O apego é uma importante forma de aprendizagem.

 A Exploração é uma forma de aprendizagem em que o indivíduo aprende com suas experiências pessoais, ao observar sua realidade. O apego e a exploração se complementam, pois a capacidade de explorar bem o mundo depende de uma relação de apego equilibrada, que gere no indivíduo a confiança em si mesmo. A autoconfiança é essencial para a pessoa explorar o mundo em sua volta de forma adequada possa conhecê-lo.

 

                                         Na exploração a criança aprende a conhecer o mundo 

Se houver excesso de apego ou falta da exploração no desenvolvimento da criança, ela poderá ter dificuldades de adaptação em sua vida futura. Se predomina o apego, a criança não aprende a fazer uma exploração adequada do mundo e pode desenvolver medos, por considerá-lo uma ameaça e cheio de perigos. A criança superprotegida é criada distante da realidade e poderá ser um adulto inseguro, com o medo  sempre presente em seus comportamentos.

 Vejamos um exemplo de apego excessivo à mãe: Mercedes era filha adotiva única de Cristina, que lhe dava todo o afeto. Não deixava Mercedes brincar na casa das amiguinhas, que deveriam vir brincar em sua casa, sob sua vigilância. Quando Mercedes desobedecia a Mãe, ao voltar para casa a  encontrava mal humorada, ameaçando-a de abandoná-la.

 Mercedes tinha de escolher entre a exploração do mundo e o afeto da mãe, que o pintava como traiçoeiro e perigoso. Ela aprendeu a não confiar em si mesma, apegava-se cada vez mais à mãe e cresceu sem explorar o mundo, com medo dele e sem desenvolver confiança em si mesma. Na adolescência o apego continuou pois os vestidos e sapatos  de Mercedes eram escolhidos pela mãe, que a ajudava a pentear  os cabelos e a se pintar. Ela tornou-se uma mulher insegura, medrosa, com autoestima baixa, sempre querendo a opinião dos outros sobre o que fazer.

 Para não perder o afeto da mãe, Mercedes aprendeu a não contrariá-la e a engolir suas raivas. Aprendeu a reprimir suas emoções e a expressar sua raiva de forma velada. Quando tinha raiva, a reprimia e surgiam diversos sintomas: dor de cabeça, mal-estar, tonturas, falta de ar, etc. Hoje ela é uma adulta submissa, pois aprendeu que para ter amor não podia se rebelar, para não perder o afeto de quem gostava ou ser abandonada.

 Porque você não deve reprimir o Medo?

 A identificação de seus medos é importante, para você poder saber lidar com eles e comportar-se de forma adequada. Você não deve reprimi-los porque as emoções reprimidas produzem efeitos maléficos no organismo, principalmente o medo, a raiva e a tristeza. Se uma criança aprende a reprimir suas emoções, poderá tornar-se um adulto insensível, indiferente tanto às suas emoções quanto às dos outros.

Para reprimir uma emoção utilizamos muita energia psíquica, que pode ser utilizada em emoções positivas, como a alegria e o amor. Se você não reprimir seus medos será mais criativo, flexível e produtivo. Ao tomar consciência deles e analisar suas causas, você verá que muitos deles não correspondem à realidade e são criados por seus pensamentos. 

 A capacidade de avaliar a realidade é influenciada por nossas emoções. Quando estamos com uma emoção muito forte, como a raiva e o medo, nossas avaliações são distorcidas. Damásio relatou o caso de um paciente que, depois da retirada da amígdala cerebral, perdeu a capacidade de avaliar corretamente a realidade.

         Pesquisas em presidiários condenados por assassinatos cruéis relataram que eles viviam sem sentir emoções e confessaram que eram violentos com outras pessoas na esperança de romper esta insensibilidade. A supressão de suas emoções surgiu porque foram vítimas de agressões e traumas emocionais em suas vidas. As emoções devem ser controladas e não reprimidas, como veremos em outro um post. 

                            Condenados por assassinatos cruéis contaram que não sentiam emoções.

                              Que é Ansiedade?

           A ansiedade é uma reação do organismo sob a forma de um sentimento desagradável que surge em certas situações, como por exemplo antes de fazer um exame médico, diante de uma grande mudança na vida ou frente a um futuro incerto. Ela é útil pois nos ajuda a lidar com um perigo e só é maléfica quando é excessiva, podendo surgir em situações reais ou ser criada pelo pensamento.

        Alguns autores diferenciam a ansiedade do medo e consideram o medo a uma reação a uma ameaça específica e a ansiedade uma reação a uma ameaça inespecífica. O medo surge se a ameaça é especifica como o medo de barata ou pensar que o avião vai cair. Já a ansiedade não é específica, como por exemplo se você é convidado para uma reunião de trabalho sem saber o que será tratado nela, se as notícias serão boas ou más. Você ficará ansioso em relação à reunião, pois ela representa uma ameaça inespecífica.

                                     

       Se você é convidado para uma reunião de trabalho sem saber o que é, terá ansiedade em relação a ela.

  A ansiedade ocorre frequentemente em nossa vida e só é maléfica se for excessiva, ou crônica, ou se tiver repercussões no corpo, e a pessoa sentir falta de ar, palpitações, formigamentos, inquietação, cansaço excessivo, tensão e dores musculares, insônia, má digestão, diarreia, etc.

 A ansiedade interfere de forma negativa na aprendizagem, devido à preocupação que a acompanha, que é a essência da ação negativa. Uma pessoa ansiosa produz menos do que se não tivesse ansiedade: pesquisas mostram que a preocupação e a ansiedade antes de uma prova, interferem na clareza dos pensamento e na memória do estudante, prejudicando seus rendimentos escolares.

 

                                  Ansiedade numa prova prejudica o rendimento do aluno.

 Quais os benefícios do Medo e os males de sua repressão?

            O medo pode trazer alguns benefícios, como na defesa do organismo, quando uma pessoa ao ouvir um tiroteio se joga no chão, ou ao ouvir a buzina de um carro para na rua, ou corre ao ver uma briga. Ele nos faz prudentes ao agir- o medo de assaltos nos faz precavidos ao sair de casa. O medo da morte nos impede de reagir a um assalto e de correr em alta velocidade nas estradas.

 A preocupação moderada tem sua utilidade, pois lhe ajuda a resolver problemas futuros e a preparar-se para enfrentá-los. O medo de fracassar faz com que você se prepare melhor para as tarefas e seja mais cuidadoso ao executá-las. O medo de doenças faz você se prevenir contra elas, como evitar o uso de gorduras animais, de carne vermelha, manteiga, queijo, etc., para o colesterol não subir e ter infarto do coração ou hipertensão arterial.

O medo de doença lhe leva a não comer carne gordurosa.

 Como lidar com o Medo, Preocupação e  Ansiedade?

              Você pode lidar com o medo em duas etapas e a primeira é a da percepção e conscientização, na qual você toma consciência da existência de seus medos e os analisa para ver se há outros além dos percebidos. Para perceber o medo na hora que ele aparece você deve praticar a Plena Atenção  e ficar atento a suas expressões corporais: mãos frias, palidez do rosto, olhos esbugalhados, sobrancelhas franzidas, rugas na testa, suor  frio, contração muscular, pernas  tremendo.

 A segunda etapa é a do compromisso, em que você se compromete consigo mesmo a deixar de lado os hábitos ligados a seus medos, como ficar pensando neles compulsivamente ou se considerar uma vítima dos outros e da vida, em vez de assumir suas responsabilidades pelos atos que praticou.

 Você pode lidar com seus medos assim:

 1. Praticar a EFT(Emotional Freedom Training) ou

   Técnica de Libertação Emocional 

A EFT ou Técnica de Libertação Emocional é também chamada de “tapping” e foi proposta por Craig, em 2011. É usada para tratar a ansiedade, fobias, medos e outras condições, podendo ser praticada pelo terapeuta ou pela própria pessoa.

As seguintes pesquisas recentes, de 2016, comprovam seus bons resultados:

1- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26894319;

2- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27843054;

3- http://www.srmhp.org/0201/emotional-freedom-technique.html).

A prática básica da EFT consiste de duas etapas, feitas simultaneamente. Uma parte é bater com a ponta do dedo indicador ou médio de uma das mãos, em certos pontos da cabeça e do tronco. A outra parte é dizer ao mesmo tempo uma frase que você escolhe livremente, para lembrar o problema que o incomoda, como por exemplo, “ tenho uma preocupação”.

 Ao iniciar a sessão, você diz uma frase de preparação, incluindo o lembrete do problema, que pode ser: “ Apesar de eu ter (dizer o problema...” uma preocupação”) eu amo muito a mim mesmo”.

 ● Batidas com os dedos: a pessoa deve bater cerca de 10 vezes em cada ponto indicado na figura abaixo, com batidas firmes, mas sem sentir dor ou desconforto.

                          Pontos do Tapping

 1. No lado da mão, entre a base do dedo mínimo e o pulso.

 2. No início das sobrancelhas.

 3. No canto externo dos olhos.

 4. Debaixo dos olhos.

 5. Debaixo do nariz.

 6. Entre o lábio inferior e o queixo.

 7. Na área interna da clavícula, na união do esterno com a primeira costela.

 8. Debaixo dos braços, 10 centímetros abaixo da axila.

9. No centro do crâneo.

 ● Frase “lembrete” do problema que incomoda:

 Repetir uma frase curta, que lembre o problema a ser tratado. Por exemplo: “ estou preocupado com ...”; “estou com medo de ...”, etc. Dizer a frase prestando atenção a ela, concentrado no problema. No início da sessão dizer a frase de preparação e bater no ponto 1. Depois dizer só a “frase lembrete”, batendo no ponto 2, depois no 3, 4, até chegar ao 9. Repetir o processo diversas vezes. Os vídeos abaixo lhe ajudarão na prática:

1. https://www.youtube.com/watch?v=RC5_fV2x5C4

2. https://www.youtube.com/watch?v=q9rYxJDvoGo

 

2. Refletir sobre a situação:

Reflita sobre a situação que desencadeou o medo e veja se existem evidências que o fundamentem. Por exemplo, se está preocupado, com o resultado de um exame que vai fazer, faça a seguinte reflexão: "Ora, se tem dez assuntos para a prova e eu já sei oito, se eu estudar mais dois, devo tirar nota boa. Por isto posso me divertir tranquilo". Mas se a reflexão lhe levar à conclusão que estudou pouco, para afastar a preocupação deve  estudar mais.

Reflita sobre o que causou o medo em busca de evidências para ele.

 3. Fazer relaxamento muscular:

 O relaxamento muscular atua na preocupação e na ansiedade porque desvia sua atenção para os músculos. Se você dirige a atenção para uma preocupação, transfere para ela todo sua energia e ela cresce cada vez mais. A preocupação "atrai" a atenção e forma-se um círculo vicioso: a atenção aumenta a preocupação e a preocupação "atrai" a atenção. Para romper o círculo vicioso tire leve a atenção para seus músculos, e a preocupação tende a desaparecer. Repita o processo tantas vezes quantas for preciso e não deixe a preocupação solta. Além disso o relaxamento tira o mal-estar e a dor que houver.

Pesquisa realizada com pessoas preocupadas com uma tarefa que iam realizar e que fizeram quinze minutos de relaxamento antes, mostrou que elas obtiveram melhores resultados nas tarefas.

                                     
                     O relaxamento muscular desvia a atenção para os músculos.

 4. Praticar Exercícios Físicos

 Os exercícios físicos são úteis para neutralizar as reações corporais do medo e da preocupação crônica, principalmente a musculação. A massagem muscular e os exercícios de alongamento são úteis para desfazer os efeitos corporais do medo. Um exercício simples é apertar com as mãos uma bolinha de borracha ou de papel. Outro é colocar as mãos nas costas, uma segurando a outra, e apertá-las com força. 

A musculação é útil para neutralizar as reações corporais do medo e da preocupação.

 5. Infundir confiança: 

 Se a pessoa está com medo e é religioso, deve apegar-se a sua fé, pois ela lhe infundir confiança para enfrentar o futuro, esperando sua ajuda. Mesmo sem efeito sobre a situação futura, o efeito psicológico é útil, pois diminui o medo e seus efeitos no organismo. Se alguém está com medo e reza pedindo ajuda a Deus, isto lhe dará forças para enfrentar a situação.

                                                     
                                                  Rezar pedindo ajuda é útil para alguém que está com medo.

 6. Praticar ginástica facial

             Um dos efeitos corporais do medo é a contração dos músculos da face, principalmente dos frontais, produzindo rugas na testa. Uma pessoa com preocupação crônica vive com as sobrancelhas franzidas, de "cara amarrada", e a ginástica facial feita regularmente atuará para descontrair os músculos da face.

 

                        Ginástica facial é útil para descontrair os músculos da face.

 ara orientá-lo na prática da ginástica facial, este vídeo será útil:

https://www.youtube.com/watch?v=eXXhNg7s-GY

 RESUMO

1.               O apego é um mecanismo que aproxima a criança dos adultos em busca de proteção e segurança. Ele regula sua capacidade de explorar o mundo, e se há apego excessivo da criança ao cuidador, ela não explora o mundo adequadamente. A criança com muito apego à mãe, não se afasta muito dela, temendo perder sua proteção e não explora o mundo e tem dificuldades de  adaptação a ele.

 2.              A Exploração é uma forma de aprendizagem em que o indivíduo aprende com suas experiências, observando sua realidade. O apego e a exploração se complementam, pois a capacidade de explorar bem o mundo depende de uma boa relação de apego, que gere no indivíduo confiança em si mesmo, essencial para ele depois explorar o mundo em sua volta.

3.   Se houver excesso de apego ou falta da exploração, a criança poderá ter dificuldades em sua vida futura. Se predomina o apego, a criança não aprende a explorar o mundo e pode desenvolver medos e fobias, pois o mundo para ela é uma ameaça, cheio de perigos.

4.               A identificação de seus medos é importante, para você lidar com eles. As emoções reprimidas produzem efeitos maléficos no organismo e se uma criança aprende a reprimir suas emoções, poderá tornar-se um adulto insensível, indiferente às suas emoções e às dos outros.

 5.               A ansiedade é um sentimento desagradável que surge em certas situações, como antes de um exame médico, diante de uma grande mudança na vida ou frente a um futuro incerto. Ela é útil pois nos ajuda a lidar com um perigo, podendo surgir em situações reais cotidianas ou ser criada pelo pensamento. Ela ocorre com frequência em nossa vida e só é maléfica quando se torna crônica e gera distúrbios.  A pessoa sente falta de ar, palpitações, formigamentos, inquietação, cansaço excessivo, tensão e dores musculares, insônia, má digestão, diarreia, acesso de asma, etc.

 6..   O medo pode trazer alguns benefícios, como na defesa do organismo, quando uma pessoa ao ouvir um tiroteio se joga no chão, ou para na rua ao ouvir a buzina de um carro. Ele nos faz prudentes ao agir- o medo de assaltos nos faz precavidos ao sair de casa. O medo da morte nos impede de reagir aos assaltos e de correr em alta velocidade nas estradas.

 7.   Você pode lidar com seus medos das seguintes formas: praticar a EFT (Emotional Freedom Training) ou Técnica de Libertação Emocional , refletir sobre a situação, fazer relaxamento muscular, praticar exercícios físicos, rezar para infundir confiançapraticar ginástica facial.

 

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 REFERÊNCIAS

BOLWBY, www.simplypsychology.org/bowlby.html

DAMÁDAMASIO, A., O Erro de Descartes, Emoção, Razão e o Cérebro Humano, Companhia das Letras, São Paulo, 2000..

GILLEY, K., A Alquimia do Medo, Ed. Cultrix, São Paulo, 1999

 LORE LORENZINI, R.  Quando o Medo Vira Doença, Ed. Paulinas, São Paulo, 1999.

  MAIER S., http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3506550/.

 SANTOS, J.O., Educação Emocional na Escola – a Emoção na Sala de Aula, 2a ed., Faculdade Castro Alves, Salvador, Bahia, 2000.

 SANTOS, J.O., Educação das Emoções –fundamentos e experiências., Faculdade Castro Alves, Bahia, 2009.

 STEINER, C., Educação Emocional, 2a ed. Objetiva, São Paulo, 1998.

  

 

 




                                     CAPÍTULO 3

                            O QUE É O ESTRESSE I

Neste capítulo e nos próximos você verá as concepções atuais da ciência sobre o Estresse, seu conceito, causas, como fazer sua prevenção e como lidar com ele. No post atual você verá o que é o Estresse, seu elementos, as diferenças entre o estresse cognitivo e o excitativo, as fases do estresse, a diferença entre o agudo e o crônico, a importância das ameaças e desafios, bem como o que é a Resiliência.                                                         

O que é o Estresse?

 O estresse é uma reação do organismo a mudanças provocadas por pressões externas ou internas sofridas pela pessoa. Durante o estresse surgem alterações corporais devidas à liberação de substâncias capazes de levar a diversas doenças. 

 As pressões externas podem vir de responsabilidades no trabalho, de problemas no lar e na família, de questões sociais ou de problemas financeiros. As pressões internas podem vir de doenças ou de questões ligadas à personalidade, como perfeccionismo,  querer fazer tudo com pressa ou querer controlar o mundo.


                 O Estresse é uma reação do organismo a mudanças externas ou internas.

 

                          Mudanças que causam estresse


 

Pressões Externas

 

Pressões Internas

 

No trabalho

 

Questões de saúde

 

Na família

 

Perfeccionismo


Sociais e financeiras


Querer controlar o mundo

      O Estresse é um mecanismo de adaptação benéfico, a princípio, podendo ter várias causas. A intensidade com que ele é percebido depende do valor atribuído pela pessoa à mudança ocorrida, e também do significado do estressor - o estresse sentido por alguém pela morte do pai ou da mãe é maior do que o sentido pela morte de um amigo.

      Mesmo mudanças geradas por fatos agradáveis como a alegria desencadeiam o estresse, pois exigem uma adaptação do organismo à nova situação. Há estresse no casamento que é desejado, no nascimento de um filho esperado ou numa promoção no trabalho. 

    As ações dos estressores durante o dia se somam, os efeitos dos pequenos estresses se acumulam e você deve estar atento para atuar preventivamente sobre eles.


 
                Durante as tempestades as pessoas podem ficar estressadas.

   Um exemplo de Estresse:

     Vanessa ia fazer prova de Matemática no ENEM e estava com medo pois não gostava da matéria. Na véspera passou o dia revendo os assuntos, ansiosa e quase não comeu. Estudou até de madrugada e dormiu um sono agitado. Acordou às seis horas e saiu em jejum para a prova.       

      Quase chega atrasada e entrou na sala com o coração disparado, falta de ar, dor nos ombros e nas pernas, mãos frias, suando. Sentou-se, recebeu a prova e começou a ler: não entendeu nada pois não se lembrou do que tinha estudado. Teve uma tremedeira, bateu no choro e entregou a prova em branco.

    Vanessa teve uma crise de estresse agudo, desencadeado pelas mudanças e pressões que sofreu: pelo medo de Matemática, porque passou o dia estudando sem parar, porque não comeu, porque dormiu pouco. Estas mudanças somadas produziram um estresse agudo.

 Quais os componentes do Estresse?

     Numa situação estressante atuam três fatores:

     ● o estressor, que é o agente causador do estresse;

● a percepção mental da situação e

● a reação do corpo à pressão sofrida.

A ação do estressor geralmente você não pode controlar e o que pode fazer é a prevenção do estresse, como verá em um post seguinte. A reação do seu corpo é automática e você não pode atuar diretamente sobre ela e o que pode fazer é usar algumas técnicas que interferem nos efeitos nocivos do estresse sobre o organismo. Pode praticar a Plena Atenção, o  relaxamento muscular, sorrir ou comer alimentos antioxidantes, para contrabalançar os efeitos químicos do estresse.

     Muitos dos estresses vêm junto com uma emoção, principalmente o medo e a raiva, porque o estresse cria condições para a reação corporal da emoção, fazendo surgir os elementos necessários para sua expressão. Para haver fuga no medo, ou agressão na raiva, são necessárias as substâncias produzidas pelo estresse.   

   Que é o Estresse de Cognição?

     Vivendo uma situação difícil em seu dia normal, você pode encará-la como uma ameaça ou como um desafio, devendo identificar as dificuldades que terá e os recursos que tem para resolvê-la. Se você não tiver os recursos necessários para enfrentar a situação poderá ter um estresse de cognição, relacionado com seu pensamento. Como quando você tem uma conta para pagar e não tem dinheiro. Mas se você tem o dinheiro a dificuldade se transforma num desafio a ser vencido (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238).

                                      

      Os pesquisadores podem ter Estresse de Cognição, devido aos desafios de suas pesquisas.

          Quando você tem um objetivo como desafio e não tem os recursos necessários para enfrentá-lo, virá um estresse de cognição, como no caso de querer ajudar uma pessoa financeiramente e não ter o dinheiro. Se o desafio é resolvido e a meta alcançada, vem a satisfação resultante da realização; mas se ele não é vencido, vem a raiva, frustração e culpa  (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238).

     Que é o Estresse de Excitação?

        O Estresse de Excitação surge quando uma pessoa é ameaçada e  deve lutar ou fugir da ameaça, ocorrendo na raiva, medo e outras emoções. São estimulados o hipotálamo, a amígdala cerebral, hipófise, glândula suprarrenal e o sistema nervoso simpático, que produzem os hormônios do estresse, cuja finalidade é preparar para a luta ou para a fuga. O fígado libera mais glicose no sangue (para facilitar a contração muscular), a respiração fica acelerada, surgem palpitações e outros sinais.

          Numa corrida, a corredora está sob o efeito do Estresse de Excitação.

Inicialmente o estresse tinha por finalidade foi proteger os seres humanos contra as ameaças, permitindo sua fuga ou luta e garantindo a perpetuação da espécie. Este é o lado bom do estresse, que permite à pessoa fugir ou lutar. O homem moderno não precisa mais lutar ou fugir para preservar-se mas continua a ter as mesmas reações primitivas do estresse.

Agora a luta do ser humano é com os clientes, com os competidores, pela manutenção do emprego ou da empresa, e isto gera  estresse.Todas as pessoas, de qualquer condição social e financeira, estão expostas a ele, embora não haja praticamente luta corporal. A cada dia temos as reações corporais do estresse, que aceleram o ritmo do envelhecimento, se ele for continuado. 


             O estresse visava proteger os indivíduos contra as feras.

     O estresse crônico, seja ele cognitivo, emocional ou social, produz envelhecimento rápido. Veja quantos conhecidos seus parecem mais velhos do que realmente são, porque têm uma vida muito estressada.


             Há pessoas que  parecem mais velhas devido à vida estressada.

            A Academia Americana de Médicos de Família acredita que mais de dois terços das consultas médicas são causadas pelo estresse, motivadas por falta de ar, dores musculares, ansiedade, depressão, nervosismo, dor de cabeça, indigestão, fadiga fácil, náuseas, etc.

  Sorrir é bom para quem está estressado? 

       É, sim. Quando você ri o cérebro produz mais serotonina, dopamina e endorfinas, substâncias que produzem bem-estar, melhoram a saúde e  dão bom humor. Quando você sorri percebe melhor seu bem-estar e é fica mais lidar com o estresse, com as mudanças em situações difíceis e com os desafios  (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2762283/).

         Pesquisa feita por Kraft, em 2012, na Universidade de Kansas,  concluiu que o sorriso melhora o estresse e que sorrir ajuda o coração a recuperar-se mais facilmente dele; outra pesquisa, realizada em 2014 na Universidade de Loma Linda, constatou que diminuiu o cortisol na saliva de idosos saudáveis de 60 a 70 anos, depois que eles assistiram 20 minutos de filmes cômicos. Quando você estiver estressado num engarrafamento de trânsito ou receber uma notícia desagradável, sorria, e você se sentirá relaxado, seu estresse  percebido diminuirá e seus batimentos cardíacos voltarão mais rápido ao normal.

     

                                          
Sorria quando estiver estressado pois isto lhe fará bem.

      Quais as fases do estresse?

      O pioneiro nos estudos do estresse, HansSelye, descreveu três fases nele:  alarme, resistência e exaustão. Na fase de alarme a pessoa sente mais energia devido à produção de adrenalina. Na fase de resistência, seu organismo resiste ao estressor e procura manter o equilíbrio. Na fase de exaustão a resistência do indivíduo diminui, ele perde a capacidade de reagir e seus órgãos mais vulneráveis ficam comprometidos, surgindo as doenças. 

      Fase de alarme – ela começa quando o estressor atua no organismo e as glândulas supra-renais, localizadas próximas aos rins, liberam mais adrenalina, noradrenalina e cortisol, os "hormônios do estresse".

          Na fase de alarme há produção de mais adrenalina, noradrenalina e cortisol. No alarme aumenta a pressão arterial, a velocidade dos batimentos do coração e o açúcar no sangue (devido à ação do cortisol), que gera energia para o indivíduo lutar ou fugir. Os músculos se contraem, consomem mais oxigênio e ocorrem as alterações orgânicas indicadas na tabela abaixo.

                                           Mulher estressada, com dor abdominal

                                                                      Alterações na Fase de Alarme do Estresse

 

Ações da Adrenalina e Noradrenalina

 

Ações  do Cortisol

 

O coração acelera.

 

Aumenta o açúcar no sangue.

 

Pressão arterial aumenta e músculos se contraem.

 

Facilita a contração muscular.

 

      Fase de resistência –  nela aumenta o cortisol e o ácido clorídrico (capaz de produzir úlceras do estômago e duodeno), e diminui a atividade dos leucócitos (ficando o organismo vulnerável às infecções). Aumentam os radicais livres ou oxidantes (moléculas ou fragmentos delas em desequilíbrio elétrico) que são capazes de alterar várias substâncias orgânicas e de provocarem lesões e doenças nos tecidos.

Alterações na Fase de Resistência do Estresse

 

Aumentam

 

Diminuem

 

Cortisol

 

Defesas orgânicas

 

Radicais livres, oxidantes e ácido clorídrico

 

Leucócitos

 

     Fase de exaustão – nesta fase o organismo não se defende mais: não produz hormônios, leucócitos e antioxidantes para defender-se e se entrega. A adrenalina, inicialmente benéfica, passa a ser nociva e   aumenta a pressão arterial, podendo levar ao derrame cerebral.

     O que é o Estresse Oxidativo?

   As enzimas antioxidantes são defesas do organismo com a finalidade de neutralizar os radicais livres e as Espécie Reativas de Oxigênio, que são formas de oxigênio com poder oxidante. Quando estas enzimas não conseguem neutralizar os efeitos dos oxidantes surge o Estresse Oxidativo, forma de estresse que age no citoplasma e núcleo das células produzindo diversas modificações, inclusive no DNA e nos genes.

     Estão entre as enzimas antioxidantes a dismutase  superoxidase, a glutatione peroxidase e as catalases, e a ação delas é auxiliada por diversos minerais como o selênio,  ferro,  cobre,  zinco, e  manganês. Daí a importância  da ingestão destes elementos na alimentação diária, para manter eficazes os mecanismos de defesa antioxidantes. Na profilaxia do estresse é importante também a ingestão diária de frutas e vegetais contendo as vitaminas E, A e C, castanha do Pará, além de outras fontes de vitaminas,como veremos em um post posterior.

     O estresse oxidativo demorado pode levar ao envelhecimento precoce da pessoa e a várias doenças como o infarto do coração, hipertensão arterial, derrame cerebral, câncer, doenças do fígado, doenças neurológicas e outras que são referidas no quadro abaixo (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5090085/).

O que é Resiliência? 

A Resiliência é a capacidade que a pessoa tem de resistir ao estresse e voltar logo ao estado de equilíbrio. Na Física, a resiliência é a capacidade de um material de suportar pressão e voltar ao seu estado normal. É o que ocorre com a vara, que volta ao normal após o salto.

                        


       
A resiliência é como a resistência da vara que volta ao normal após o salto.

       As pessoas resilientes se recuperam mais facilmente das adversidades da vida, enquanto as outras menos resilientes se desmoronam com as dificuldades. As resilientes são flexíveis, aceitam melhor as mudanças, se adaptam facilmente às novas circunstâncias e têm esperança no futuro. Elas confiam que vão se recuperar, olhando as coisas pelo seu lado bom, enquanto as não resilientes acham que têm “ pouca sorte" e se maldizem ou botam a culpa do que ocorre nos outros. 

Em 2015, a Resiliência foi considerada fundamental para o bem-estar da pessoa, no relatório da  Cúpula de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O relatório estabeleceu quatro características principais para o Bem-estar:

1) Resiliência;
2) emoção positiva sustentada;
3) prática da Ple
na Atenção e
4)
 empatia, altruísmo e comportamento pró-social (ou generosidade).

      Os psicólogos acreditam que é possível cultivar a resiliência mudando o modo como pensamos sobre a adversidade, olhando-a com otimismo e vendo seu lado bom.  A Associação Americana de Psicologia considera os seguintes comportamentos úteis para melhorar a Resiliência:

1. Ter bom relacionamento com familiares, amigos e pessoas próximas;

2. Não ver as crises como problemas insuperáveis;

3. Aceitar que as mudanças fazem parte da vida.

4. Perseguir sempre seus objetivos.

5. Cultivar uma visão positiva de si mesmo. 

6. Manter sempre acesos a esperança e o otimismo

(http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx).

      Em e-books  futuros você verá como avaliar e desenvolver sua Resiliência, e como cultivar a Empatia, a Esperança, o Otimismo e a Generosidade.

Quanto à a Plena Atenção, que é outro elemento do bem-estar, você a encontrará no E-book “ Como praticar a Plena Atenção”.

    RESUMO

1. O estresse é uma reação do organismo a mudanças provocadas por pressões externas ou internas sofridas pela pessoa. Surgem alterações corporais graças à liberação de substâncias que produzem modificações que podem levar a doenças. As pressões externas podem vir do trabalho, do lar e da família, de relacionamentos sociais ou financeiros, e as pressões internas podem vir de doenças ou do perfeccionismo, pressa em cumprir as obrigações e outras.

2. O Estresse é uma resposta às mudanças em nossa vida e um mecanismo de adaptação às novas situações. A intensidade com que é percebido depende do valor atribuído pela pessoa à mudança. Mesmo as geradas por fatos agradáveis podem desencadear estresse.

     3. Numa situação estressante há três fatores: o estressor, que é o agente causador do estresse; a percepção mental da situação e a reação do corpo à pressão sofrida. A intensidade do estresse percebido varia de pessoa para pessoa e depende do tipo do estressor, do seu significado para a pessoa e da forma com que ela lida com a situação. É frequente o estresse vir junto com uma emoção, principalmente o medo e a raiva.

4.  Há dois tipos de estresse, o de cognição e o de excitação. O de cognição ocorre na mente e se relaciona principalmente com o pensamento, enquanto o de excitação ocorre no corpo, produzindo  reações corporais. Você terá estresse de cognição frente a uma ameaça ou desafio.

5. Selye descreveu três fases no estresse: de alarme, resistência e  exaustão. Na de alarme a pessoa sente mais energia devido à produção de adrenalina. Na de resistência, o organismo resiste ao estressor procurando manter seu equilíbrio. Na de exaustão a resistência do indivíduo diminui, ele não reage mais e surgem as doenças.

6. As enzimas antioxidantes são defesas do organismo para neutralizar os radicais livres e as Espécie Reativas de Oxigênio, Quando elas não conseguem neutralizá-los surge o Estresse Oxidativo, que produz modificações nas células, inclusive no DNA.

7. A Resiliência é a capacidade que a pessoa tem de resistir ao estresse e de voltar logo ao equilíbrio. Na Física a resiliência é a capacidade de um material de suportar pressão e voltar ao seu estado normal. É o que ocorre com uma vara usada por um atleta ao dar um salto em altura: ela se verga mas depois volta ao seu estado normal. Para cultivar a Resiliência você deve modificar o modo como pensa sobre a adversidade, olhando-a com otimismo e vendo seu lado bom. 

                                 
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REFERÊNCIAS


   
PEL E.,Can meditation slow rate of cellular aging? Cognitive stress, mindfulness, and telomeres, Ann N Y Acad Sci. 2009  Aug;1172:3453, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19735238 

           ICHIISHI E., Oxidative Stress and Diseases: Clinical Trials and Approaches - NCBI, 2016.https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5090085/ 

SELIGMAN, M. ,Building Resilience - Harvard Business Review

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